Caça a bandeira apelona

Foi ele falar (ou melhor, gritar) aquilo para Uraraka correr ao redor da bandeira, a uma boa distância da mesma, tocando o chão e fazendo a rocha levitar a três metros do chão, impedindo o acesso fácil para o pedaço de pano.

     Enquanto isso, Midoriya saiu em disparada para o lugar da bandeira do time duns alunos da sala 2-C. Foi Todoroki congelar as rochas para irem ele e Tokoyami correndo para ajudar o esverdeado. Ochaco, Kirishima e Luisa fizeram formação de triângulo e Asui subiu a parede do muro, ficando em cima do mesmo em estado de alerta.

— O TIME KAYAMI FEZ UM MURO AO REDOR DA BANDEIRA EM UMA VELOCIDADE IMPRESIONANTE! PODE ISSO, DEAR TELESPECTADORES!?!! — gritou Present Mic, admirado.

— Vontade de esfregar essa cara de tonto no asfalto ... — resmungou a morena, amarrando sua mão direita e sua faca de dois gumes à faixa branca.

— EU VOU DESTRUIR ESSA PORR@!! — gritou Bakugo.

— Distraio ele e você vai por trás. — falou Kirishima, duma maneira que apenas a castanha ouvisse, que assentiu com a cabeça.

     O loiro atacou o ruivo, que devolveu o golpe. Em questão de segundos, Bakugo flutuava:

— QUE MERD@ É ESSA!?!

— Adeus, Gero! — disse Asui, enquanto jogava-o para cima do próprio time, e o mesmo caiu em cima de Iida.

— Vai ver só! — sussurrou Luisa, desferindo golpes num aluno da 2-B com a faca que deixaram-no quase no chão; a "sapinha" jogou-o para longe depois disso — JOGA PARA FORA DA LINHA, PESSOAL!

     No minuto seguinte, Midoriya voltou com uma bandeira amarela e deu um senhor soco em Iida – o segundo tentava chegar ao muro novamente. Bandeira dentro, o azulado foi jogado para fora.

— Vai te catar, Mineta! — a castanha chutou o menor para fora da linha.

— TIME KAYAMI ESTÁ NA LIDERANÇA E EM UMA SINCRONIA MARAVILHOSA! — narrou o loiro, realmente admirado.

— Foi mal, Kendo! — disse o ruivo, dando uma rasteira nela, permitindo o esverdeado dar um soco que a levou para fora da área.

— DOEU, MAS ADMITO QUE MANDARAM BEM! — gritou a garota, doída.

— PEGA, TSUYU! — gritou Tokoyami, fazendo Dark Shadow jogar uma bandeira vermelha, que ela pegou e jogou para dentro com sua língua .

— EU AINDA NÃO ACABEI COM VOCÊS, SEUS MERD@S!! — Bakugo chegava com explosões e uma expressão psicótica.

— GEROO! —conseguiu jogá-lo para fora da linha com um desvio de última hora.

— SEUS FILHOS DA PUT@! EU VOU ACABAR COM A RAÇA DE VOCÊS, SEUS ARROM- ...

— Isso ainda vai virar rotina. — disse Midnight, vendo o loiro desmaiar por conta de seu gás.

Ao longe, Kirishima viu que Todoroki e Tokoyami estavam tendo problemas no time de Shinsou.

— Midoriya, vai ajudar os bros lá! — disse, recebendo um aceno positivo de cabeça.

— Aí! — cuspiu sangue, o estômago doendo pelo soco de Tetsu, caindo de joelhos — Eu vou me arrepender ... — sussurrou, enterrando ambas as mãos no cabelo.

Segurou um grito na garganta, chamando a atenção do cinzento. Toda a dor foi embora momentaneamente, permitindo-a pular em cima dele. Foi quando flashes dos seus piores medos passaram em sua mente, fazendo com que fraquejasse e chegasse a cair:

— Desculpa! — disse, segurando as lágrimas — TSUYU, PEGA!

A língua da garota enrolou-o e jogou para fora da área. Sentiu um mal estar enorme, vomitando uma quantidade pequena de sangue:

— MAS O QUE É ISTO? KAYAMI VOMITANDO SANGUE!?

— NÃO CHATEIA, PAPAGAIO DESGRAÇADO!! — gritou alto o suficiente para todos do estágio ouvirem e ficarem chocados.

— AQUI! — Todoroki jogou uma bandeira, que foi agarrada por Asui e jogada para dentro do muro.

— ' tudo bem, Kayami!? — perguntou Kirishima, preocupado.

— Eu não ' acostumada a usar o meu dom, principalmente em mim mesma. — disse, segurando o estômago — Mas ainda ' de pé! Não encarei o inferno pra desistir dum desafiozinho desses!

Queria perguntar o que aquela última parte significava, mas não era hora e nem lugar.

— MAIS DUAS! — gritou Midoriya, um sorriso radiante no rosto, jogando uma bandeira azul e outra verde — DUAS DE UMA VEZ

— Não cante vitória tão cedo! — Hatsume apareceu voando com uma mochila à jato.

— Falo o mesmo! — atirou uma de suas facas, acertando o equipamento e o fazendo falhar.

