Epílogo

Cinco dedos pequenos agarraram seu dedo com força, como se aquilo fosse a coisa mais interessante do mundo. O belo par de olhos castanho-esverdeados olhava aquilo com muita atenção. Benjamin estava completamente fascinado por seu pequeno filho, não podia negar. Aquele pequeno ser humano a cada dia trazia um sentido para sua vida, o que era completamente inovador.

Seu pequeno Hayden era sua melhor parte.

Como desejava que não crescesse e conhecesse os problemas no mundo. Queria tanto protegê-lo de tudo, mesmo sabendo que era impossível impedir certas coisas, e que seu pequeno filho teria que aprender o lado bom e ruim da vida. No entanto a ideia de alguém machucar seu bem mais precioso, o enlouquecia.

Suspirou, estava ficando paranoico.

— Acho que nunca vi um pai tão dedicado. — a mão de Phoebe segurou seu braço. — Ele é simplesmente uma das coisas mais lindas que já vi.

— Sim, ele é. — beijou a testa da esposa com carinho. — Sou tão abençoado por tê-la em minha vida e ter me dado essa família tão linda, meu amor.

— Eu que agradeço por ter me dado esperança de felicidade quando menos esperava, Ben. — deu um leve sorriso, oferecendo o braço para pegar Hayden. — Deixe-me cuidar dele agora, sua mãe está chamando por você.

— Minha mãe? — arqueou a sobrancelha. — Sabe do que se trata?

— Não faço a mínima ideia. — pegou Hayden no colo, que deu um pequeno choro em manifestação.

Benjamin estranhou o tom da fala dela.

Ela sabia sim.

— Onde ela está?

— No quarto dela.

Eles estavam em Gloucestershire para fazer adaptações na casa. Benjamin não tinha de fato tomado conta do título de duque que havia ganhado do seu tio, pois na época estava preocupado com diversas coisas, exceto aquela. Por sorte, seu tio nunca tinha sido um homem imprudente, estava absolutamente tudo em ordem.

Fez visitas aos arrendatários para conhecê-los e ganhar a confiança deles. Tinha sido agradável fazer todas as visitas ao lado de Phoebe, porque ela era simpática e conseguia lidar com pessoas melhor que ele. Algumas vezes chegavam presentes destinados para sua esposa, adorava principalmente as geleias de morango.

Quando estava grávida de Hayden, sentia um desejo anormal por geleias de morango. Basicamente tinha feito um depósito para que nunca faltasse essas geleias para ela, pois temia deixá-la com vontade de comer algo que tanto desejava. Fora sua mãe que ficava dizendo coisas assombrosas caso uma grávida não tivesse seus pedidos atendidos, deixando-o completamente assustado caso falhasse nessa missão.

O quarto da sua mãe estava com a porta entreaberta, indicando que esperava por ele. A condessa raramente conversava em seu quarto, raras exceções aconteciam quando o assunto era sério. Sua cabeça começou a criar diversas teorias estranhas do que poderia ser.

A condessa estava de costas, usando uma cor de vestido que ele não a via usando fazia anos; especificamente desde quando seu pai tinha falecido. Estava contente em vê-la usando rosa novamente, achava que combinava com seu jeito de ser. E odiava roupas que remetessem luto.

— Mãe, a senhora queria falar comigo?

A mulher se virou, dando um pequeno sorriso.

— Sim, por favor, sente-se.

— Alguma coisa grave?

Lílian relutou um pouco, apertando a mão na saia do vestido.

— Não que seja grave, apenas é uma coisa da qual desconheço sua reação. Nunca conversamos sobre isso, afinal nem havia possibilidade de acontecer. Mas a vida é uma caixinha de surpresas. — olhou para ele com certa expectativa. Benjamin estava quase surtando. — Realmente quer conversar em pé?

— Tantos rodeios está me deixando nervoso, prefiro que vá diretamente ao ponto.

— Bem, o duque de Cambridge...

Ficou atento quando o nome do seu sogro foi mencionado.

— Estamos... — sua mãe ficou ruborizada. — Como posso dizer?

— Ele está cortejando a senhora? — sua voz quase não saiu. — Como isso aconteceu? Não estou julgando de forma alguma, apenas é uma informação muito grande e importante para mim. Desejo sua felicidade acima de tudo.

Então se sentou na poltrona mais perto.

Realmente seria mais fácil ter recebido aquela notícia estando sentado.

