༆XXXIX
chegueeeiiii tô preparada pra atacar
cap curtinho, mas cm impacto
aquela linda e bela dose de cloro
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— Precisa se alimentar, Azriel. — O mestre espião ignorou as palavras de Elain conforme desferia mais uma sequência de golpes no saco de areia em sua frente. A doce e gentil Elain.
Que havia saído da cidade durante a noite sem avisar a ninguém para comprar novas mudas e sementes de flores. O alívio pela segurança da amiga não veio, entretanto. A raiva e a culpa, sim.
Raiva de Elain por ser inconsequente, raiva de si mesmo por ser impulsivo e de Alyn e seu maldito complexo de heroína. Ela não devia ter ido até lá, ela tinha que estar em segurança. Agora, dois dias depois, ainda não haviam sequer um sussurro sobre sua existência. Apenas pesadelos. Paranóias dos horrores que estavam sendo submetidos a sua parceira. Sua rainha.
A Mãe não seria tão cruel, seria? O encantador de sombras se perguntou, mais de uma vez. Já havia visto horrores e sentido dores inimagináveis, sua mente um constante aviso de perigo, mas nada disso superava o vazio que estava sentindo. Em poucos dias havia se acostumado com a fêmea de sorriso fácil e respostas rápidas. Bochechas coradas e provocações espertinhas.
Sua parceira. Por quinhentos anos esperou para conhecê-la, esperou para achar sua metade e quando finalmente a enxergou era tarde demais. Alyn Vanserra havia invadido a vida do mestre espião tão rápido que não havia espaço para mais ninguém. E agora, sem ela o vazio estava sufocando.
— Az... — O apelido sussurrado pela Archeron fez as costas do encantador de sombras ficarem ainda mais tensas. A respiração entre cortada. Os braços do illyriano cairam inertes ao lado do corpo musculoso. A simples menção ao apelido que muitos, incluindo Alyn, o chamava.
— Saia. — A voz do macho estava clara e sem emoção, como esteve por dois dias. Desde que havia desaparecido depois de saírem do túnel diretamente para o lugar que mantinha escondido até mesmo dos irmãos.
— Não irei sair até que coma algo, faz dias que está assim por causa dela. — A fêmea disse de volta, as mãos juntas na frente do vestido azul claro com pequenas flores bordadas no corpete. As asas farfalharam e as sombras se intensificaram ao redor do illyriano. — Se ela é tão inteligente e forte como vocês dizem pode se salvar sozinha, mas você precisa voltar para sua vida. Ir até lá e ficar lá foi escolha dela... — O macho se virou para ela, os olhos brilhando com algo perigoso conforme ele dissecava cada palavra gentil de sua... amiga?
— Sim, foi. Ela escolheu arriscar a própria vida e a vida dos amigos pra tentar encontrar você, e ficou lá para que eu estivesse aqui. — Azriel disse, sincero e claro. Os olhos da fêmea marejaram com o tom do macho. — Apenas saia, Elain.
Com um último olhar vulnerável na direção do macho a fêmea se foi. Os passos rápidos ecoando pelos corredores da casa de Vento. Nestha apareceu na porta um minuto depois, lançando um olhar de aviso para o mestre espião que fez questão de a ignorar. Não estava com energia para discutir com ninguém. Seus pensamentos se voltaram para aquele laço, brilhante e silencioso. Promessas sussurradas se perdendo dentro de si mesmo.
As lembranças da risada da fêmea, do modo como seus olhos brilham quando ela se empolga, até mesmo a mania de franzir o cenho para tudo ou cruzar os braços. A forma como seu corpo se encaixou perfeitamente nos braços do illyriano. Se arrependeria por não ter aceitado antes. Mas se recordava das palavras de Alyn sob a montanha, ela jamais se arrependeria por eles, por que ela viveu isso com toda sua intensidade.
A intensidade de uma estrela cortando os céus, rápido e brilhante. E que ficaria marcada no do mestre espião eternamente, até o dia de sua morte. Por ele era de Alyn. Antes de sequer perceber ele já pertencia a ele.
E não havia mais ninguém em seu mundo por que agora, ela se fora e só restou o vazio silencioso de suas sombras.
[...]
Fellius colocou Renard na cama e o cobriu com o lençol, logo saindo novamente do quarto e começando a juntar as garrafas vazias jogadas na sala. Uma Ystria bêbada abraçava uma deitada no sofá. Darren não havia saído do quarto desde que se deitou na noite passada. Helion estava em Vallahan com Manch. Todos estavam sofrendo da sua forma, a missão havia sido um fracasso e perderam Alyn.
A menina não pensou duas vezes antes de se sacrificar e mesmo sabendo que ela faria aquilo o capitão não estava nem de perto conformado com o final. Principalmente com a irmã de Feyre aparecendo como se nada tivesse acontecido. Conhecia as implicâncias de Alyn com a moça, assim como viu as implicâncias da moça com Alyn.
Mas Elain é inofensiva. No momento, todas as preocupações estão na Corte Outonal e na ruiva de temperamento difícil. Todos estavam abalados, Ystria e Renard os piores. O macho se recordou de ir até o quarto da fêmea mais tarde e colocar ela na cama. Por eles e Darren já teriam invadido a corte Outonal novamente. Mas Fellius e Helion parecem ser os únicos que sabem o que isso daria.
Acabariam também presos lá, tornando o sacrifício de Alyn em vão. Renard odiou a insinuação sobre a morte da rainha. Alyn não iria morrer, não pode morrer. Dois dias, esperou dois dias para que decidissem o que fazer. Não havia mais nada para eles. Alyn se fora, Vallahan continua no mesmo lugar, os ataques cessaram e Elain foi encontrada.
