𝖈𝖆𝖕𝖎́𝖙𝖚𝖑𝖔 𝖙𝖗𝖊̂𝖘 - I know.
"Cara Bryanna, peço desculpas por sair cedo.
E por não ter dito praticamente nada.
Há tanto para pensar que não sabia colocar tudo em ordem. O que eu disse é fato, o Grão Senhor me convocou e tive de ir.
Mais uma vez me desculpe.
Não sei como lidar com isso mas precisamos conversar, a sós.
Esteja pronta (se quiser) e lhe levarei para um jantar (se desejar) as 19:00.
Com carinho,
Azriel."
Vários pontos desta carta me deixaram intrigada, porém a coisa que eu mais concordo é: precisamos conversar.
Devo esclarecer tudo, ele parece ser gentil mas não posso resumi-lo a uma carta.
Não posso aceitar o laço. Não posso me colocar nessa situação.
Não quero casar, ter filhos e viver uma vida como as outras mulheres da minha antiga aldeia.
Não sei se essa é a vida que Azriel sonha mas provavelmente deve ser já que é o que a maioria dos homens querem.
Quero fazer o que amo, o meu trabalho.
Quero continuar a ter a opção de escolher.
Não posso dar falsas expectativas. Ele merece a verdade.
Procuro uma roupa da minha mala (na verdade é uma pequena mochila de pano com coisas de trabalho). Apenas trajes de batalha.
É claro que eu não teria uma roupa para um encontro.
Ninguém me chamaria para um encontro.
Espere, isso é um encontro? Não, claro que não. Será apenas duas pessoas esclarecendo coisas.
Olho para o relógio. São 17:18, aqui escurece bem rápido.
Pego o dinheiro e coloco em um dos bolsos da minha roupa, decido ir a uma loja que vi no caminho para a pousada.
Se vou dispensar alguém que eu esteja arrumada pelo menos.
Pensando bem a última vez que me arrumei de verdade foi no solstício de alguma corte que não lembro mais.
✦✧✧ X ✧✧✦
Andando pelas ruas só tenho mais vontade de trocar de roupa imediatamente.
Extremamente lindas e bem vestidas. É a perfeita descrição para os moradores de Velaris.
Cada uma mais maravilhosa que a outra, bem humoradas, conversando, de todas as idades, tamanhos, formas e estilos.
Cada um é seu próprio mundo de características.
Lembro de meu vilarejo, roupas velhas e desgastadas. Rostos tristes, melancólicos e alguns até mortos por dentro. Mas todos os olhares refletiam uma vida de desgraça e miséria.
Não sei como está hoje, mas acredito que algo tenha mudado.
Ou pelo menos espero.
Eu entro na loja e compro um vestido simples, vermelho vinho, na altura das coxas, o tecido é leve e as alças são pequenas tiras, estou curiosa para senti-lo em meu corpo.
Compro um sapato novo também, preto nada muito elaborado.
Nunca agradeci tanto por ter meu próprio sustento, sempre guardei por não ter tempo de gastar, já que logo depois de um contrato vinha outro e assim por diante.
Lembro me de não demorar.
Mas é quase impossível não prestar atenção a cada detalhe.
Tomara que essa conversa seja rápida, quero explorar o lugar e visitar tudo. Não me importaria de levar a noite toda, inclusive acho que vi um lugar bastante curioso chamado Rita's.
✦✧✧ X ✧✧✦
Estou me olhando no espelho quando ouço duas batidas tímidas na porta. Ok, eu passei muito tempo me olhando.
Mas como não fazer isso? Eu estou extremamente linda.
O vestido ficou perfeito, desenhando cada curva do meu corpo, o salto me deu uma altura a mais (mesmo que eu não precise) e os cabelos lavados e soltos... Oh céus eu me namoraria fácil, fácil.
Ajeito o cabelo mais uma vez, ele é do tamanho longo eu diria, gosto dele assim, acho que o curto não combine comigo. Escuro, faz um jogo de cores com marrom e ruivo. Um pouco ondulado não os deixam completamente lisos.
Peguei uma jaqueta preta que tinha na bolsa, caso fiquei frio, o que eu tenho certeza que vá acontecer.
Ao abrir a porta fico surpresa ao ver as gêmeas aspectro ao invés do Azriel.
— Por que não entraram? - pergunto fechando a porta atrás de mim.
— Achamos que poderia ter ficado desconfortável da primeira vez. Decidimos não repetir, desculpe.
— Não precisam se desculpar só batam antes de entrar e tá tudo certo, ok?
Elas assentem.
— Cadê ele? - pergunto. — Se arrependeu do convite?
