Conhecimentos são Leis, Ações é Caráter
Os dias que se seguiram, mostraram-se uma prova para os Velaryons, principalmente Rhaenys. Todos no castelo pareciam simplesmente adorar os filhos da princesa herdeira, o que claramente desagradava a rainha e seu segundo filho.
Eles viram a rotina dos meninos, assim como se suas netas, serem mantidas iguais, mesmo com sua presenças. Aulas de manhã, reunião do Conselho, pequeno almoço, aulas de esgrima e de comando com os dragões.
Por mais que a Rainha Que Nunca Foi, tivesse tentando, não conseguia nem para si mesma, admitir ou encontrar algo ediondo no comportamento dos rapazes.
Embora, o afastamento entre eles, não fosse despercebido nem mesmo para o tribunal. Ficou ainda mais claro, quando depois que Baella, no jantar, questionou porque Jacaerys e Lucerys não os chamavam de avós, como elas, mas se referiam por seus títulos.
Nem mesmo ela poderia responder. Pois duvidava que Rhaenyra tivesse admitido aos meninos sua suposta bastardia, então não era como tivessem muitos motivos para isso.
No entanto, Daemon, impetuoso e arrogante como sempre, se viu no direito de responder a isso com sua sinceridade carregada de uma faca afiada.
" Pois eles não tem contato com seus avós, querida. Diferente de nós, que mesmo muito mais longe, mantivemos contato, eles não tiveram isso."
" Mas eles estão mais perto! Estávamos em Pentos!"
O assunto foi encerrado com Laena mudando de assunto, mas a mulher não perdeu o olhar aguçado de seu marido, para sí.
A manhã chegou e embora fosse cedo, todos poderiam ver a ansiedade entre os empregados, quando uma jovem tímida foi questionada, logo se tornou esclarecido.
" O Jovem Príncipe tem aulas de esgrima hoje, princesa."
" Acreditei que eram todos os dias, não?"
" Sim senhora, é que ao menos uma vez por lua, o jovem príncipe tem lutado contra um guarda real escolhido pelo instrutor. Todos sentem vontade de assistir."
Isso os chamou atenção, principalmente de Corlys
" Ele está lutando contra homens adultos?"
" Sim senhor, o príncipe é considerado natural com uma espada e possui uma ótima cabeça. Até o momento ele não perdeu nenhuma luta, não se a contra Criston Cole, o Guarda Real da Rainha."
" Soube que ele atacou o jovem principe, verdade?"
Perguntou inocentementr a mulher, ao que recebeu um aceno ouvindo toda a história do que aconteceu. Com certeza isso foi surpreendente.
" E o que Sor Cole poderia ter dito, que irritasse tanto o príncipe?"
" Não se sabe, minha princesa. Sabemos que o Príncipe Jacaerys ficou tão enfurecido que o agarrou por trás lhe atingindo entre o ouvido e pescoço, mas o guarda real ficou enfurecido e então quis lutar contra o jovem príncipe."
Com o final disso, ambos decidiram seguir o fluxo dos empregados e ir ao pátio ver a luta, entrando na torre em que se encontrava o rei, sua filha, as babás com os filhos mais novos da princesa.
Com certeza não esperavam ver o seu suposto neto derrotando facilmente o seu tio, dois anos mais velho, Aemond, e então passando a lutar contra Sor Erryk como se estivesse em uma guerra, usando todos os elementos que pudesse ao seu favor, mesmo quando seu tamanho e força, não poderiam ser igualados ao do soldado.
Ao fundo estava o segundo neto deles, Lucerys, sendo ensinado por Sor Arryk sobre postura e defesa, enquanto o príncipe Aegon, tão bêbado quanto se poderia dizer, estava apoiado nas portas laterais da entrada, parecendo estar com a mente em qualquer lugar, menos ali.
Os únicos verdadeiramente focados eram o segundo filho do rei, e o filho mais velho da princesa, e todos poderiam ver que não estava terminando bem para aqueles vestidos de verde.
