I'm Broken As Hell

 Já tinha um tempo que Jin e RM tentava juntar os meninos dentro da van que já foi usada para eles se locomoverem de um show a outro.

Jin não conseguiu controlar a bagunça nem com todo seu treinamento de exército para cima de todos. Exceto JK que já estava na van há um tempo, mas até então, era só para fugir de V mesmo, ele era sempre o último a fazer as coisas, ia acabar lá na frente bem longe dele.

Bom! Na verdade JK não conseguia encarar o mais velho desde o dia em que terminaram, quase dois anos atrás.

Ele foi rude, infantil e extremamente injusto, porém V concordava com ele em tudo, como se sentisse não merecedor de ser amado ou algo assim. JK odiava o fato de sentir vergonha por isso, era V o errado, não ele.

Então porque parecia tão errado o que fez com o mais velho?

Pela primeira vez na vida de V. Ele estava ali na porta da Van, adiantado assim como Jungkook. Ele ficou  travado na porta por ver que só seriam os dois por um tempo se ele entrasse.

JK olhou para fora através da janela, dando espaço para V educadamente se retirar, mas ao invés disso sentiu o peso e o calor do seu corpo bem ao seu lado.

JK olhou para V que parecia prestes a começar a falar algo, mas todos começaram a entrar, o interrompendo sem ao menos ter começado.

Eles se distraíram bastante com as piadas ruins de Jin durante a viagem.

Suga dormia um sono tranquilo, provando que em algum momento daquele dia ele tiraria para dormir, como previsto.

- Quem diabos escolheu esse sábado? A rodovia está um terror. - JHope perguntou olhando a estrada lotada, mas em fluxo constante, então ele estava reclamando um pouco sem motivo na verdade.

- Minha avó foi num vidente que falou que essa data seria mais auspiciosa. - Jimin sorriu largo, mais feliz do que todos já viram até hoje.

- O segundo vidente. - Suga resmungou, se virando em direção a roda de meninos que conversavam, um inclinado para o outro.

- Segundo? O que aconteceu com o primeiro? - RM perguntou curioso.

- O primeiro disse que o casamento de gays não são apropriados e irá trazer má sorte para todas as futuras gerações das nossas famílias. - Jimin resmungou enquanto deitava no colo de Suga, depois que o mais velho estendeu os braços pedindo com um gesto de mão para ele assim o fazer.

- E o segundo? - V perguntou já que todos se calaram em pânico com as desventuras pregadas pelo vidente da família.

- O segundo disse que  esse Sábado estava bom. - Suga falou fazendo todos rirem da naturalidade da resposta.

Suga já foi muito amaldiçoado na vida, ele sabia que esse tempo já tinha passado e se sentia a própria sorte personificada por ser com Jimin  que passaria a parte boa da sua vida.


Suga se sentia estúpido com uma guirlanda na cabeça, então deu um jeito de perder a sua, entre a casa de Jimin e a praia,  onde tinha um pequeno e delicado arco, lotado com flores brancas e amarelas que Jimin e Suga se sentariam com suas famílias para comer tâmaras, tteok  e coisas assim.

Ele não conseguia parar de se mexer com ansiedade. Ele pensou se Jimin teria desistido. 

Ele ficou feliz em ver seus irmãos no banco branco e longo de ferro, sofrendo com as guirlandas na cabeça, apesar dele ter aprovado usá-las, ele era o único sem.

Suga suspirou alto nervoso mais uma vez.

Merda! Ele definitivamente mudou de ideia, não foi?

- Não consigo, parece que eu vou vomitar a qualquer momento. - Jimin falou dando pulinhos enquanto olhava pela janela da sua casa, umas cinquenta pessoas sentadas em frente a praia, que ele chamava de  “a multidão que o vaiaria” a cada dois minutos, os esperavam.

- Não posso Hobi, talvez o primeiro vidente esteja certo. E se eu amaldiçoar toda minha família e a de Suga? - Jimin perguntou chacoalhando a guirlanda nas mãos.

 Aquilo jamais ficaria inteiro até a entrada do casamento.

- Vocês se amam muito, tenho certeza que a geração futura da sua família te perdoaria. - JHope falou tirando as pétalas amaçadas da guirlanda e a encaixando novamente nos cabelos de Jimin, aproveitando para espirrar um pouco mais de glitter prata.

- Você acha que eu sou uma vergonha para minha família? - Jimin perguntou mexendo a barra do smoking branco e prata que o vestia delicadamente.

- Nunca Hyung, sua família te ama e esse vidente é bem falso, com certeza - Jungkook falou se aproximando para pegar na mão de Jimin, com carinho.

Jimin riu para o mais novo se sentindo mais tranquilo.

E foi isso, Jungkook era o único a ter esse efeito calmante em Jimin.

 JHope ainda se impressionava, toda vez que ele presenciava momentos assim.


Jimin chegou na praia, sorridente largando os braços de JK para entrar no tapete branco estendido por sob um corredor de familiares e alguns amigos próximos deles o olhado atravessar a distância entre ele e Suga, que parecia um papel A4 de tão branco.

- Você acha que ele vai ser amaldiçoado como o vidente previu? - Jungkook perguntou apavorado pela primeira vez.

JHope não conseguiu não gargalhar alto, fazendo alguns olharem feio em sua direção.

Era fato. Aquele grupo faria de tudo para manter a paz um do outro, isso era simplesmente algo imutável entre eles.

- Ele vai ficar bem Jungkook-ah. - JHope falou puxando o mais novo para se sentarem.

JK sentou a tempo de ver V com um terno preto, aberto e com a camisa social prata, de seda brilhante, para fora da calça, com as mangas grandes saindo do terno e um brinco longo de diamantes em uma das orelhas, a guirlanda encaixada perfeitamente em seus cabelos levemente armados pelo mousse, aquele que JK lembrava de V, toda vez que sentia o cheiro. Ele usava um batom rosa brilhante e glitter prata como sombra nos olhos.

