Invasão
— Xêsuis ... — resmungou o esverdeado — ... 'Tô morto ...
— O seu dedo melhorou?
— AAAAAH! — pulou de susto, vendo seu colega de cabana — ... S-sim ...
— Você e a sua amiga saíram-se muito bem!
— Ah ... obrigado.
— Deku! — viraram, vendo Luisa se aproximando — Soube da novidade?
— Que novidade?
— O All Might vai dar a nossa próxima aula prática, e ainda nesta semana!
Os dias se seguiram arrastados e agitados. Alguns como Yoshiaki e Midoriya passaram uma grandíssima parcela de seu tempo treinando. Outros socializavam mais. Outros ainda só eram vistos comendo. É, cada um com suas escolhas.
E, finalmente, o dia chegou.
— O seu uniforme ficou muito irado, Midoriya!
— Ah ... ãhn ... obri- ... gado ... — gaguejou, ficando hipnotizado com a beleza de Uraraka (de novo).
— Foi a escola que fez? Não é muito no estilo dela ...
— ... Na verdade ... — fitou a própria armadura verde-musgo, colocando o capuz "de coelho" — ... Foi presente de alguém especial.
Yoshiaki sorriu, ajeitando suas luvas sem dedos.
— Professor, o All Might não vem? — perguntou a garota invisível.
— Ele teve alguns problemas, mas nos alcança.
Como era de se esperar, a dupla sentou-se lado a lado na carroça. A sensação de estar indo àquela aula era maravilhosamente boa.
— Sabe, Midoriya-Chan ... — começou a moça semelhante à um sapo — ... Eu digo tudo que me vem à cabeça.
— Ah ... Asui- ...
— Me chame de Tsuyu. — interrompeu — A sua individualidade se parece demais com a do All Might, não?
— Q-que!? — quase desesperou-se — E-eu n-nã-o- ...
— Mais ou menos, Tsuyu. — se pronunciou a morena — O All Might não se esborracha quando mete um soco em alguém!
— Hmmm ... tem razão. — pôs uma mão no queixo — Acho que quem tem maiores chances de ser o melhor da sala é o Todoroki-kun. Midoriya-kun se machuca demais e Bakugo é esquentadinho demais para ser popular.
— O QUE VOCÊ DISSE, CARA DEFORMADA!?!!
— Viu? Gero.
— Cara, não conheço você nem há uma semana, mas já saquei qual a tua. — o loiro de antes cruzou os braços — A tua personalidade é tipo merd@ fervida no esgoto.
— QUE COMPARAÇÃO B@ST@ FOI ESSA?
— Denki, tu bombou o seu próprio recorde de besteira. — riu-se Ochaco.
— Bakugo sendo zoado ... — admirou-se Luisa — ... Já 'tô adorando mais ainda esse acampamento!
Chegaram, animados e curiosos. Desceram da carroça, vendo a enorme construção que tinham à frente.
— Bem-vindos à USJ! — falou uma "coisa" branca e meio gorda, a cabeça feita uma espécie de capacete preto.
— Ah!! É o cavaleiro do espaço, número 13!!
— Eu AMO o 13!! — falou Ochaco, maravilhada.
— Aqui, nós priorizamos a simulação de catástrofes. — explicou, guiando-os para dentro — Tais como tragedias na água, incêndios, deslizamentos, tempestades, etcétera.
— Os resultados que tiveram no meu teste de dons serão usados para melhor direcionar as habilidades de cada um de vocês. — disse o maior, cansado — Daremos uma área de simulação par- ...
A grande porta do lugar fechou-se sozinha. Uma espessa fumaça negra arroxeada espalhou-se pelo centro do local.
— Treze, proteja as crianças! — ordenou Aisawa.
— Não faz parte da simulação? — perguntou um moreno com cotovelos estranhos.
— Professor, o qu- ...
Izuku nem terminou de falar. Criaturas saíram da fumaça. Eram feias. Espera ... eram ... pessoas?
— Ah, que surpresa ... cavaleiros. — disse um homem de cabelos azuis quase brancos, uma mão tapando o rosto — Onde está o All Might?
— Eu cuido deles! Proteja eles. — repetiu o maior, colocando seus óculos amarelos.
Pulou diretamente ao encontro dos inimigos, laçando e batendo neles muito rapidamente. Acontece que a fumaça ganhou forma perto dos jovens.
— Só você para protegê-los? — uma voz falou — ... Será mais fácil do que pensei.
— Não vou permitir que toque neles! — disse o cavaleiro, sugando a "névoa" com seu dom.
— Esse seu truque não vai ser suficiente.
Uma espécie de portal se abriu silenciosamente desde o lado de Izuku. Iria engoli-lo, e ninguém veria ...
— CUIDADO, DEKU!!