Jacaerys, vestindo um gibão totalmente preto, com brocados dourados e calças negras de linho, tinha uma armadura moldável por cima, ao menos o peitoral, como proteção, e lutava fervorosamente contra o soldado. Foi uma surpresa quando mesmo após perder sua espada de treinamento, o menino não desistiu, e nem o soldado, como se soubessem que poderiam ir mais.
Rhaenys viu surpreendida quando o menino se dobrou, rolando no chão, como se o metal acima de si não o incomodasse, passava ao lado das pernas do guarda, o fazendo se dobrar para frente e cair, ainda também, engatinhando por cima dele e pegando uma faca escondida de sua bota e colocando em seu pescoço, o derrotando.
As palmas e gritos foram fervorosos ao redor, e a rainha que nunca foi, analisou criticamente todos os redor, com olhos cerrados, vendo quem realmente era verdadeiro e quem não.
" Muito bem, Jacaerys!"
Gritou o rei animadamente, batendo palmas como não fez a manhã toda para nenhum de seus filhos, e pela primeira vez, Rhaenys se virou para Rhaenyra, a vendo segurando uma das crianças, que a paralisou.
Pele marfim, cabelos brancos-aloirados claramente ondulados que não eram Targaryen, olhos em um tom de orquídeas violetas.
Ela era completamente Valiriana.
Surpresa, não deixou de olhar discretamente, ou assim pensou, para o segundo bebê, no colo da baba. Cabelos castanhos… bufou, mas então paralisou ao ser encarada pelo par de olhos ametistas claro tão características, e não, não eram das cores Targaryen.
Ela engasgou com isso, chamando a atenção dos outros presentes.
" Prima, acredito que finalmente viu nossos netos mais novos!" Viserys diz orgulhosamente, pegando então sua netas nos braços. " Acredito que o Sangue Baratheon é forte, não?! Mesmo assim, nossa pequena Aemma se sobressaiu com a aparência de nossos ancestrais."
" De fato."
Diz olhando firmemente para Rhaenyra, que a encara com uma face limpa e serena, a deixando surpresa por não conseguir le-la tão facilmente quanto anos antes.
Ao final do treino dos meninos, a multidão se dispersou, com muitos lançando elogios e parabenizando o herdeiro da princesa, que assim que pode, agarrou seu irmão mais novo e o levou consigo, não permitindo nenhuma outra alternativa.
" Luke, lembre-se; no melhor comportamento!"
Disse assim que chegaram aos recorredires, com voz baixa, para ninguém mais ouvir.
" Eu sei, mas porque?!"
" Você lembra quando brincamos de espião?"
" Sim!"
" Então, estamos sendo observados, analisados. Você quer ajudar a mamãe a ganhar a coroa, não quer?!"
" Quero, quero sim."
" Então precisa ser um bom menino!" Jace afirmou sério, embora com suas bochechas rosadas, o deixasse fofo. " Precisa ser obediente, educado. Fazer o que pedem e quando pedem, obedecer a Munã, os tutores e o rei, além de nuca fazer sujeira ou gritar. Okay."
" Okay, mas Jace… e se eu fizer uma dessas coisas? Mesmo sem querer?"
" Então peça desculpas e seja bonzinho."
" Okay!"
Seguiram então para retirar as proteções do treino e logo foram abordados ao entrar na fortaleza, o rei estava com Aemma nos braços, enquanto a sua mãe segurava Joverrys.
Sem nem mesmo pensar, o menino foi a frente e pegou sua irmã, que parecia impaciente no colo do homem mais velho, mas para a surpresa nenhuma da maioria, se aquietou assim que foi colocada nos braços do irmão, fazendo a maioria rir ou sorrir grande.
" Você foi muito bem, meu neto. Você também Lucerys, será um grande espadachim."
" Obrigada avô."
" Obrigada."
Todos foram se separando e tão, cada um para seus deveres. Baella e Rhaena logo estavam acompanhando Jacaerys e Luke para as aulas, que para a surpresa dos Velaryon, eram feitas em conjunto com Aemond, independente da idade do mais novo do grupo.