— MEU BEBÊ!! — gritou, caindo antes do planejado, a "sapinha" direcionando-a para fora com a língua.

— Me devolve a faca!? É a minha favorita! — pediu, vendo a faca passar voando e acertando o gelo ao lado da sua cabeça — Valeu! — disse, alegre, tirando o objeto do muro gélido, deixando o ruivo amedrontado.

— REFORÇOS!! — ouviram Tokoyami gritar do outro lado da arena, cercado por alunos, quase passando a linha.

— Uraraka, me faz flutuar! — fez "toca aqui" com ela, flutuando a dois metros do chão — Tsuyu, me arremessa!

     Foi lançada, perdendo altura no meio do caminho. Aterrissou com uma cambalhota e deu uma rasteira em três alunos, fazendo cortes rasos neles. Isso deu uma brecha para Dark Shadow derrubar os dois alunos que estavam dando mais trabalho. Ficaram os dois com as costas coladas, acabando com seus oponentes. A garota agarrou a bandeira vermelha:

— Dark Shadow, lance a Kayami! — ordenou o garoto.

     A sombra agarrou-a e lançou-a no ar. Voou, atravessando toda a arena. Aterrissou, desajeitada:

— PEGA, TSUYU! — gritou, jogando o pano, que foi colocado dentro do muro.

— TEMPO ESGOTADO!! — anunciou Present Mic, recebendo a animação da plateia.

— Arrebentamos, galera! — disse Izuku, sorrindo.

— Tsuyu, mandou bem defendendo de cima! — elogiou a castanha, fazendo com que a mencionada corasse ligeiramente.

— Quantas bandeiras foram no total? — perguntou Todoroki, Fumikage logo atrás de si.

— Sete contando com a nossa. — anunciou a esverdeada, sorrindo.

     Cinco minutos depois ....

— TIME KAYAMI EM PRIMEIRO LUGAR, COM SETE BANDEIRAS NO TOTAL!!

Plus Ultra! — gritaram, erguendo os punhos no ar, orgulhosos deles mesmos.

— TIME SHINSOU EM SEGUNDO, COM CINCO BANDEIRAS!

— Parabéns, caras! — disse Kirishima, sorrindo — E foi mal por tirar vocês da área daquele jeito ...

— Era o objetivo. — consolou Kendo, Tetsu concordando — Nada que uma passada na Recovery Girl não resolva.

— TIMES BAKUGO E MONOMA EM TERCEIRO, AMBOS COM QUATRO BANDEIRAS!

— Se você ousar abrir a boca pra zoar, vai ter essa sua cara de drogado explodida! — ameaçou Katsuki, uma expressão sanguinária.

— AGORA, HORA DO ALMOÇO!!

     Os alunos foram para o refeitório aos empurrões e tropeços. Os integrantes do time de Luisa resolveram comer todos juntos enquanto conversavam:

— (...) E eu, como uma criança de cinco anos, ficava feliz da vida abrindo a porta e gritando "EU ESTOU AQUI". — terminou o esverdeado, rindo com os amigos.

— E você, Kayami? — perguntou Ochaco, curiosa — Conta alguma coisa da sua infância.

     Ela parou com o arroz na metade do caminho para a boca. Flashes de sua agonia passaram como um filme em sua mente, deixando seus olhos marejados:

— Tudo bem? — perguntou Kirishima, preocupado.

— ... Só lembrei de ... umas coisas que eu queria esquecer. — disse, respirando  fundo e forçando um sorriso — ... Eu ia com os meus pais no pé dum morro fazer piquenique todo final de semana. O meu pai era brasileiro, e eu amava assistir uma novela de lá pelo YouTube ... ele vivia dizendo que fizeram uma das músicas tema pensando em mim.

— Canta um pedacinho. Gero. — pediu Asui, fazendo cara de cachorrinho abandonado, sendo seguida pela castanha e o esverdeado.

— ... Tudo bem. — respirou fundo de novo — Só que eu não canto muito bem.

     Ela se preparou psicologicamente por alguns segundos, sendo observada atentamente por todos naquela mesa:

Lá, no pé do morro, tem ...
Uma menina, ninguém sabe quem.
Tão bonitinha!
Ela quer ser ... alguém.

     Até Shoto deixou sua cara de "dane-se a vida" para expressar espanto pelo que ouviu:

— Se você não canta bem, quem que canta!?! — perguntou Ochaco, impresionada.

     Eijiro estava comendo seu arroz como se fosse a coisa mais importante do universo. "Ela é perfeita demais ..." pensava, tentando não abrir uma competição de quem era mais vermelho entre seu rosto e cabelo. Sabia que seu cabelo perderia.

— Me manda o nome da música depois? — perguntou Izuku, comendo seu arroz.

— ' em português do Brasil ... mas ok.

     Seus colegas continuaram conversando sobre essas coisas, mas a morena continuava melancólica e o ruivo notou aquilo. Andava notando que ela forçava-se a sorrir constantemente, como agora.

     Queria perguntar o que havia de errado. Entretanto, ou ela negaria que tinha algo, ou se afastaria de si – a segunda opção sendo muito assustadora. Seria uma atitude plausível, pois não era tão chegada a alguns naquela mesa. Decidiu perguntar num momento mais propício, quando estivessem a sós.

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