Serendipity

Jungkook e Taehyung entraram juntos na casa, mas algo entre eles havia mudado. Jungkook sentia que sua vida estava finalmente completa depois que Taehyung aceitou dar uma chance de se abrir para o relacionamento deles e Taehyung   já tinha encostado os pés no fundo do poço e agora ele sabia que só tinha uma direção a seguir. E já que agora ele sabia onde o fundo ficava, ele só precisava subir de volta à superfície, no entanto ainda não se sentia pronto para fazer nada além de aceitar o que Jungkook estava disposto a fazer  por ele, e por enquanto isso era o suficiente.

- Você precisa de um banho ou vai ficar doente. - Jungkook disse entrando no quarto deles no segundo andar.

Ele fechou as cortinas, impedindo que a luz do sol entrasse e foi até Taehyung para tirar a roupa molhada do corpo gelado do mais velho.

- Eu não quero. - Taehyung disse com a voz arranhada por ter engolido sal do mar algumas vezes.

- O que quer então amor? - Jungkook perguntou abraçando Taehyung por trás.

O mais velho se virou, encarando os olhos negros de Jungkook, seus dedos longos tocaram as bochechas vermelhas de Jungkook e a sensação fez com que ele vibrasse em excitação.

- Você. - Taehyung disse baixo, ainda admirando quão lindo Jungkook era. - Quero você. - ele repetiu agora com um pouco mais de imponência no tom, se aproximando para beijar os lábios finos e delicados do mais novo.

Jungkook deixou ser beijado, sem forçar o ritmo ou tentar comandar algo. Ele deixou que Taehyung se sentisse livre para fazer o que quisesse, mas então o mais velho parou, olhando as mãos de Jungkook atrás do corpo, apertando um dedo contra o outro para evitar tocar nele.

- Eu acho que temos uma gravata em algum lugar por aqui. - Jungkook disse um pouco sem graça, achando que Taehyung havia parado por estar incomodado com a liberdade de suas mãos, apesar de não ter tocado nele.

- Eu quero que você me toque. - Taehyung disse sem nenhum incômodo com o fato de que aquilo havia o aterrorizado por boa parte de sua vida.

Era um grande passo, mas ele não estava inseguro com sua decisão.

Jungkook no entanto tinha suas parcelas de dúvidas. Ele tinha medo de levar Taehyung para seu lugar obscuro novamente, mas em algum momento ele teria que confiar em Taehyung e entender que o mais velho sabia o que era melhor para ele.

- Certeza? - ele perguntou com as mãos instáveis pairando na direção de Taehyung que confirmava com a cabeça sua pergunta.

Jungkook o ajudou a tirar sua blusa e parou estático, admirando o corpo do mais velho na pouca luz.

Seu rosto tinha uma sombra no lado esquerdo enquanto a outra metade era iluminada pela pouca luz que atravessa as cortinas da janela.

- Você é lindo. - Jungkook disse com a voz rouca e carregada de emoções.

Taehyung o encarou, o peito doendo com os sentimentos que Jungkook desencadeava nele e de repente tudo parecia demais para carregar sozinho. Ele precisava dividir seus medos com o mais novo, pela primeira vez, era o que ele queria fazer.

- Eu não quero morrer. - Taehyung disse com um soluço preso na garganta. - Quero viver só mais um pouco, para poder te fazer feliz.

Jungkook mordeu os lábios, encarando Taehyung que chorava em silêncio na sua frente.

- Você me faz feliz.

- Eu posso fazer mais. Posso fazer melhor. - Taehyung disse afobado, como se Jungkook pudesse decidir por sua vida

- Talvez você não morra. - Jungkook disse rápido, antes que pudesse se arrepender.

Taehyung riu desanimado.

- Eu também quero acreditar nisso, mas…

- Rafe passou mal ontem, depois de tomar escondido suas vitaminas que ficam na cômoda, mesmos sintomas que os seus. Namjoon levou os comprimidos para teste, o Dr. disse que os sintomas que você desenvolveu se assemelham com envenenamentos por alguns tipos específicos de agrotóxicos.

Taehyung sentiu o corpo ir pra trás, como se tivesse levado um soco ou algo assim. O pensamento vagando nas novas informações que Jungkook lhe fornecia.

- Por que não disse nada antes? - Taehyung perguntou curioso.

- Não queria te deixar esperançoso sem ter certeza.

Taehyung concordou. Jungkook só o estava protegendo, assim como ele protegeu Jungkook a vida toda. Ele seria hipócrita se ficasse mal com isso.

- Mas, depois que te achei na praia daquele jeito, talvez boas notícias, mesmo que não garantidas, seja exatamente do que você precisa agora.

- Obrigado. - Taehyung disse sorrindo pequeno. - Acho que precisava realmente ouvir algo assim.

Jungkook sorriu, se aproximando do mais velho para tocar seu abdômen.

- Sabe. Quando me apaixonei por você, eu era tão novo, cheio de esperanças e sonhos. Depois, quando começamos a namorar, eu lembro que dormia e ficava fantasiando ter ouvido você resmungar que me amava. - Jungkook riu sem graça, alisando o peitoral de Taehyung que se esforçava para respirar com aqueles toques gentis invadindo seu corpo. - Eu costumava imaginar que você dizia “Eu te amo, Bunny”. Toda vez que eu estava caindo no sono.

Jungkook negou com a cabeça, se sentindo um idiota.

- Eu achava que  você estava dormindo. - Taehyung pegou a mão de Jungkook que o tocava, beijando as pontas dos seus dedos delicados.

- O que ?

- Eu dizia que te amava toda vez que achava que você estava dormindo. - Taehyung disse, sorrindo para a feição de choque do mais novo.

- Então você realmente dizia?

