— Vocês passarão por oito provas diferentes, sendo sete delas as que vocês fizeram no período de escola. A grande diferença ... — sorriu sinistramente — ... É que vocês podem usar suas individualidades o quanto quiserem para melhorar o desempenho no ranking.

Naquele momento, tanto Yoshiaki quanto Midoriya empalideceram. "A minha individualidade é inútil p'ra isso ..." pensou a morena, suando frio. "Eu não consigo dosar direito ainda ..." desesperou-se o esverdeado.

— Ah, e só mais um detalhe ... — pausa dramática — ... Quem ficar em último lugar, vai ser expulso.

— O QUE!!? — gritou a maioria, indignados.

— Já no primeiro dia? Não vale! — protestou Ochaco — Injustiça!

— ... "Injustiça"? — repetiu, rindo breve e assustadoramente — Desastres naturais, roubos, assassinatos, máfias ... este reino é consideravelmente tranquilo quanto à criminalidade desde que surgiu a figura do All Might. Porém, ainda existe muita injustiça por aí. Como aspirantes à cavaleiros, devem estar mais do que preparados para enfrentar essa "injustiça".

— 'Ocê acha que ajuda assustando nóis? — questionou uma garota com fios longos saindo desde os ouvidos.

— Esta é a realidade da profissão. Quer tranquilidade? Vire um contador. Durante os próximos três anos, o UA vai certificar-se de que todos estejam sofrendo. — sorriu, diabólico — Bem-vindos ao acampamento, pesadelos.

     Se antes a dupla já estava nervosa, agora tinham um ataque cardíaco.

— Que vacilo ... — murmurou o loiro.

— Primeira prova: arremesso de bola. Cada um tem duas chances.

          Um por um, os alunos arremessavam, a maioria com resultados surpreendentes.

— INFINITO!!? — exclamou Ten-ya.

— Meu dom parece próprio p'ra isso ... — admirou-se a castanha, uma mão no queixo, como se refletisse sobre isso.

Chegou a vez de Luisa. Encarou a bola brevemente, respirando fundo para se concentrar. Girou o braço cinco vezes para dar impulso, preparando-se para largar o objeto.

"Sua inútil".

A bola saiu da área pelo lado, sem marcar quase nenhum metro. Arregalou os olhos. Havia mirado corretamente!

— Ok, tenta de novo. — falou o professor, dando-lhe outra bola.

40 metros. Apenas 40 míseros metros. E, "coincidentemente", Izuku era o próximo.

"Esta deve ser a única prova em que eu poderia me sair razoavelmente bem" deduziu. "Eu tenho que dar tudo de mim". Ativava o One for All no braço todo enquanto se preparava para o arremesso.

— 46 metros. — anunciou o mais velho.

— ... Só isso ...? — murmurou, em choque — M-mas .. eu ...

— Eu apaguei o seu dom. — explicou Aisawa, sério — Vi sua "performance" no exame. Aquela porcaria é muito aberta. Não abrange corretamente jovens com potencial! Deixa de fora prodígios ... e coloca "incapacitados" como você!

— O- ... o quê? — sussurrou, quase tendo um ataque de pânico.

— Sabe, um "certo cavaleiro" era ... e ainda é ... imprudente como você. E tinha uma individualidade forte como a sua. Ficou famoso por salvar, sozinho, um número grande de pessoas num acidente com um trem. — sua expressão endureceu ainda mais — A diferença entre ele e você ... é que você só salvará uma pessoa, e será completamente esquecido.

     Luisa estava consideravelmente perto. Ouviu tudo. Partía seu coração ver seu melhor amigo segurando o choro daquele jeito.

— O que ele está falando com Midoriya? — questionou-se Ten-ya.

— Deve 'tá falando que ele já 'tá expulso. — sorriu Katsuki, maldoso.

— Já devolvi seu dom. — deu-lhe outra bola — Última tentativa.

     Agora estava em pânico. Suava. Tremia. Encarou o mais velho por alguns segundos. E viu a morena logo atrás, o indicador levantado. Fitou-o, demorando momentos para captar a dica. Respirou fundo. Virou-se, tentando parar de tremer.

     "O máximo ... com o mínimo", ordenou mentalmente.

A bola voou! Um vento fortíssimo empurrou-a à uma surpreendente distância. Fechou a mão, sentindo o indicador doer. "Comparado àquela dor ... isso não é nada".

— Professor ... — sorriu, mostrando-lhe o punho — ... Ainda consigo me mexer!

E assim passavam as provas. Nenhum de nossos protagonistas estava se saindo muito bem. Izuku não conseguia dosar, então não marcava pontuações muito boas. Acontece que com Luisa era pior!