Ele era tão lindo.

JK voltou a prestar atenção no casal para quem V tinha acabado de entregar as alianças enroladas com um fita azul, depois de fingir que tinha perdido e levar um tapa de Jimin seguidos de risadas com solucinhos fofos do menor.

Suga olhava tão apaixonado para Jimin, enquanto o menor jogava o corpo para trás, rindo pela a piada de mal gosto de V. Ele achava que os convidados riram baixo também, provavelmente mais pela atitude fofa do Jimin, do que por ter achado graça de V que se sentava ao seu lado com naturalidade, como se ele não afetasse o maior da mesma forma que V o afetava.

Suga tossiu nervoso antes de começar a falar, pegando um papel amarelo e amassado do bolso.

- Eu lembro que comecei a escrever sem saber o que dizer sobre você. E quando eu perguntei se eu precisava mesmo fazer isso . Você me mandou calar a boca e escrever essa merda, então aqui vai. - Suga sorriu com a cara revoltada de Jimin misturada com risos a contragosto.

- Na verdade eu sei que isso não faz parte dos nossos costumes, mas como ninguém aceitou vir fazer nosso casamento e mesmo que já tenhamos assinado os papéis importantes ontem de manhã…

- Suga.  - Jimin o chamou indignado, batendo em seu braço de maneira corretiva e fazendo todos rirem de novo.

- Eu quis fazer isso mesmo assim. - Suga falou devagar tentando acalmar Jimin, que sorriu tímido com a reação adiantada. - Eu te amo. - ele começou.

- Você deve pensar que isso é uma palavra já comum entre nós, apesar de você não me ver usando-a com frequência. Acho que eu gosto de manter seu valor, por isso quase nunca digo a você. Porém ontem, olhando o mar revolto que mora dentro dos seus olhos negros, a insegurança preencheu meu peito e apertou meu coração de maneira verdadeiramente cruel. - Suga tocou nas bochechas vermelhas de Jimin, sorrindo amoroso. - Quando olhamos para o céu, vemos o brilho de estrelas que viveram há milhares de anos, no passado. Mas ainda assim podemos admirar seu brilho. Não sei quando o brilho dos seus olhos se apagarão para mim e meu corpo quase falha ao pensar nessa possibilidade. Sei que parece mórbido eu falar esse tipo de coisa no nosso casamento, mas o que eu quero dizer é que eu não quero pensar o quanto te amo toda vez que lembrar do brilho dos seus olhos. Eu quero dizer agora, amanhã e todos os dias nas nossas vidas em que seu brilho é meu presente e não meu passado.

Suga suspirou alto, sentindo suas mãos tremerem enquanto segurava a aliança de Jimin na altura do seu anelar gordinho e pequeno.

- Então aqui vai o primeiro de uma vida inteira. 

- Eu te amo.

Jimin riu engasgado com as lágrimas enquanto um anel dourado cravejado de diamantes era colocado em seu dedo. Ele lembrou que quando foram escolher as alianças, Suga imediatamente apontou para essa, quando Jimin perguntou o porquê da escolha, Suga disse apenas porque o lembrava  estrelas.

Ele não tinha entendido no dia.

- Como se você fosse viver mais do que eu. - Jimin resmungou enquanto colocava um anel que Jimin tinha escolhido para ele, de ouro com uma imensa pedra quadrada de diamante no centro, enquanto todos os aplaudiam de pé.

Os dois sorriram um para o outro, depois de viajarem dos dedos até seus olhos que brilhavam de forma única.

Suga e Jimin estavam casados.

Parecia ter sigo algo simples, mas eles sabiam melhor. 

O casamento durou o tempo do pôr do sol, entre a reunião das duas famílias que aconselhavam os noivos na cerimônia  pyebaek, onde eles tiveram que usar um hanbok que Jimin achou ter ficado gordo com ele, mas estava lindo como sempre, segundo Suga.

- Onde estão as amêndoas? - Suga perguntou, olhando para a mesa com os costumes da cerimônia.

- Acho que Tae roubou mais cedo. -Jimin respondeu sorrindo.

- Isso aqui tá um desastre. - Suga falou fingindo tédio que gerou mais risadas de Jimin.

...

A festa nada original na Coreia começou, depois que os mais velhos foram embora e outros da família que não quiseram participar. Ao mesmo tempo em que os amigos dos meninos chegavam, enchendo o jardim dos pais de Jimin de pessoas de vários países e costumes diferentes em uma união indiferente aos costumes e mais relacionadas a afeto e união.

V estava sentado na mesa, ouvindo algumas piadas péssimas de Jin que dançava loucamente com uma garrafa de água na mão toda vez que terminava de contar, fazendo todos rirem sem nunca saber se era da piada ou das danças vergonhosas do mais velho.

Jimin subiu num palco improvisado, interrompendo a banda.

- Sou um desastre para escrever coisas bonitas. - Jimin começou ouvindo todos se silenciaram para continuar ouvindo o pequeno.

V achou impressionante em como todos naquela festa olhavam com admiração e carinho para Jimin.

Jimin era realmente muito amado.

- Então eu achei que deveria ao menos te cantar uma canção. - Jimin sorriu enquanto de uma bolha, de onde só existia ele e Suga dentro, começou a cantar com sua voz suave.

( Música -  Fly Me To The Moon - Frank Sinatra, Count Basie).

V viajava os olhos pelos convidados distraído, tentando não ver a cara emburrada de JK há duas cadeiras dele, porém ele se distraiu quando dois olhos castanhos o atraíram. V enrijeceu olhando o garoto dono dos olhos brilhantes.

Era ele! Merda.

