Ponta Tempestade (Dragões e Torres)

" Minha mãe, Rainha Rhaenyra Targaryen, Primeira de Seu Nome, Rainha dos Sete Reinos, estende sua mão em amizade ao Lorde Borros Baratheon, Guardião das Terras da Tempestade."

O salão cochicha e sussura em avidez, e quanto Lucerys simplesmente permanece impassível e frio, observando o Lorde sentado em sua cadeira, embora também mantivesse um olho atento no traidor de seu tio mais novo, e pouco conhecido, Daeron.

" Storm's End sempre foi um aliado verdadeiro e leal à Casa Targaryen... Assim como o sangue do dragão corre em minhas veias, a honra dos Baratheons também corre nas suas. A Rainha promete que as Terras da Tempestade serão ricamente recompensadas por sua lealdade neste momento de necessidade. Os juramentos feitos à minha mãe são os mesmos que foram feitos ao pai dela, o Rei Viserys..."

Afirmou, os lembrando dos juramentos feitos em Crowsland ha poucas décadas.

"Lembre-se dos laços que uniram nossas casas ao longo dos anos. Fique conosco agora, assim como seus antepassados ​​ficaram com os Conquistadores. E que fique claro que a Casa Baratheon compartilhará dos triunfos dos Targaryen, assim como vocês compartilharam da nossa história, e sangue. Pois o Trono de Ferro pertence a Rainha Rhaenyra, e com ele, o reino prosperará sob seu reinado. Com seu apoio, Lorde Borros, traremos paz aos Sete Reinos..."

Lucerys se lembra vividamente da conversa que teve com seu irmão antes de partir, do plano, da estratégia deles.

Isso além do fato do seu irmão de literalmente berrado como criança, o que era muito incomum, não o querendo deixar ir.

Mas como não?

Eles precisavam verificar a lealdade do reino, e enviar cavaleiros de dragão era mais eficaz do que corvos, mais intimidador também, mesmo os mais jovens.

E Baela estava concordando com ele. Então eles se organizaram, antes mesmo de falar com seu irmão, afinal Jace pareciam se tornar superprotetor quando o assunto os deixar fazer algo.

Rhaena com Vhagar iria para o Vale, parentes seguros e com seu dragão, uma viagem rápido, e de lá iria para as terras fluviais falar com os Tully.

Baela seguiria para o ocidente, o que era difícil com os Lannister não sendo exatamente amistosos e rendo sido afastados da corte a alguns anos graças a interferência de Jacaerys. Lucerys deveria se juntar a sua prima, considerada irmã, logo depois de terminar pelas terras tempestuosas.

Nenhum deles arriscou a Campina, sabendo que em tão Jacaerys iria os prender e jogar as malditas chaves foras. Mas eles não podiam simplesmente ficar parado vendo-o junto a mãe carregar tudo nas costas. Então eles foram, pegaram o apoio de sua mãe e convenceram Jacaerys, embora Luke quase tenha que fugir pela janela para chegar em Arrax e partir.

Jacaerys era extremamente, do mais extremo tipo, de irmão protetor! No entanto, enquanto ele determinado a mantê-lo longe daquelas terras, isso deixou sua curiosidade mais aguçada. E seu irmão entendeu que ele iria, independente de seu auxílio ou não. E que faria o que fosse necessário para que aquelas terras fossem de sua mãe.

Como é Lorde Borros?” Luke perguntou depois de um momento apos receber a carta criada por sua mãe. Seu irmão bufou murmurando que ele nao precisva descobrir, que não deveria ir. Algo difícil.

Jacaerys bufou, um som que fez Luke reprimir uma risadinha rispida ao ver claramente os sentimentos do mais velho com relação ao lorde.

“Lorde Borros pode ser grosseiro...” sua mãe disse com um balançar de cabeça desdenhoso. “O homem nem sabe ler ou escrever. Como Lorde Boremund permitiu que seu filho continuasse assim…” Ela parou, deixando a frase inacabada, mas o ponto estava claro.

“Mas… ele ficará feliz em nos receber?”

Perguntou, desejando uma análise do território antes de entrar no mesmo de cabeça. Ele era quente e de ação rápida, mas não estúpido. Seu irmão o olhando parecia pensar o contrário.

Luke olhou para a parede atras de seu irmão, mantendo as mãos firmemente fechadas em punhos, seus olhos violetas escurecendo mais e se misturando uniformemente pelas ondas rebeldes de seu cabelo prateado.

Talvez o homem precise de alguma persuasão. De um... visto. Muitos lordes não os tinham visto desde novos, é talvez acreditassem sobre rumores de bastardia. Muitos ficariam insultados por ter uma Rainha promíscua. Ele poderia provar que sua mãe não era.

