༆XXXIII

aqui estou, sendo quem sou...

é obrigatório a leitura desse capítulo ao som de You Should See Me in a Crown, da Queen Billie Eilish

vou nem enrolar muito pq tá babado

Ystria sorriu e Renard assentiu puxando as espadas. Azriel já havia desaparecido durante a curva ao redor do castelo. O bater de asas do dragão ecoava por meu corpo, a adrenalina correndo por minhas veias e agradeci por meus cabelos estarem presos. Renard e Ystria pularam em cima de um prédio e correram. Os ataques continuavam direcionados ao dragão, flechas e lanças sendo atiradas em nossa direção, mas o escudo não permitia que nenhuma delas atingisse.

Procurei Azriel com o olhar vendo o mesmo voando para o outro lado da cidade. O escudo a frente do peito e a espada em punho. Vestido inteiramente de preto, os sete sifões brilhando.

Assim que sobrevoamos a rua principal que leva até o castelo, sorri. Barcos estavam cheios de soldados tentando nos atingir conforme seguimos para o mar, quando os navios ficaram para trás demos a volta. Ninguém estava mais nas ruas, podia ouvir ao longe as pessoas saindo da cidade pelas estradas de terra. Os navios seriam alvos fáceis. Me inclinei contra o dragão:

impetus.¹

O dragão não demoreu mais que três segundos antes que incendiar os navios, os gritos de dor dos soldados encheram meus ouvidos e o sangue derramando na água brilhou em meus olhos conforme seguimos para a avenida principal, queimando todos os soldados em nosso caminho. As chamas cor de ouro pálido brilhavam como as minhas próprias. Os gritos vindo das ruas era apenas a melodia da dança da morte que fomos colocados.

Os sinos da igreja soaram mais uma vezes, mas o dragão fez questão de bater na torre com a asas. Destruindo a torre do sino. Sorri de lado apertando os espinhos onde estava segurando. Casas quase incendiaram, prédios, comércios não sendo atingidos por pouco. Soldados corriam nas ruas levando as pessoas para fora acabaram sendo atingidos pelas chamas do dragão.

Sangue, fuligem e carne queimada se misturando na receita perfeita do terror. O poder correndo por minhas veias e meu coração palpitando no mesmo ritmo que o do dragão. Cada bater de asas me fazendo sentir a respiração de fogo do dragão.

Ouvi o rugido de outro dragão e sorri maliciosamente olhando por sobre o ombro.  Renard havia conseguido se transformar e agora atacava logo atrás de nós. O foco não está sendo as casas, apenas as ruas. Aceno com a cabeça em direção ao palácio que estava sendo fechado.

Não podia deixar que as famílias perdessem suas casas. Esse ataque é a volta de todos os ataques que fizeram em Prythian, da destruição e do caos que Velliard plantou entre os nossos. Dos soldados que morreram em nome de seus Grão-Senhores e das famílias que perderam suas casas nos incêndios que Milliken iniciava.

O dragão se ergueu e soltou suas chamas em direção ao castelo, atingindo uma barreira mágica. Feitiços. Porra, é claro que eles teriam feiticeiros e bruxas. Os Narttu não são tão burros assim. Sorri de lado.

Ad terram.² — Disse para o dragão. O mesmo logo pousou no meio do fogo e dos destroços em frente ao castelo. Desci do mesmo, pulando no chão de pedra. O fogo ao meu redor me fazia suar, mas não me feria. Ao menos algo de bom de ter o sangue de Beron. Me virei para a criatura, que agora estava a postos para atacar do chão. — Bom garoto, vai ganhar outro bode se concluirmos a missão.

— Como assim outro bode, Alyn? — Olho rapidamente para Azriel que está ao meu lado, o rosto suado e sujo de fuligem, alguns respingos de sangue. A lâmina de sua coxa pingava sangue.

— Em casa a gente conversa. — Puxei sua armadura e o fiz se inclinar para perto de mim. Passei as mãos em seu rosto tirando a sujeira e o sangue, os cabelos molhados de suor tinham um pouco de terra. Segurei suas bochechas quando disse: — Entre comigo.