- Você está bem? - Jin perguntou notando a tensão de V.

- Quem o convidou? - V perguntou num tom agressivo.

- Seu fanboy? Jimin. Eles se encontraram em um evento de premiação na semana passada e Jimin achou ele tão fofo, falando sem parar do casamento que acabou o convidando. Por que?

- O que quer dizer com fanboy?

- Tá brincando? Esse garoto te idolatra desde da época de trainee.

V se arrepiou, pensando que era o tempo exato que viu as fotos desse mesmo garoto com Woo. Era ele. O novo brinquedinho do Mr. S.  Era ele bem na sua frente, na casa da sua família.

- Com licença. - V se afastou da mesa, indo a passos calmos até o garoto que percebeu que o mais velho o notara e começou  a visivelmente tremer.

- Olá. - V falou sorrindo encantador para o garoto que engoliu em seco fazendo referência para V.

- Você. - V olhou para pista de dança pensativo. - Você aceitaria dançar comigo? - V perguntou estendendo sua mão delicada para o menor que a pegou imediatamente com os olhos afobados e a respiração desregulada, como se ele pensasse muito fosse perder a oportunidade.

V abriu espaço para que ele começasse a andar, apoiando uma de suas mãos nas costas do menor de forma delicada para não o assustar, ainda assim o sentiu retesar com o contato das pontas de seus dedos, então resolveu só guiá-lo com a mão pairando em suas costas sem realmente o tocar, o menor pareceu se acalmar um pouco.

- Você é ainda mais lindo de perto. - Ji-hoon falou baixinho, V mal conseguiu ouvir.

- Obrigado. Você também é muito bonito. - V acariciou de leve os cabelos do garoto assustado.

Ele pensou que se ele, casca grossa do jeito que era, estava um merda depois de tudo que Woo o fez passar. O que aconteceria com alguém como Jihoon?

- Ele me abandona toda vez que você volta, então por favor não se preocupa comigo, eu não sou ninguém. E nunca passaria por cima de você. - o garoto riu engasgado tremendo nos braços de V. - Eu jamais…

- Calma. - V alisou o pescoço de Jihoon o acalmando imediatamente. Era o que Woo fazia quando perdia o controle e realmente o machucava, ele só parava de chorar quando Woo fazia assim, para Jihoon era obviamente o mesmo. - Não estou bravo. - V falou sorrindo.

- Não? - Jihoon perguntou puxando o ar parecendo quase desmaiar na sua frente.

V negou com a cabeça abraçando o menor que pareceu tenso de início, mas aceitou logo em seguida.

A esse ponto, a dança não passava de passos aleatórios e preguiçosos em direções opostas.

V soltou Jihoon que tinha as pupilas dilatadas. Ele reconheceu a sensação de prazer por conseguir fazer algo pela pessoa que você quer agradar. A submissão gritando naqueles olhos grandes e brilhantes.

- Posso te pedir uma coisa? - V perguntou carinhoso, vendo o menor concordar apressado.

- Se você não estiver aguentando  mais ou se ele de alguma forma te machucar. - V esticou as mãos, fazendo sinal que Woo fazia toda vez que ele botava os pés em sua mansão, indicando que ele confiscaria o celular até o final da sessão que era determinado por ele, podendo levar de horas, exaustão, desmaios ou desidratação graves de V ou apenas alguns minutos, para em seguida dar fim ao seus jogos com um sexo rápido que beneficiava só uma das partes.

Jihoon colocou o celular imediatamente nas mãos de V, tremendo bastante agora.

- Se algum dia precisar de mim para qualquer coisa, por favor me liga. - V colocou o polegar do menor para desbloquear o celular e digitou seu número nos contatos.

- Eu não posso te impedir de algo, isso é algo que só você pode querer se livrar, mas eu não quero ver você se destruindo. - V falou sorrindo de leve para o garoto tenso, o vendo começar a chorar.

- Ele me colocou aqui hoje, para ficar de olho em você, saber se estava com outra pessoa. - Jihoon pareceu prestes a desmaiar, precisando do apoio que V se dispôs a dar imediatamente.

- Por favor, me perdoa. - ele sussurrou chorando sem nenhum som, como lhe foi ensinado.

- Está bem, mas só se você prometer que vai me chamar caso precise. Não importa horário, lugar ou condição, só promete por favor. - V suspirou desanimado, pensando que aquilo não tinha funcionado como previsto.

Seu plano inicial era intimidar o garoto e ameaçá-lo falando sobre mortes dolorosas, caso ele se aproximasse de sua família a mando de Woo novamente, mas assim que Jihoon abriu a boca, tudo que ele viu foi a si mesmo na época em que sua alma ainda era inocente e sem cicatrizes.

- Eu prometo. - O garoto falou sem vacilar, provando que poderia ser forte quando necessário também.

Isso era bom! Pelo menos ele tinha mais chances de sobreviver a tudo pelo que estava sujeito a passar. Certo?!

- Com licença. - V pediu se afastando para não chorar na frente do menino, que parecia ainda mais assustado que ele.

Ele foi até o fundo da casa, tentando se separar de todos.

Lembrou das amêndoas roubadas no bolso do terno caro, pegando um punhado para comer quase de uma vez, procurando se acalmar.

...

V estava pensativo enquanto abria um portão de madeira, pintado de branco, que dava para um corredor cheio de equipamentos de jardinagem, alguns casos de plantas aleatórios ao lado da casa dos pais de Jimin.

- Isso é sério ? - Jungkook disse atrás de V, fechando o portão no qual o mais velho tinha acabado de passar.

V se virou assustado com o tom da voz do menor.

Ele podia ouvir sons de risadas e conversas vindo da festa, mas o som da banda ainda era o mais alto que chegava ao seu ouvido. Jungkook tinha os olhos brilhando com lágrimas, as mãos ao lado do corpo hora em punho hora aberta, às vezes encarava V, mas então fungava audivelmente desviando o olhar.

