Capítulo 13
Eleanor cuidou incansavelmente de Lancellot, Colocou toalhas com água morna no seu corpo, lhe deu chá de ervas, conversou, e quando percebeu, tinha passado a noite inteira fora de casa cuidando do homem que misteriosamente ela sentia afeto. Mesmo exausta, a ruiva lembrou que precisava colher flores e fazer novos arranjos para vender na feira, então, foi até o andar de cima avisar Lancellot que daria uma saída.
Bateu na porta e uma voz um pouco mais energética respondeu:
— Pode entrar — A garota então o fez, abriu a porta devagar e a encostou
— Como se sente? — Ela sorriu e sentou numa cadeira ao lado da cama, já Lancellot, finalmente conseguiu se ajeitar, sentou na cama e colocou as mãos sobre as pernas
— Realmente me sinto bem melhor Ruiva, obrigada — Ele sorriu e limpou a garganta — Mas o que te traz aqui? Passou a noite inteira olhando para minha cara, acredito que não esteja aqui por vontade própria Né?
Eleanor soltou um risinho e balançou a cabeça negativamente:
— Bobinho, só estou aqui para avisar que vou sair agora
— E posso saber onde a madame vai?
— Colher flores.
— Legal, a Baixinha vai ficar aqui não vai? então, se precisar de algo eu chamo ela — Ele sorriu e Eleanor fechou a cara
— Na verdade... A Cassandra saiu
— Para onde? Ela nunca vai a lugar nenhum... a não ser à feira, com você
— Ela foi para a expedição — Eleanor disse receosa
— O quê? — Lancellot arregalou os olhos e deu um tranco na cama, Eleanor segurou sua mão tentando o acalmar e ele não parava de falar um segundo:
— Ela é uma dama! O que aconteceu? Por que foi convocada?
— Ei... Eu sei... Escuta
— É extremamente perigoso, como você pode deixar? Ela pode morrer por minha culpa!
— Lancellot me escuta...
— Eu não creio, como isso pode ter acontecido?
— Lancellot me ouça!! - Eleanor aumentou o tom de voz e fechou os olhos, respirando fundo.
Um silêncio se estabeleceu na sala, ele finamente a fitou nos olhos, então ela suspirou e desabafou em baixo tom:
— Na verdade, o convocado foi você, mas não podíamos deixar você ir, não nesse estado... Então, como ela sabe se virar, e também sonha com isso...
— Você deixou ela ir... — Ele complementou e Eleanor balançou a cabeça em concordância
— Vocês não deveriam, de jeito nenhum, oh céus, como eu causo problemas....
— Tá tudo bem, ela gosta disso, e sei que vai fortifica-la de certa forma, eu confio nela Lancellot, e você também deveria, já que energias negativas não vão a ajudar em nada — Eleanor se levantou e ajeitou o vestido enquanto o homem ficou pensativo
— Agora tenho que ir até o monte floral, posso confiar em você em deixá-lo aqui?
Lancellot sorriu e concordou. Eleanor então foi até o armário do quarto e pegou uma cesta, foi até a porta e acenou para Lancellot, que retribuiu o gesto, então desceu as escadas e caminhou em direção ao monte.
Caminhou devagar, admirando a paisagem do reino ao seu redor e encheu os pulmões de ar, sentiu o cheiro da grama molhada já que havia chuviscando mais cedo e o vento fazia seus longos fios dançarem. Por fim, chegou até o monte floral, se ajoelhou, e delicadamente começou a colher alguma flores que ali estavam para encher sua cesta de palha.
A ruiva colhia cuidadosamente uma a uma e, aproximava do nariz as que emitiam maior perfume. O sol começava a atravessar as nuvens acizentadas e aquecer o rosto da moça, que ao observar a paisagem, pode perceber uma pessoa ao fundo a observando.
Ela a princípio pensou que era um fruto de sua imaginação, abaixou o olhar e voltou a colher os pequenos botões, mas a curiosidade prevaleceu e Eleanor novamente direcionou o olhar ao encapuzado que parecia não ter percebido que Eleanor o observava.
Eleanor então se levantou, pegou o cesto e colocou a frente a seu corpo, o encapuzado puxou a toca para cobrir ainda mais seu rosto, puxou a ponta debaixo da enorme e capa, e dando um giro rápido, sumiu.
Confusa, Eleanor colocou o cesto no chão e correu em direção onde a pessoa misteriosa havia sumido, olhou ao redor mas não pode ver nada. Sendo assim, colocou seus cabelos para trás e foi até onde a cesta cheia estava, levou a mesma aos braços e caminhou até em casa, começando a preparar os arranjos que venderia na feira no dia seguinte.
Envolveu os cabos em lindos laços de cetim, e combinava os arranjos com cores pastéis, vibrantes e azuis, que eram duas preferidas. O tempo passou rápido, e quando percebeu, já estava na feira embalando frutas e despejando as moedas de ouro na bolsinha em sua cintura.
******
O mar não estava tão agitado, sendo assim não precisavam da ajuda de "Lancellot" em nenhuma atividade. Por isso, Ele estava em um canto, sozinho, sentado próximo a uma das colunas da embarcação, desenhando.
Começava a entardecer, consequentemente, ficava mais frio, alguns marujos acendiam os lampiões espalhados pelo ambiente. Próximo dali, Um dos homens, batia papo com outros, a respeito de fantasmas.
Cassandra achava tudo uma baboseira, mas evitava falar qualquer coisa para que não desconfiassem do seu disfarce. Porém, não pode deixar de ouvir do que se tratava o suposto caso de fantasmas, parando o seu desenho, que retratava uma linda Violeta.
— Dizem que esse navio já foi reformado muitas vezes, por conta de ataques de piratas, por isso, as almas que aqui morreram não deixam de assombrar toda embarcação — Um homem dizia enquanto fumava e mantinha um sorriso misterioso no rosto
— E o que estas almas querem? - Disse um medroso, enquanto roía as unhas
— Não sei, por que você não pergunta para eles quando os ver andando por aí ein Francis? — O homem sorriu e saiu andando até a borda do navio, bem próximo onde Cassandra estava sentada para observar o mar. Chegou a observa-la no chão, deu uma tragada e um leve sorriso, jogou o cigarro no chão, pisou, e entrou na sala do comandante.
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