Somente Aegon e Helaena não estavam incluídos, pois a jovem princesa deveria ficar com sua Septã, por ordem da rainha, enquanto o filho mais velho do rei, estava bêbado demais para se levantar da aljava em que se jogou na entrada dos pátios de treinamento.
Quando o rei afirmou que Rhaenyra teria então toda a liberdade para educar os jovens, incluindo seus dois irmãos, ela logo contratou todos os tutores que achou adequados e compeliu uma lista, com a ajuda de alguns membros do Conselho, sobre o que os jovens de tal posição deveriam saber.
Surpreendentemente, a mulher não estranhou mais quando seu filho também se meteu nisso e acrescentou várias outras coisas, que no fundo, tinham uma boa oportunidade por trás.
Logo, não era somente Meistre Mellos que os ensinava, para o grande desagrado do homem e da rainha, mas havia o Meistre Allen, que havia nascido no vale e foi para a Cidadela, forjando ligas de idiomas, astronomia e alquimia, também veio um curandeiro da Cidade Livre, Essos, junto com Darmon, pois o mesmo também não confiava nos Meistres daqui, e graças ao seu pedido, os meninos logo puderam aprender um pouco de cura com o homem.
Quando Jacaerys afirmou que independente de sua posição social, todos deveriam ao menos saber um ofício, pois o futuro é tão incerto quanto um pedaço de papel em branco, ela acreditou.
Seu filho mais velho se destacou em praticamente tudo o que lhe era proposto, mas estava claro que ele tinha uma mente muito mais aguçada para os livros, história e literatura eram um passatempo.
Lucerys se dava muito bem com geografia, cartografia e era um talento em progresso para o valiriano e possivelmente, outros idiomas.
Rhaenyra mal podia esperar para ver onde Joverrys e Aemma poderiam se destacar.
Enquanto seus irmãos também tinham aulas com seus filhos, ela não era tão aprofundada em seus resultados, isso talvez até o rei largar isso como responsabilidade sua, então decidiu agir e passou a ficar atenta. Aegon era praticamente um bêbado analfabeto, sabendo tão pouco só básico que superaria até mesmo a bestialidade mal escondida de Borros Baratheon.
Aemond era bom em seus estudos, diligente e aplicado, mas só no que lhe convinha e aparentemente, viu a melhora de seu filho como um desafio e não aceitava perder.
Helaena era uma incógnita para si a maior parte do tempo. E seu irmão mais novo, Daeron, havia sido enviado para longe de seu lar antes mesmo de dizer suas primeiras palavras.
Jacaerys seguiu com seu irmão para os quartos, precisando se arrumar para o dia e lembrar seu irmão de como deveria agir e porque.
Seu gibão era um branco perolado com desenho de escamas o atravessando por inteiro, suas calças negras e ajustadas, enquanto manteve suas botas de montaria.
Já para seu irmão, um gibão vermelho carmesim com detalhes em preto e ouro formando ondulações como fogo de dragão, calças pretas e as mesmas botas.
Embora não prestasse tanta atenção nisso, Jace sabia que com sua família paterna, ou assim dito, estando aqui, estariam então os observando ainda mais e os comparando ao seu suposto pai, tanto o legítimo quanto o de procriação, isso não iria funcionar.
Então ele tratou de cuidar para parecer o mais diferente possível das feições Strong's, embora não se envergonhasse verdadeiramente deles. Seus cabelos eram escorridos, mas sua cor era escura. Assim como a de Lucerys, que tinha os cachos.
Para resolver isso, o menino havia buscado escondido, nos estábulos, banha brilhosa, que parecia manteiga ou banha de porco, mas era criada para cuidar da pele dos cavalos da família real e dos mais altos Lordes do reino.
Não tinha cheiro, mas deixava as crinas, e cabelos, tão lisos quanto possível e os deixavam brilhosos, até mesmo um pouco mais escuro. Não faria grande diferença a primeira vista, mas era melhor do ser vistos lado a lado com o Comandante da Guarda da Cidade e ouvir os sussuros de bastardia.
