Exame
— CHEGOOOOOOUU O DIIIAAAA!! — exclamou, praticamente transpirando glitter e purpurina.
— Não grita, Zaza! — pediu, corando ao receber alguns olhares de estranhos — Não me faça passar vergonha!
— A gente vêm sonhando com este dia a nossa vida inteira!! — quase pulava ao caminhar, sorrindo largamente — Quer que eu me contenha JUSTO AGORA!!?
— Mas precisa chamar a atenção?
— 'Tá boooom ... — resmungou.
O Sol raiava, castigando os jovens. As cabeças queimavam.
— Que calor infernal ...
— Eu vou pegar um suco. Quer também?
— Quero. Com bastante gelo- ...
— ... -E açúcar. — piscou, brincalhona — Conheço o meu arbusto. Fica aí que eu já volto!
Desapareceu na multidão. Sentiu como o empurravam:
— Sai da frente, filho da put@!
— Ka-chan!?
O mesmo não parou de andar, sumindo. O loiro não fazia tanto bullying consigo por simplesmente não conseguir encontrá-lo. Ainda assim, ficava tremendo quando abordado por ele. "Eu não posso ficar com medo" pensou, respirando fundo, "eu tenho uma missão, e não vou fracassar". Continuava tremendo, perdendo o equilíbrio. "Vou arrasar nesse teste e mostrar a todos meu potencial" pensou, sentindo-se cair em câmera lenta.
"Isso, seu besta! Cai sem motivo na frente de todo mundo!!", bronqueou-se. Entretanto, ele não caiu. Parecia flutuar.
— 'Tá tudo bem contigo? — perguntou uma voz doce, um ligeiro sotaque que beirava o adorável.
— Q-qu- ... ÃHN!!!? — gaguejou, percebendo que realmente flutuava a alguns centímetros do chão.
Mãos pequenas ajeitaram-no, fazendo com que ficasse de pé novamente. O ar escapou de seus pulmões. O tempo congelou. A temperatura subiu no nível do inferno – e olha que já estava quente. Todas as borboletas do reino aglomeraram-se em seu estômago. Havia morrido e chegado no paraíso?
— Desculpa por usar o meu dom sem perguntar. — pediu, unindo suas mãos em um pedido de perdão, sorrindo ligeiramente — Mas cair feito um côco maduro antes do teste não é um muito bom sinal.
— ... Ãhn ... ah ... ãh-hãn ... — "concordou", embasbacado com a beleza da moça.
Cabelos castanhos lisos, cortados numa espécie de Chanel. Bochechas rosadas adoráveis. Olhos grandes e também castanhos, cílios médios e modelados. E sorria timidamente, coisa que mexia com a pouca sanidade mental que o rapaz possuía no momento (na vida).
— Dá nervoso, né? — perguntou, doce — Bom, vamos dar o nosso melhor! — acenou com a mão — Até algum dia!
Observou atentamente como a castanha desaparecia. Seu coração galopava pelo peito, tremendo, corando até a alma. Nunca viu garota mais linda em sua vida.
— Foi só eu pegar um suco que você flerta com alguém, seu galanteador barato!? — brincou Yoshiaki, fazendo seu amigo pular pelo susto.
— N-ão fa-fa-ala as-sim! — pediu, escondendo o rosto no braço, completamente constrangido — N-ão a-co-con-te-ceu n-na-da!
— E eu sou um palmito ambulante ... — disse, irônica, dando o suco para ele — Não precisa ter vergonha. Todo mundo se apaixona.
— N-ÃO IN-VENTA! — bebeu um longo gole, tentando recobrar um pouco a compostura.
— Vai me dizer que não sentiu mais calor ainda, falta de ar e borboletas no estômago, ficando embasbacado com a beleza da sua destinada? — alargou o sorriso ao vê-lo desviar o olhar — Ah, meu arbusto cresceu tão rápido ... logo verei seus "arbustinhos" correndo pela casa, e- ...
— MENOS!! MUITO MENOS!!
Riu, deixando seu amigo ainda mais constrangido e irritado:
— Ok, ok ... parei. — falou, limpando uma lágrima do olho — Partiu vida nova?
— Partiu ... — murmurou, vermelho até a alma.
Beberam o suco e entraram no enorme teatro (?) que possuíam no lugar, estilo Grécia clássica.
— Este formato auxilia na propagação das ondas sonoras. — disse o esverdeado, os olhos brilhando — Assim, quem estiver lá na frente não precisará berrar para ser devidamente compreendido!
— MUITO BOM DIA, ESPECTADORES!! — uma voz estridente ecoou pelo local, fazendo alguns vibrarem — Hoje, iremos testar se vocês são capazes de entrar no tão renomado Acampamento UA!
— Ai, meu Deus ... — murmurou, encantado — ... É o cavaleiro Present Mic! Ele é o melhor apresentador do reino!! E ajuda as bruxas a desenvolverem o tal de "rádio", para que possa apresentar todas as noites e para muito mais gente ...
— Muito bem ... o teste é muito simples ... as bruxas do acampamento levantarão um exército! Cada um de vocês deve dar o seu máximo para vencer os inimigos! Nós, jurados, estaremos vigiando tudo desde a Torre de Sauron, e decidiremos quem entrará de acordo com suas performances!
— Como assim, "levantarão um exército"? — sussurrou a morena.
— Será que farão aquelas máquinas movidas à magia?
— Estranho ... não é muito a cara do UA ...