- Sim. Eu sempre te amei, só não podia pôr sua vida em risco assumindo um namoro. Não com Woo por perto. - Taehyung deu ombros, fingindo que aquilo não o machucava, mas Jungkook sabia melhor.

- Eu também te amei, desde de sempre. - Jungkook disse tirando a calça molhada de Taehyung para depois tirar a própria roupa.


Rafe tirou os olhos do celular quando sentiu que o carro tinha parado.

- Chegamos? - ele perguntou enquanto olhava a mansão de frente pra praia.

Ele nunca tinha ido a nenhuma reunião de família ali antes, aparentemente não era comum entre a família irem para lá.

Até onde Rafe entendeu da explicação do seu pai, Jimin. Todos sempre faziam plano de passar as férias na praia, mas nunca conseguiam realmente ir.

Porém, quando o assunto era Taehyung, todos conseguiam uma agenda livre. Isso seria o caso de qualquer um que precisasse da atenção deles, que no caso, dessa vez era o V.

- Nós vamos no mercado do centro, você e seu irmão vão ficar com seus tios, ok?

Rafe concordou, só porque odiava ir ao mercado com o irmão mais novo, que sempre fazia escândalo na fila do caixa.

- Eles devem estar dormindo ainda, então nada de correria pela casa. - Jimin disse em alerta.

Rafe abriu a porta do carro às pressas e deixou Kyung pra trás, entrando na mansão silenciosa.

Kyung passou correndo por ele, ligando a tv pra assistir desenho enquanto Rafe passeava pelos corredores, atestando como  a casa era gigantesca.

Ele visitou seis quartos antes de subir para o segundo andar, porém assim que pisou no andar um som baixo de conversa chamou sua atenção.

Um dos quartos estava com a porta entreaberta e por algum motivo desconhecido, Rafe resolver ir até lá na ponta dos pés.

Ele achou que seus tios ainda estivessem dormindo, porque ainda era muito cedo, mas ao contrário do que pensava, os dois pareciam bem acordados.

V estava sem camisa e Rafe não conseguia parar de olhar.

Seu tio era tão lindo, principalmente porque tinham marcas prateadas por todo seu peitoral, feito provavelmente por cordas ou algo tão fino quanto, já que as cicatrizes assemelhavam a que ele tinha no pescoço de quando tentou se enforcar no orfanato.

Ele achava que V era feito do mesmo material que ele, por isso o admirava em níveis desproporcionais e nenhum pouco natural.

- Eu também te amei, desde de sempre.

Rafe ouviu Jungkook dizer antes deles se beijarem.

Ele queria sair dali, seus olhos estavam arregalados e ele sentia que o coração ia sair pela boca, mas ao invés de sair correndo, Rafe abriu um pouco mais a porta curioso, apesar do choque de realização do que estava acontecendo.

Taehyung sorriu no meio do beijo, puxando Jungkook pra mais perto. Ele girou o mais novo na direção da parede e o virou de costas, aproveitou para chupar e morder sua nuca.

Jungkook gemeu com o impacto do seu corpo no concreto, sua respiração falhou conforme Taehyung o apertava com força ao mesmo tempo que o beijava.

- Sinto falta de como você costumava me foder. - Jungkook disse com dificuldade.

Taehyung se afastou, puxou Jungkook pelos cabelos e o jogou na cama.

- Cuidado com o que deseja. - Taehyung disse com a voz grave e rouca, só que agora é porque estava extremamente excitado.

Jungkook estava prestes a virar na cama quando Taehyung agarrou sua bunda e o trouxe pra mais perto.

Ele virou o rosto de Jungkook para que o mais novo não tirasse os olhos dos seus e o deitou no colchão, deixando a bunda empinada na sua direção.

Jungkook colocou as mãos atrás nas costas, um movimento automático, gravado no passado, Taehyung não resistiu àquela visão. Ele deixou Jungkook na mesma posição e foi até as gavetas da cômoda atrás de uma gravata, achando uma jogada no fundo da gaveta.

- Decidiu me amarrar? - Jungkook perguntou com dificuldade por causa da posição.

Taehyung deu um tapa estalado na bunda de Jungkook e amarrou suas mãos atrás das costas.

- Adoro suas tentativas falhas de conversa durante o sexo. - Taehyung falou distraído enquanto se inclinava para que Jungkook lambesse dois dos seus dedos.

Jungkook deixou bastante saliva nos dedos de Taehyung, gemendo toda vez que o pau do mais velho roçava na sua bunda, a medida que ele se inclinava para alcançar sua boca.

Taehyung deu a volta no mais novo e o puxou pelos cabelos até que sua cabeça encaixasse no seu pau.

- Chupa. - Ele ordenou, acariciando os cabelos de Jungkook que obedeceu imediatamente.

Taehyung fechou os olhos, perdido na sensação incrível que era ter os lábios de Jungkook lhe provocando prazer.

Era incrível quando sexo se misturava com amor, como se completassem, de alguma forma os sentimentos se confundiam em meio ao prazer e tudo se tornava mais intenso e quase insuportável.

Seus olhos estavam embaçados quando se abriram, mas o sentimento era bom.

- Vira. - Ele ordenou com dificuldade, já que o prazer que sentia era muito intenso e a fadiga não ajudava em nada.

Jungkook fez o que o mais velho ordenou, ficando na mesma posição anterior.

Taehyung chupou os próprios dedos, os enchendo com saliva e entrou em Jungkook o assistindo gritar e gemer ao mesmo tempo. Ele alargou o mais novo por um tempo, com calma, num prazer e tortura que estava levando Jungkook visivelmente a beira da loucura.

Quando Taehyung finalmente entrou em Jungkook seu corpo já estava instável e sua respiração errática, ele se sentia fraco, mas o prazer era único.

Ele apoiou os joelhos na cama, virou um pouco o mais novo e começou o movimento vai e vem bruto e acelerado.

