Capítulo 7 - parte 5 (em revisão)
A semana de folga para os delegados foi uma maravilha, em especial para Arthur que ganhou paz de espírito e parecia outra pessoa. A estranha e misteriosa Mulher Maravilha conversava todos os dias com ele que muitas vezes ficava intrigado porque era outra que lhe dava uma sensação estranha de intimidade. Por causa dessas conversas, começou a sentir falta da Diana e isso não era bom, na sua opinião.
A folga acabou e voltaram ao trabalho, mas a primeira coisa que o delegado encontrou foi uma intimação para comparecer à décima nona delegacia, na Tijuca, e dar esclarecimentos, isso no dia seguinte. Miguel entregou-lhe a chave do carro e a posição das investigações.
– Eles vão tirar férias, Miguel – disse Arthur, mostrando a mensagem.
– Muito conveniente – resmungou ele zangado. – Como você diz, sempre um passo à nossa frente.
– E você tirou férias do nosso cigarro – disse Anabela rindo da careta do colega. – Vamos dar uns tirinhos de noite? Combina com a galera.
– Boa ideia, Belinha – disse Miguel, olhando os dois abraçados. – Eu tô achando que perdi alguma coisa!
– Não é o que tá pensando – disse a delegada. – Apenas explorando possibilidades, sacou?
– O que eu saquei é que isso, lá na minha terra, tem outro nome. – Miguel riu. – Vamos ver as investigações?
Passaram a tarde discutindo tudo e de noite foram para o clube de tiro.
Enquanto Anabela divertia-se com Moisés, Marcos e Janjão, Miguel chamou Arthur de lado.
– Cara, eu ando com a pulga atrás da orelha, mas me sinto mal em falar isso com você, só que acho que precisa saber.
– Bem, diga logo – replicou Arthur. – Quem sabe vai sentir-se melhor.
– Acho que conheço um dos envolvidos na maldita gangue da risada – disse, apontando o polegar para as suas costas.
– Você bebeu, né? – Arthur riu. – Aqueles três são parceiros meus desde que entrei aqui dentro, cara. Janjão é do tempo da escola e Moisés é ainda mais antigo, bem mais. Eu acho que saberia se algum deles tivesse mudado de lado.
– Estou falando dela.
Arthur escancarou a boca e arregalou os olhos. Durante alguns segundos não se lembrou nem de respirar, até que soltou o ar com um longo chiado.
– Miguel – disse, recuperando-se da surpresa. – Somos amigos faz algum tempo, então sei que você costuma ter bons argumentos e um excelente raciocínio. Assim sendo, que tal embasar essa suspeita e de preferência muito bem embasada? Do contrário, vou mandar internar você.
– No dia da festa – explicou. – Eu tinha dançado com ela quando ela parou e procurou você. Eu disse qualquer brincadeira que não lembro. Então ela apontou minha namorada e disse para eu cuidar dela ou acabava "chupando o dedo".
– Você acha mesmo que esse argumento é suficiente? – perguntou o amigo, incrédulo. – Francamente, Miguel!
– Bem – continuou ele, meio desajeitado. – Acontece que, desde que ela ficou com você, não ocorreram mais ataques e agora essa mensagem de folga até ao ano que vem. Achei muito conveniente, não acha?
– Cara, ela estava comigo na viatura quando perseguimos a gangue. Pense bem porque não há um argumento sustentável na sua acusação, Miguel – disse Arthur, rindo. – Esqueça isso, pelo amor de Deus, ou vou pensar que você está com ciúmes.
– Se liga, mané. – Miguel riu. – Desculpe dizer isso, mas vou investigar mais.
– Tudo bem, Miguel. – Arthur fez um aceno com a cabeça, bem tranquilo. – Você tem esse direito, até obrigação, e não seria eu a obstruir uma investigação, mas garanto que perde seu tempo. Afinal tenho passado muito tempo com ela para saber que não há fundamento.
– Posso contar com a sua discrição?
– Be my guest. – Arthur riu. – Vamos atirar um pouco antes que eles desconfiem de alguma coisa.
Arthur aproximou-se da garota que se preparava para atirar e sussurrou no seu ouvido, uma vez que ela estava sem abafador:
– Tô louco para te levar para um banho gostoso e te deixar de perna tremendo. – Enquanto falava, pegou a cintura dela e apertou de forma sensual. O resultado foi imediato porque ela errou o alvo.
No meio das gargalhadas dos amigos, Anabela atirou-se ao seu pescoço e beijou-o. No seu ouvido respondeu:
– Mal posso esperar. – Mais alto continuou. – Isso foi golpe baixo, amor.
– Vem cá – disse Janjão, olhando os outros colegas de olhos arregalados. – A gente perdeu alguma coisa, por acaso?
Miguel caiu na risada e disse:
– Como é, vamos tomar umas no bar?
– Vamos – disseram eles.
– Então vamos logo que depois quero ir namorar.
– Nós também – disse Anabela.
– Não é possível que esse cara só arruma mulher bonita e gostosa – disse Moisés, rindo e sacudindo a cabeça.
Na hora de irem embora, Arthur ligou para o pai, dizendo que ia dormir com a Anabela.
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