— Esse não era o plano. — Respondeu se afastando de mim. Lhe encarei enquanto limpava as mãos em sua armadura, recebendo um olhar reprovador de sua parte. Perguntaria mais tarde se era a armadura ou se o seu abdômen era tão duro assim.

— Não, não era. — Digo simples. — Agora é. — Poeira se levanta conforme Renard pousa perto de nós. Sorrio de lado e olho ao redor, vendo Ystria surgir de uma rua. Um corte em sua bochecha escorria sangue e seu peito subia e descia rápido.

— Estão vindo até nós. — Gritou ofegante parando perto de Renard. — São muitos, soldados armados até os dentes. Não sabem dos dragões ainda. — Diz séria e eu encaro Renard, com um aceno o mesmo levanta vôo.

Scio quid faciam.³ — Ordenei olhando para o dragão de olhos dourados, que me encarou uma última vez e se lançou aos céus, batendo as asas estrondosamente. Tirei as lâminas gêmeas da costa e girei-as no pulso. Formamos um círculo no meio da rua, logo ouvi os passos pesados dos soldados vindo em nossa direção. Não demorou muito e logo mais gritos nos rodearam e o cheiro de queimado chegou até nós.

— Eles são muitos. — Ystria comentou segurando sua espada, estava inquieta. Perguntaria o porquê mais tarde.

— Nós não vamos vencer por números. — Respondi, e então vi quando vários machos vestindo armadura prateada surgiram das ruas empunhando espadas. Azriel abriu as asas minimamente e suas sombras o rodearam ainda mais. Estalei o pescoço esperando o resto dos sobreviventes aparecerem. 

Ouvi o momento que Renard e o dragão pousaram atrás de nós, o chão tremendo com o impacto dos dois. A cabeça do dragão surgiu ao meu lado, ele se abaixou para ficar perto de mim? Isso estava ficando bom. Assim que começaram a surgir ainda mais soldados, empurrei levemente Ystria e Azriel para trás e apontei eles com a espada. Assim que notaram os dragões os soldados pararam.

— Se rendam. — Pedi lhes observando. Várias risadas ecoaram e respirei fundo. — Seu rei está enviando-lhes para a morte. É isso que querem? Morrer em nome de um covarde que nem luta ao seu lado? — O burburinho começou e contive o sorriso satisfeito. — Aqueles que não querem lutar por Vallahan, — Falei mais alto, para que todos ouvissem. — deixem a cidade agora!

— Não vamos abandonar nosso rei. — Uma voz se sobressaiu. Procurei na multidão de soldados, mas  não o encontrei.

— Ele já abandonou vocês. — Desdenhei sorrindo. Alguns gritos vieram e o dragão rugiu, os fazendo se calar. — Última chance, se amam a própria vida deixem a cidade. Não entrem nessa guerra que não lhes pertence. Viram o que aconteceu com seus irmãos em Prythian e nessas ruas. Esse é o destino daqueles que ficarem ao lado de Velliard Narttu. — Dessa vez ouvi quando algumas espadas caíram no chão. Um macho foi para cima de outro empunhando a espada, pronto para lhe matar. Deslizei para dentro de seus escudos e o forcei a parar: — Deixe-os ir. Essa escolha é deles, e quem tentar impedir terá uma conversa muito agradável com meu amigo. — Apontei para o dragão. Os soldados desistentes correram para fora da multidão, recebendo xingamentos e insultos. Espertos. — Quanto a vocês, irão se submeter a minha coroa ou morrerão tentando me impedir? — Meu sorriso felino aumentou e mais gritos ecoaram e ouvi cada xingamento sem demonstrar nada além de doce loucura fingida. Eles haviam escolhido, morreriam em nome de Velliard e seu pai, ambos protegidos dentro de muralhas. Dois covardes que preferem matar seu povo e seus súditos a ter que parar.

Me virei para o dragão, encarando a serpente alada. Mais uma vez odiando a mim mesma. Falei alto suficiente apenas para o dragão e Renard ouvirem:

Impetus¹.