- O que quer dizer? - V perguntou lentamente, com a voz grave e baixa.

Ele percebeu Jungkook se mexer nervoso a medida que ele se aproximava.

- Você pensa que eu sou idiota? Eu sei que nunca fui o suficiente pra você. - Ele trocou olhares com V, mas desviou para parede lateral da casa. - Eu sei que você me traiu e não me queria, mas não precisa esfregar seus casos bem na minha cara. - Jungkook soltou tudo em um sussurro, depois de tirar coragem de onde não tinha.

V se aproximava lentamente do menor para não assustá-lo. Ele queria tanto se aproximar de JK para conversar, mas o garoto vivia fugindo dele, porém assim que ouviu aquelas palavras seu corpo parou bruscamente onde estava, seus olhos tentaram focar nas expressões de Jungkook, a testa enrugou. Ele não fazia ideia do que estava acontecendo.

- Do que está falando? - V perguntou cansado de tentar adivinhar o que o menor queria com ele.

- Você e Ji-hoon se agarrando na pista de dança. - JK falou travando entre a frase ao ver V retirar os olhos.

- Isso é ridículo. - V  estava pronto para virar e continuar seu percurso para lugar nenhum.

- Não é ridículo pra mim. - Jungkook falou atropelado, na tentativa de impedir V de ir embora com palavras.

Funcionou, porque V se virou para encarar novamente o menor.

- Por que se importa? Você simplesmente sumiu, foi fazer tours, se divertir e os caralho a quatro, sem me dar explicação ou ao menos me avisar. - V estava completamente exaltado, soltando tudo o que tinha pra falar e Jungkook tremia assustado, mas o rosto era  de alguém determinado.

- Eu te avisei. - ele sussurrou tentando colocar som em sua voz durante a fala.

- Mandar JHope me dar a notícia, definitivamente não é avisar. - V gritou passando as mãos no rosto nervosamente.

Jungkook colocou as mãos na cintura, respirando fundo, mexendo nervosamente a língua dentro da boca enquanto encarava V de maneira desafiadora.

V levantou a sobrancelha confuso com a mudança de comportamento, sem entender nada do que acontecia ali. Ele se aproximou do ouvido de Jungkook e o puxou pelo pescoço para ainda mais próximo dele.

- Não estou saindo com ninguém e mesmo que tivesse, não vejo como isso poderia ser da sua conta. - V sussurrou no ouvido de JK que parecia ter congelado por completo.

Seu coração parecia ter parado de bater por um instante, mas então no outro ele batia acelerado, de forma dolorosa, rasgando seu peito e torturando suas artérias.

Jungkook empurrou V, com força o suficiente somente para ganhar alguma distância do cheiro de canela que V sempre exalava que no momento o inebriava de tal forma que ele mal conseguia manter os pensamentos em ordem.

- Você tem razão. Não é da minha conta. - JK falou, quase sem ar com a excitação que a voz de V provocou em seu corpo.

- Por que se afastou de mim? - Jungkook perguntou com a voz tremida.

- Você se afastou, não eu. - V travou a mandíbula, odiando ter sido empurrado pelo menor, mas agradecendo pelo garoto tê-lo impedido de fazer uma besteira, mesmo que inconscientemente.

- Você sabe o que estou dizendo. Você se tornou distante, desaparecia vez ou outra e quando eu perguntava com quem você falava tanto no telefone você explodia. Por que me traiu? Eu achei que gostasse do que tínhamos. - Jungkook chorava, as lágrimas caiam dos olhos e desciam pela mandíbula, sendo limpada vez ou outra pelas costas da mão de JK.

- Eu nunca te traí Bunny.

- Não me chame assim. - ele gritou magoado.

- Desculpa, eu não te traí Jeongguk. - V engasgou com as próprias lágrimas. Ele odiava fazer Jungkook sofrer por algo que nem entendia.

- Então por que? - O menor sussurrou agoniado.

- Não importa agora. - V respondeu frio, limpando o nariz e os olhos.

Jungkook correu até ele, beijando de forma desesperada sua boca.

V demorou para entender o que acontecia e mais um pouco para responder ao ataque, mas o gosto de coca cola e bolo na boca de JK o fez gemer com boas recordações do que costumava ser seu tempo com o garoto.

Jungkook o empurrou de novo e se virou para abrir o portão e sair, mas V bateu no portão com violência antes que ele saísse, se aproximando de JK por trás para alcançar o trinco e trancá-los ali.

- Eu não consigo parar de pensar em você nem por um segundo. No seu cheiro. - V puxou o ar, encostando o nariz no pescoço de JK que prendeu a respiração em surpresa.

- No som da sua voz gemendo enquanto eu te fazia gozar. - V desceu uma mão pelo peitoral de JK, a outra apoiada no portão, prendendo o menor a ele.

- Eu tentei tanto te manter afastado, mas te ver com ciúmes é tão excitante. - V beijou o pescoço de JK que mordeu forte os lábios para não gemer.

- Eu sinto suas mãos pelo meu corpo, toda vez que eu me toco pensando em você. - JK falou, se virando para olhar para V que parecia hipnotizado com o momento. - Eu odeio pensar em você enquanto me toco. Eu odeio ter que te ver toda vez que nos reunimos. Eu odeio o quanto você me machucou e parece não se importar. Eu odeio cada pedaço do que você representa na minha vida. - JK terminou, rígido, firme, mesmo depois que V começou a chorar o olhando desolado, sem discordar por um segundo com ele.

- Eu sinto muito por te machucar dessa forma. - V respondeu abaixando a cabeça com vergonha.

- Tá tudo bem. É o que covardes fazem de qualquer formas, machucam e vão embora. - JK disse ironicamente indo embora, deixando V sentindo o soco das palavras de Jungkook reverberando na alma.