Jungkook não se importou, apesar das pontadas de dor, ele precisava gozar mais do que se sentir confortável.

O mais novo gritou alto, se desmanchando quando Taehyung acertou sua próstata. O sorriso nos lábios de Taehyung foi inevitável e ele estava prestes a gozar quando Jungkook caiu na cama, gozando por todo lençol e levando Taehyung junto com ele.

Ouvir os gemidos baixinhos de Jungkook era orgasmático.

Jungkook agora estava relaxado, então Taehyung começou a bater na sua bunda, sentindo o mais novo apertar seu pau dentro dele involuntariamente.

Jungkook  gemia de um jeito mole e sonolento que por algum motivo deixava Taehyung extremamente excitado. Ele saiu de dentro do garoto antes de gozar o puxando pelos cabelos e gozando por todo seu rosto.

 Jungkook estava jogado na cama, completamente gozado e mole quando Taehyung começou a lamber o pau do mais novo, o limpando, para depois subir até o seu rosto para passar o dedo por toda a porra que escorria dos seus olhos e bochechas, colocando o dedo sujo na boca de Jungkook e o assistindo engolir seu gozo lentamente.

Taehyung estava prestes a falar algo sobre o som que Jungkook fazia ao engolir a sua porra, mas travou assim que notou um movimento na porta do quarto.

-Merda. - Taehyung desamarrou Jungkook e beijou suas bochechas antes de agarrar uma calça no chão e sair correndo.

Rafe desapareceu da porta, mas Taehyung sabia que o tinha visto.

- Rafael. - Taehyung gritou enquanto terminava de fechar o zíper da calça. - Espera.

Ele não esperava encontrar Rafe parado no corredor, se assustando um pouco quando quase trombou com o garoto.

Rafe estava tão hipnotizado com o que tinha visto, que sem querer acabou obedecendo a ordem de Taehyung e esperou por ele.

Ele tentava esconder uma ereção marcada no jeans enquanto Taehyung seminu na sua frente só piorava a situação.

Suas cicatrizes eram ainda mais marcantes agora a menos de um metro dos seus olhos. Seu corpo estava todo o suado e tinha uma mancha de porra na calça que marcava o desenho do seu pau semi ereto perfeitamente.

- Que porra. Rafe?! - Taehyung gritou em meio aos sussurros para o menor enquanto jogava os cabelos úmidos para trás.

- Desculpa. Eu...eu… - Rafe lambeu os lábios encarando o rosto de Taehyung depois de acabar de gozar.

Ele era ainda mais lindo assim. Rafe sentia a mão coçar para desenhá-lo daquela forma.

- Precisamos conversar. - Taehyung disse sem graça com o olhar penetrante de Rafe.

Rafe apertou sua ereção olhando para Taehyung aterrorizado.

- Po...pode ser mais tarde? - Ele perguntou quase choramingando.

Taehyung seguiu as mãos do menor, encarando a ereção em sua calça.

- Vai resolver isso e me encontra na praia. Você tem meia hora - ele disse sério e parecendo extremamente irritado, mas assim que Rafe virou o corredor desesperado, ele não conseguiu mais segurar o sorriso se formando em seus lábios.

...

Quando Rafe chegou na praia, Taehyung já estava lá. Olhando o mar distraído, os pés descalços na areia úmida e densa, as mãos no bolso da calça jeans.

Rafe suspirou aliviado por Taehyung ter vestido uma camisa ou ele não conseguiria formular uma frase.

- Meu pai mandou te trazer. - Rafe disse entregando uma caneca de café com canela nas mãos de Taehyung.

Rafe acabou demorando muito mais que o previsto e agora quase todos já tinha chegado na casa, mas Taehyung não parecia se importar com o atraso do menor.

- Jimin é o melhor. - Ele disse depois de tomar um gole do café.

Os dois ficaram em silêncio, olhando o mar. Rafe achou que ia passar um pesadelo com seu tio, mas V não parecia interessado em briga.

- Tio , eu realmente sinto muito por hoje mais cedo.

Taehyung concordou com a cabeça sem olhar para o menor.

- Você comentou que ficou por curiosidade? - Taehyung perguntou calmo.

- Hm.

Rafe ficou apreensivo com aquele assunto, mas Taehyung estava sendo terrivelmente tranquilo com tudo aquilo, então não tinha porque não continuar.

- Um garoto da escola meio que me chamou pra sair.

Taehyung assentiu, pensando sobre o assunto.

- Você não aceitou?

- Eu aceitei, mas eu não sei se gosto de garotos, nunca me atraí por um antes, quero dizer…

- Além de mim. - Tae disse o interrompendo.

Rafe arregalou os olhos e ficou da cor de um tomate pelo nível de vergonha que estava passando.

- Como você…

- Já passei por isso.

- Sério? - Rafe perguntou curioso e um pouco mais a vontade agora.

Taehyung concordou com a cabeça.

- Meu professor de história do ensino médio.

Rafe riu com a ideia.

- Então foi assim que você descobriu que gostava de garotos?

- Não. O que eu sentia pelo meu professor era veneração. Acredito que o mesmo acontece entre eu e você.

Rafe baixou a cabeça, achando que não era bem assim, mas não estava em posição  para discutir.

- Eu descobri que gostava de garotos quando beijei um.

- Oh. - Rafe olhou para Tae, que agora sorria largo.

- Saia com seu amigo. Vê o que acontece, se você não gostar, não repita.

Rafe riu com as simplicidade da solução de V.

- Você é o ativo da relação. - Rafe soltou do nada.

- Normalmente sim, mas não é sempre. - Taehyung riu da cara de choque de Rafe.

- Quando descobriu isso? - Rafe perguntou curioso, mas quase engasgou com a cara fechada do mais velho.

