Capítulo 5 - parte 5 (em revisão)

O delegado chegou tarde em casa porque deixou Anabela na dela e foi ver se o amigo precisava de ajuda. Ficou um pouco chateado por não ter visto o filho, mas achou bom porque sabia que a esposa ia ter um dos seus ataques, apesar de não haver motivo. Como imaginava, ela estava na sala, com a cara furiosa.

Ele entrou, deu oi e passou reto para a cozinha, pegando um copo de água. Estava sem fome porque fez um lanche antes e foi bom, já que não havia nada para comer.

Nem dez segundos depois a mulher entrou.

– Espero que tenha dado de comer para o Pedrinho – disse ele, fazendo-se de desentendido.

– Você tá me fazendo de idiota com aquela bruaca que fica tirando onda com a minha cara? – perguntou, furiosa. – Como pode deixar que ela fique se insinuando para você, um homem casado? Não tem vergonha na cara, seu assanhado?

Arthur começou a rir enquanto pegou um copo melhor e serviu uma dose generosa de whisky.

– Qual é a graça, seu paspalho?

– A graça, digníssima esposa – respondeu, cínico, depois de tomar a bebida de um gole só –, é que a Belinha estava se vingando da grosseria que você fez antes e acertou em cheio. Apenas provocando você.

Tomou um gole e continuou.

– Além do mais, por que motivo você tá com ciúmes se tudo o que faz é desprezar o seu marido, em especial na frente dos outros?

– Eu...

– Espere que ainda não acabei – disse mantendo uma calma muito perigosa e ela sabia disso. – Você vive uma vida matrimonial real? Você acha que vai ter um eunuco nas suas mãos por mais dois anos? Você acha realmente que tem algum direito sobre seu marido se lhe nega tudo o que é bom do casamento? Por quanto tempo mais você acha que vou aguentar esta vida de celibato? Eu tô ficando cansado, ficando não, eu estou cansado e acho que se não me perdeu de vez, está-me perdendo aos poucos e não se surpreenda se um dia me vir de fato nos braços dela, porque eu posso gostar e já notei que ela quer, sem falar que é ela bem do tipo de mulher que eu gosto e você sabe muito bem disso, uma vez que as duas são bastante parecidas de corpo. Além do mais, cuidado com o que fala para ela porque Anabela é hierarquicamente superior a mim, apesar de ser eu o responsável pelo caso, ou seja, se ela a prender por desacato, nada posso fazer. Você perdeu o direito a qualquer tipo de cobrança, Cíntia, e isso é uma pena, porque você foi o meu grande e maior amor, mas destruiu tudo.

Ela ouviu tudo de boca escancarada e seu rosto ia ficando mais vermelho a cada palavra proferida. No fim, sibilou apenas uma simples frase:

– Você é livre para fazer o que quiser – explodiu –, mas lembre-se de não fazer o seu filho sofrer.

– Não é exatamente do pai que o meu filho reclama, Cíntia, ou você ainda não reparou? – Arthur pegou a garrafa e saiu para o pátio. – Com licença que a lua é uma companhia mais agradável do que você.

A mulher correu escadas acima e policial sentou-se no seu canto de fumar, ao lado da piscina. Acendeu um cigarro, após colocar uma dose generosa no copo, deu um gole longo e fez uma careta quando a garganta queimou. Logo a seguir, ouviu a mulher chorando e olhou para cima, franzindo o cenho e notando que ela se esqueceu de fechar a janela.

Mais uma vez ficou confuso com a sua reação, incompatível com as atitudes, e começou a levar em consideração a probabilidade da Anabela estar certa em achar que a esposa era desequilibrada. E mais uma vez, apesar de não ter razões para isso, sentiu-se mal por tê-la traído. Serviu-se de mais bebida e ficou pensando na Diana, sentindo falta dela. Não entendia o que aconteceu desde que a viu, mas o certo é que estava cada vez mais perdido por ela e sentia coisas sem explicação. Adorava Anabela, mas Diana era um caso à parte, só que também não parava mais de pensar na colega, sem falar que desejava os seus carinhos e sentia falta.

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