Capítulo 2 Parte 1
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- Clark, Clark! Acorda - Me distrai por um momento.
- Tá, o que foi? - Esfrego os olhos.
- Vai, o intervalo já vai acabar, vamos lavar o rosto, vai - Desvolo meu rosto da carteira e vejo Zon com seu sorriso bobo no rosto.
- Tá - Me levanto com todo o peso do cansaço nas costas.
- O que fez depois do cinema ontem? - Pergunta tantando olhar para meu rosto, mas continuava olhando para o chão.
- Eu sai com a irmã do Mateus - Falo arrastado.
- A Priscila? Desde quando vocês conversam? - Zon falava com preocupação na voz.
- Lembra que ela foi no cinema ontem, pra assistir é..... Clube dos cinco - Zon parou para pensar por um instante.
- Ah, me lembro, o quem tem? - Pergunta curioso.
- Bom, você saiu antes por causa da sua mãe... E quando o filme acabou, meu turno também, e ela me chamou pra sair beber - Sorrio acabado.
Chegamos na porta do banheiro.
- Eu a vi, não parecia tá assim como você - Me olha incrédulo.
- Ela tá acostumada a beber, eu não - Rio e entramos no banheiro. Lavei o rosto encarando o espelho por um momento.
- O Mateus tava lá? - Zon parecia bem curioso, geralmente não me faz tantas perguntas.
- Sim, ele ficou pior que eu - Rio me lembrando dele tentando escalar por dentro da lareira.
- Vocês conversaram? - Pergunta com um pouco mais de descrição.
- Um pouco, porque tantas perguntas Zon? - Ele hesita.
- Curiosidade, eu também vi ele, mas ele nem parece estar de ressaca - Fala. Saímos do banheiro e seguimos o corredor.
- Ele tem jeito pra beber, eu tô tão quebrado que nem trabalhar hoje eu quero! - Falo.
- Hoje é o filme do Titanic, os casais da escola vão estar tudo lá. E todos os casais que a gente não conhece - Zon desanima a fala.
- Coragem ficar três horas no cinema - Falo.
- Com a pessoa que a gente gosta passa rápido eu acho - Zon ri.
- E como está o grupo que você fez? - Zon me olha curioso.
- Grupo? Que grupo - Paro no corredor.
- O grupo da escola - Zon faz um O com a boca e ri em seguida.
- Deixa eu ver, nem mexi no celular hoje - Zon tira o celular do bolso e entramos na sala. Algumas pessoas já se ajeitava nos seus lugares. Zon sentava atrás de mim na quarta carteira ao lado da parede.
- Já já a professora vem hein, cuidado que ela pega os celulares - Alerto Zon que confirma com a cabeça.
- Eii!! - Zon da om berro, chamando a atenção de alguns colegas da sala. Que voltam ao que estavam fazendo em seguida.
- Não grita - Cochicho - Fala logo - Falo.
- Um novo aluno, viram hoje pela segunda aula com uma garota, bem bonita parece - Zon fica animado.
- O mais falaram? - Fico curioso junto com Zon.
- São dois alunos novos, a Parker perguntou ao pai dela, que é o psicólogo sabe? - Aponta a mão para mim.
- Sei, não gosto dele - Zon ri e volta para a tela do celular.
- Ele vieram do Brasil. Vieram com o tio, só isso que sabemos - Fica desapontado.
- Brasil.... Eu foi lá ano passado, a família do meu pai mora lá - Eu estava acostumado com algumas coisas brasileiras. Eu passava todas as férias de verão pelo Brasil.
- Então, foi a porco tempo que voltou. Senti sua falta viu - Zon ri.
- Só foram seis semanas - Falo rindo.
- Tá, mais eu.. - Vimos a professora chegando, com sua cara de peixe natural.
- Chega com todo esse AUE aí atrás garotas e garotos que acham que brilham mais do que estrelas - Fala com suas voz sem emoção alguma. Acho que seria como a Edna de os incríveis.
Todos foram ao seus lugares e ficaram quietos olhando a professora que esperava o silêncio.
- Acho que já tá rodando nos grupos da escola igual as prostitutas rodam bolsinhas nas esquinas né? E sim, vamos ter dois alunos novos - Ouvi alguns cochichos.
- Então é verdade! - Falo para Zon na minha frente.
- Sim - Ouço ele falar sem se virar para trás.
- Silêncio! Bom, o diretor me deixou avisar vocês que os recebam bem, ouviram bem? - A professora fala.
- O que faz achar que a gente irá tratar o garoto mal - Olho e vejo Wade com um sorrisinho nos lábio, como ele é lindo.
- Porque eu conheço muito bem essa sala, e as outras também. Sei que o bullyng aqui é muito forte, mas eu tô aqui, e quero impedir essas suas bobagens - Fala rápida e séria.
- Bom, eu não sou desse time do bullyng - Wade diz.
- Até os melhores alunos podem ser do time dos agressores ou vítimas, e eu sei de cada um aqui - A professora sorri.
