Capítulo 14 - parte 4 (em revisão)

O médico saiu da sala de cirurgia e deparou-se com um bando parado na sua frente, vários deles de distintivo pendurado ao pescoço. Arregalou os olhos e disse:

– Está fora de perigo, mas deve ficar inconsciente uns dois dias talvez até mais – explicou. – Vai ficar na observação esta noite e amanhã vai para o quarto.

– Quando sair da UTI, vem por aqui? – perguntou Anabela.

– Sim, senhora.

– Ótimo – disse ela, sentando-se na cadeira do corredor e conferindo a pistola.

– Vá para casa, minha filha – disse Heitor. – Amanhã bem cedo pego você e voltamos para cá.

– Daqui ninguém me tira – respondeu, decidida. – Senhor Jorge, você tem que ir para casa e preparar-se para um eventual atentado. O chefe da gangue escapou e Diana era coagida por ameaças de morte contra Arthur e a família dele.

Anabela pousou a pistola no colo.

– Do Arthur, cuido eu – disse mais uma vez, ameaçadora. – E ai de quem passar aqui armado.

– Eu também – Moisés sentou-se ao seu lado e fez o mesmo, conferindo a arma.

– Eles não podem ficar sozinhos – disse Janjão, sentando junto aos amigos. – Afinal quem vai impedir Belinha de dar uma surra no meu amigo, quando ele acordar?

Heitor olhou os três e sacudiu a cabeça. Após, disse:

– Que eu me lembre bem, caro João, ela quase nocauteou você quanto tentou segurá-la e bastou uma só porradinha que você ficou de pernas moles – deu uma risada de alívio e continuou. – Vou pedir ajuda para o chefe de polícia designar vigilância diuturna aqui e na família dele.

Anabela levantou-se e aproximou-se do sogro, segredando algo para o pai do Arthur. Ele sorriu e abraçou-a. Após, a delegada sentou-se outra vez.

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Cíntia largou o Mustang no depósito do Sílvio e pegou o seu carro, indo para casa o mais rápido que podia. Chegando lá, trancou-se bem e ligou os alarmes.

Tentou dormir um pouco, mas o sono não vinha e amanhecia quando desistiu.

Olhou para o celular da Diana, que ela pegou quando Arthur deixou cair. Foi ao banheiro e pegou algodão e álcool, limpando todo o sangue dele. Ligou-o e olhou a tela travada que pedia a senha, mas era apenas para números.

– "O que ele queria dizer com meu 'primeiro beijo'?" – perguntou-se. – "Aqui é apenas para números!"

Como uma luz que se acendia na sua mente, concluiu que a senha devia ser algo relacionado ao primeiro beijo. Ela sabia que o primeiro beijo da Diana foi com Arthur, mas quando? Provavelmente era a data. Lembrou-se que, na época em que conheceu Arthur, ele gostava de escrever as coisas em um diário e decidiu procurá-lo. Sentia-se um pouco mal por invadir tamanha intimidade de uma pessoa, mas concluiu que era imperativo.

O quarto das arrumações, mais precisamente das desarrumações, estava cheio de coisas para todos os lados e ela olhou para ele desanimada. Suspirou fundo e entrou, começando a procurar.

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