Não há Volta

Jacaerys, o novo herdeiro do trono, estava sentado em seu salão particular, seus novos arranjos de dormir nos apartamentos do herdeiro eram nada drástico em comparação ao que já timha em sua posse como o segundo na linha de sucessão ao trono, assim, era mais uma alteração necessário por protocolo e demonstração, do que por qualquer outras razões.

Cercado por tapeçarias luxuosas e velas de cera de abelha que iluminavam o ambiente com uma luz suave e dourada. Vestia uma túnica preta de couro de dragão, adornada com fios de ouro e prata, que refletiam a luz das velas e o faziam parecer quase etéreo.

Seu cabelo prateado liso caía sobre seus ombros, e seus olhos lilás crepuscular pareciam absorver a luz ao seu redor, dando-lhe um ar de mistério e poder.

No entanto, sua concentração não estava em nada disso, em nada do que os luxuosos ambientes poderiam lhe dar, mas sua mente estava sim coordenando as proteções de King's Landing, estudando mapas e estratégias, e pensando em como impedir o avanço de Lannister em direção aos Hightowers em seu apoio.

Sabia que o avanço de Lannister era uma ameaça real, e que precisava agir rapidamente para impedi-lo.

A necessidade de um ataque seguro e calculado para manter o poder. Seu primeiro pensamento seria em usar Cerelle Lannister, a única herdeira legítima de Jason Lannister, como apoio, mas isso não seria justo com uma criança que poderia se ferir sem culpa.

Ela ainda assim poderia ser uma aliada valiosa na luta contra os Lannister, além disso, pelo que sabia de seus sonhos, sua mãe se manteve neutra após a morte do Marido, mas foi uma inspiração aos homens de Castely Rock quando precisavam impedir uma invasão mesmo sem apoio ou muitas esperanças.

Jacaerys tinha o desejo de tirar Jason da luta e se aproveitar disso depois, sabia que precisava de toda a ajuda que pudesse obter. Tomar Sor Tyland Lannister como refém na capital seria um alívio a seus calcanhares, e com os dois fora do jogo e Joana Lannister, nascida Westerling, como Regente, pois com certeza lhe seria entregue o comando por ele mesmo e sua mãe, então poderia talvez unir a sua herdeira com seu primo Aethan, como o membro mais próximo da família disponível.

Isso poderia ser um golpe duro para os Lannister, e poderia ajudar a impedir completamente seu avanço em muitas gerações, ainda assim sabia que precisava agir com cuidado, pois os Lannister eram uma família poderosa e não hesitariam em retaliar, mesmo que séculos a frente.

No entanto, erradicar a linhagem masculina dos Lannister e depender unicamente de Cerelle e Aethan significava sem revoltas, e mesmo que alguém do nascimento deles se revoltasse por seus ancestrais, a conexão de sangue os impediria de seguir é se tornarem Assassinos de Parentes, o estigmatismo era demais para não afetar até mesmo os malditos leões dourados da Montanha de Ouro.

Mesmo de longe o Príncipe Herdeira sabia que tinha afetado os Hightowers, o falecimento de Sor Laenor Velaryon, e não aparecerem no sepultamento do Rei, seu marido e pai de sangue, e nem a Coroação de sua nova Rainha os manchou diante de muitos.

Alguns poderiam virar as costas para seu juramentos e deveres, mas nem todos eram assim.

Enquanto isso, O Príncipe também estava em frenessi com a segurança da sua família.

Sabia que o ouro dos Targaryen era uma fonte de poder, e que precisava ser mais do que bem protegido.

E embora fosse uma jogada inteligente dos verdes em seus sonhos, e que até mesmo tenha feito antes, em menor medida, decidiu contar com o apoio de sua Rainha para repartir o ouro, enviando um terço para o Banco Rogare, outro para o Banco de Ferro, e uma terceira parte para ser escondido sob as montanhas do Vale, ou sob as criptas de Winterfell.

Ele sabia que isso era um risco, mas também sabia que era necessário. Não podia permitir que o ouro dos Targaryen caísse em mãos erradas.

E aqui estava ele, após o plano ser apresentado diante do Conselho Privado, terminando os detalhes envolvidos.

Quando Lorde Corlys apontou, muito mais cedo neste dia, durante a reunião, que o longo trajeto que poderia ser economizado e com menos riscos se enviado a Dragonstone ou a Driftmark, Jacaerys explicou que Dragonstone já havia sido invadida, e que embora estivesse agora fortalecida, ainda havia o risco de uma nova invasão.