Seu irmão estava com medo. Não sem razão, com certeza, mas ainda assim com medo. Afinal, mudanças de aparência ou não, ele sabe sobre as ações passadas. Os sussuros ditos em tons baixos pelas costas desde que era criança.

Ele por muito tempo não sabia se era verdade ou não, e por muito tempo duvidou de si mesmo. Mas seu irmão precisava que ele nao deixasse seu sangue influenciar a proteção para sua família, ele nao podia.

E como dizia Corlys Velaryon;

A história não lembra de sangue. Lembra de nomes. E seu nome era Lucerys Velaryon Targaryen. Filho da Rainha dos Sete Reinos.

Cabelo escuro ou claro.

Olhos castanhos ou violetas.

Magia ou destino.

Nada disso importava.

Os deuses tinham um plano para eles.

Sabia disso.

Eles tinham um plano para seu irmão.

E ele faria o que fosse necessário para ajudar.

Ele iria ao inferno e voltaria se isso significasse que sua família estaria bem.

E se ele precisasse arrastar a bunda de um Lorde não letrado e queimar vilavelha. Faria com prazer.

Sua mãe, sempre perceptiva, apertou os ombros de Luke com firmeza reconfortante.

"Lorde Borros deveria estar orgulhoso de recebê-lo em sua casa." Declarou com uma voz rica em autoridade e cuidado. "Você é o segundo na linha de sucessão ao Trono de Ferro, e Herdeiro de Driftmark. A última vez que Ponta Tempestade recebeu realeza foi durante a excursão daquele pretendente com sua mãe. Sua presença não é meramente uma cortesia, Luke, é uma honra. Faça com que entendam isso."

Luke assentiu, firme.

"Mas..." Jacaerys iniciou o dialogo. " Se Lorde Borros não consegue ver o valor dessa aliança, então precisamos garantir a lealdade de seu vassalo mais poderoso. A próxima melhor coisa é dividir a lealdade deles."

Os olhos de Lucerys brilharam, um lampejo de determinação voraz faiscando dentro dele. Um dragão acordado.

"A próxima casa mais poderosa é a Casa Connington de Griffin's Roost." Afirmou friamente, e pensou novamente. "E então há Felwoo, e o Senhor de Bronzegate. Seria sensato tentar proteger Haystack Hall também. Aqueles castelos cercam Ponta Tempestade..."

Luke explicou, sua voz firme e segura.

"Mesmo que Lorde Borros não dobre o joelho pacificamente, ou quisesse causar rebelião, e tentasse chamar seus estandartes, eles não teriam como se juntar a ele sem cruzar aquelas terras."

Jacaerys sorriu ladino e assentiu para seu irmão.

"E você deveria considerar Tarth também, para evitar que eles ganhem qualquer vantagem pelo mar."

Lucerys assentiu entendendo o raciocínio por trás. Era lógico e prático.

"Mas se você precisa fazer isso, se Lorde Borros tiver a audácia de mandá-lo embora, vá para Felwood primeiro, mas seja rapido, e nao faça um confronto Luke. Envie um corvo para a Fortaleza e para Dragonstone, se necessário até para Driftmark, para que saibamos o que aconteceu, mas nao lute, por qualquer motivo. E se algo acontecer.... faca o que tiver que fazer para voltar para casa."

Agora, ali, Lucerys sabia que seu irmão estava certo. Tudo estava indo suspeitosamente rápido. Talvez ele devesse ter tido mais cuidado. Não vindo tão.. só.

O sussurro apressado do Meistre para Lorde Borros tinha sido muito breve para transmitir o conteúdo completo da carta de sua mãe, uma carta que tinha sido longa e cuidadosamente elaborada. Como o Lorde da Tempestade poderia entender a gravidade da mensagem com uma explicação tão fugaz?

Simplesmente não.

Borros ainda o fez uma oferta indelicada e pretensioso, mesmo com todo o reino sabendo de seu noivado.

Lucerys não era tonto para não saber de alianças de casamento. Mas Jacaerys e ele já estavam comprometidos.

" Não posso me casar, meu senhor. Pois já estou comprometido." Ele riu, claramente insatisfeito e parecendo pronto para insulta-los. " No entanto, se assim o desejar, poderíamos negociar uma partida futura. Benéfico a todos."

O homem poderia não saber ler, mas não era completamente estúpido, e ele viu o breve lampejo de curiosidade.

