Capítulo 12 - parte 5 (em revisão)

Arthur encostou o veículo na entrada e viu que Cíntia já estava em casa. Entrou e, por educação, bateu à porta. Ela veio abrir e sorriu, dizendo:

– Faz tempo que não nos víamos – deu-lhe um selinho. – Você podia ter entrado direto.

– Você podia estar com alguém, Cíntia, por isso preferi bater. Tudo bem?

– Tão cedo não me verá com alguém, Arthur – disse ela, soltando um suspiro. – O que eu desejo não está disponível. Mas fora isso, está tudo bem sim.

– Que bom. Soube que colocaram vigilância para você...

– Será que dava pra você dar um jeito nisso? – pediu ela, dengosa. – É horrível a gente se sentir vigiado.

– O chefe colocou por causa dos atentados que sofremos. Depois que tentaram matar você e a seguir a mim, ele ficou um pouco paranoico.

– Tentaram matar você? – perguntou Cíntia, assustada e de olhos arregalados. – Ai meu Deus, você não foi ferido, né?

– Não fui, mas matei o criminoso. Era uma mulher de nome Marcela. – Mostrou a foto dela no celular. – Viu esta mulher em algum lugar lá pela Barra?

– Você e as mulheres – disse Cíntia rindo aliviada. Olhou a imagem e continuou. – Nunca a vi, mas a Barra é muito grande, meu amor. Até pra matar você só aparece mulher bonita! Quer um café? Acabei de fazer.

– Quero sim, obrigado – disse ele, sorrindo e acompanhando-a até à cozinha. – Eu voltei a cuidar das investigações do caso, então vou mandar suspender a vigilância, mas quero que me prometa que vai tomar muito cuidado. Tenho medo que lhe aconteça algo.

– Eu tenho ido a São Paulo tantas vezes que acho que nem me encontrariam para me atacarem – disse, rindo. – Se bem que, nos últimos tempos, as coisas têm andado muito tranquilas.

Enquanto tomavam café, discutiram como fariam com a guarda do filho e ela disse que desejava vender a casa para comprar outra menor, na Barra. Arthur chegou a dizer que ajudaria com isso, mas seus pensamentos andavam longe. Encostado no balcão e de pé, o delegado pousou a xícara vazia. Cíntia aproximou-se dele e disse:

– Você não está nada bem, Arthur, algum problema?

– Sim – respondeu ele, sem pensar –, quero dizer, não.

Cíntia aproximou-se mais e colocou a mão no rosto dele, acariciando-o, gentil. Arthur, inconsciente, inclinou a face para sentir melhor o contato.

– Você não pretende me enganar, não é? – perguntou aproximando-se mais e vendo que não era repelida. Colocou a outra mão no ombro e subiu pelo pescoço, alcançando a face. – Conheço você desde que eu era pouco mais do que uma menina.

Arthur não falou nada e fechou os olhos para segurar os seus sentimentos. Achando que era um sim, ela avançou, encostando-se a ele e beijando-o, primeiro apenas no canto da boca, mas depois mais para dentro, até que os beijos foram correspondidos, acrescidos de carícias cada vez mais intensas. Não muito tempo depois, ele abriu os olhos e afastou-a, assustado.

– Desculpe, não seu o que me deu.

– Caramba, Arthur, fui eu que comecei – arrematou a ex-mulher. – O que você tem?

– Nada, Cíntia. Desculpe.

– Brigou com a sua Diana? – perguntou. Maliciosa, acrescentou. – Ou seria Maria?

– Não, é que... – Arthur arregalou os olhos. – O que sabe da Maria? Eu mesmo descobri faz pouco tempo!

– Que ela odeia quando a chamam de Maria e que é um dos donos da empresa onde trabalho. Por quê?

– Desculpe. Apenas achei estranho. Então ela é dona da sua empresa? – perguntou. Depois acrescentou. – Verdade, acho que já me tinham dito isso.

– A minha e uma porrada de outras – respondeu Cíntia, encolhendo os ombros. – Segundo o Pedrinho ela lhe deu o carro dela, um deles, claro.

– É, deu sim – comentou. – Deu até mais que isso e foi por esse motivo que eu disse que ajudaria a comprar o apartamento no Barra. Na verdade, me deu até um apartamento.

– Isso é que eu chamo sorte, Arthur, mas então para quê tanta tristeza e preocupação?

Arthur respondeu, sem pensar:

– Talvez eu tenha feito uma besteira grande, muito grande.

– Isso só pode significar que você descobriu que ama outra pessoa – disse, triste. – Que seria ou eu ou a delegada. Considerando que você acabou de me repelir, a conclusão é óbvia. Ela é louca por você, então qual é o problema?

– O problema é que ela se transformou. Deixe pra lá – disse, enquanto andava para a porta da rua. – Bem, eu vou indo e pedirei para o chefe revogar a vigilância, mas, pelo amor de Deus, não quero ter que contar para o Pedrinho que assassinaram a mãe dele, Cíntia. Sem falar que ainda sinto amor por você. Não é o mesmo que você gostaria, mas eu sofreria muito, ok?

– Tudo bem. – Cíntia abraçou-o e voltou a beijá-lo sem que ele impedisse até se dar conta e afastar o rosto. – Podíamos matar saudade e...

– Você sabe que não é certo.

– Errado é eu não ter você pra fazer a não ser em fantasias na minha cabeça – disse ela, suspirando. – Mas tudo bem. Até mais, meu amor.

– Tchau.

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