Taehyung não conseguiu deixar de lado seus pensamentos de abuso e tortura que ele sofreu nas mãos de Woo por todos esses anos, sentindo o corpo tremer com o pensamento ameaçador de que ele era nojento e não merecia estar vivo. Sua mente. Afundando cada vez mais em pensamentos aterrorizadores.

- Nunca mais espie os outros detrás da porta e se quiser ver putaria, entra na porra da internet.

Taehyung estava prestes a virar e ir embora, mas parou com um toque de Rafe no seu braço.

- O que eu quero dizer é que eu não sei se conseguiria transar com alguém sem surtar, achar que estou passando por aquilo tudo de novo ou algo assim. - Rafe disse honestamente. - Essa foi minha curiosidade de antes, ver que você consegue.

Taehyung voltou a posição em que estava, olhando nos olhos de Rafe em busca de algo, sem saber o que exatamente.

- O dia que você se sentir à vontade pra tentar, conta o que está acontecendo na sua mente para o seu parceiro e faça só o que estiver disposto a fazer.

Rafe concordou tirando as mãos do braço do mais velho.

- Por isso o tio Kookie tava amarrado? Você não gosta de ser tocado. Eu também não.

Taehyung sentiu as bochechas corarem e a cabeça doer.

Se Jimin descobrisse que estava discutindo sua vida sexual com Rafe, ele era um homem morto.

- Sim, mais ou menos isso. - Taehyung disse sem querer aprofundar o assunto.

- Acha que um dia vou conseguir? - Rafe perguntou com a voz inconstante e os olhos esperançosos, como se Taehyung soubesse de todas as coisas.

- Quando tiver pronto, tenho certeza que sim. - Taehyung disse e Rafe acreditou.


Ainda era cedo quando todos se reuniram na sala, apesar de tudo que já tinha acontecido aquele dia, mal havia chegado ao meio dia.

Taehyung estava exausto, a fadiga tinha piorado e ele se sentia enjoado e fraco.

A conversa sobre o que fazer com a descoberta de que ele estava sendo envenenado já tinha chegado ao ponto da repetição.

Ninguém perguntou sua opinião, mas aparentemente a decisão de aumentar sua segurança foi uma decisão unanime entre seus irmãos.

Com o canto de olho ele avistou Jihoon encolhido numa parte da sala e foi até ele.

- Não se martirize tanto. - Taehyung disse calmo quando se aproximou.

Jihoon pulou com o susto, mas sorriu pequeno em seguida.

- O que quer dizer Hyung?

- Eu sei que foi você quem trocou as pílulas.

Jihoon o encarou com os lábios trêmulos, depois olhou desesperado para JHope distraído com a conversa entre os meninos.

- Não vou contar a ele, nem a ninguém. - V disse por fim.

Houve um silêncio tenso entre os dois, mas não havia raiva ou remorso.

- Por que não? - Jihoon finalmente perguntou, quase sem voz.

- Porque você merece uma segunda chance. Todos nós merecemos. - V se aproximou do menor e beijou sua testa antes de ir a passos largos para o banheiro mais próximo, vomitar o café da manhã.

Jihoon não sabia o que pensar sobre aquilo. Culpa já era um sentimento fixo na sua mente.


Louis limpou o suor da palma das mãos no jeans, olhando para Rafe com brilho nos olhos.

Rafe estava lindo, como sempre. Seus jeans rasgados e o moletom preto que ia até quase o joelho, conseguia deixar o garoto ainda mais bonito e inalcançável.

- Achei que não viria. - Louis disse , rindo sem graça antes de se aproximar e beijar Rafe no rosto.

- Eu disse que viria. - Rafe disse calmo.

Rafe começou andar pelo lugar, era um Studio bem arrumado, com alguns móveis espalhados pelo cômodo único, porém havia muitos quadros e materiais para pintura.

- Você mora aqui? - Rafe perguntou curioso com um dos quadros jogados num canto da parede.

- Não. Eu cuido do apartamento desse cara enquanto ele está fora, em troca ele me deixa ficar aqui às vezes.

- E como é que você conheceu esse cara? - Rafe parou de olhar o quadro para encarar Louis.

- Ele me encontrou bêbado atrás da caçamba de lixo ali embaixo uma vez. - Louis riu meio sem graça. - Acho que ficou com pena, sei lá.

- Agora ele te paga para cuidar do apartamento dele.

Louis deu de ombros sem falar mais nada.

Rafe sabia que devia ter mais naquela história, mas se Louis não contou até agora, é porque não queria que ele soubesse.

Alguém bateu na porta e Louis foi até lá pegar a pizza que havia pedido.

- Como foi sua viagem de família? - Ele perguntou quando colocou os pratos e a cerveja no ao lado do sofá.

Rafe pegou um pedaço de pizza com as mãos, sujando os dedos com o óleo do queijo.

- Foi interessante. - Rafe disse pensativo.

Louis riu entregando papel toalha para o menor.

- Você desenhou muito por lá?

- Não tive muito tempo livre pra falar a verdade.

Louis concordou enquanto abria uma cerveja e entregava para Rafe.

O negócio é que, Rafe podia até parecer descolado comprando armas e saindo sem supervisão, mas ele ainda era menor de idade e nunca havia ingerido álcool sem ser dentro de casa, então estava um pouco apreensivo na presença de alguém tão livre e desimpedido como Louis.

- Você não parece bem. O que foi? - Louis perguntou curioso.

Rafe deu de ombros.

- Acredite ou não, eu nunca fiz esse tipo de coisa.

- Como comer pizza ?

- Como beber e sair com um garoto que eu mal conheço.

- Então já saiu com outros garotos?

Rafe revirou os olhos bebendo mais cerveja.

- Você me entendeu.

Louis concordou distraído.

- Sou motivo de primeiras vezes então. - Louis disse com um sorriso largo no rosto.

Rafe concordou tímido.

