O que foi que eu Fiz?
Rhaenyra havia organizado para que tudo permanecesse bem. Deixou seus irmãos e seus filhos em seus quartos, protegidos por um soldado Targaryen e outro Velaryon em cada porta.
Ainda assim, quando a hora da coruja passou, Rhaenyra acordou sozinha e com os soldados na porta lhe chamando.
Seus filhos e sobrinhas haviam entrado em problemas com seus meio-irmãos.
Deuses, poderia haver um dia de paz?!
Ao entrarem na sala do Conselho de Maré Alta, Rhaenyra encontrou seus filhos, sobrinhas e irmãos sangrando, machucados e mutilados.
" Deuses…"
Se aproximou correndo, vendo já a presença de Laenor ao lado de Jace sentado, que parecia ter um rio de sangue saindo de sua cabeça, mal a permitindo ver seu rosto. Isso fez suas pernas fraquejarem.
" Jace, Luke. Meninas, o que aconteceu?"
Todos passaram a falar ao mesmo tempo, mas o que lhe chamou a atenção foram as afirmativas de que Aemond havia batido em Baella, socado Rhaena e os chamado de bastardos, enquanto seu irmão só dizia que haviam o agredido e tentado lhe matar.
A sala estava cheia, ao mesmo tempo em que não poderia estar mais silenciosa. Empregados, soldados, a família real, os anfitriões, todos foram convocados pelo rei.
" Eu quero respostas! Quem tinha o relógio?"
“Sinto muito, Vossa Graça,” Sor Harrold responde. “A Guarda do Rei nunca teve que defender príncipes de seus parentes. A saída do príncipe não foi anunciada.”
– Vai sarar, não vai, meistre?" O doce menino Lucerys pergunta baixinho, entre as duas cadeiras.
“A carne vai sarar”, responde o meistre. “Mas o olho… é difícil dizer… muito provavelmente está perdido."
Um engasgo foi ouvido pela maioria presente na sala, enquanto todos passavam a tentar falar ao mesmo tempo, culpando uns aos outros ou se defendendo.
"Silêncio! A verdade do que aconteceu, agora,” Viserys rosna.
E Alicent assiste silenciosamente enraivacida.
"O que mais há para ouvir? O Príncipe Aemond foi mutilado, os filhos dela são os responsáveis,”
Alicent zomba. O rei parecia pronto para justificar algo quando foi interrompido pelo próprio neto, o herdeiro da princesa.
" Meu filho também está ferido!" Rugiu como um dragão. " Eu exijo que algo seja feito sobre."
Antes que a rainha pudesse dizer algo mais, provavelmente tentando impedir que seu filho se complique, Baella, assustada e ferida, corre para próxima de Rhaenyra e diz em alto e bom som.
" Ele nos atacou! Chamou Jace e Luke de bastardos e disse que Rhaena não merecia ser a nova cavaleira de Vhagar, que ela não era uma verdadeira Targaryen, assim como nosso irmão."
O silêncio foi alto por um momento enquanto ambos os lados pensavam nas ramificações disso, como poderiam usar isso ao seu favor, mas ela era a princesa herdeira, sim, mas acima de tudo ela era uma mãe, que teve seus filhos e protegidos feridos dentro da casa onde deveriam estar seguros.
" A legitimidade dos meus filhos foi questionada." Afirmou segurando as crianças contra si. " Aemond deve ser severamente questionado sobre onde tem ouvido tais insultos, meus filhos estão na fila para herdar o trono, isso é traição."
Imediatamente depois, ela se arrepende de suas palavras. Ela vê a tensão nos ombros de seu irmão e olhar apavorado, deseja retirar isso, mas sabe que não pode, não dessa forma.
" Quer dizer…"
" Por causa de um insulto…." começou a rainha. " Meu filho está ferido…"
Suas palavras não importam mais, Viserys exige imediatamente uma resposta do filho, e Rhaenyra sente-se ainda pior. Essas crianças estão feridas, precisam ser cuidadas, e não questionadas.
" Foi Aegon…"
Ela sabe que não. Percebe a surpresa e choque que seu irmão mais velho demonstra, mas ela entende. Se entregassem a mãe, provavelmente ela poderia ser julgada ou morte, o avô deles, que muito provavelmente também incentivou tal pensamento, também seria morto, e sua mãe ficaria sozinha.
" Nós sabemos, pai… basta olhar para eles…"
E ela quer gritar. Xingar o mundo e odiar todos naquela maldita sala. Por acaso lhe deram uma maldita escolha real?!
Porém foi uma surpresa quando alguém mais falou em sua defesa, na defesa de seus filhos. Ela estava tão acostumada a se defender sozinha que não esperava por tal.
" Olhar?!" Disse Laenor em uma voz baixa, mas que percorreu toda a sala como uma corrente fria." olhar… você chama meus filhos de bastardo por causa de sua aparência, príncipe Aegon?!"