Quando seu pai tinha partido, sua mãe tinha jurado não querer mais ninguém em sua vida, porque teria apenas um homem. Na época, tinha achado precipitado da parte dela, pois era jovem e poderia conhecer alguém interessante, podendo amar novamente. Os anos se passaram, e ela fez valer aquelas palavras do luto.

— Parece atordoado. — a condessa se ajoelhou diante dele. — Jamais quis deixá-lo assim.

Pegou as mãos dela, beijando cada uma delicadamente.

— Apenas processando meu sogro se tornando meu padrasto. — tentou amenizar o clima, o que sua mãe entendeu, dando um tapinha em sua perna. — Quando ele virá nos visitar?

— Em breve.

— Farei um longo questionário para saber se ele é digno da minha mãe.

— Não seja bobo, Benjamin.

Afagou o rosto da mãe carinhosamente.

— Sabe que é uma das pessoas mais importantes em minha vida, então seria estranho se eu não me preocupasse. O conheço como pai, avô, e segundo me foi contado, era um ótimo marido. Houve aquele incidente com sua segunda esposa, mas não o culpo. Como se aproximaram?

— Em seu casamento. Começamos a conversar, estávamos felizes com a união de vocês. Passamos a nos corresponder por cartas, descobrindo coisas interessantes um sobre o outro. Então, em uma certa carta percebi um sentimento há muito tempo guardado, uma paixão nascendo dentro de mim por aquele homem. Sabe, Ben, eu precisava me apaixonar e não sabia. Amei seu pai da melhor forma, do melhor jeito, e fomos felizes. Quando ele partiu, uma parte minha também se foi. Essa parte ainda está com ele, mas outra parte ainda existe dentro de mim, e ela grita para ser feliz ao lado de Charles.

— Seja feliz, mamãe. — beijou sua testa. — Apoio sua decisão.

A condessa ficou com os olhos marejados.

— Eu tinha tanto medo de que reagisse mal.

— Não se preocupe comigo, apenas em irmos para a festa dos arrendatários. Quero a perfeição!

— Está com medo de não gostarem de você?

— Sim.

— Eles gostam. — levantou-se sorridente. — Fique em paz quanto a isso.

Benjamin deu um beijo na bochecha da mãe, e saiu do seu quarto satisfeito com aquela conversa. Foi mágico enxergar um brilho especial nos olhos dela; o brilho da paixão ao falar de Charles. Caminhando para seu quarto, pensou em como tudo estava ficando perfeitamente encaixado.

Quando entrou no quarto, Phoebe o esperava com um olhar cheio de expectativa.

— Sabia de tudo? — fechou a porta.

— Faz alguns dias. Espero que não fique muito irritado comigo. — disse com uma voz mansa, que ela sabia fazer perfeitamente quando queria suavizar uma situação. — Vai?

Aproximou-se dela, agarrando sua cintura, olhando em seus olhos.

— Penso em várias coisas, menos ficar irritado com você.

Um leve rubor apareceu no rosto dela.

— Precisamos adiantar, Robert está ansioso para participar das brincadeiras com você.

Robert tinha aceitado Benjamin como uma figura paterna, para sua maior alegria e alívio. Era uma criança criativa, animada, inteligente e tantos outros adjetivos que poderia encontrar para defini-lo. A experiência com ele estava sendo incrível, e amava ser pai dele todos os dias.

— Garanto que Robert não se importará.

— Benjamin...

— Um beijo.

— Sempre é um beijo. — arqueou as sobrancelhas com desconfiança.

— Meu amor, não seja tão desconfiada sobre minhas intenções.

— Por que será o motivo dessas desconfianças?

— Em minha defesa, minha esposa é maravilhosa demais, não consigo resistir, consegue me compreender?

— Está me bajulando?

— Estou? — perguntou cinicamente.

Phoebe colocou as mãos no pescoço dele e o puxou para um beijo.

Lentamente beijou seus lábios, saboreando cada segundo ardente daquele beijo. Como se sentia abençoado por ter aquela mulher em seus braços. Por Deus, como a amava cada vez mais. Como era feliz em sua presença.

Ouviram o choro de Hayden, e pararam ofegantes.

— Acho que teremos que continuar em outro momento. — Phoebe disse rindo.

— Sim, continuaremos.

Antes de Phoebe ir até Hayden, a puxou para outro beijo, porém, casto.

— Por Deus, como eu a amo.

— Amo você, querido.

Sorriu, amava ouvir aquelas palavras saindo da boca dela.

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