- Eu fui seu primeiro beijo? - Louis perguntou tirando a garrafa de cerveja da mão de Rafe para pode se aproximar um pouco mais.

- Sim. - Rafe disse com um pouco de falta de ar.

Louis selou seus lábios com os de Rafe, pesando o ar entre eles.

Ele puxou Rafe para mais perto pela cintura e sorriu no meio do beijo que se transformou em algo lento, quente e excitante.

- Confesso que me enganou. Você beija bem demais para uma primeira vez. - Louis sussurrou, distribuindo selinhos pelo rosto do menor, sorrindo quando Rafe resmungou algo inaudível.

Quando Louis desceu seus beijos para o pescoço, ele sentiu Rafe retesar o corpo e prender a respiração, então achou que seria a melhor hora de se afastar.

- Você está bem? - Louis perguntou já à uma distância segura do menor.

Rafe assentiu, evitando olhar nos olhos do maior.

- Posso te fazer uma pergunta?

Rafe ficou indeciso por um instante, mas concordou com a cabeça.

- O que pretende fazer com aquela arma?

Rafe olhou nos olhos de Louis procurando por algum pré julgamento ali, mas não achou nada. Então seus olhos encheram de lágrimas e ele se encolheu protetoramente sobre o próprio corpo.

- Meu tio está com problemas. - Rafe disse numa espécie de sussurro engasgado.

- Que tipo de problemas?

Rafe mordeu os lábios pensando se contava ou não para um estranho o problema do seu tio.

- Olha! Eu conheço sua família. Sei que vocês são super famosos e a elite da sociedade e tal, mas eu prometo que nunca vou falar disso pra ninguém. Sem contar que você não precisa dizer nomes. - Louis disse sorrindo animado para um assustado Rafe.

O menor concordou, suspirando pesado antes de começar a falar.

- Bem…


Jihoon colocou sua mala ao lado da cômoda e sentou na cama suspirando desanimado.

Ele queria tanto que aquele sentimento de culpa passasse. Sr. S havia mentido para ele, suas intenções nunca foram prejudicar V, ainda mais matá-lo. Sua mente procurava motivos para ser leal a alguém tão cruel como aquele homem era e nada vinha em sua mente.

- Você está bem? - JHope perguntou batendo na porta de leve.

Jihoon deu um pulo com o susto, mas logo se acalmou, colocando a mão no peito para conter as batidas aceleradas do coração no processo.

- Desculpa não quis assustá-lo. - JHope disse, entregando uma caneca de chá para o menor.

- Você veio a viagem inteira calado. Estou preocupado, pequeno. - JHope apoiou uma mão na perna de Jihoon, sorrindo leve na sua direção. - Se alguém te disse algo desagradável na casa de praia, pode me contar.

- Não. Não. Sua família foi muito educada comigo Sr. Jung. - Jihoon disse um pouco sem graça.

JHope sorriu, encarando o menor bebendo o chá.

- Gostou? - Ele perguntou apontando com a cabeça para a caneca.

O chá estava muito quente e Jihoon acabou queimando a língua, mas ficou com vergonha de reclamar, então só confirmou e continuou bebendo o líquido quente machucando ainda mais a língua queimada, que depois de uns segundos já não incomodava tanto.

- Que bom! Não sabia se ia gostar. - JHope riu tímido, o que Jihoon achou particularmente fofo.

O mais velho estava sempre tentando agradá-lo e ele não fazia a menor ideia de como reagir a isso. Ninguém nunca fez aquelas coisas pra ele antes. Sua mente não conseguia parar de pensar que Hoseok devia querer algo em troca, todo mundo sempre queria afinal.

- Obrigado. - Jihoon disse beijando o rosto de JHope com os lábios quentes do chá.

- Foi um prazer. - JHope disse baixo enquanto analisava o rosto delicado de Jihoon.

Um silêncio opressivo se instalou no quarto. Jihoon queria beijá-lo e Hoseok não fazia ideia de como se comportar diante àqueles olhos grandes e pidões.

- Vou te deixar dormir. - Hoseok disse, batendo nas próprias pernas pouco antes de levantar da cama.

Jihoon não disse nada.

Era madrugada quando JHope acordou assustado com um barulho baixo de farfalhar invadindo seu sono leve.

Vinha da sala, mas era tudo que ele podia dizer sem ver.

Seus pés foram de encontro ao chão e seus passos vagarosos o carregou até a sala do apartamento.

Demorou alguns segundos para JHope se situar. Eles sabia que estava em seu apartamento em Seul e que aquela sala era a sua, mas estava tudo muito diferente. Os móveis foram movidos de lugar e agora até o lustre parecia brilhar com a limpeza impecável e cuidadosa.

JHope ouviu um suspiro de pavor atrás dele, o forçando a virar o corpo na direção do som.

- Sr. Jung, o que faz acordado? - Jihoon perguntou assustado.

Jihoon vestia uma camisa grande de botões, o tecido alcançava metade de suas coxas bem delineadas e lisas.

JHope queria muito responder, mas o garoto na sua frente roubava-lhe a voz e corrompia seu raciocínio.

- Eu…

Jihoon largou a vassoura das mãos e começou a mexer freneticamente seus dedos finos, os entortando, estalando e arranhando sua palma.

- Eu te acordei. - Ele afirmou mordendo o lábio inferior enquanto seu queixo vibrava.

- Eu não… eu não me importo. Só não tinha entendido o motivo do barulho. - JHope tentou acalmá-lo, mas seus olhos arregalados lhe diziam que ele fez exatamente o oposto.

- Jihoon, pode favor não se chateie comigo, eu precisava de um copo d'água de qualquer forma.

Jihoon arregalou ainda mais seus olhos atormentados, correndo até a cozinha para encher um copo com água.

JHope suspirou sem saber mais o que fazer.