Isso havia deixado os Taliones com ódio. A irmã da Grã-Senhora reapareceu misteriosamente na Casa do Rio três horas depois que eles entraram na corte Outonal. Não havia como avisá-los para retornarem. Um único aviso e talvez Lucien e ela estivessem em casa. A porra de um aviso.
O desespero de Renard ainda era vivo na mente do macho. A forma como o mesmo havia ficado ao tentar se comunicar com Alyn pelo laço e não ter resposta. Apenas o silêncio pelo elo frágil entre eles. Como se magia tivesse sido plantada naquele lugar. Helion teve que o conter quando o mesmo começou a ceder para o lado animalesco de seu ser. O imenso lobo que se tornará quase atacando Darren, que segurava apertado o colar de safira entre os dedos.
Alaya voltou a ser a fêmea acanhada e sem o brilho que havia adquirido com o passar dos dias longe de Beron. Apenas uma mãe que havia perdido todos os seus filhos para a mesma pessoa. Nyara não escondeu a satisfação ao saber que Alyn e Lucien foram capturados. As palavras da fêmea ainda pairavam sobre Renard: — É a justiça dos deuses. Ninguém escapa do próprio destino. Alyn nasceu para apodrecer naquele lugar, vocês querendo ou não.
Fellius precisou congelar os pés de Renard no chão e segurar Ystria. Mas foi Darren quem acertou um tapa no rosto da fêmea. Jamais permitiria que falassem de Alyn daquela forma dentro de sua casa, da casa dela. Por que ali era sua casa, ao lado de seus amigos, de seu grifo.
Shelly dormia na cama de Alyn todas as noites e não saia do quarto da rainha de forma alguma. A única pessoa que permitiu que se aproximasse foi Azriel. O mestre espião foi chamado até o Palácio do Sol quando a criatura se recusou a comer, o bico enterrado entre as patas. O macho passou quatro horas sentado ao lado de Shelly, ambos em silêncio.
Normalmente aquele silêncio era preenchido pelo som dos passos de Alyn fazendo alguma coisa, seus resmungos e sua mania de cantarolar. Nunca ficando quieta por mais de dez minutos. Até mesmo quando estava lendo algum livro que Darren a obrigava, sempre resmungando e murmurando coisas para si mesma.
Azriel queria fazer algo, gostaria de arrancar a cabeça de Velliard com as próprias mãos. Rhysand e Cassian passaram os dois últimos dias tentando fazer o irmão falar mais que duas palavras. Elain conseguiu, quando insultou mesmo sem querer Alyn. O encantador de sombras ainda lembrava do olhar quebrado da fêmea quando a irmã da Grã-Senhora a insultou no meio do jantar.
Seus pensamentos sempre se voltando aos planos para um futuro que talvez eles nunca tenham. As coisas que poderiam ter tido... Céus, só de imaginar as coisas que poderiam estar fazendo com a garota seu coração doía e seu ódio aumentava ainda mais. Ódio de si mesmo, que poderia — deveria — ter previsto a armadilha.
Ele era o mestre espião da corte noturna, afinal. Se ele não conseguia fazer o seu trabalho, que porra de valor ele ainda teria?
O macho estava sobrevoando Velaris quando foi atingido pelas imagens vindo daquele lugar silencioso dentro de si. O laço brilhando fracamente conforme Alyn inconscientemente lhe enviava imagens.
Primeiro, o mestre espião achou que estivesse alucinando. Depois, percebeu o que era aquilo. Alyn ainda estava viva. Sua parceira ainda estava lutando para continuar com eles. As imensas asas o levaram diretamente para a janela do seu quarto, caindo dentro do mesmo com as sombras disparando até a porta, logo se escorando na parede de pedra vermelha ofegante. A onda de emoções sendo jogadas pelo laço em sua direção o deixando tonto.
O macho começou a desafivelar a armadura de couro illyriano. Velliard Narttu estava com um sorriso perverso enquanto segurava uma lâmina fina. A onda de ódio e dor que o atingiu fez um rosnado escapar. As narinas dilatadas de raiva ao perceber o que aquilo significava.
Alyn está em uma câmara de tortura, as sombras sussurraram ao seu redor. Azriel se encolheu contra a parede. Já esteve dentro de uma mais vezes do que poderia contar, na maioria como torturador e não torturado. Mas aquela sendo torturada, aquela era sua parceira.
A fêmea escolhida pela Mãe para ser sua companheira para a vida. Aquele ódio, aquela dor, o nojo e a repulsa. Era tudo Alyn. Era tudo sua parceira. Quantas vezes ela já esteve naquela situação?, se perguntou. As imagens mudaram e então tudo ficou escuro, apenas soluços cortantes na escuridão.
E ali, encostado na parede de seu quarto, com o vento frio da noite e as imagens desaparecendo de sua mente, Azriel soube que não podia ficar de braços cruzados esperando que sua parceira fosse morta.
Ele iria lutar por ela. E se perdesse a vida, valeria a pena. Alyn Vanserra vale a pena.
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quem amou amou
quem não amou, não posso fazer nada
eu tô cm o coração na mão por causa do Renard e dos Taliones, cara eles ficaram ainda piores do q qnd a Alyn foi embora
mas vimos aq um lado do Azriel novo, o sofredor apaixonado, mas a pergunta q não quer calar
Será se vale a pena?
bjos, amo vcs <33
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