— Avaliaremos as individualidades, as habilidades de luta, trabalho em equipe e estratégia! Qualquer ato ilícito, sujo ou "não-cavaleiresco" desconta na avaliação final.
— COM LICENÇA, SENHOR CAVALEIRO! — levantou um rapaz alto, pouco à frente da dupla — No pequeno livro que recebemos para prepararmo-nos para o exame diz que lutaremos contra exércitos de humanos! Arriscarão vidas do exército imperial apenas para uma prova e colocarão a nossa vida em risco, também?! Com todo o respeito, mas isso é desumano da parte do Acampamento UA!
— Pior que é verdade ... — concordou o esverdeado, recebendo um aceno positivo da amiga.
— E VOCÊS DOIS, AÍ! — virou para trás, apontando para a dupla — O de cabelo bagunçado e a mulata! Parem de conversar! Isto não é recreio! Se não levarem à sério, peço para que se retirem! Queremos nos tornar cavaleiros, aqui!
— TU REALMENTE ACHA QUE, POR TROCARMOS DOIS DEDOS DE PROSA, A GENTE SÓ VEIO 'PRA ZOAR, QUATRO OLHOS!!? — vociferou, ameaçadora — A gente não atrapalhou ninguém! E se com colegas de trabalho e com os superiores você se dirige assim, sem nem conhecer, como espera abordar os civis que tanto quer salvar!?
— Por favor, acalmem-se. — pediu Present Mic — O exército em questão é de soldados inimigos que morreram em nosso território. As bruxas apenas reanimarão os cadáveres.
Todos encaminharam-se às suas respectivas alas, prontos para a batalha.
— Trabalharemos juntos, certo?
— Certíssimo, Zaza! Podemos usar aqueles movimentos em conjunto que estávamos desenvolvendo.
— Mas não podemos depender deles. Estávamos testando, e faz meses que não treinamos.
— Concordo ...
Colocaram-se em prontidão, atentos ao portão. Barulhos estranhos saíam desde o outro lado. E, de repente, os portões se abriram.
Nojentos. Os adversários não poderiam ter melhor descrição. Peles esverdeadas e gosmentas, cicatrizes diversas. Dentes podres. Cabelos ralos e embaraçados. Armaduras gastas e sujas. Espadas tortas.
Apesar disso, correram em direção à eles. Yoshiaki tentava não pensar no estrago que suas facas faziam neles. Elas eram realmente eficazes. Midoriya sofria um pouco por não saber dosar direito o One for All. Conseguia usar apenas uns 5% sem se quebrar. Mas, mesmo assim, ativava de maneira lenta.
A dupla cuidava da retaguarda um do outro. Derrubavam um número de oponentes que surpreendeu até mesmo eles mesmos. Estavam bem no meio da batalha.
Porém ... BAM ... BAM ... BAM ...
É, estava fácil demais.
Um ogro gigantesco apareceu desde um "prédio/ jaula" de madeira. Grunhiu, assustando uma parcela enorme dos presentes. Ele possuía desgraçados seis metros de altura!
Muitos participantes começaram a gritar e a correr da criatura. A dupla ficou imóvel por alguns segundos, indo com os demais. Porém, não durou nem cinco segundos.
— AIII!! — reclamou alguém.
Olharam, encontrando a garota de antes. Tinha ambas as pernas presas numas grandes toras de sustentação. Pior, bem no caminho do ogro. Yoshiaki virou, determinada:
— Deixa ele abobado e distraído enquanto eu ajudo a sua namorada.
— O-ok. — "concordou", corando.
A morena esgueirou-se pelos destroços, atacando um ou outro "zumbi" que estava no caminho. Midoriya usou o One for All na perna direita, chegando perto do "rosto" alheio. "Grite desde o fundo de sua alma" dissera seu mentor.
— SMACH!!
É, não foi a coisa mais linda de se ver. O soco atingiu bem o meio do queixo. Voaram dentes e espirrou um pouco de sangue. A expressão da criatura era digna de contos heróicos clássicos.
Apesar de impresionada, Luisa correu, empurrou a madeira com força e puxou a moça para fora daquela "prisão".
Acontece que o esverdeado começou a cair em queda livre. Rapidamente, a castanha agarrou uma estaca e a fez flutuar, chegando perto. Dando um tapa estalado no rapaz, impediu que se espatifasse no chão:
— Liberar! — disse com dificuldade.
Ambos aterrissaram, Midoriya sendo pego desajeitadamente por Yoshiaki. A outra acabou vomitando.
— O TEMPO ACABOOOOU!!!
A morena fez uma rápida análise no melhor amigo e depois na estranha:
— Consegue mexer os pés? — ao confirmar — Bateu a coluna ou a cabeça?
— Não ... — após mexer numa pequena pochete, tirou uma erva verde-escura com um cheiro convidativo — O que é isso?
— Masca que vai tirar o enjoo e acalmar o estômago. — explicou, sorridente.
— Alguém mais se machucou seriamente? — perguntou uma senhora baixinha, após dar um beijo no esverdeado.
— Eu me chamo Luisa Yoshiaki. — estendeu-lhe a mão.
— Ochaco Uraraka. — aceitou ajuda para levantar — O seu amigo vai ficar bem?
— Claro! — soltou umas risadas — O Deku já passou por coisa pior ...
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Notas da autora: desculpa a demora!! Não tava com inspiração!! Beijos e roteiros, pessoal!! 😘
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