V entrou na casa pela entrada do jardim e foi até o banheiro lateral, embaixo da escada que dava acesso para o segundo andar, lavar o rosto na intenção de voltar a festa, mas assim que entrou no banheiro a porta abriu atrás dele e fechou.

Eles se encararam pelo espelho, enquanto JK trancava a porta ainda olhando direto em seus olhos.

- O que … - JK interrompeu V, o virando para beijá-lo. Suas línguas se enroscadas num beijo desesperado, o som molhado que chegava no ouvido dos dois era tão excitante. V gemeu baixinho dentro da boca de JK.

- Kookie, o que...

- Cala a boca. - Jungkook pediu apertando o pau de V com força.

V travou as mãos na pia com dor pela força do menor, mas não falou nada.

- Você nunca me traiu? - Jungkook perguntou diminuindo o aperto para alisar o local através do tecido fino do terno.

V negou com a cabeça levando outro aperto forte no seu pau já dolorido.

Ele gemeu abafado por causa da dor, travando os dentes para não reclamar.

- Use as palavras. - Jungkook ordenou, sorrindo torto com os gemidos abafados de V.

- Nunca. - V falou, a voz fina por causa da dor, ele suspirou aliviado quando JK o soltou.

- E você nunca mentiu para mim?

- Não. Nunca.

Os dois se encararam por um tempo. JK parecia pensar seriamente sobre algo.

- Me responde só mais uma pergunta e eu nunca mais toco nesse assunto. - JK falou vendo V concordar com a proposta.

- Quem te ligava tanto naquela época?

- Meu ex namorado.

Jungkook se afastou como se tivesse levado um soco. V conhecia a sensação.

- Não sabia que tinha um.

- Poucos sabem. - V se ajeitou para sair, mas JK entrou na sua frente.

- E você o ama? - JK perguntou confuso pela própria pergunta repentina.

V olhou para o lado pensativo. Ele sentia algo extremamente forte por Woo, uma obsessão em agradá-lo, mas sempre foi associado ao medo de errar e não sabia se aquilo era uma forma de amar.

Ele deu de ombros sem saber o que responder. JK enrijeceu o corpo, o peito subindo e descendo forte, os olhos o encarando desafiadores.

- Não gosto disso. - ele falou suspirando desanimado, depois de ter desistido de encarar V, que o olhava com os olhos perdidos e confusos.

- Não gosta do que? - V perguntou automaticamente.

- De ficar com o pau duro, mesmo quando estou fervendo em ciúmes. -JK falou se mexendo desconfortável.

V sorriu torto, olhando o volume na calça do menor com a sobrancelha levantada.

- Não vejo nada de diferente. - V debochou provocando o mais novo.

JK se aproximou revoltado com a cara de deboche do maior e o empurrou até vê-lo sentado na privada.

- Vou te dar permissão para usar sua boca para falar comigo somente dessa altura. - Jungkook falou sorrindo malicioso, mas estranhou os olhos de V brilhando por causa da sua autoridade recém adquirida no sexo.

JK ao contrário de V teve algumas relações aleatórias e passageiras durante suas tours solos e viagens que fez com alguns amigos novos, mas o problema era que ninguém era tão bom quanto V e ele não aceitava ser qualquer coisa que não ativo nas relações que tivera, porque travava toda vez que tentava, no entanto teve alguns momentos novos, que não tinha vivenciado com V quando estavam juntos e isso o ensinou a ser mais confiante. Então encontrar V depois disso, era estranho. Porque ele queria ser o seu Bunny, mas também queria fodê-lo até o mais velho não lembrar o próprio nome.

- Eu não entendo. - V falou confuso, olhando para JK como se não o conhecesse.

- Você não precisa pensar muito. - JK abriu o cinto e a calça, mas não tomou nenhuma atitude. - Só chupa. - ele terminou a frase, sorrindo delicado para o perdido V.

As mãos de V tremeram enquanto ele tentava controlar os dentes para que não batessem um no outro.

Ele sentiu os olhos encherem de lágrimas, mas mesmo assim colocou o pau de JK na boca que segurou seus cabelos para decidir o movimento que queria que o maior seguisse.

V sentiu o enjôo, que já estava acostumado, subir por seu estômago, mas melhorou quando olhou para cima e viu o menor.

Não era ELE. Não era ELE.

Mesmo com a certeza que era JK à sua frente V não conseguiu fazer nada diferente do que fora ensinado. Ele colocou as mãos atrás do corpo, como se estivessem amarradas e começou a chupar JK com mais velocidade, até quase engasgar todas vezes. Ele chorava no processo, mas estava feliz pelos gemidos baixos de Jungkook que enchia o pequeno e pouco iluminado local.

Sua cabeça foi bruscamente virada para trás, caindo direto no feixe estreito que a lâmpada acima dele jogava, iluminando o rosto de V.

- Droga. - JK se vestiu e ajoelhou para chacoalhar V, mas ele parecia em transe.

As lágrimas caiam sem parar dos seus olhos, mas V não emitia nenhum som.

- Taehyung - JK gritou, vendo o mais velho focar seus olhos turvos de água no rosto de Jungkook.

- Desculpa, eu não consigo mais, eu não consigo mais. - V ficava repetindo isso sem parar, deixando Jungkook em pânico.

Sim! Ele tinha crescido e amadureciso muito nesses últimos dois anos, principalmente no último ano longe de V, mas nada o preparou para aquela situação. Nada nunca o preparava o suficiente para V.

Mesmo sem saber o que fazer, Jungkook tentou pegar V no colo, para levá-lo ao quarto de Jimin, talvez se ele descansasse, mas o garoto começou a se espernear, berrando coisas como “Sai daqui” ou “não me toca”.

