Capítulo 11 - parte 3 (em revisão)
Arthur entrou na delegacia e os amigos sorriram, mas não fizeram piada com as suas roupas porque a notícia já se tinha espalhado. Anabela veio correndo, mas, no último passo, parou e olhou para ele.
– Está melhor? – perguntou Arthur, estendendo os braços. Ela avançou e abraçou-o, sem falar nada. Os colegas preferiram não se manifestar em função do passado deles, mas alguns sorriram de novo.
Otávio apareceu e cumprimentou o subordinado, chamando-o para a sua sala. Arthur puxou Anabela e fez sinal para Moisés, Janjão e Miguel, que os acompanharam.
– Sentem-se – disse, apontando cadeiras. – Heitor queria falar com vocês, mas ele foi chamado à superintendência. Arthur, o atentado que sofreu, aliado à tentativa do Natal mais a sua ex-mulher sendo drogada para morrer daquele jeito, deixaram o pessoal muito preocupado. Estão pensando em colocar vocês no programa de proteção.
– Bem, Otávio – começou Arthur. – Nada disto faz sentido, nada. Nós nem estamos perto de pegar esses criminosos e sofremos represálias malucas. Se eu tivesse descoberto algo ou os colegas, mas não, estamos no mato sem cachorro!
– Uma alternativa – disse Moisés –, é que de alguma forma Arthur tenha esbarrado neles sem saber.
– É uma possibilidade, mas por que terão dito que era para ser apenas um aviso? – perguntou Miguel. – Eles ficaram zangados com você, Arthur.
– Com assim? – quis saber Otávio. – Como sabem que eles queriam avisar alguma coisa?
– Por causa disto – disse Arthur, mostrando a mensagem e o vídeo.
Otávio leu a mensagem e franziu o sobrolho, olhando para ele.
– Ruiva gostosa, graciosa amante da polícia, o que raio vem a ser isso? Que amante você tinha na polícia?
– Eu e Arthur tivemos uma historinha – contou Anabela com a voz sumida. – Mas aconteceu um pequeno desentendimento.
– À, agora entendo algumas coisas – disse Otávio, recostando-se na poltrona. – Mostre lá esse vídeo. Não dá para passar para o computador?
Moisés foi buscar um cabo e transferiram os dados para o computador.
– Minha nossa! – exclamou Otávio. – Faça o favor de não se zangar comigo, Arthur. Eu já conhecia a sua fama, mas entre ouvir e ver são duas coisas bem diferentes. Precisava matá-la?
– Chefe, ela tinha blindagem e eu muito pouco tempo para pensar e avaliar a situação. A garganta era a única fresta que eu vi capaz de me salvar e mandei bala. Se não fosse a proteção dela, nem mesmo ao chute teria sobrevivido.
– Bem, se ele filmou o atentado, pode ser que outra pessoa tenha presenciado e visto. Janjão, vasculhe o youtube e as redes sociais para ver se alguém compartilhou um vídeo. Com sorte, talvez essa pessoa tenha apanhado o nosso criminoso. Passe esse vídeo para o pessoal todo ver e peça a quem puder que ajude a equipe a pesquisar isso – ordenou. Virou-se para Arthur. – Acho que vou mandar colocar vigilância na casa da sua esposa e em você enquanto estiver de férias, Arthur.
– Cíntia vai ficar furiosa se souber que vão vigiá-la – disse Arthur. Pegou o pequeno revólver e mostrou. – Quanto a mim, não se preocupe que agora andarei armado até para correr.
– Moisés, você continua liderando as investigações até à volta do Arthur, mas tenha muito cuidado para não ser morto.
– Sim, chefe – disse Moisés, rindo. – É uma pena, mas não luto nem atiro tão bem.
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Arthur saiu e Anabela foi atrás dele. Em um corredor mais isolado, ela parou-o e abraçou o colega com força, emocionada. Com lágrimas nos olhos disse, após beijá-lo:
– Nunca pensei que fosse dizer que ia ficar feliz de ver aquela mulher perto de você um dia, mas tenho que admitir que fiquei.
– O que deu em você pra ficar tão emotiva? – perguntou Arthur, sorrindo e fazendo um carinho nela. – Você não era dada a tanta frescura. Desde quando ficou assim?
– Desde que conheci você e voltei a amar alguém – respondeu sem medo. – Culpa sua.
– Vamos, vamos fumar um cigarro lá fora – disse ele. – Que bom que parece melhor. O que o médico receitou?
– Uma porrada de vitaminas, ferro para anemia e sei lá o que mais – disse ela. – Não íamos reduzir o cigarro?
– Ainda não toquei em um hoje.
– Então vamos continuar sem fumar por mais um tempo.
– Tá bom – disse Arthur, rindo. – Nesse caso vamos tomar um café.
– Você não pretende correr lá de novo, não é?
– Se eles quiserem me pegar, amor, farão isso em qualquer lugar. Eu tô precisando de voltar à minha forma física e pretendo correr o máximo que puder nestes dias.
– Você me mata de medo e preocupação – disse ela, fungando um pouco. – O que a sua dama misteriosa fazia por lá, toda emperiquitada?
– Ela tem muitas empresas ali perto – respondeu Arthur, encolhendo os ombros. – Pelo menos foi o que me disse estes dias, mas faz sentido.
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Aquela, tarde Arthur passou outra vez com o filho e de noite conversou com o pai sobre o atentado.
– Bem, filho – disse o Jorge. – Talvez seja melhor não contar para a sua mãe, mas passarei a andar armado. Aqui, não nos pegam de surpresa, fique descansado.
– Obrigado, pai. – Arthur sorriu. – Meu medo é o Pedrinho. O senhor eu sei que se garante.
Antes de dormir ainda conversou com Diana pela internet, até que se foi deitar.
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