Capítulo 13 - parte 5 (em revisão)
Arthur acordou muito enjoado. Sentiu o corpo da namorada ao lado e abraçou-a.
– Tô passando muito mal, Belinha, o que foi que aconteceu?
– Você foi drogado, meu amor – disse a ex-mulher. – E não é Anabela. Sou eu, Cíntia. Você passou mal aqui na frente.
Arthur abriu os olhos e viu que ainda estava zonzo. Tentou erguer-se, mas ela puxou-o para baixo.
– Fique quieto que vou pegar alguma coisa para seu estômago. É muito cedo e você ainda deve estar sob efeito da droga. Ainda nem amanheceu.
Quando Arthur tomou a medicação, ela deitou-se ao seu lado e puxou sua cabeça, acariciando-o.
– Agora durma mais um pouco que logo vai sentir-se melhor.
– Tá, mas olha essa mão boba.
– Não tem nada aí que eu não conheça muito bem – brincou ela, com uma carícia mais forte. – Sem falar que você já me agarrou um monte de vezes esta noite. Agora durma, meu amor, antes que eu faça mais uma besteira.
– Tá – disse ele, agarrando a mulher e adormecendo. – Amo você, Belinha...
– Merda – resmungou Cíntia. – Devia bater em você, que droga.
Ainda sob efeito da droga, ele apagou até ao amanhecer. Já era dia quando foi acordado com um beijo. Estremunhado, sentou-se na cama.
– Obrigado, Cíntia – disse Arthur. – Desculpe esse trabalhão, mas quando vi que fui drogado a sua casa era o ponto mais próximo.
– Tem ideia de quem fez isso?
– Sim – respondeu, levantando-se para o sanitário. – Foi um garoto no bar ao lado da delegacia. Ele colocou alguma coisa no meu café e fugiu quando o vi, mas pensei que era apenas um punguista. Só que é óbvio que a ordem veio de dentro da polícia.
– O que vai fazer? – perguntou Cíntia, preocupada.
Preciso de avisar Moisés e Anabela porque podem ser as próximas vítimas. Eles estão no controle das investigações, uma vez que fui suspenso.
– O que aconteceu?
– Esmurrei o nariz do Miguel e, a seguir, tentei matá-lo por enforcamento.
– Credo, Arthur – disse Cíntia. – Por que motivo?
– Este – respondeu ele mostrando a foto e a mensagem. – Tem um cigarro?
– Vamos tomar café primeiro, tá? – pediu a esposa. – Você precisa desintoxicar.
― ☼ ―
Arthur arrumava algumas coisas que comprou no armário do apartamento que Maria lhe deu. Estava vestido com roupa para correr, mas aguardava visitas.
Na entrada do prédio luxuoso, Moisés e Anabela olhavam para a construção. Ela estava vestida com jeans e camiseta, com o distintivo ao pescoço, a pistola nas costas, coberta pela roupa, e óculos escuros. Moisés não era muito diferente. Apresentaram-se ao porteiro.
– Apartamento sete, por favor – disse o delegado. – Somos aguardados.
– É na cobertura. Pegue aquele elevador – respondeu. – Sétimo antar.
– Caraca – comentou Moisés no elevador. – O que raio Arthur faz neste prédio? Um apê por andar! Dever ser enorme e um luxo só.
– Sei tanto quanto você – respondeu a colega. – Até o elevador é todo luxuoso!
Quando Arthur abriu a porta e entraram, Anabela sentiu logo o cheiro do perfume da rival, embora tão fraco que ela não devia aparecer ali há algum tempo. Gentil, Arthur sorriu e mandou-os entrar, apontando as poltronas.
– Vou pegar café, mas vai ser uma conversa rápida – disse ele. Desconfiada, Anabela seguiu atrás.
– Vou ajudar você – afirmou a garota. Na cozinha e falando baixo, perguntou. – De onde saiu este apartamento? Senti o cheiro da sua Diana.
– Era mesmo da Maria. Ela me deu, mas eu quis devolver quando terminamos, só que aceitou de volta. Disse que não se devolve presentes. Gostou? Você casa comigo e a gente pode viver aqui, o que acha?
– Você é mesmo cara de pau – resmungou a delegada, falando alto. – Me convida para morar com você em um apartamento da rival?
– Calma, foi só uma ideia. Eu compro outro, então. Além do mais ela não é sua rival, uma vez que escolhi você. Apenas case comigo e seremos felizes para sempre. Puxa vida, Belinha!