Nossa nova professora se chama Nancy, e tinha olhos e ouvidos por todos os cantos. A maioria não gostava dela por falar dos alunos causadores de problemas ou dos que fazem bullyng. E o diretor da muito apoio as suas palavras. Eu não gostava dela, mas isso não me faz achar que o que ela faz é errado. Eu mesmo sofro alguns bullyng leves, e as vezes ela estava lá para tomar as medidas possíveis.
Depois de muitas e muitas aulas, finalmente livres, finalmente liberdade.
Agora são três da tarde, entro no meu trabalho às cinco e saio às nove e meia. Eu trabalho em um cinema, onde passa filmes que saíram de moda, ou que passaram batido, ou até mesmo alguns dos anos de dois mil à dois mil e dez.
Meu trabalho é bem tranquilo, trabalho de segunda à sexta. O cinema fica aberto até às uma da manhã. Era esse turno que queria pegar, mas não poderia deixar meu melhor amigo Zon sozinho com um idiota qualquer.
Saio da escola, Zon mora na mesma rua que eu, mas alguns quarteirões antes. Eu moro em um subúrbio, mas com uma renda maior.
Caminho em direção a minha casa, quase morrendo de ressaca, tudo que eu queria era tomar uma Coca-Cola bem gelada. Eu estava suando muito e meu coração batia mais rápido que o normal. Mas tenho que me recompor até às cinco.
Chego em casa, indo direto para a geladeira e pegando uma garrafa de Coca-Cola.
- Oi filho, já chegou, o recorde da semana - Vejo minha mãe encostada na porta da cozinha sorrindo.
- Sim, tô cansado demais - Falo.
- Sei, olha... Eu fiz uma torta - Ah que bom. Tava morrendo de fome, já que não comi no intervalo.
- Que bom, tô com fome falo procurando pela torta no armário, micro-ondas e no forno.
- Filho, não é pra gente a torta - Olho para ela não acreditando e desanimado.
- Como assim não é? Vamos ter alguma visita? - Pergunto com o a sobrancelha arqueada.
- Não, eu vou levar pro vizinho, se lembra da Julie? - Pergunta se aproximando.
- Sim, ela já morreu - Falo.
- Bom, o filho dela voltou a morar aí, então vou ser uma boa vizinha e levar uma torta de boas vindas - Minha mãe fala animada.
- Tem alguma coisa pra comer, quero descansar um pouco antes do trabalho - Bufo.
- Tem sanduíches da geladeira, só esquentar - Minha mãe tira de um armário bem pequeno a torta.
- Escondeu? Porque não fez uma pra gente também? - Fico indignado com uma situação dessas.
- Olha querido, quando você voltar do trabalho vai ter uma dessas te esperando. Tá bom? - Sorri.
- Tá bom! - Falo emburrado.
- Não quer ir comigo? - Reviro os olhos.
- Não, só quero comer e dormir pelo menos meia hora - Falo.
- O zon vem te buscar? - Pergunta.
- Sim - Pego os sanduíches e coloco no micro-ondas para esquentar.
- Sabe, tá chegando seu aniversário, pensei em te dar um carro de presente, que tal? - Me chama minha atenção.
- Uau, seria muito legal... Pra que serve carta sem carro. Mas, a gente pode comprar? - Arqueio a sobrancelha.
- Podemos, vamos pagando parcelado, não tem problema.... E tem a sua pensão do mês - Fala.
- Tá - Falo, ouço o som do micro-ondas, abro o mesmo e coloco os sanduíches em um prato.
- Bom, eu vou lá então - Minha mãe aponta para a porta de casa saindo quase que de fininho.
Vejo minha mãe saindo, como todos os sanduíches rapidamente e vou na direção da escada, a caminho do meu quarto e minha cama, que já estava até com saudades dela. Entro no quarto e me jogo na cama, sentindo o sol na minha cara ppr conta da janela. Me irritei e me levantei para fechar a cortina.
Foi aí que eu vi, com aqueles cabelos quase brancos, sem camiseta, conversando com uma garota de cabelos até os ombros. Não poderia ser coincidência. A casa ao lado dera de Julie, e minha mãe foi ali entregar a torta para o filho de Julie, que voltou.
Não poderia mesmo ser coincidência, eles eram os novos vizinhos, e os novos alunos.
Eu olhei bem para aquele rapaz, que parecia bem alto perto da garota. Pude notar seus músculos, sua pele branca que parecia ser macia, até mesmo intocada. Ele tinha uma certa raiva nos olhos.
Fiquei parado na frente da janela, observando os dois conversando algo sobre malas. Com certeza as malas da mudança, ele só podem ter se mudado hoje. Pois ontem não havia ninguém na casa, e nem era dia da fachineira semanal ir ali dar uma geral.
Minha boca estava seca, meus olhos estavam vidrados nele, meu estômago parecia que estava fervendo, o calor que sentia, as batidas do coração aumentadas. Ele era lindo, lindo demais.
O cara se virou para a janela, me viu olhando para ele boquiaberto. Ele se aproxima da janela, a garota foi atrás dele, ele fecha a janela, evitando eu olhar para ele e aquele corpo, que me provocou muitos sentimentos aleatórios naquele momento.
Perdi todo o encanto, me virei na direção da cama e caminhei até ela me deitando novamente. Minha mente não estava longe, estava do outro lado da pequena cerca.
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