Cupido

— Por que estão aqui? — perguntou a morena, intrigada.

— E-eu não sei, Zaza ...

— Esses coadjuvantes só querem conhecer seus inimigos ... — disse Katsuki, impaciente — Saiam da frente, seus merd@s!

— NÃO FALE ASSIM COM OS SEUS COLEGAS! E QUE VOCABULÁRIO ESDRÚXULO É ESSE!!? — interveio Ten-ya.

— Então é com essa arrogância que vocês tratam o resto de nós? — um garoto de cabelo roxo rebelde perguntou — Nossa ...

— Não somos todos que nem esse besta, aqui! — rebateu Luisa, apontando para o loiro explosivo.

— QUEM VOCÊ ' CHAMANDO DE BESTA, CHOCOLATE AMARGO!?

— E, de qualquer forma, não acham meio que desespero vir até aqui p'ra "conhecer os adversários", sendo que não usaríamos os nossos dons aqui? Sem ofensa, claro.

— Algumas pessoas têm que fazer até as coisas mais bestas para tentar ficar aqui. — rebateu, cruzando os braços — E não finja gentileza. É feio iludir.

— Não preciso fingir gentileza se eu realmente sou gentil.

— Hitoshi, por favor ... — reclamou Shota — ... Pare com isso.

— Desculpe, pai. — baixou ligeiramente a cabeça, meio envergonhado.

O queixo de boa parte da sala caiu. Aisawa tinha um filho?!

Depois de um pedido não muito gentil de Shota para que liberassem o caminho, os alunos puderam sair.

— Que fria, hein ... — disse Ochaco, admirada com a ação de seus "colegas".

— É-é mes-mo ... — gaguejou o esverdeado.

— Deku, vem cá AGORA! — Yoshiaki puxou bruscamente seu amigo para longe da castanha.

     O pobre rapaz foi puxado até um local afastado, do outro lado duma árvore de tronco grosso.

— Qual o seu problema!!?

— Essa é a mesma pergunta que eu te faço! — colocou ambas as mãos em seus quadris, braba — ' quase escrito na tua testa que você gosta da Uraraka e você não faz NADA!

— Por que eu tinha que te contar ...? — lamentou baixinho, o rosto feito um tomate — Zaza, eu não sou interessante! Ela vai me rejeitar como todas as outras!

— Não é porque as duas garotas das quais você se declarou te rejeitaram e o Bakugo te odeia que a Uraraka vai te humilhar e rejeitar!

— ... Cara, precisava lembrar do Ka-chan?

— ', essa foi podre. Mas pensa positivo: ele também me odeia!

— ... A gente bem que podia formar uma dupla sertaneja e cantar a nossa desgraça ... — riu-se.

— Esse não é o ponto! — respirou fundo — Ninguém além daquele embuste explosivo conhece a nossa "antiga fama" ... — fez aspas com os dedos — ... Então nós temos que aproveitar! Fazer amizades e dar em cima da crush!

— ... Zaza, eu tenho vergonha ... — reclamou, escondendo o rosto no braço direito.

Xêsuis, às vezes parece que a mais velha sou eu ... — suspirou pesarosamente — Se com uma colega você não consegue conversar, imagina quando for narrar prôs contadores!?

— É diferente!

— Vou ter que usar dos meus meios ...!?

— Zaza ... você não se atreveria ...?

— Se for para o seu bem, faço com gosto!

— ... ' BOM, SUA MANIPULADORA BARATA!

— De nada, Deku. — deu meia-volta e começou a se afastar, rindo.

— EU TE ODEIO, LUISA!!

— TAMBÉM TE AMO, 'MIGO!

     Grunhiu, totalmente irritado. Odiava quando situações assim aconteciam. Porém, por mais que reclamasse e gritasse com a moça, sabia que não viveria sem ela. E que, também, fazia tudo aquilo para o seu bem. Apesar de ser dois dias mais velho, era um irmão mais novo em potencial na cabeça dela. Não que fosse ruim. Mas isso começou a preocupa-lo.

    Desta vez suspirou, frustrado. Tinha que encontrar coragem para fazer mais das coisas das quais queria, ou não passaria de um banana sem vida. E Luisa precisava cuidar mais da própria vida.

     Carregar as dificuldades e os medos de ambos estava gastando demais do seu psicológico. Não era só ele que estava numa corda bamba para permanecer no acampamento – talvez fosse até mais fácil para si continuar com sua vaga.

Voltou para o caminho de pedras, seguindo até a área onde eram feitas as refeições, montando seu prato com uma expressão levemente fechada.

— Por que tudo dá errado nessa época do ano ...? — perguntou para si mesmo, colocando cenouras em seu prato.