No segundo seguinte o dragão e Renard estão incinerando os soldados sob o comando da espada. O calor emanando ao nosso redor alimentava o fogo correndo em minhas veias, implorando para sair. Explodir, queimar, destruir. Se libertar das amarras auto impostas.

Não pensei sobre as famílias daqueles soldados ou em seus entes queridos. Era escolha deles, eu os deixei decidir. Isso tudo era culpa daquele desgraçado. Velliard aprenderia a não brincar com vidas se não estiver disposto a arriscar a sua. Ele não esteve em nenhum dos ataques. Sempre eram liderados por Milliken, Joen, Kol e Eridion. Seja lá o que esteja planejando, sair da fortaleza não é uma delas.

Pensei apenas no que eu estava me tornando. Um tempo atrás eu nunca havia tirado uma vida, agora não consigo contar nos dedos quantas pessoas matei. Usar a desculpa que era por um bem maior não me tornava diferente de Milliken. Ela luta pelo seu próprio bem maior. O bem de seu irmão e pai. Eu luto pelo bem de toda Prythian, arrisco minha vida para que os Grão-Senhores não tenham de fazer.

Fingi não escutar os gritos de agonia e sorri falsamente, caminhando até o portão. Azriel e Ystria me seguindo sem dizer uma palavra. Sabia que o encantador de sombras estava bravo, sentia isso. Mas esse era o plano dele, e eu não entro em um jogo para perder.

Joguei uma lâmina para Ystria, empunhando a outra. Os soldados de cima dos muros haviam desaparecido. Provavelmente estavam de prontidão para proteger o seu rei. Irônico, entretanto. Tolos, pensam que seus soldadinhos detém tres Grão-Féericos poderosos e dois dragões. Apenas Renard e o dragão já eliminaram metade dos soldados que estavam na cidade.

— As proteções caíram. — Ystria murmurou baixinho. Inspirei sentindo o cheiro da magia, bem menor do que antes. A máscara de malícia e crueldade tomando seu lugar em meu rosto.

— Ótimo. — Apoiei a espada no ombro e caminhei calmamente até o portão. Com a mão livre segurei a porta, a marca da palma se gravando nos portões de ferro conforme as chamas rodeavam meus dedos. Ouvi quando começaram a gritar do outro lado. — É falta de educação não abrir as portas para as visitas. — Ironizei chutando a porta com força suficiente para partir as trancas semi derretidas.

Renard e o dragão estavam se divertindo com os outros soldados, então teríamos que cuidar dos de dentro. Bestas enormes estavam presas em caixas de ferro, no alto dos muros arqueiros com flechas de freixo miravam em nós, soldados com espadas afiadas e escudos erguidos no caminho entre as portas do palácio e nós.

— Que recepção calorosa, não acha, querido? — Olhei para Azriel rapidamente. O mesmo entendeu o jogo que eu faria e entrou, me encarando com um sorriso malicioso.

— Vamos nos divertir, princesa. — Murmurou alto suficiente para que ouvissem. Ystria sorriu para si mesma e disfarçadamente me passou a outra espada. Com um grito de um dos generais os soldados vieram para cima. No mesmo instante raspei minhas lâminas e girei, batendo as duas lâminas gêmeas com as de um soldado.

Azriel cortava as gargantas dos machos com sua adaga e os estripava com sua espada. Ystria se movia com a graça de uma bailarina, se nos treinos ela era ágil, no campo de batalha ela era perfeita. Sangue respingou em meu rosto corfome minha espada atravessou o crânio de um soldado. Passei uma mão no rosto, tirando o excesso. Limpei a espada na roupa e olhei ao redor.

Flechas de freixo foram disparadas e nem meus escudos puderam proteger, as asas de Azriel estavam cobertas com o escudo laranja que eu havia colocado antes que ele percebesse. Ystria lutava com mais de três soldados ao mesmo tempo. Me lembraria de perguntar que tipo de pessoas ela matava antes para ter tanta facilidade em encarar soldados.