Quando ele achava que Jihoon estava melhorando, o garoto voltava uns dez passos para trás.

- Por que estava limpando a casa, pequeno? - JHope perguntou, aceitando o copo com água que o menor estendia na sua frente.

- Pra agradecer. - Jihoon respondeu tímido.

- Agradecer pelo que?

- Pelo chá.

JHope precisou de mais alguns segundos para entender o que o menor queria dizer.

- Oh! Você não precisa pagar quando eu lhe oferecer algo.

- Não é certo ser um inútil.

- Você não é um inútil. Nunca foi. - JHope disse, um pouco firme demais provavelmente, já que Jihoon tremeu em resposta da sua voz grave e rouca de sono.

JHope largou o copo de água na pia, levantou Jihoon e o colocou sentado no balcão, deixando os dois praticamente na mesma altura.

- Não quero que faça nada para mim. Você não é meu empregado, é meu convidado. Entende?

Jihoon concordou com as bochechas vermelhas e um pequeno sorriso no rosto.

- O que foi? - JHope perguntou sem conseguir deixar de rir junto.

- O senhor me carregou no colo. - Jihoon respondeu tímido.

- Você gosta de ser carregado no colo?

- Só meninos bons merecem ser carregados. - Jihoon respondeu com firmeza.

JHope prensou os lábios um no outro pra não dizer nada. Ele não tinha como mudar anos de tortura e lavagem cerebral com uma conversa, era  uma guerra inútil a se travar.

No entanto, talvez fosse o fato de ainda estar um pouco sonolento ou era o cansaço mental que tudo aquilo causava, uma dessas coisas, fez com que JHope parasse de tentar jogar com a razão e passar a sentir.

Suas mãos tocaram delicadamente a cintura de Jihoon enquanto o menor abria as pernas para que ele encostasse seu corpo no balcão.

JHope subiu uma de suas mãos, alisando os cabelos do menor que parecia rígido e tenso com cada movimento do maior. 

- Eu acho você um bom menino e te carregaria no colo o tempo todo se pudesse. - JHope disse baixo, soltando lufadas de ar nos cabelos do menor.

Jihoon sentiu seus olhos brilharem com lágrimas, seu corpo tremia, mas a sensação era boa.

- Eu sou um bom menino? - Jihoon perguntou inocente.

JHope ia responder qualquer coisa, mas travou todas as suas ações em choque conforme a mão de Jihoon descia pela sua camisa de pijama até encostarem no seu short curto.

- O que está fazendo? - JHope perguntou rouco, impossibilitado de raciocinar ou impedir Jihoon.

- Coisas que um bom menino faz. - Jihoon disse lentamente enquanto colocava sua mão delicada dentro da boxer do mais velho.

- Pequeno.

- Me deixa ao menos fazer isso. Não é por obrigação. Eu quero, eu quero muito. - Jihoon implorou em seu ouvido, se aproximando ainda mais para passar o polegar na glande do maior.

JHope era capaz de conseguir várias coisas, mas impedir uma ereção não era uma delas.

Ele gemeu baixo, encostando a cabeça no ombro de Jihoon enquanto alisava sua cintura. A mente gritando para que ele impedisse aquilo, seu pau implorando para que não.

Foi preciso mais do que força de vontade para afastar as mãos de Jihoon de dentro do seu short, mas ele conseguiu.

Sua respiração era falha e seus olhos embaçaram com o prazer que era ter as mãos do menor em qualquer parte do seu corpo, mas sua mente no entanto, não o deixava se livrar do sentimento de culpa que queimava o peito.

- Eu não posso.

- Eu não te excito senhor? - Jihoon fechou as pernas assim que JHope se afastou, escondendo sua ereção com suas mãozinhas, tímido e envergonhado pelo sentimento aparentemente unilateral.

- Não é esse o caso. - JHope passou as mãos pelos cabelos e pegou o copo ao lado com o restante da água que ele havia deixado. - Eu menti pra você Jihoon. - JHope acrescentou antes de tomar um copo d'água.

- Tudo bem. - Jihoon disse sem se importar muito.

- Não. Não está tudo bem. Não fui honesto, mas quero ser agora.

- Senhor Jung, eu posso pegar minhas coisas e ir embora, não precisa se desculpar de nada. - Jihoon desceu do balcão com dificuldade e começou a caminhar em direção ao quarto, imaginando que tipo de coisa ele poderia considerar como dele, talvez a escova de dente?!

- Jihoon. - JHope o pegou pelos braços o forçando a parar no meio do corredor. - Por favor, me deixa explicar.

Jihoon sorriu pequeno concordando, mas era óbvio que ele não queria ouvir. Tudo que ele sabia é que JHope não tinha interesse nele e isso o machucava por algum motivo.

JHope ignorou o “Sim” forçado de Jihoon e começou a falar.

- Eu me aproximei de você porque queríamos informações do paradeiro de Woo.

Jihoon levantou a cabeça, olhando com tristeza para JHope.

- O senhor Jung me alimentou, me deu roupas e um lugar para dormir. Não me torturou por informações. - Jihoon detalhou confuso com os método do maior de conseguir respostas.

- Não sou torturador de crianças. - JHope disse entre dentes.

Ódio saindo por sua respiração e as mãos em punho.

- Não sou uma criança. - Jihoon deu passos para trás um pouco assustado, mas logo se recompôs correndo para sua posição anterior e abaixando a cabeça.

JHope suspirou desanimado pela milésima vez, mas se acalmou.

- Só, me desculpa. Não quero mais nada de você além de te ajudar.

- Obrigado senhor Jung. Posso ir para o quarto agora?

JHope encarou Jihoon que corajosamente ergueu a cabeça para olhar nos olhos do maior, apesar das mãos trêmulas e o corpo mole por causa do medo.