– Talvez você tenha feito o pedido meio tarde, Arthur.
– Antes tarde que nunca. – Arthur riu. – Lembre-se de que a amo muito. Vai escorraçar-me o resto da vida?
– Chega, vamos para a sala que Moisés espera por nós.
– Ei – disse Moisés. – Chamou a gente para quê? E que apê é esse?
– Maria me deu e às vezes venho para cá quando quero ficar sozinho. Como ninguém sabe que me pertence, pelo menos eu acho que não sabem, pensei que seria um bom lugar para falar com vocês a sós e em segurança.
– Ontem, Moisa, quando você saiu do bar – continuou –, um garoto, simulando um furto, lançou droga no meu café igualzinho ao que fizeram com Cíntia mês passado.
– Ai meu Deus! – exclamou Anabela assustada. – Você está bem?
– Ficarei melhor se casar comigo – respondeu ele, rindo. – Pelo menos vejo que ainda se importa um pouco. Bem, eu ia para a Casa da Cíntia para ver o divórcio e tive muita sorte porque não apanhei trânsito. Quando a droga começou a surtir efeito, eu estava perto, mas já passei mal na hora que encostei o carro. Ela queria ligar para você, só que fiquei com medo que corresse riscos e não permiti.
– Você acha que eles também podem querer drogar a mim e a Moisés? – perguntou a delegada. – Faz muito sentido.
– A ordem só pode ter vindo de lá – comentou Arthur. – Eu só queria saber qual é o risco que devo representar para eles. A única solução lógica é ter esbarrado por acidente em alguma coisa que os pode expôr ou destruir.
– Haveremos de descobrir – disse Anabela, decidida. – Ontem, eles atacaram de novo.
– Me nocautearam e atacaram, mas quando Cíntia foi drogada, e acho que sabiam muito bem que eu cuidaria dela, eles nada fizeram. Que estranho!
– Pelo menos – comentou Anabela, encolhendo os ombros e rindo. – Sua mulher pode ser descartada do roll dos suspeitos já que ficou tratando de você. Até imagino que tipo de tratamento.
– Do jeito que me tirou da sua vida, não vejo motivo para ficar zangada, Belinha, mas, se lhe apraz saber, eu estava apagado, logo ela deu azar. – Arthur sorriu. – Preferia que fosse você, mas fico feliz que ela esteja fora dos suspeitos.
– Por favor, Anabela – disse Moisés. – Se você não quer mais, então não fique com ciúmes e provocando. Já conversamos a respeito e Arthur é muito meu amigo. Eu não gosto, quando você faz isso.
– Talvez eu volte a querer, quem sabe – disse ela com um sorriso enigmático. – Bem, acho que é isso. Você vai continuar o seu papel de desocupado e revoltado, certo?
– Vou tentar. – Arthur encolheu os ombros. – E olhem que eu sempre fui péssimo nas representações da escola. Uma vez me colocaram como uma simples árvore, mas eu não conseguia ficar quieto, principalmente quando me deu um ataque de espirros. O professor disse que nem como um objeto inanimado eu prestava.
– Eu lembro disso – afirmou Moisés, rindo muito. – Pensei que você ia surtar de raiva dele, mas só disse: "Ótimo, assim não preciso mais participar desta porcaria." Daí, quem surtou foi ele. Eu me mijava de rir com os ataques de bichice dele. Caramba, tínhamos apenas doze anos!
– Então por que você participou se não gostava? – perguntou Anabela, meio espantada porque Arthur era muito independente e decidido, na sua opinião.
– Porque bastava uma certa ruiva magrela desejar alguma coisa que Arthur movia mundos e fundos para agradá-la – respondeu Moisés no lugar do amigo. – Deixava todo mundo de lado por ela, mas, anos depois, ele deixou de lado essa mesma ruiva magrela, já não tão magrela, por uma certa delegada de polícia. Então, Anabela, se eu fosse você pensava muito bem no que faz. Bem, acho que temos que ir.
– Moisa, vá descendo que quero falar a sós com Belinha, se não se importa. É rápido.
– Só se os dois prometerem que não vão brigar – disse o amigo.
– Eu prometo, fique tranquilo.
– Você eu sei, Arthur – disse ele. – Estou falando é de você, gaúchinha brigona.
– Vá lá, Moisés, fique tranquilo – disse Anabela. – Juro que não vou brigar com ele.
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