- O que eu faço? - JK sussurrou andando assustado em direção a porta, mas V não ouvia.

Ele saiu do banheiro, tentando não correr desesperado para não chamar muito a atenção.

- Por favor, Taehyung, ele … por favor... banheiro… eu fiz algo muito errado. - JK atropelava as palavras, enquanto tentava falar com o Jin.

RM levantou imediatamente arrastando os dois de perto das outras mesas que estavam começando a prestar a atenção na agitação toda de JK.

Jimin, Suga e JHope que estavam tirando algumas fotos, notaram a agitação dos irmãos sem muita explicação de como, era como se eles simplesmente soubessem.

 Eles pediram licença ao fotógrafo e foram para a pequena roda que tinha se formado ao lado da pista de dança improvisada no quintal da casa dos pais de Jimin em Busan.

- O que houve? - JHope perguntou, assim que se aproximaram.

- Alguma coisa com V. - Jin respondeu atropelado enquanto ia para dentro da casa sendo seguido pelos garotos.

Suga foi o último a desgrudar de onde estava, pensando no surto que já tinha presenciado de V. Ele só esperava não ser tão sério quanto da última vez.

- Espera. - Ele falou alto fazendo todos pararem para encará-lo.

- Posso tentar? - Suga perguntou especificamente para Jungkook, que concordou confuso depois de pensar por um tempo e desistir de concluir qualquer coisa.

Suga entrou no banheiro logo após sua confirmação.

- Por que ele trancou a porta? - JHope perguntou fazendo todos olharem para Jimin que deu de ombros com mais curiosidade que todos.

...

Suga se aproximou aos poucos do garoto em transe, sentado com os braços moles, jogados ao lado do corpo.

Ele sabia o que estava acontecendo agora. Suga teve problemas para dormir desde que leu metade das mensagens que V recebia de alguém que segundo Maddy, era irrastreável. Tudo que ele sabia era o nome que V colocou nos contatos,  Mr. S .

- Taehyung. - Suga chamou um pouco inseguro do que fazer.

Ele parou em frente a V levantando o rosto do mais novo com a ponta do indicador no queixo. V resistiu, então ele colocou mais força até ele ceder.

- Olha para mim quando eu falar com você. - Suga ordenou, tentando usar as palavras que lia com frequência nas mensagens nojentas que V tinha no celular.

V engoliu o choro aterrorizado por ter sido pego chorando, porém inicialmente confuso com o que acontecia. Ainda assim, colocou as mãos para trás por instinto e se ajoelhou na frente de Suga que arregalou os olhos assustado, porém se conteve em não se afastar.

Ao invés disso, ele se aproximou alisando os cabelos de V, seguido de algumas batidinhas fracas de mão em sua cabeça.

- Bom garoto. - Suga disse baixo, vendo o mais novo suspirar aliviado.

As lágrimas começaram a cair dos olhos de Suga, mas ele se manteve no controle, se segurando por um fio para não pegar V no colo e o proteger do inferno que devia ser viver naquele corpo.

V estava quebrado.

- Levanta. - Suga mandou, sem alterar a voz baixa e firme, mas teve que tossir no final para não transparecer o quanto aquilo o abalou.

- Parado. - Suga mandou, vendo  V vacilar com seu próprio peso, como se estivesse sob efeito de drogas.

O mais novo puxou o ar, tentando se controlar para não se mexer, se sentindo calmo por conseguir obedecer

V olhava vidrado para o irmão, sem saber porque tinha a necessidade de obedecê-lo. Ele sabia que os comandos de Jungkook o desequilibrou, mas onde Suga entrava na situação, estava fora de sua compreensão.

Ele viajava em sua mente perturbada, com a necessidade urgente de correr para Woo, na esperança de ser guiado de alguma forma para fora da sua mente. Ele queria se sentir seguro de novo e ser controlado era a única maneira daquilo funcionar.

- Como voc…

- Shhhhh, não quero que fale. - Suga pediu, acariciando os cabelos de V que implorava por mais, com os olhos fechados e a boca entreaberta, respirando pesado.

Suga abriu os braços e esperou, mas não por muito tempo, porque V agarrou seu pescoço e  deu impulso para Suga o pegar no colo.

Jungkook andava de um lado para o outro, ansioso com a demora e o silêncio.

Quando Suga saiu com V no colo, o choque foi geral. Todos congelaram com a proximidade dos dois que normalmente mal se tocavam, porém ninguém ousou falar nada.

- Vou levá-lo para o quarto. - Suga falou para Jimin que concordou automaticamente, ainda confuso com a cena.

Suga sentiu V esfregando os cabelos em seu pescoço enquanto ele falava com Jimin e sentiu as unhas curtas do mais novo arranhando seu pescoço e peito de maneira necessitada e enciumada.

Ele ignorou a dor, subindo as escadas e o colocando na cama do quarto que já pertenceu a Jimin quando criança.

- Você vai me deixar sozinho? - V perguntou manhoso, fazendo JK suspirar assustado da porta do quarto.

- Jungkook vai ficar com você. - Suga falou sem parecer se abalar, enquanto cobria o mais novo.

- Por que? - Ele perguntou com os olhos implorando a aceitação do mais velho, que se arrepiou em agonia.

Suga se aproximou do ouvido de V, arrumando seus cabelos atrás da orelha enquanto sussurrava.

- Achei que quisesse me agradar, não quer isso pra mim Kim. Por que não quer meu bem? - Suga perguntou, dessa vez recitando uma das mensagens do Mr. S.

- Sim, eu quero. Eu quero sim. - V começou a chorar, mas então lembrou que não podia e olhou assustado para Woo, não. Não era Woo, era Suga Hyung.

Mas, por que seu irmão falava como Woo?

V balançou a cabeça confuso com tudo aquilo, mas seus instintos de sobrevivência falavam mais altos do que sua racionalidade.