O menino admitiria que seu irmão ficou realmente muito fofo com os cabelos lisos. E de certa forma, pareciam mais escuros. O que se tivessem alguma sorte, seria visto como a descendência Baratheon.
Quando finalmente prontos, o segundo filho da princesa foi para suas aulas de Valiriano, enquanto o mais velho se encaminhou se ir para o Salão do Conselho, onde em uma hora iniciaria uma sessão.
Rhaenyra , assim como o rei, pareciam ter certeza, assim como alguns outros pareciam apoiar cada vez mais, de que assim que Jacaerys subisse ao trono, seu segundo filho, Lucerys, se tornaria sua Mão, ou então um dos filhos do rei, ainda mais depois que todos ficaram sobre a educação da princesa e ambos, mesmo até as meninas, foram educados nas mesmas matérias, e embora chegasse um ponto em que a educação do primogênito da princesa teria que ser diferente,
Mas foi justamente graças às lições que recebeu, assim como sua mente mais sabia, que aos poucos, foi integrado às reuniões do conselho não só como copeiro, havia dias em que o rei permitia que eld se sentasse ao lado dele para ouvir e pergunta e retirar qualquer dúvida que Ihe ocorresse, algo que deixasse 0s membros do conselho um pouco mais abertos à ideia sobre seu futuro governante.
No entanto, com a implementação dos programas de saúde e segurança que Jacaerys e Rhaenyra estavam implementando, a atenção do jovem foi atraída para essas questões, o que gerou conversas bastante extensas entre o Meistre, o rei e os dois herdeiros, sobre elas.
Embora fossem assuntos privados a serem discutidos, alguns lordes, como Corlys Velaryon, puderam comparecer e ver em geral como estava a situação do reino, assim para trazer preocupações que acreditavam ser válidas.
Durante toda a reunião, Jace estava ereto e silencioso, mas não tactuno ou entediado, sua postura era orgulhosa, mas não extensiva.
E Rhaenys se surpreendeu ao encontrar seus cabelos negros acastanhos tão leve e lisos, como os seus.
Ela buscava acreditar que sua mente estava lhe enganando, mas por poucos momentos, acreditou enxergar o nariz de sua falecida mãe no menino, ou então como os cachos de Lucerys remetem aos de sua filha quando mais nova.
Ao final da reunião, os Velaryons permaneceram, para ver que tipo de conversa haveria, e foram surpreendidos quando o menino não só deu ideias que ajudariam o reino em algum nível, mas também não tinha dúvidas algumas. Se eles não aceitaram até ali que ele era um prodígio, estavam se encontrando com uma dura verdade.
Rhaenyra saiu junto ao seu filho, deixando para trás o rei, Lorde Mão, o Meistre das Leis e da Moeda, junto com Rhaenys e Corlys, que no entanto logo o seguiram.
Jacaerys prosseguiu para encontrar suas primas, tios e irmãos nas aulas, na ala da Mensagem, junto a sua mãe, que queria confirmar a evolução de todos.
Com Laenor sendo mais um fantasma do que uma presença constante paterna, Daemon agressivo como um selvagem e não podendo ficarem próximos dos Strong sem serem acusados, a princesa herdeira era a única figura de boa índole que poderiam tentar seguir, assim como Laena, embora a última fosse bem tempestuosa.
Baella era muito parecida com seus pais, enquanto Rhaena era muito mais serena e sensível. Jacaerys era o mais centrado e sério, Luke o mais animado e gentil. Aegon… não se falava dele entre elogios, para o desagrado da rainha, Aemond era dedicado, mas não se passava muito além.
Rhaenys observou a sala de ensino do tutor. Pequenas mesas individuais. Uma parede de pedra grossa atrás do professor, onde usava gesso branco para escrever.
Na mesa maior, havia vários pergaminhos, penas, tintas, mapas e adereços. Enquanto os alunos, as crianças, tinham pequenas carteiras carregadas de conjuntos de pergaminhos, tomos empoeirados, uma pena e um tinteiro, assim como uma cópia do mapa do homem.
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