Quando o rapaz virou, foi empurrado por Luisa com muita força, caindo sentado. Logo em seguida, a moça sumiu na fumaça.
— ... CADÊ A LUISA!!? — indagou, levantando.
— Quem sabe? — ironizou.
— ONDE ELA 'TÁ, DESGRAÇADO!!? — tornou a perguntar, ficando vermelho de raiva.
— Você vai ter que descobrir sozinho ... — mais portais se abriram — Mas, por hora, vou dispersar vocês.
Quando deu por si, estava debaixo d'água. Uma espécie de tubarão humanoide o cercava, entretanto, Asui o puxou para fora d'água. Jogou-o para dentro de um grande barco, subindo rapidamente.
— Algum plano? Gero.
— N-não sei ... — disse, em choque — ... Eles sumiram com a Luisa ...
— Sua melhor amiga, não? Gero.
O rosto do rapaz iluminou-se:
— ... Você é a primeira pessoa que não disse que a gente namora ... — juntou as mãos, em sinal de oração — Deus é mais ...
— Comemore depois. Se quiser salvá-la, salve a gente primeiro. Gero.
Virou-se, observando seus inimigos. Estavam reunidos ao redor do barco, ligeiramente espalhados. Observavam atentamente seus movimentos. Nem pareciam piscar.
— A sua individualidade é ligada às características de sapos, não? — pôs a mão no queixo, pensativo — Se aquela névoa soubesse disso, te levaria à zona de incêndio, e não aqui. Você tem vantagem na água. Portanto, eles não devem saber quais as nossas individualidades. Temos certa vantagem neste quesito. Porém, também não sabemos os dons deles e estamos em desvantagem numérica ... mas eles, com certeza, tem individualidades com maior aproveitamento em ambientes aquáticos ...
— Então temos que ser mais espertos que eles. Gero.
— Estão em formação, mas não avançam. Sabem que não somos tão bons por termos experiência zero ... mas não nos subestimam. Qual a sua individualidade, exatamente?
— Basicamente, posso fazer muitas coisas que sapos fazem. Salto a uma grande altura. Posso grudar em qualquer parede. Minha língua chega a esticar aproximadamente 20 metros. Também posso tirar meu estômago fora para lavar e produzir uma secreção viscosa e venenosa ... mas só faz arder um pouquinho, na prática ... esquece os dois últimos, que são inúteis.
— Wow ... — soltou, admirado — A minha individualidade é aquela história de faca de dois gumes ... posso usar uma força gigantesca ... mas eu literalmente me quebro se usar toda essa força ...
— Bom ... temos que bolar um plano que melhor valorize nossas habilidades para sairmos vivos dessa. Gero.
Muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuito (com muitos "u" repetidos, mesmo) longe dali ...
— AAAAAAAAAH! — gritou, sentindo galhos e folhas baterem fortemente contra sua pele.
E caiu de barriga contra o chão cheio de mato e galhos grandes e secos. Seu corpo todo começou a arder. Choramingou de dor, sentando-se sobre suas próprias panturrilhas a custo de muita força de vontade. A visão estava levemente borrada. Mesmo assim, distinguiu cinco grandes vultos.
— Uma garota? — riu-se um deles, desdenhoso — Mais fácil do que pensei ...
— Q-quem são vocês e o que querem de mim!? — perguntou, levantando e pondo-se em posição de ataque.
— Shigaraki quer a sua individualidade para o professor dele ... — outro respondeu, girando um longo bastão de madeira escura.
— Então não vamos te matar ... ainda.
Dois dos homens avançaram, e a morena desviou com certa dificuldade, tirando suas facas da bainha. Mais uma dupla aproximou-se, e ela passou uma rasteira em um e fincou uma faca no calcanhar do outro.
Ficaram nessa de atacar, esquivar, xingar e avançar por alguns minutos. Estavam surpresos com a capacidade da jovem, que mesmo ferida, continuava tentando sobreviver. Tinha que achar uma saída e voltar para o acampamento.
Mas se encontrava em desvantagem numérica e de dom. Um daqueles malfeitores tinha "impacto duplo". E nem sabia onde se encontrava. É, a situação estava "um pouco" tensa.
Talvez fosse o desespero somado à adrenalina, mas já havia nocauteado três dos adversários. Lutava contra a própria vontade de chorar e fugir. Se o fizesse, a alcançariam.
Chutou o joelho de um, socando o rosto do outro. Parou por um momento, respirando pesado. Fechou os olhos, caindo de joelhos. Vomitou sangue. Abusara de sua capacidade física e sua individualidade.
E o segundo homem, o do bastão, conseguiu se recompor. Aproximou-se o quão rápido conseguia. A moça já não aguentava mais. Ia ser levada. Morreria.
E um borrão vermelho apareceu, literalmente do nada, nocauteando de vez o infeliz. Foi tudo que viu antes de perder a consciência.
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