- Me desculpa. Eu não queria fazer barulho. Você odeia quando eu choro alto. - V sorriu forçado, tentando se limpar o mais rápido possível.

Suga sentiu um pedaço da sua alma ser arrancada a força dele. Quando ele encontrasse esse cara ele o mataria, era tudo em que conseguia pensar.

- Você vai ficar com Jungkook e vai dormir bem, não vai Kim? - Suga pediu, implorando para sair logo dali, ele não sabia mais quanto tempo iria aguentar vê-lo daquele jeito.

V sorriu quadrado enquanto engolia as lágrimas, implorando visivelmente pra se controlar.

- Bom garoto. - Suga falou alisando os cabelos de V que inclinou a cabeça nas mãos de Suga, a seguindo triste quando Suga se afastou.

Ele ia emitir alguma outra ordem qualquer, mas antes que abrisse a boca, V se virou para deitar na cama estreita, obediente, os olhos ainda vidrados.

Suga se levantou com dificuldade, os joelhos tremiam em conjunto com suas mãos.

- Obrigado Mr. S. - V sussurrou enquanto suspirava relaxado. Aliviado por lembrar que não podia chamá-lo por seu nome na frente de outras pessoas. V enrugou a testa lembrando mais uma vez que não era Woo ali com ele.

- Fica com ele. - Suga falou para Jungkook, que só conseguiu concordar, ainda olhando em transe para V, agora dormindo relaxado na cama a sua frente.

- Que merda foi aquela? - Jin perguntou nervoso assim que todos saíram, menos JK.

Suga vacilou, tendo que se apoiar na parede para se equilibrar, mas antes que pudesse manter, seu corpo caiu mole no chão, enquanto as mãos iam ao rosto.

Jimin se ajoelhou, abraçando de lado o mais velho, enquanto alisava suas costas, na esperança de confortá-lo.

- O que fizeram com nosso irmão? - RM perguntou se ajoelhando ao redor de Suga junto com os outros.

Suga levantou os olhos do chão, se inclinando no peito de Jimin em busca de conforto.

- Não sei, mas prometo que vou descobrir.


V abriu os olhos lentamente, aquele castanho era tão lindo, era escuro e tinha pontos dourados ao redor, como se uma galáxia morasse ali dentro. JK não lembrava deles com essa exatidão. Ele quase resmungou em tristeza quando V voltou a fechá-los.

Seus cabelos espalhados pelo rosto, um pouco grudado nas têmporas, o nariz fino e arrebitado dando um toque delicado a feição relaxada, sua boca parecia suave ao toque dos dedos inseguros de JK.

Ele sentia tanta falta de V, mas a distância parece ter amortizado isso com o tempo, devolvendo tudo de uma vez só, desde o momento em que o viu na noite anterior.

Jungkook alisou os cabelos finos de V, quase gemendo com a sensação dos finos fios entre seus dedos.

- Para de me olhar assim pervertido. - V falou sorrindo torto, ainda com os olhos fechados.

JK deu sua risadinha infantil por ter sido pego em flagrante, mas retirou a mão imediatamente.

- Continua escravo. - V Resmungou devolvendo as mãos de JK para seus cabelos.

Ele gemeu baixinho com o carinho que recebia. A voz grossa de sono de V fazia o estômago de JK queimar e de repente seu corpo implorava por um pouco mais de oxigênio para funcionar.

O garoto esticou as pernas se alongando feito um gatinho, passando os dedos longos no canto dos olhos enquanto gemia pela luz fraca que atravessava a janela do quarto.

- Bunny. - Ele chamou manhoso, abraçando o menor pelo peito, o grudando em seu corpo.

- Você se sente bem Hyung? - JK perguntou ainda alisando os cabelos de V, tentando não começar a chorar por tê-lo de volta e não aquela versão  desconhecida de ontem.

V concordou com a cabeça parecendo sofrer por se afastar do peito de JK.

- Eu sinto muito por ontem, fazia tanto tempo que ninguém me tocava. Foi confuso para mim. - V sorriu tímido jogando a cabeça em JK, tentando esconder o rosto vermelho com os cabelos que caiam nos olhos.

- Eu acho que sou o único capaz te deixar tímido assim. - JK falou puxando o nariz de V.

- Você tá diferente. - V falou fingindo não ter ouvido o quanto evidentemente JK o abalava.

- Diferente como?

- Não sei, mais confiante eu acho.

- Não gosta?

V deu de ombros, sorrindo para a cara interrogativa do menor.

- Gosto, mas senti falta do meu Bunny.

JK ficou tenso com a afirmativa distraída de V.

- Seu Bunny? - ele precisava perguntar.

V concordou levantando a camiseta de JK para depositar beijos suaves pelo seu estômago.

- Você é o meu Bunny não é? Mesmo que não fiquemos juntos nunca mais? - As palavras de V eram pesadas, mas o arrepio que o ar fazia quando entrava em contato com seu estômago molhado  de lambidas e beijos, aliviava a tensão no quarto, a substituindo por um outro tipo de tensão um pouco mais substancial.

- Sim. - JK acariciou os cabelos de V fechando os olhos pela sensação dos beijos. - Eu sempre serei seu Bunny.

V gemeu puxando a pele de JK com os dentes.

- Você transou com outras pessoas. - V deduziu, pelo jeito que JK falou com ele na noite anterior. Ele tremeu um pouco, por pensar na noite anterior, mas agradeceu por sua mente estar nublada em relação ao que realmente aconteceu.

- Eu... nós...não estávamos juntos. - JK se remexeu incomodado na cama fazendo V precisar segurá-lo com firmeza no lugar.

- Eu sei, não estou reclamando, apesar de não ter culpa em odiar imaginar outra pessoa te tocando. - V cruzou o olhar com JK parecendo parar no tempo à medida que eles se encaravam, sem ao menos piscar.