— Não é culpa do aniversário de morte do seu pai. — a morena apareceu do além, fazendo-o pular de susto — E você sabe que eu implico porque te amo feito um irmãozinho, né?

— O mais velho sou eu!

— Por dois dias, seu besta!

Andaram até o pátio trocando algumas orações sem muito sentido ou importância – como amigos de longa data sempre fazem. Avistaram, em uma mesa um tanto distante, tanto Ten-ya quanto Ochaco. Ambos conversavam com ânimo e certa intimidade. E, ao ver a expressão ligeiramente decaída e desanimada do esverdeado, a garota soube que ele estava com ciúmes.

Foi então que teve uma ideia. Empurrou levemente o menor pelas costas até estarem perto da dupla:

— Iichan, pode vir comigo? Tenho que falar com você sobre um assunto importante ...

— Mas é claro, senhorita Yoshiaki! — respondeu prontamente, fazendo seus típicos movimentos robóticos.

— E, Urachan, pode fazer companhia prô Deku? Ele é meio ruim em socializar ...

— Posso! — fez um sinal positivo com o polegar — Esse cara é sangue bom!

— Ótimo! — empurrou o menor com um pouquinho de força demais antes que retrucasse — Vamos! Tenho muito p'ra falar!

Puxou o maior com toda a sua força, deixando seu "casal perfeito em potencial" sozinho. E levou-o para bem longe.

— O que houve, senhorita? — questionou, preocupado.

— Primeiro de tudo: você conhece a Uraraka desde quando? — reabateu, séria.

— Desde o exame de admissão.

— Segundo: o que você acha dela?

— Bom ... é uma jovem adorável. É agradável conversar com ela.

— Terceiro: o que você é dela!?

— ... Amigos? Não sei. Talvez não sejamos tão próximos para nos considerarm- ...

— Quarto: você gostaria de ser o namorado dela!? E se você mentir p'ra mim, vai sofrer muito ...

— Ok, você está me assustando! — confessou, dando dois passos para trás.

— Não fuja da minha pergunta!

— Claro que não! É uma moça incrível, mas não!

— ... ' ... — falou logo depois de usar seu dom nele — ... Última pergunta, e a mais importante ...

— E ela seria ...?

— Você sabe guardar segredos?

— ... A senhorita está de brincadeira comigo?! E respondendo a pergunta, sei.

— Iida, o Deku ' apaixonado. — explicou, séria — Ele sofreu demais das maneiras mais variadas que você possa imaginar, incluindo rejeições amorosas. E, como melhor amiga dele, eu não posso deixar que volte ao estado deplorável que ele ficou quando tinha quinze anos!

— ... Como ...?

— Por isso eu preciso perguntar se você quer algo com a Uraraka. Já iludiram o Deku com alguém que parecia querer ser amigo dele. O Izuku quer alguém ... e eu tenho certeza que esse "alguém" é a Uraraka.

— ... Eu também quero esse "alguém", mas não é a senhorita Uraraka. E o Midoriya é um rapaz admirável ... — sorriu, solidário — ... Então, se eu souber de algo, te deixarei a par de tudo.

— Muito obrigada. — juntou ambas as mãos, os olhos brilhando de felicidade — E, por favor, não conte nada prô Deku sobre essa nossa conversa. Ele ia querer me matar de verdade ... é muito tímido, sabe?

— Prometo guardar segredo sobre isso, também!

Ambos viraram, vendo como o "casal perfeito em potencial" conversava. Eram muito fofos. O moço tinha um brilho encantador no olhar e gesticulava com um pouco de dramaticidade ao falar. Já a jovem sorria radiantemente, brincando com uma mecha de sua franja. Olhavam fixamente um para o outro. O rapaz tinha um leve rubro pintando-lhe as maçãs do rosto.

— Obrigada, Iichan.

— Não tem de que, senhorita. E, de qualquer modo, Midoriya também é meu amigo e colega de cabana.

     Decidiram comer em outra mesa para não atrapalha-los. Ficaram com Kendo e um tal de Tetsutetsu – o segundo mencionado apresentando um pouco de resistência no início, mas ficando cativado com a simpatia da dupla após alguns minutos de conversa.

     Luisa sentia-se o cupido em pessoa. Pelo menos, seria apenas ela a solteirona que criava cinquenta e sete gatos numa cabana que cheirava a chá e poeira ... ou não.

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Palavrinhas rápidas:

     MUUUUUUUUUUUUUUUITO ROMANCE P'RA VOCÊS, LEITORES MARAVILHOSOS!

     Demorei? Sim! Onde eu 'tava? Estudando feito universitária e maratonando Fullmetal Alchemist! Mas cá estou eu com um cap novinho em folha! E vão se acostumando ... eu valorizo bastante o romance quando escrevo ... não morram de diabetes!

Beijos e roteiros,
                       Aliindaa.

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