JHope queria dizer não. Ele não podia deixar que aquela conversa acabasse daquela forma, mas ao invés de discutir sobre o assunto, ele confirmou com a cabeça e esperou o menor fechar a porta do quarto para então socar a parede com toda sua força.

Jihoon se sentia confuso e assustado.

As palavras “ Não quero mais nada de você além de te ajudar” martelavam na sua cabeça.

Ele não conseguia deixar de se sentir nojento por dar em cima de um homem tão bom como o senhor Jung.

O homem só queria ajudar e ele tentando esfregar a boca suja no pobre coitado.

 Para Jihoon, o motivo de Hoseok não ter interesse nele era mais que óbvio, ele era nojento e ninguém gostaria dos toques de alguém tão nojento assim.

Seus olhos secaram, suas lágrimas não eram mais necessárias para demonstrar o quanto ele se sentia um renegado e se nem na limpeza do apartamento ele agradava o maior, talvez devesse realmente simplesmente ir embora.

Jihoon não se importava de ser usado, ele foi usado a vida inteira e sabia muito bem que nada vinha de graça. Ele podia até não saber o porquê Jung Hoseok estava o ajudando, mas sabia que não era sem motivo.

Jihoon ouviu toques na porta, então correu pra cama, tentando se proteger com um lençol fino.

Ele sabia que o Sr. Jung tinha socado a parede do corredor e se o maior bateu em sua porta, era porque ele definitivamente seria a próxima coisa a ser socada.

Não era porque ele sabia o que ia acontecer que ele estava preparado, então sentiu medo.

- Eu vou embora pela manhã senhor Jung. - Jihoon disse agarrando os lençóis com toda sua força.

JHope não falou nada. Ficou parado na porta o encarando em silêncio.

- Eu posso ser útil de outra forma. O senhor pode me bater, não tô dizendo que não…

JHope deu uns passos para frente.

Jihoon se sentia um pouco mais conformado agora, não era como se ele conseguisse impedir o cara de fazer o que quisesse com ele afinal.  

- Você quer que eu te bata? - JHope perguntou com a voz falhada.

Jihoon negou com a cabeça.

- Eu preferia que não fizesse senhor. - ele disse gaguejando do começo ao fim.

Ele costumava ser mais conformado nas mãos de Woo. Sua esperança de que tudo aquilo tinha ficado pra trás fez dele fraco e assustado mais uma vez.

- O que quer que eu faça então? - JHope sentou na cama alisando os nós avermelhados em sua mão, as veias saltando pela quantidade de sangue que foi para o local.

- Eu posso ser útil. - Jihoon respondeu confuso com a pergunta.

JHope estendeu suas mãos torcendo para que Jihoon se aproximasse. O menor fez sem questionar.

Ele colocou o pequeno no colo e o abraçou forte, beijando seus cabelos com carinho.  

- Eu posso ser útil. - Jihoon resmungou abafado por causa do rosto enterrado na camisa do maior.

- Eu sei que pode. - JHope disse baixo. - Eu sei que sim.

Jihoon suspirou aliviado, com as esperanças renovadas de que não ia apanhar, mas ainda um pouco chateado pela rejeição anterior.

- Eu me masturbo pensando em você, desde o dia em que bateu na porta do apartamento do Tae. - JHope disse em seu ouvido. - Desde aquele dia, não consigo pensar em mais ninguém. Sua boca delicada e macia, teus beijos quentes e seu gosto de hortelã e café. Gosto quando me chama de Senhor Jung, apesar de não termos idades tão distintas assim e adoro a forma que a sua bunda fica delineada numa calça do seu tamanho. Sua voz delicada me traz paz de espírito, mas seus dedos destróem qualquer pensamento racional que eu venha ter. Eu sinto um tesão do caralho por você Jihoon, mas não posso deixar que confunda com abuso e submissão qualquer coisa que possamos ter juntos.

Jihoon soltou o ar em choque, uma ereção vergonhosa alisava a barriga de JHope, já que ele estava sentado no seu colo. Ele não conseguiu evitar rebolar nas coxas do maior, ouvindo um gemido baixo em resposta. 

- Eu te excito. - Jihoon disse tímido.

- Fico feliz que tenha entendido essa parte, mas preciso que entenda o restante também.

Jihoon afastou a contragosto o rosto do peito de JHope e sorriu enquanto olhava para os olhos negros e famintos do maior.  

- Eu nem consigo acreditar Hyung. - Jihoon juntou as mãos no peito de JHope e prendeu os lábios na tentativa de conter a felicidade em forma de sorriso.

- Eu sei que essa é a única forma que você conhece de demonstrar carinho, mas eu acho que posso te mostrar todas as outras também. - JHope alisou as costas do menor, parando quando ele ficou rígido em seu colo, provavelmente por ter encostado em uma de suas cicatrizes por cima do tecido fino.

- O que eu preciso fazer para ter isso Sr. Jung?

JHope sorriu com a forma que Jihoon pronunciou “ Sr. Jung”, agora que sabia que ele gostava.

- Quero que converse com Jimin sobre seus medos. Ele fez psicologia direcionada para os tipos de abusos mentais, acho que vai fazer bem pra você e nos ajudar a achar uma forma de nos relacionarmos de maneira saudável, se você quiser tentar.

- Um relacionamento? - Jihoon perguntou confuso.

- Sim. Quero dizer, algo além de amizade. Não vou te levar pra cama só pela diversão Jihoon, eu quero você. Você inteiro.

Jihoon enrugou a testa pensando no porque alguém ia querer alguém como ele se não fosse para usá-lo na cama.

- Ok. - Jihoon disse mesmo confuso.

- Ok? - JHope sorriu largo. - Vou precisar que repita tudo pelo que você está concordando pequeno.

- Vou conversar com Jimin para ser melhor pra você e vou aprender como te servir fora da cama também.