— Os dois, para trás! — Gritei me abaixando, assim que minhas mãos tocaram o chão as labaredas douradas e laranjas de minhas chamas subiram engolindo os soldados restantes. O chão tremeu e me vi sorrindo enquanto os machos queimavam. Levantei o olhar, vendo mais flechas sendo disparadas. Me pus de pé, levantando as chamas e incinerando as flechas antes que nos atingisse. Porém uma atingiu meu ombro, me fazendo cambalear para trás.

Com um grito de dor arranquei a mesma, sangue jorrando no uniforme e em meu braço. A flecha se desfez em pó no instante que a segurei, o fogo a consumiu. O dragão parecia ter ouvido meu grito, pois no minuto seguinte suas garras afundaram nos muros e estava engolindo os arqueiros. Renard sobrevoava o pátio de entrada e atingia com suas chamas as vidraças do palácio.

— Como estou? — Perguntei tirando uma mecha do rosto, o ombro latejando de dor. Joguei uma espada no chão e encarei Azriel e Ystria. O illyriano tinha um corte em sua coxa e assim como eu respingos de sangue no rosto.

— Bonita, como sempre. — Respondeu, um sorriso irônico crescendo minimamente em seu rosto. Os sifões reluziram e girou a adaga, prendendo novamente em sua coxa.

— Se me acha bonita, você deveria me ver usando uma coroa. — Provoquei passando por ele, as sombras se enroscando ao seu redor agitadas. Os corpos carbonizados ao nosso redor com as tripas e o sangue borbulhando no chão de pedra.

O céu estava escurecendo, e as estrelas despontando no lençol escuro da noite. Olhei para o dragão por cima do ombro, o mesmo estava quase deitado no muro, provavelmente depois de comer os soldados. — Clauderent exitus conlocantur.⁴

Com um aceno a criatura abriu as asas e praticamente pulou, pousando dentro do castelo pelas vidraças da frente do que poderia chutar ser o segundo piso, Renard voou para dar a volta no palácio, incendiando todas as saídas de dentro do palácio. Com um movimento de mãos as portas duplas explodiram, colidindo com a parede. Um corredor levando até a sala do trono, vários soldado e sentinelas no corredor.

— Achei que já tínhamos passado dessa fase. — Resmunguei com falsa decepção. Antes que pudesse empunhar a espada, Azriel me colocou para trás de si e dissipou em sombras, massacrando soldados junto a Ystria. Mal tive tempo de assimilar a cena que acontecia a minha frente, quando senti o líquido bordô em meus pés.

Sangue empossando sob nossos pés. Corpos, cabeças, braços e tripas no chão do corredor. Azriel e Ystria cobertos de sangue, o macho limpando a lâmina inseparável em sua roupa. Pisquei, sentindo de repente uma tontura. Olhei para meu ombro e percebi que ainda não estava fechado. Levei a mão até o ferimento, o calor bem vindo diminuindo a dor latejante.

— Está muito ferida. — Azriel brigou se aproximando de novo. — Tem certeza que quer continuar? Quando passarmos por aquela porta não vai ter volta. — Suas mãos foram diretamente para o meu rosto, me obrigando a encarar suas feições sérias. Respirei fundo.

— Não, não tenho. — Respondi, virei a cabeça levemente e beijei a palma de sua mão levemente. — Mas viemos até aqui e só saio daqui como rainha de Vallahan. — Respondi simples, fechei os olhos sentido a tontura me atingir novamente.

— Vamos acabar com isso. — Me puxando levemente atravessamos o corredor, parando em frente as portas. Endireitei a postura, ergui o queixo e puxei o elástico que prendia meus cabelos em um rabo de cavalo deixando as mechas ruivas caírem por meus ombros, cobrindo o ferimento.

— Dentro dessa sala estarão todos os cortesãos e o rei, certo? — Perguntei encarando a porta entalhada. O poder de cura tentando curar o ferimento, porém o freixo impedindo.

— Meu espião os prendeu aí. — O encantador de sombras disse, os braços caídos ao lado do corpo. — Pronta para ser rainha?