Dom: manipulação mental e psicológica. Consegue fazer alguém pensar em algo específico; manipular emoções sobre determinada lembrança ou pessoa; controlar o humor das pessoas e aliviar certas sensações se manter (pelo menos) dois dedos sobre a cabeça de sua "vítima". Porém, se usa demais sua individualidade, acaba passando mal e vomitando sangue. Se usar em si mesma, os "efeitos colaterais" chegam mais rápido, junto com uma dor enorme.

Como usar isso naquela situação? Como melhorar seu desempenho? Tentou acalmar-se com seu dom, mas não teve o efeito que queria. A cada resultado, maior ficava seu desespero.

— Antes de anunciar o ranking, tenho uma prova extra. — falou o educador.

— Jesus do céu ... — sussurrou a morena, quase entrando em pânico.

— Estão vendo estas toras de madeira? — perguntou retoricamente, apontando para as mesmas — Em cada uma, está fincada uma flecha. Apenas os quatro primeiros a pegarem ganharão os pontos extras.

— Mamão com açúcar ... — "celebrou" Bakugo, estalando as juntas dos dedos.

— Detalhe: vocês têm que subir com um destes em cada mão. — sua expressão tornou-se sádica ao mostrar pares de pesos, cada um separado e com um nome.

— 'Pera, o que?

— Subir aí é muito fácil para alguns como você, Bakugo. Pensando nisso, pedi pesos especiais com a massa proporcional às dificuldades, limitações e facilidades de cada um. Terão que amarrar um em cada braço, subir e jogar a flecha de volta.

A maioria dos presentes não sabia se chorava ou comemorava.

— Mais alguma regra? — perguntou uma moça com a boca particularmente larga e cabelos esverdeados.

— Tem que subir com o tronco colado à tora. Se alguém desrespeitar qualquer uma dessas exigências, estará desqualificado. — virou-se, sentando-se sobre a grama — Bom sofrimento, pesadelos.

Ele não era lá o professor mais atencioso, nem de longe ...

Cada um seguiu as primeiras instruções corretamente. Alguns já tentavam subir, caindo logo em seguida. Outros tentavam analisar a situação antes de agir.

O primeiro a retirar a flecha foi um tal de Todoroki. Havia feito um tipo de escada de gelo. As coisas já estavam ficando tensas.

O esverdeado e a morena fitavam seus grandes pesos em formato circular. Precisavam achar uma maneira de subir sem dependerem de suas individualidades.

Luisa balançava levemente os braços, observando os pesados círculos se enrolarem ao quase juntar ambas as cordas.

Juntar. Enrolar. Subir. Era isso!

Observando, agora, a tora à sua frente, pensou brevemente nos movimentos que deveria executar. "Tem que dar certo ..." falou mentalmente. "Você consegue fazer isso, Luisa!". Respirando fundo, pulou, agarrando-se à tora.

Naquela hora, as cordas dos pesos se enrolaram, dando uma espécie de "nó". Dobrava as pernas para cima. Empurrava as cordas com os pesos. Puxava o corpo, segurando firme. Começou a fazer estes "passos" sem parar. Subia à uma velocidade proporcionalmente rápida.

Izuku foi o primeiro a notar, copiando a amiga momentos depois. Em três minutos, ambos retiraram as flechas e jogaram ao chão.

— Espertinhos eles ... — sussurrou Shota, uma sobrancelha levantada em surpresa.

— Parabéns, Zaza!

— Seu copiador barato ... — brincou, os braços cruzados.

E, por fim, Katsuki subiu.

— Ok. Agora, vou dizer quem será expulso.

Yoshiaki começou a tremer. Seria ela, com toda a certeza. Midoriya abraçou-a pelo ombro, solidário.

— Por favor, que não sejam eles ... — rogou Ochaco, compadecida para com os colegas.

— Ah, esqueci. O lance da expulsão era mentira.

A morena engasgou com a própria saliva. O esverdeado empalideceu. Os outros ficaram aborrecidos:

— Era claramente um atocho. — pronunciou-se Momo — Capaz d'ele expulsar alguém hoje!

Luisa nunca agradeceu tanto à Deus por estar enganada ...

Como previu, ficou em último lugar. Izuku em antepenúltimo.

Voltaram para as cabanas conversando animadamente. Era divertido. Mas uma pequena voz dentro de sua cabeça dizia "você não deveria estar aí". "Não é boa o suficiente para estar aí". Porém, ignorou e apenas riu junto às novas amizades.

E nem perceberam que "alguém" vira tudo até agora.

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Palavrinhas rápidas:

MEU DEEEEEEEEEUS! TENSÃO DEMAAAAIS!

Leitores do meu coração, alguma crítica? Sugestões? Reclamações? Kkkkkk

     Cara, eu tô inspirada demais ... três capítulos quase seguidos ... mas as provas virão logo ... e não vai dar pra postar tão rápido ...

     DESAFIO: Quem acham que é esse "alguém" que vive espionando?

Beijos e roteiros,
                           Aliindaa.