O olhar direcionado ao segundo filho do rei era agressivo, predatório e mortaz, que até mesmo o jovem bêbado percebeu e sentiu-se encurralado, se encolhendo em si mesmo.
" Chama meus filhos de Bastardos… Me diga, Príncipe, qual sangue corre em minhas veias? Você ao menos prestou atenção as aulas o suficiente para conhecer sua família?"
" Sua graça…"
Otto tentou impedir que tudo continuasse, mas foi ignorado quando Laenor repetiu a pergunta, mais profundamente, lembrando a todos os presentes que embora fosse um filho do mãe, ainda tinha sangue quente em suas veias.
" Valiriano…?"
O menino sussurou trêmulo.
" Valiriano. Sim. E o que mais, garoto?" Disse retorixamrnte. " Baratheon. Sabe quais são as feições Baratheon? SABE?"
" Meu rei, ele está atacando um príncipe, isso não é…"
" Cale a Boca, por favor Lorde… Não, não, você não é um senhor; Otto. Você não é nada exatamente aqui. Afinal, o que está fazendo aqui?!" Voltou-se para o menino. " Diga-me rapaz, quais são as feições dos Baratheon? A casa materna de minha senhora mãe? Da avó de meus filhos? Já encontrou com meu sobrinho? Qual a cor dos cabelos dele? Você dirá, na nossa frente, na frente do pai deles, que Aethan é um bastardo, mesmo quando seu pai o reinvindica?"
Aegon estava trêmulo, encolhido e olhando desesperado para obter algum tipo de ajuda, mas todos estavam paralisados pela reação de Laenor. Ele era conhecido por ineficiência e ser afastado, até mesmo de seus filhos, mas ali estava ele, para todos verem, defendendo seus filhos e sobrinho que não se pareciam em nada com ele.
" Essa… Essa luta interminável tem que acabar! Façam as pazes, dêem as mãos… seu pai, seu avô, seu REI exige isso."
Disse o homem cansado, querendo encerrar o assunto, mas Rhaenyra, Laenor e até mesmo Jacaerys sabe que não terminará assim. E a rainha também.
" Isso não basta… Isso não é o suficiente meu rei, nosso filho está ferido, seu sangue Viserys…"
" Eu sei Alicent… mas eu não posso devolver a visão dele!"
" Porque foi tirada! Eu exigo como compensação o olho de um dos filhos dela em troca."
" Você não fará tal coisa!"
" mamãe…"
" Sor Criston, me traça o olho de Lucerys Velaryon."
" MÃE!!"
" ISSO NAO…"
" Alicent, já chega!" Disse o rei. " Isso acaba aqui. Encerrado, entendeu?!"
Quando o homem já estava para sair da sala, cansado e pertubado com todos os acontecimentos, a fúria de Lady Hightower atingiu seu ápice.
" Se o rei não busca justiça, a rainha o fará!"
E pegou sua adaga do quadril, virando-se e correndo em direção aos filhos da princesa. Todos gritavam, comandos e barulho de aço os envolvia, mas tudo pareceu paralisar para a mulher ruiva quando sua mão flexionou para frente travando em algo. Passando como se fosse uma simples faca na manteiga.
Os gritos ficaram ainda mais altos e o choque foi extremo quando todos perceberam que a sua frente não era o segundo filho da princesa, o herdeiro de Driftmark, e nem mesmo era a Princesa Rhaenyra ou Sor Laenor, mas sim o primeiro filho dela.
O Segundo na linha de sucessão ao trono.
O Primogênito da futura rainha.
O Príncipe Jacaerys Velaryon.
Que caiu em gritos loucos de lado, com uma adaga saindo de seu rosto manchada de sangue. Havia um enorme corte entre sua orelha esquerda até próximo do nariz, praticamente tomando o lugar daquela em que Sor Criston havia lhe deixado.
Alicent deixou a adaga cair, em choque depois para perceber o que fez, mas todos ao seu redor pareciam reagir muito mais rápido do que seu corpo a permitiu.
Laenor estava logo abaixado ao lado de seu filho, retirando sua própria blusa de dormir para estancar o sangue, enquanto Rhaenyra desesperada gritava por seu filho caido ao seu lado.
Lucerys a olhou por um instante em choque e medo, antes de ser arrastado para longe por alguém. Ela se virando lentamente, como se sua mente e corpo vagassem por conta própria, pode ver o rosto de choque e desespero na maioria dos presentes.
Corlys gritava ordens, Rhaenys puxou todas as outras crianças as mandando para fora, em um lugar seguro provavelmente, incluindo seus filhos. Ela desejava impedi-los de ir, para não serem feridos por suas ações, mas se descobriu sem voz.
Quando sua face finalmente encontrou o olhar de Viserys, ela tremeu claramente. Oh, com certeza ela pagaria um inferno por isso, seja bastardo ou não.
O que foi que ela fez?!
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