"Driftmark estará sempre à sua disposição Vossas Graças."

O homem era arrogante, todos conheciam isso, mas se surpreenderam mais pela falta de compartilhamento disso entre seus outros membros. Ainda mais quando o Príncipe, diante de todo o Conselho afirmou;

Mesmo o lugar mais seguro do mundo, nunca será seguro, Lorde Corlys, Derivamarca pode ser seu assento e capaz de proteger sua família, mas jamais seria seguro para esconder o tesouro real."

O silêncio se tornou pesado no salão, com muitos encarando com olhos estreitos avô e neto, principalmente com o quão o homem parecia insultado.

"Acusa minha casa de ser insegura, Príncipe Jacaerys?"

O homem claramente desejava oferecer outras palavras, mas sua espora, a Princesa Rhaenys era mais rápida em suas falas, e a pergunta pairou no ar por um momento, enquanto o Príncipe, sem presa, erguia sua taça e recebia vinho de seu copeiro, o jovem escudeiro Roderick Reign, e o bebia com prazer claro antes de responder.

"Pode me provar que não, Princesa?"

Enquanto Lorde Corlys claramente se preparava para um ataques pelos insultos Ocultos, mas não invisíveis pelo próprio neto, a Rainha foi mais rápida em seguir com a reunião impedindo qualquer discussão que não fosse do objetivo real da convocação.

O Príncipe Herdeiro também afirmou diante do Conselho, que o plano dele e da Rainha para enviar os jovens príncipes e princesas para lugares mais protegidos também estava preparado e pronto para execução, caso surgisse a necessidade.

E enquanto alguns outros simplesmente ouviam em consideração, lembrando-se de seu lugar, ou sabendo bem que o jovem príncipe e sua Rainha tratariam de os ensinar com tanta clareza quanto um diamante, Lorde Corlys aparentemente ainda se achava imune as palavras afiadas da família real, e franziu a testa, descontente enquanto afirmava que talvez o Conselho devesse ouvir sobre tais planos para auxiliar em possíveis falhas.

"Assuntos da Casa do Dragão, diz respeito à seus membros, Lorde Corlys, não se esqueça de deu lugar. Pode ser Mestre dos Navios e meu avô, mas ainda assim isso não o faz um dragão. Em suas veias corre Sal e Mar, em nossas corre Fogo e Sangue. Não tente subir muito além de sua ja privilegiada posição, avô, dragões não gostam de pessoas ambiciosas demais."

Todos permaneceram em silêncio diante da resposta do Príncipe Herdeiro, mesno sua mãe não parecia ter algo contra, por sua expressão dura e severa ao Lorde de Driftmark, a mesma parecia muito bem concordar com o filho, afinal era bem sabido que o homem tinha ganância em suas veias, talvez tanto ou mais do que os Hightowers, e simplesmente não estavam em tal situação como a deles porque souberam se conter em momentos oportunos.

O Conselho se dispersou, cada membro sabendo o que precisava fazer. Jacaerys permaneceu no salão até muito mais tarde, analisando as transcrições que ordenou que fossem sempre feitas da reuniao por um auxiliar do Grande Mestre, enquanto pensava em seus próximos passos necessários.

Após isso, liberou o escudeiro Reign, não antes de pedir que avisasse as cozinhas para enviar seu jantar ao quarto, acompanhado de uma jarra de chá frio de laranja com Cravo e canela, uma especiaria enviada de Dorne em apoio a aliança deles sobre o casamento eminente de seu irmão com a herdeira Martell.

Jacaerys sentia suas mãos queimarem após usar a pena e a espada por tanto tempo, ainda assim sabia que a luta seria longa e difícil, mas estava determinado a vencer.

O mesmo levantou-se rigidamente da cadeira e se aproximou da janela, olhando para fora, para a cidade que ele jurou proteger. Sabia que o futuro era incerto, mas estava pronto para enfrentá-lo.

A noite caiu sobre King's Landing, e o salão do trono ficou em silêncio. Jacaerys permaneceu ali, pensando no plano e nas consequências. Ele sabia que o destino do reino dependia dele, e estava determinado a não falhar. Ele se virou para dentro, com um suspiro cansado, sentindo suas costas tencionadas, mas determinado, voltou a cadeira, aos planos e cartas que precisavam ser escritos, as datas e eventos que sonhou e ainda precisavam ser analisados e escritos.

Não havia volta, arrependimentos ou desistência. Os Deuses o escolheram, e ele se recusava a falhar.

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