— Oh não, claro que não só viemos confirmar se você iria ou não. Ele chega em um segundo.
E então elas desaparecem, como se nem tivessem estado ali antes.
— Tá então. - falo pra mim mesma.
Me dirijo para fora da pousada. Indo para a calçada quando uma voz masculina, forte rouca e baixa diz:
— Perdida?
Me viro instantaneamente. É ele.
— Creio que não. - respondo.
O olhar dele percorre de cima a baixo, ele tenta não fazer isso tão descaradamente mas falha. Sinto meu corpo queimar.
— Está linda. - era tudo o que eu não precisava ouvir agora. De repente o ar não chega aos pulmões e minhas pernas ameaçam perder o equilíbrio.
Quando seus olhos se voltam para meu rosto a sensação é ainda pior. Não vou me permitir ficar corada. Ele não me deixará vermelha com um simples elogio como se eu fosse uma garotinha apaixonada.
Devolvo o olhar analisando suas roupas, merda esse cara é perfeito. Ele não usa terno mas sim a camisa social de um, deixando os músculos bem a mostra, a calça da mesma cor preta. Ele é bem alto e suas asas negras estão a vista. As sombras brincam em torno da sua pele bronzeada e traços perfeitos. É a visão dos céus...
Foco Bryanna, foco!
— Eu sei. - Enfim respondo.
Ele repreende um sorriso e desvia o olhar. Fazendo a luz da lua contrastar com os cabelos preto azulado.
— Que bom. É por aqui. - ele diz quando volta a me olhar, o rosto neutro novamente. Por que ele não demonstra reações?
Andamos lado a lado pelas ruas, as sombras estão rondando seu rosto de maneira suave.
Ele explica o que é cada lugar que não consigo entender de primeira.
Muita informação, meu subconsciente diz.
— Como guia turístico você é um ótimo espião. - comento quando chegamos ao lugar.
Quase consegui lhe arrancar um sorriso, só quase.
— Senhor, sua mesa está bem aqui. Por favor me acompanhe senhorita. - uma mulher com partes mecânicas diz.
Azriel faz sinal para que eu vá na frente. Ela nos guia até às laterais do restaurante, para as mesas ao ar livre.
— Um garçom virá atendê-los em um minuto. Com licença.
— Obrigada. - falamos em uníssono.
Ele puxa minha cadeira e eu me sento. Fazendo o mesmo com a sua.
Não sei como começar. Era isso que eu temia, não quero que ele fique chateado.
É claro que ele vai, você é a parceira dele e está dispensando-o sua tonta - digo a mim mesma.
— O que foi? Está bem? - ele me tira do transe.
— Não nada. Minha mente está cheia, só isso. - forço um sorriso. Mas ele ainda está me fitando, oh céus.
Ele é tão sério e enigmático, uma hora duas sombras somem outras nem consigo ver seu rosto, ele está sempre escondendo as emoções por trás do semblante neutro, mas é gentil, educado e isso me dá mais vontade de descobrir sobre ele, saber o que passa em sua cabeça.
Talvez eu possa...
— Por que é tão sério? - deixo escapar.
— Me acha sério? - ele retruca.
Um garçom aparece e enche nossas taças de vinho.
— Eu acho. Você precisa manter um disfarce ou isso é para os pretendentes?
Ele pede para o homem que deixe a garrafa antes de responder:
— O que isso quer dizer?
— Ah por favor, acha que não notei desde que saímos às pessoas olhando para você como se pudessem lhe comer com os olhos? - ele levanta o olhar para mim, incrédulo.
— Tem certeza que eram para mim?
— Obviamente. E pare de responder minhas perguntas com outras perguntas! - digo irritada ao perceber sua jogada.
— Ok então faremos assim, perguntas e respostas. Eu pergunto, você responde e vice versa. Combinado? - ele propõe.
— Pode ser. - me ajeito animada na cadeira. Isso vai ser interessante. — Eu começo. - ele se encosta na cadeira e cruza os braços.
— Vá em frente.
— Idade? - é a primeira coisa que me vem a cabeça.
— 539. - diz simplesmente — O que te trouxe aqui?
— Curiosidade e gosto de viajar. Qual é o seu poder?
— Encantamento de sombras e uso sifões. Irá aceitar a parceria? - ele se inclina para frente apoiando os antebraços na mesa.
E não faço ideia do que responder.
Oi amores tudo bem com vocês? Estou radiante afinal, nossa querida Saraah confirmou que quer fazer um livro do Az.
Votem, comentem e escutem a música da mídia que juro, faz totaaaaaal diferença.
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Besos💜
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