Capítulo 8 - parte 2 (em revisão)
De noite, como sempre, sentou-se na rua a fumar um pouco e logo o telefone vibrou, surgindo a segunda mulher misteriosa da sua vida. Eles conversavam muito nesses últimos dias, desde que se conheceram e Arthur sentia um prazer imenso nessas mensagens, mas, por mais que ele insistisse, a Mulher Maravilha mantinha a sua aura de mistério. Entretanto, Arthur simpatizava tanto com ela que mantinha a amizade. Por causa das primeiras conversas ele brincava e chamava-a de Maria Maravilha.
– "Artur D.: Diga uma coisa, Maria Maravilha, com sinceridade: você já me conhece e está se fazendo de desentendida?"
– "Mulher Maravilha: Já lhe disse que não gosto de Maria, kkkkkk. Por que acha isso?"
– "Artur D.: kkkkkkk. A Maria não gostava que a chamassem assim, mas eu chamava e ela nunca brigava comigo."
– "Mulher Maravilha: Não gostava? E qual é o outro nome dela?"
– "Artur D.: Estes dias, tentei lembrar, mas não consegui porque eu só a chamava de Maria. Tentei muito lembrar, mas não consegui. Fiquei frustrado."
– "Mulher Maravilha: Seria por causa da sua outra ruiva misteriosa?"
– "Artur D.: Talvez, ou por você. Como eu disse, ruivas são o meu fraco, mas Diana está em grande vantagem."
– "Mulher Maravilha: Diana? É esse o nome dela? Por que estaria em vantagem?"
– "Artur D.: Porque já estive com ela nos meus braços e porque já nos beijamos, um beijo que fez meu coração bater tão forte que às vezes penso mesmo que ela é a Maria."
– "Mulher Maravilha: Mas eu sou a sua Maria, esqueceu? Kkkkkkk. É assim que me chama."
– "Artur D.: É, mas gosto de ver as pessoas com quem falo, ver seu rosto. Daí você está, mais uma vez, em desvantagem."
– "Mulher Maravilha: E se eu não for tão bonita como elas?"
– "Artur D.: Não gosto de você porque é ou não bonita, Maria Maravilha. Gosto de você porque é inteligente e muito agradável."
– "Mulher Maravilha: Você sabe mesmo agradar uma mulher, Arthur, e me arrepiou de novo. Você sairia comigo um dia para jantar, se combinasse com você e independente da minha aparência?"
– "Artur D.: Sairia sim. Não garanto que faria algo mais que isso, uma vez que seria um primeiro encontro e tem a Anabela."
– "Mulher Maravilha: Vi a foto dela nos seus amigos daqui. Ela é outra que é muito bonita."
– "Artur D.: Ela é sim, e também muito bacana."
– "Mulher Maravilha: Preciso ir, Arthur. Um dia destes vamos nos encontrar e conversar cara a cara. Daí você saberá quem eu sou e se sou mesmo a sua Maria kkkkkkk. Quem sabe lhe dou um beijo arrebatador e roubo seu coração da tal Diana."
– "Artur D.: Acha que ela arrebatou meu coração?"
– "Mulher Maravilha: Pelo jeito que fala, acho. Cuidado para não magoar sua amiga."
– "Artur D.: Mas eu gosto da Belinha, gosto muito!"
– "Mulher Maravilha: O tempo dirá quem está certo. Um beijo, gato maravilha."
– "Artur D.: kkkkkk. Um beijo, Maria..."
Arthur riu e recostou-se na espreguiçadeira. Maria, Diana, Anabela... como a vida dele deu uma guinada repentina. Ergueu-se de soco, com a cara assustada:
– "Pera aí" – pensou. – "Não era Maria Diana? Ou seria Maria Daniela... não, certamente eu lembraria, além do mais os olhos são bem diferentes. Jamais esquecerei os olhos da Mariazinha."
Chateado, voltou a se encostar.
― ☼ ―
– Amor – disse Anabela, puxando Arthur para si. – O que anda incomodando você?
– Acha que algo me incomoda? – perguntou ele rindo.
– Sim, amor – respondeu a delegada, deitando-se no seu ombro. – Você tá mais calado que o habitual.
– Tem razão, gaúchinha, mas o termo não é bem me incomodar. Andei pensando em algo que pode incomodar você e não desejo que se zangue comido; muito menos que brigue.
– Isso tá cheirando forte a ex-esposa.
– Tecnicamente nem é ex, ainda. – Arthur riu. – Mas já estamos separados faz quase três semanas. Ela vai tirar licença até ao ano novo e pediu para ficar com Pedrinho.
– Não vejo onde isso pode me incomodar e não vejo nada mais justo, ainda mais agora que ela anda bem ajuizada.
– Não é bem isso que a vai incomodar – continuou, pensativo. Virou-se para ela e olhou-a nos olhos. – Lembra-se que eu disse que ela não tem mais ninguém no mundo?
– Começo a ver a luz...
– Acredito que sim, o Natal é em poucos dias e queria que ela passasse lá em casa conosco, até por causa do Pedrinho. – Anabela ficou calada e Arthur continuou. – Meus pais não gostaram nada, mas eu convenci-os e agora só falta você.
– Você não acha que vai ficar um puta clima, Arthur? – perguntou, após um longo suspiro. – Tô achando que devia ter ido com meu pai para Porto Alegre.
– Amor – Arthur beijou-a –, pense de cabeça fria. Eu não quero contrariar você e acho que ela vai respeitá-la. Eu já fui claro quanto a nós. Lembre-se do Pedrinho que tem apenas cinco anos!
– Você tá pegando pesado comigo, amor – disse a delegada, subindo em cima dele e provocando com um sorriso safado. – Usando um bebê para fazer chantagem emocional comigo, ainda por cima aquela criança adorável! Tudo bem, mas vai ter que me recompensar por esse sacrifício, começando agora mesmo. Em troca, eu prometo que vou ficar bem-comportada e ainda vou desarmada, se bem que nos últimos dias não me parece boa ideia ficar desarmada.
– Sei, considerando que seus punhos são armas mortais, ir desarmada não muda grande coisa – disse Arthur rindo e virando-se para ficar em cima dela. – Por falar em punhos, no sábado, vamos correr na praia e treinar um pouco?
– Primeiro quero ver estrelas bem aqui e agora, do jeitinho que só você sabe fazer...
– Eu te amo. – Cansada, Anabela adormeceu nos braços do namorado, sorrindo. Pouco tempo depois, Arthur também adormeceu.
― ☼ ―
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