- Não precisa se preocupar com isso, ninguém me tocou. - JK sorriu fraco para a pausa significativa dos movimentos de V.

- Gravata? - V perguntou chegando a suas próprias conclusões.

- Ás vezes algemas. - Jungkook respondeu rindo da boca aberta em espanto de V.

- Ok. Agora eu estou com inveja. - V falou mordendo de leve o pau semi ereto de JK por cima da boxer que ele vestia.

JK gemeu umedecendo seus lábios delicados enquanto enterrava a cabeça no travesseiro.

- Eu posso fazer com você se quiser. - JK falou sem ar, pelas mãos de V massageando suas bolas.

V parou, distraído com as palavras do menor, mas ignorou a agonia que sentiu, descendo os beijos por sua virilha.

- Senti tanta falta da sua boca Tata. - JK puxou V pelos cabelos, o posicionamento em direção ao seu pau que agora estava tão duro e dolorido que era difícil não tentar acelerar o processo.

V tremeu com seu apelido saindo pela boca do menor num tom apologético, mas conseguiu abaixar o tecido da boxer molhado de pré gozo, vendo o pau de JK bater no seu estômago.

Ele lambeu a glande de Jungkook, gemendo com o gosto. Ele sentia tanta falta daquele gosto em sua língua.

V passou os lábios por toda extensão de JK para depois o colocar na boca.

JK puxou mais uma vez os cabelos de V , o fazendo levantar a cabeça para ele.

- Olha pra mim enquanto eu gozo na sua boca e o vejo descer pela sua garganta.

As pupilas de V dilataram, ele colocou a língua para fora em total submissão, vendo JK alisar a cabeça do seu pau na sua língua quente e receptiva.

- Você tem uma boca tão gostosa Hyung. - JK falou colocando mais do seu pau dentro da boca rosada e macia do mais velho que gemeu mais uma vez em resposta.

V não tirou os olhos de JK, a medida que ele se movia por toda a extensão do menor de forma lenta e ininterrupta.

JK queria acelerar o processo, mas resolveu aproveitar cada minuto que o mais velho lhe proporcionava, ainda sem esquecer do quão otário ele foi, da última vez em que estiveram juntos e em como sentia vergonha de praticamente usar V para seu prazer agora.

V acelerou o processo fazendo JK encostar a cabeça no travesseiro distraído com as ordens anteriores que havia dado.

Ele estava na pior posição possível, se esforçando para poder manter a ordem que o menor deu anteriormente. Era para olhar para os olhos de JK, e mesmo Jungkook não estando mais na posição anterior, ele continuou do jeito que lhe foi ordenado, mesmo que seu corpo implorasse por uma posição melhor.

JK gozou na língua de V, segurando sua cabeça para que o mais velho lambesse tudo e engolisse. V fez exatamente como deveria fazer, limpando algumas gotas que escorreram pelo pau de JK, ainda em sua boca.

Jungkook abriu os olhos voltando a olhar V que sorria amoroso para o menor, porém com lágrimas nos olhos. Seu corpo vacilava numa posição quase impossível, as mãos tremiam.

Agora mais de perto, Jungkook viu que o sorriso feliz de V, vacilava a medida que o tempo de silêncio permanecia.

- O que houve? - JK perguntou assustado, espantando a nuvem de prazer que antes dominava sua mente.

V deu de ombros, tentando esconder a tristeza enquanto suspirava fundo.

- O que aconteceu? - ele perguntou limpando os olhos do mais velho de maneira lenta.

- Eu te amo. - V falou dando de ombros mais uma vez enquanto sorria triste para menor.

Jungkook sentou assustado, olhando curioso para V. 

Seu corpo inteiro tremia, a boca secou, sua mente parecia ter saído de sintonia com a realidade.

- Acordaaaaa. Já estão todos lá embaixo para o café. - JHope falou entrando no quarto sorridente.

Ele travou no meio do caminho assustado com a cena.

V tampou JK com o lençol, sorrindo para JHope na esperança de não assustá-lo. JK não tirou os olhos de V.

- Já vamos Hyung. - V falou sorrindo suave para o mais velho.

- Você poderia ir com ele ? - Jungkook perguntou atropelando as palavras de uma só vez.

V não respondeu, o encarando por um momento silencioso, mas concordou logo em seguida, indo até a mala para tirar a calça social e a camisa prata do casamento com a qual dormiu e colocou somente uma calça de linho larga e uma blusa de lã, gola alta branca, pegando na mão de JHope, como se fosse uma criança obediente, pronto para ir até a mesa de café da manhã.

Jungkook só conseguiu soltar o ar que prendia quando a porta bateu sinalizando que ele estava sozinho. Apenas ele e o silêncio.

Que merda acabou de acontecer aqui?

Jungkook estava prestes a se chutar a qualquer momento. Ninguém o perdoaria depois da forma que ele tratou V antes, então por que o próprio V era tão bom e carinhoso com ele? Por que o maior  o perdoava não importa o que ele fizesse? Ele o xingou, tratou mal,  se relacionou com outras pessoas sem ao menos pensar nos sentimentos do mais velho, fugiu do seu namoro sem dar explicações e V respondeu dizendo que o amava?

Por que?

 De qualquer forma, ele esperaria ouvir qualquer outra coisa que não aquilo.

JK passou as mãos no cabelo, vibrando com a onda de novos sentimentos que se desencadearam a medida que V se afastava fisicamente dele.

Ele soprou o ar, dobrando os joelhos para apoiar a cabeça explodindo em pensamentos.

V o amava. O cara por quem ele foi apaixonado quase uma vida inteira, o amava. O que ele sentia?  Ele amava de volta?

O que ele sentia por Kim Taehyung?

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