— Não sei, pronto para ser rei? — Questionei de volta. Esse era o acordo, iríamos fingir a parceria até que Velliard cedesse. Me tornar rainha não foi ideia minha, e não vou fazer isso sozinha. Irei tomar os exércitos de Vallahan para nós, destruiria esse reino com a mesma fúria que me trouxe até aqui.

E faria isso com Azriel ao meu lado. Foda-se se não somos parceiros de verdade, isso foi ideia dele. Se ele pensa que vou encarar tudo isso sozinha está redondamente enganado. Eu não queria esse fardo, mas vou ter que lidar com ele por alguns bons meses. Ele me deve isso.

— Engraçadinha. — Resmungou. Sorri de lado e segurei as maçanetas, abrindo as portas duplas com força. Os machos vestidos todos de forma elegante e ostentando jóias valiosas nos encararam. Alguns com medo, alguns com ódio e outros com nojo.

— Boa noite, senhores. — Meu sorriso malicioso aumentou. O imenso salão do trono ficou em silêncio por alguns segundos, antes que os burburinhos começassem.

— Quem é você? — Encarei o macho que havia falado, o mesmo tinha o cabelo loiro escuro e olhos verdes claros como os de Milliken. — O que quer com meu reino?

— Oh, você não me conhece? — Fiz minha melhor cara de tristeza, e sorri minimamente. — Pode me chamar de Vossa Majestade.

— Está aqui por causa daquelas rainhas? — Um senhor com cabelo castanho e pele pálida quase azulada perguntou. Os olhos fundos, como se não dormisse a séculos.

— Infelizmente, para vocês, eu sou a única fêmea com interesse nesse fim de mundo. — Ironizei dando um passo a frente. Vi quando alguns machos colocaram suas mãos nos cabos de suas espadas.

— Cuidado como fala sobre meu reino, seu monstro. — Esse era novo. Sorri abertamente para o jovem próximo ao senhor de olhos fundos, o mesmo tinha feições esculpidas, era bonito, mas não chegava aos pés dos machos que conheço.

— Vamos ao que interessa. — Comecei, séria. Assoviei alto, no mesmo instante um impacto com o teto se ouviu e pedaços do telhado começaram a cair. — Oh, minhas crianças! — Sorrio para Renard e o dragão que aparecem no buraco que os mesmos fizeram, a luz da lua invade e o vento apaga as tochas, a sala ficando escura e fria. Consegui acender uma tocha, antes que os poderes falhassem novamente. Inferno.

— Você é a maldita que está atacando?! — Perguntou um macho, esse possuía os cabelos castanhos e pele negra, sem a graça dourada que parece ondular ao redor de Helion, Tarquin e Varian.

— Ops. — Ri inocente, recebendo olhares raivosos dos machos principalmente do rei. — Perdão, mas de onde venho, resolvemos as coisas de olho por olho. — Caminho ao redor do jovem que havia me chamado de monstro, quando estou em suas costas rosno próximo do seu rosto vendo o mesmo estremecer. — Dente por dente.

— Deve ser a famosa Senhora da Corte Outonal. — O rei desdenha, arrancando risadas dos machos.

— Quem eu tenho que salvar para você chupar meu pau? — Outro macho desdenha, encaro o mesmo com ódio. O poder rasteja por minhas veias e corre pelo ar até o macho, fervendo seu sangue até que o mesmo caísse no chão, a pele começando a borbulhar e queimar de dentro para fora.

— Chupa o meu pau. — Rosnei segurando o pescoço do jovem a minha frente, o estalo do osso se partindo conforme quebrei seu pescoço fez o salão ficar em silêncio. Azriel e Ystria estavam parados ao lado da porta como soldados obedientes, observando tudo impassível.

— Como ousas matar o meu filho?! — O senhor pergunta/grita tentando vir até mim e sorrio para o mesmo. Outros machos o seguram.

— Agora conhece a dor que as famílias féericas estão sentindo quando o seu precioso príncipe decidiu guerrear contra nós depois de tudo que Hybern fez conosco! — Falei mais alto, ódio correndo por meu corpo e me fazendo sorrir maldosa. — Me diga, onde está o seu príncipe agora?

