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Um mês se passou, fazendo com que seu relacionamento ficasse ainda mais sério com John. Até que depois de uma tarde bastante romântica, quando seus corpos estavam colados um no outro, ele beijou seu dedo anelar da mão esquerda e a pediu em casamento.

Sua primeira reação foi surpresa, mesmo sabendo que aconteceria aquilo a qualquer momento. Depois colocou um sorriso em seu rosto, envolveu seus braços em volta do pescoço do futuro marido. E as borboletas em seu estômago ganharam vida quando se beijaram.

Estava noiva. Mais uma vez.

Seria a nova viscondessa de Falkland.

Então, depois da partida de John para sua propriedade, correu em direção ao escritório para escrever cartas para seu pai e suas irmãs, Charlotte e Scarlett, pois além de comunicá-los a novidade, gostaria de convidá-los para um jantar em sua casa para comemorar a ocasião.

Estava curiosa para ver a reação daqueles que mais amava. No entanto, sua maior preocupação, era comunicar aos seus filhos aquela decisão, pois ambos eram traumatizados com o pai, e poderiam achar que todos os homens agiriam daquela forma. Mesmo que tivessem sido apresentados para homens bons como o avô deles, a mente de uma criança era muito difícil de lidar algumas vezes.

Na manhã seguinte ao pedido, pediu para Bethany mandar preparar o bolo preferido dos gêmeos e contou a eles.

Inicialmente, ambos ficaram calados, como se tivessem levado um tapa. Melanie se pronunciou primeiro, dizendo que gostava do visconde. Robert, apenas continuou comendo, sem falar nada durante todo o desjejum. Até que deu um sorriso para ela e disse que simpatizava com John.

Sentiu tanto alívio, que sentiu vontade de chorar.

Segurou as lágrimas e pediu para Bethany levar as crianças para brincar.

Encostou suas costas na cadeira, saboreando seu chá calmamente, pensando em todos os detalhes que teria que organizar para o casamento, mesmo que ainda não tivesse uma data marcada.

— Senhora?

— Sim, Jack. — colocou a xícara em cima da mesa. — Algum problema?

— Sua...

— Não acredito que não teve a mínima decência de me visitar durante um mês, e de repente me envia uma carta dizendo que está noiva? — a voz estridente de Scarlett preencheu toda a sala de jantar. — Nunca pensei que me trairia desse jeito.

— Minha irmã! — levantou-se da cadeira e correu para abraçá-la. — Seus dramas ainda serão escritos por algum dramaturgo. Como está meu sobrinho?

— Se quisesse saber, teria ido me visitar no palácio. — a apertou bastante. — Posso perdoá-la, talvez.

— Talvez? — soltou-se dela dando risada.

— Sou muito rancorosa. — aproximou-se da mesa olhando as comidas. — Não comi nada antes de vir para cá, estou faminta. Vamos conversar enquanto comemos.

— Sim, Majestade.

— Obrigada.

Scarlett se sentou na cadeira, se servindo com chá.

— Como está sendo ser mãe? — Phoebe se sentou logo em seguida

— Estou adorando, Phoebe. Bryan está tão gordinho, as dobrinhas em suas costas são adoráveis. — seu rosto ganhou uma expressão apaixonada ao mencionar o filho. — Recentemente presenciei uma cena tão adorável entre Arthur e Bryan. Sabe que considero ele como meu filho, assim como ele me considera como mãe.

— Fico tão feliz em ver sua felicidade. — pegou a mão dela sobre a mesa.

— Agora, quero saber sobre o visconde e seu casamento. Phoebe, como assim vai se casar novamente? — bateu a mão na mesa, fazendo um pouco do chá derramar da sua xícara.

— Por que está tão furiosa? — perguntou assustada.

Scarlett encarou Phoebe.

— Estou apenas preocupada. — engoliu em seco, acalmando-se mais quando percebeu que havia exagerado. — Não superei o caso Frederick. Tenho medo dele ser semelhante, porque eu não suportaria vê-la sofrer novamente, minha irmã. Ficar presa em um casamento ruim novamente. Estou sendo muito protetora? Sei que a irmã mais velha é você, porém, acho que agora é uma ocasião certa para roubar seu posto.

Aquela confissão fez com que Phoebe desse um pequeno sorriso. Entendia perfeitamente sua irmã, porque também tinha se questionado diversas vezes sobre isso; será que John também não era lobo em pele de cordeiro?

No passado, Frederick era um ótimo homem, achava que tinha encontrado o amor da sua vida, que tudo seria perfeito e seus sonhos se tornariam realidade; uma bela família com dias maravilhosos. Mas a realidade foi bastante cruel, fez com que caísse em um precipício que desconhecia a existência.

Queria pensar que pelo menos daquela vez, sua intuição não estava errada; que finalmente seus instintos e seu coração haviam acertado na escolha.