" O filho de meu irmão, será o próximo herdeiro do trono. Assim como o meu será meu herdeiro. Sugiro uma aliança de casamento entre meu filho mais velho, herdeiro da Casa mais rica do reino, com o filho de sua filha mais velha. Ambos comandaram a Casa Velaryon, uma adoção poderá ser organizada e preparada, para que seja para que aprendam sobre o comando e a necessidade de cuidar de uma Casa."

" E porque não do seu irmão? Acredita que nosso sangue não é o suficiente para o trono, moleque..."

Insultos.

Injúrias.

E ele desejava arrancar sua espada e mata-lo. Arrancar sua língua e tampar sua garganta com ela.

Mas não.

" O destino da família de meu irmão não é sobre minha jurisdição, meu senhor. No entanto, podemos estar fazendo uma negociação. Seu neto, com meu filho. E uma geração mais tarde, um consorte real ao lado do herdeiro do herdeiro do meu irmão. Uma coroa compartilhada novamente entre nossas casas, como com nossos ancestrais, a Princesa Consorte Jocelyn Baratheon, e o Príncipe Aemon, meus bisavós."

O salão rompeu em murmúrios, e embora tenso, podia observar como alguns já comparavam sua oferta a de seu tio. Um herdeiro do nada. Sem terras ou títulos.

Um observador sen preparo que ousou vir aqui e aparentemente tentar conquistar apoio ao traidor.

Jacaerys estava certo. Os Hightower não aceitariam menos do que a coroa. E ali estava a prova.

Lorde Borros parecia brevemente considerar algo, quando o meistre foi a frente falar algo em seu ouvido, como um mestre puxando as cordas de sua marionete.

Assim como Daeron Hightower, que deu um passo à frente, claramente tentando recobrar a vantagem.

" Ofertas.... gentis, não é mesmo sobrinho. No entanto, um tanto... refutavéis, não? Filhos e herdeiros que não existem. Promessas facilmente quebradas."

Lucerys o olha sem interesse, sem emoção, e observou quando a incerteza passou pelos seus olhos. Aquele não era Aegon, imprevisível, mas maleável. Mas também não era Aemond, voraz, irritadiço e furioso.

Era simplesmente um rapaz, da mesma idade de seu irmão. Só um ano mais velho que ele, tentando agradar os seus. Acreditando em uma causa que não lhe beneficia ou promete nada, simplesmente porque são seu sangue.

Ele respeita isso.

Família.

Sangue.

Lealdade.

Mas isso não o importa quando é para sua família que a ponta afiada da espada está apontada.

" E isso seria melhor que sua oferta. Diga-me Hightower que benefícios sua partida trás. Que promessas? Um terceiro filho, sem terras ou títulos próprios? Irmão de um usurpador sem causa com crenças erradas."

"Erradas? As leis dizem que Aegon Targaryen é o legítimo rei."

" Que leis? As mesmas leis que permitiam que Princesa Rhaenys Targaryen, filha da Lady Jocelyn Baratheon fosse suplantada por um homem? A mesma lei que pressumr que um filho, independente de seu sexo, vem antes de um tio? Quando foi meu avô que lhe tomou a coroa. As mesmas leis que permitiu que a prostituta de sua mãe, a piedosa Rainha consorte entrasse nos aposentos de um rei enlutado, na mesma noite em que enterrou sua esposa e filho?"

E o choque irrompeu no salão.

" Falas mentiras demais, sobrinho!"

" Mentiras? De quantos meses seu suposto rei nasceu? Sete? Não jovem demais para nascer tão saudável e forte como profanaram no reino? Se fosse então? Porque um casamento tão rápido rompendo as LEIS do descanso e do luto?"

"Mentiras! Mentiras e Mentiras, seu maldito bastardo!"

E ele sabia que ganhou. Desestabilizou Daeron o suficiente para ficar desesperado. Por ficar com medo e atacar.

Como um animal selvagem e ferido. Com medo.

Lucerys sorriu ladino.

" Bastardo? Acredito que estamos falando de seu irmão. Hightower. "

E ele avança. E Luke saca sua espada. E gritos envolvem o salão.

E Borros logo esta gritando.

E isso não é um sim a sua proposta. Mas também não é um não.

E eles são forçados a sair.

" Não haverá briga em meus salões..."

E ele zomba. Traidor.

Qualquer um que não jure ou respeite a Lealdade estabelecida antes é isso, aos seus olhos, aos olhos de seu irmão. Um traidor.

E ele os fará pagar.

Lucerys sai do salão.

Sem medo.

Sem dó.

Sabendo que será seguido.

Bem...

Veremos quanto do sangue de dragão há naquela pequena torre.


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