JHope resmungou alguns palavrões, mas desistiu de fazer aquilo com palavras.

- Muito bem. - Foi tudo que conseguiu dizer antes de Jihoon grudar em seu pescoço, dando uma espécie de abraço apertado.

JHope esperou o garoto se afastar para virar seu corpo e deitá-lo na cama.

Jihoon agarrou sua camisa de botões e fechou os olhos, torcendo para não precisar tirar a roupa, mas JHope não fez nada, esperando que ele voltasse abrir os olhos.

- Posso tocar em você? - JHope perguntou cauteloso.

Jihoon concordou, mas não largou a barra da camisa.

JHope desceu o rosto entre as coxas de Jihoon e passou a beijar sua pele macia enquanto descia a cueca do menor com uma das mãos.

Jihoon era todo pequeno e delicado, sua glande rosada deixava um pouco de pré gozo encostar na parte da sua barriga exposta.

JHope suspirou maravilhado com a beleza do garoto. Os olhinhos fechados com força, os cílios grossos vibrantes se arrastando em suas bochechas vermelhas, a boca entreaberta, a respiração acelerada.

Ele se aproximou do rosto do menor, encostou delicadamente em seu lábio inferior e depois passou a beijá-lo com calma. Jihoon suspirou no meio do beijo, seu suspiro saindo trêmulo no final pelo excesso de sentimentos transbordando o peito. JHope gemeu baixo ao entender o quanto daquele toques causavam sensações novas para o menor assimilar.

Ele esperou Jihoon acalmar o aperto das mãos em seu braço e desceu o rosto, pulando a parte da blusa coberta, para chupar sua barriga que brilhava pelo pré gozo se esparramando sutilmente por sua pele. JHope esbarrou o lábio inferior na glande do menor, que abriu os olhos assustado.

- Sr. Jung.

- Não tenha medo pequeno.

Jihoon mordeu os lábios, concordando com a cabeça quando notou que era o que JHope precisava para continuar.

JHope engoliu toda ereção do menor sem muita cerimônia. Ele era pequeno e JHope não conseguiu deixar de gemer com a mistura de texturas que tinha em sua língua.

Jihoon gemeu baixinho, arrancando um gemido de JHope em resposta. O menor gozou logo depois disso, ainda sensível com cada toque da língua do maior.

JHope chupou Jihoon até ouví-lo choramingar baixinho, voltando a atacar sua boca com a sua língua, que agora tinha o gosto do pequeno.

O mais velho esperou Jihoon dormir e saiu do quarto com uma ideia martelando em sua cabeça.

Jihoon acordou com frio. Ele não viu JHope quando abriu os olhos, mas ninguém nunca dormiu na mesma cama que ele, mesmo os homens para quem o Sr. Woo o emprestava para que ele pudesse agradar, então não achou a ausência do maior algo estranho ou ruim.

Suas pernas ainda estavam trêmulas com o resultado de tudo que sentiu quando JHope o beijava lá embaixo.

Seu rosto queimou com vergonha, ele era pequeno, tinha medo de não ter sido bom para o Sr. Jung como foi pra ele.

De repente ele teve uma ideia insana. No começo ele achou que não conseguiria  fazer isso, mas enquanto tomava banho pensativo, a óbvia conclusão chegou a ele como única opção. Ele não podia iludir uma pessoa que o tratou bem e sem nojo pela primeira vez, então desligou o chuveiro, correu até o closet e pegou sua cueca mais bonita, tremendo um pouco quando correu pelo apartamento vestido só com aquilo.

Seu queixo caiu assim que chegou na cozinha, achando JHope rodeado de vários pratos de comidas distintas que cheiravam ainda melhor do que aparentavam.

- Sr. Jung?

- Eu já ia levar seu café da manhã, mas fico feliz que tenha vindo, acho que exagerei na quant… - JHope se calou quando virou, olhando Jihoon na porta da cozinha vestido só com uma cueca azul bebê.

- Pequeno. - JHope se aproximou em choque.

Milhões de pequenas cicatrizes pratas decoravam todo seu tronco, eram tantas cicatrizes, que era difícil não encarar.

JHope sorriu, acariciando as bochechas vermelhas de Jihoon e selando seus lábios.

- Tão lindo. - JHope sussurrou beijando seus cabelos molhados. - Vem comer antes que esfrie. - ele completou levantando Jihoon pelas axilas e o sentando na banqueta da copa.

Seu corpo encostou nas costas de Jihoon enquanto ele se inclinava para pegar panquecas com um garfo, colocando a comida na boca de Jihoon.

Às vezes JHope beijava o ombro do menor, enquanto esperava ele mastigar toda a comida para então voltar com o mesmo processo.

Ele não fazia ideia se fingir que as cicatrizes não o afetava era uma boa ideia, mas ele não mentiu quando disse que o achava lindo.

Jihoon era lindo exatamente do jeito que era, independente do quão cruel a vida o havia moldado.

JHope sempre sentiu que tinha amor demais para dar. Ele sufocava as pessoas com quem se relacionava, seu excesso de carinho e atenção nem sempre foi visto com bons olhos.

Jihoon nunca teve nenhum tipo de carinho e precisava mais que o normal de alguém que lhe desse exatamente isso.

JHope achava ridículo quando alguém sugeria que almas eram criadas em pares e jogadas espalhadas pela Terra para serem, com sorte, um dia encontradas, mas ele tinha que admitir, as circunstâncias que juntaram essas duas almas não eram das melhores. Ambos tiveram vidas confusas e carregadas de consequências traumáticas, seja JHope com a falta do amor materno que ele nunca teve, seja Jihoon com toda aquela sequência inimaginável de abusos.

Seja como for, JHope poderia jurar que o destino tinha juntado seu par perdido, por mais louco que isso pudesse parecer.

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