— Espero que não tenha ficado magoada, ficou tão séria de repente.

— Estava apenas pensando, entendo suas preocupações. Acredite, é difícil para mim também, mesmo que não pareça. E eu gosto tanto dele, Scar. Tem sido tão maravilhoso os dias com ele, não preciso ter tantos pudores. — sentiu suas bochechas esquentarem. — É tudo tão bom e mais leve quando estou com John.

Scarlett pareceu ponderar as palavras antes de falar.

— Mal posso esperar para conhecê-lo. Caso eu sinta algo estranho, farei terminar esse noivado.

— Desde quando manda em mim?

— Desde quando não sabe escolher um bom marido.

❀❀❀❀

Seu pai chegou no mesmo dia em que o jantar havia sido marcado. Phoebe não conseguiu conter sua alegria quando avistou a carruagem do duque entrando pelo portão. Estava tão saudosa, seu pai era uma das pessoas mais importantes da sua vida. Se não fosse todo o apoio dele durante toda sua vida, as coisas teriam sido bem difíceis.

Quando ele desceu da carruagem, correu em sua direção e o abraçou fortemente, como se fosse a última coisa que faria naquele momento. Seu pai retribuiu da mesma forma, como já esperava. O duque sempre tinha sido bastante amoroso e carinhoso, como se pudesse recompensar a ausência da mãe delas.

— Como está bonita minha filha.

— Ora papai, estou a mesma coisa.

— Não, não está. Algo está diferente em você, acho que é a felicidade. Ela é capaz de coisas incríveis. — acariciou a bochecha dela. — Estou ansioso para saber tudo sobre esse rapaz. Conheci o pai dele, nunca simpatizei muito. Porém, não devo transferir minhas impressões sobre o pai para o filho.

— Claro, papai. Vamos entrar?

— Sim, filha. Meus netos?

— Estão com Suzana, foram caminhar um pouco.

— Estou ansioso para revê-los.

— Malmente dormiram essa noite de tão ansiosos.

— Imagino. — deu uma pequena risada. — Porque também aconteceu o mesmo comigo.

Deram risada e entraram para dentro da casa.

Logo depois da chegada dele, uma carta de Charlotte também chegou. Sua irmã comunicou que não iria poder comparecer, por causa dos seus compromissos reais, mas não faltaria de forma alguma ao seu casamento.

Ficou um pouco triste, no entanto, compreendia perfeitamente bem.

O duque resolveu descansar durante o resto da tarde, pois estava cansado da viagem. Enquanto seu pai estava dormindo e seus filhos passeando, Phoebe acompanhava de perto os preparativos da noite. Tinha medo em cometer algum erro, não era acostumada a oferecer jantares, principalmente quando se tratava de uma ocasião séria.

Rezava para que absolutamente nada desse errado, a noite tinha que ser perfeita.

Quando estava se vestindo, colocou o colar com um pingente de cruz que havia pertencido a sua mãe. Achava que era uma maneira de fazer com que ela estivesse presente naquele momento.

Chegando o horário do jantar, desceu as escadarias em direção ao hall para receber os convidados.

Perdeu as contas de quantas vezes respirou fundo naquele trajeto. Seu nervosismo piorava a cada instante.

Conhece todos, se acalme, pensou.

Seu pai estava conversando animadamente com a condessa de Bunmore e a viscondessa de Falkland, enquanto Victoria ouvia atentamente cada palavra proferida por Scarlett; claramente ter a atenção da rainha era importante para aquela mulher. O marido da sua irmã conversava com John, o que fez seu coração acelerar.

Ele estava tão bonito em seus trajes de gala, que sua única vontade era beijá-lo na frente de todos.

Até que percebeu que faltava uma pessoa.

Benjamin.

Ficou um pouco triste, gostaria muito de ter a companhia naquela noite. Talvez a mágoa que ele nutria por John fosse maior do que pensava. Relevaria aquela situação, por hora.

— Se não é a dama mais bela da noite. — John foi até a escada esperar por ela. — Não sabia que ficava tão deslumbrante de verde. — sussurrou, para que somente Phoebe ouvisse. — Comprarei milhares de vestidos verdes para você. — beijou sua mão enluvada.

— Não seja bobo, querido.

— Preciso da atenção de todos, por favor. — John pegou um anel dentro do seu bolso. — Esse jantar simboliza nossa futura união. Phoebe é uma mulher rara e encantadora, tenho muita sorte em tê-la encontrado e conquistado seu coração. Sei que pedi anteriormente sua mão, mas, agora, quero pedir diante de todos. Nossos pais, sua irmã, seu cunhado, amigas próximas, serão testemunhas do meu pedido e minha promessa de que farei tudo para torná-la a mulher mais feliz do mundo. Phoebe Harrison, aceita se casar comigo?

Com os olhos cheios de lágrimas, respondeu:

— Sim.

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