— Velliard está fazendo o que é certo. Vocês, féericos, se acham no poder de governar Prythian. Ele irá recuperar o que é nosso por direito. — O macho careca falou, um sorriso cruel esculpido no rosto. Ri com escárnio, ao mesmo tempo que o dragão bufou sua respiração quente sobre eles.

— Acham que tem direitos sobre Prythian? — Zombei caminhando até o centro da sala. Olhei ao redor, vendo todos me olhando, mas ninguém se aproximando. — Se é assim, nós também temos direitos sobre o continente, não acha, querido? — Me virei para Azriel que apenas me encarou com um sorriso mínimo. Me virei novamente para o rei: — Ele concorda comigo.

Caminhei até o rei, o mesmo estava paralisado, provavelmente havia juntado as peças e já sabia quem estava tomando seu reino. Sabia que não tinha mais chances para ele, ou para seu castelo. A fêmea fraca que se casaria com seu herdeiro era a responsável pela ruína de seu castelo e seus soldados.

— A coroa. — Pedi esticando a mão. O mesmo não me deu. — Não me faça pedir duas vezes. — Rosnei mostrando as presas. O mesmo apenas me ignorou, respirei fundo e assenti. Refiz meus passos até a entrada, parando ao lado de Azriel. Grudei meu corpo ao dele, sentindo sua respiração travar por um momento. — Obrigada, querido. — Beijei seu queixo – sim, estou tirando uma casquinha do mestre espião quantas vezes eu posso – e me virei novamente, arremessando com o braço bom a adaga que estava em sua coxa na direção do rei.

O macho se abaixou. O salão explodiu com gritarias e xingamentos em minha direção. Caminhei calmamente até o rei, o mesmo se colocando de pé. Assim que suas mãos tocaram sua cabeça, sorri. A coroa pendurada na lâmina do mestre espião balançava presa no trono onde a adaga havia ficado presa.

Ystria sorriu ao perceber que eu havia aprendido, a mesma havia passado dias tentando me ensinar a arremessar adagas, punhais e lâminas no geral. Ela já tinha perdido as esperanças, porém mal sabia ela que eu errava de propósito apenas para não ter que lutar com Fellius.

— Mande lembranças ao diabo quando for para o inferno, velho decrépito. — Zombei ao torcer e quebrar o pescoço do pai de Velliard, o corpo caindo mole no chão. Era fácil quando já aceitam o seu fim, sem lutar. Subi os degraus com as botas sujas de sangue manchando o carpete vermelho e fios dourados até o trono e removi a lâmina do encosto.

Segurei a coroa suja de sangue, o sangue dos soldados que Azriel havia matado com a lâmina. Rodei a adaga negra em minha mão e apertei a coroa na outra. Prendi a adaga na coxa, assim como Azriel fazia e segurei a coroa com duas mãos.

Todos me observavam incrédulos. Azriel era um misto de surpresa e orgulho, assim como Ystria. Os machos no entando, pareciam prestes a explodirem de tanta raiva. Levantei a coroa e coloquei sobre meus cabelos. Os arquejos soaram e sorri maior ainda.

— Rainha Alyn Vanserra, primeira filha de Alaya, herdeira do trono do Outono e das Chamas, nascida no equinócio e portadora de magia dos deuses. — Minha voz saiu alta e clara, os olhos brilhando com o desafio. Lutem contra mim. Me impeçam. Sorri de forma cruel e perversa quando disse: — Curvem-se diante de mim. Venha até mim.

• ¹Ataque
• ²Pousar
• ³Sabe o que fazer
• ⁴feche as saídas

e os dragões fazem tudo neah

pois eu tô é morta depois de escrever esse capítulo

Alyn rainha, o resto nadinha

se vocês soubessem o plano dessas criaturas, sério, sem condições

é isso, eu acho

bom, pra quem não sabe agora temos um grupo de interação no WhatsApp, quem quiser entrar o link tá no mural e na bio e as playlists vão ser colocadas lá

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