༆XI

A gnt tá quase batendo 5k, então pra comemorar live amanhã no ig, o link pro ig tá no meu perfil, quem quiser participar eu vou tentar interagir cm vcs e vão perceber pq a autora é tão enrolada

(a embarcação da mídia é o Lex Talionis Glacies, gravem a estrutura dele pq a autora é péssima em descrição)

☀︎︎

Depois de 5 dias dormindo em cavernas, tomando banho em riachos e comendo frutas, finalmente chegamos em Adriata. Teríamos chegado em menos tempo, mas os guardas quase nos acharam três vezes. Tive que cortar meu cabelo, que agora está um pouco abaixo do queixo.

Renard está me ensinando a lutar, usar mais magia sem me esgotar, treinando minha leitura e escrita e tentando me orientar com o poder de mentes. Sobre o último ele disse que não poderia me ajudar muito, afinal seu mestre não conhecia muitos com tal poder e não lhe ensinou muito sobre. Para não levantar suspeitas assumiu a forma de cavalo, um lindo garanhão preto.

Tivemos que passar pelo vilarejo rapidamente, guardas espalharam cartazes oferecendo uma recompensa por mim. Gastei algumas moedas com suprimentos e um mapa, não poderia acabar o ouro rápido demais. Renard e eu seguimos pelo caminho mais longo até Adriata.

A cidade é absurdamente linda, nem em mil anos poderia imaginar algo tão... surreal. Os moradores tanto féericos inferiores quanto Grãos-Féericos. Alguns guardas do palácio andavam entre o povo. Foi difícil me misturar, levando em conta que todos tem a pele bronzeada ou negra, e eu sou mais pálida que um palmito.

Durante a viagem me esforcei para não me prender aos detalhes da Corte, como o cheiro de maresia que parece vir de todos os lados, até o sol parecia melhor nessa corte. Olhei para os dois lados antes de correr até o porto com Renard em forma de gaivota seguindo pelo ar. O mesmo amou a ideia de voar, porém precisou de várias tentativas até conseguir.

Nossa missão em Adriata é encontrar um tal de Fellius, capitão do Lex Talionis Glacies, navio que vai levar Renard e eu até às terras da Corte Diurna, Eris disse que Fellius lhe devia um favor. Pelo que meu irmão disse não seria a única na embarcação, mas terei minha própria cabine. Partiremos depois de amanhã, hoje iria conhecer e me instalar, amanhã ajudar a abastecer os suprimentos junto dos outros tripulantes da embarcação.

Estava tão entretida em meus pensamentos que não notei os olhares dos pescadores em mim. Alguns me olhavam curiosos outros com pura malícia. Senti meu estômago revirar e ergui os escudos. É melhor não saber o que estão pensando. Andei pelo porto até ver amarrado a um cais o grande Lex Talionis, duas tábuas serviam como ponte para o convés. Olhei ao redor procurando o macho com as características que Eris me deu. Cabelos brancos, cicatriz no olho, cara de malvado.

Avistei o macho colocando dois sacos nos ombros e entrando na embarcação e colocando os mesmos no chão perto do que imagino ser uma escotilha. Os cabelos presos em um coque com alguns fios soltos, brilhando sob o sol da tarde. O cheiro salgado do mar me atingiu e respirei fundo, me preparando para intercepta-lo. Me aproximei devagar, a madeira estalando sob a bota de couro.

- olá, com licença - digo - você é Fellius?

O macho se virou a expressão dura como rocha. Os olhos gelidos me analisaram, sem qualquer resquício de fogo apenas gelo duro e frio. Resisti a vontade de me encolher.

- olha garota aqui não é lugar para você, então..

Interrompi seu discurso com um revirar de olhos: - ótimo, saí de um lugar cheio de gente querendo me dizer onde eu posso ou não ir, e aquele desgraçado do Eris me manda direto para mais um.

- Eris? - Fellius pergunta ignorando meu pequeno surto.

- meu irmão, ele disse que você deve um favor a ele - respondo. Coloco uma mão na testa para proteger meus olhos do sol. Fellius começou a sair da embarcação.

- deixe-me adivinhar, terei que levar você para algum lugar não é? - disse com desdém. Arqueei uma sobrancelha para o mesmo. - espera, você disse irmão? - meus olhos se arregalaram e olhei para Renard em busca de ajuda. Mas meu querido amigo nem se incomodou.

- longa história, conto tudo se me ajudar - ofereci na cara dura. Não tenho nada a perder e preciso ir para a Corte Diurna, de um jeito ou de outro, mas garantir que farei isso sem precisar ficar me deslocando e correndo o risco de ser encontrada por guardas e sentinelas é inegociável.

- suba a bordo, trouxe alguma bagagem? - Fellius disse por fim. Um suspiro de alívio me escapou, mas logo o alívio se dissipou quando disse:

- deixei tudo para trás, sem bagagem.

[...]

Terminei de falar e puxei uma lufada de ar. Continuei cortando os legumes enquanto Fellius corta a carne para um assado. Não sei como ele não tem medo de colocar fogo no Lex Talionis.

- então quer dizer que esse tempo todo existe uma herdeira desconhecida da Corte Outonal, e ninguém sabia? - Fellius pergunta quebrando o silêncio. Contei para ele toda minha história até agora, Eris me disse para confiar nele sobre isso, e se caso ele tentasse alguma coisa "pule no mar e ateei fogo naquele monte de madeira".

- de tudo que eu disse você só focou nisso? - revirei os olhos. Desde que comecei a contar as coisas para ele, a cada vez que me interrompia eu revirava os olhos, o que foi muitas vezes, diga-se de passagem.

- não, estou apenas ignorando a parte da ameaça global pois se eu comentar irei me envolver - inteligente. Queria ter pensado assim antes de Renard começar a investigar o príncipe, talvez eu não estivesse na cozinha de um navio junto de um completo desconhecido.

Já estava de noite e como nenhum outro possível tripulante apareceu para perturbar Fellius tive que fazer esse sacrifício. Durante o tempo enquanto lhe contava as coisas limpamos o convés superior, o principal, guardamos os sacos que depois descobri ser de especiarias e temperos de cozinha, limpamos as cabines para os outros tripulantes que ainda não chegaram. O navio em si tem três deques. A prancha de entrada nos leva ao segundo que é onde ficam as cabines, muitas inclusive. Subindo as escadas tem o terceiro deque que é onde ficam duas salas de reunião, os aposentos de Fellius junto ao banheiro do próprio, o leme e algumas mesas. No primeiro deque, o que fica descendo todas as escadas é a cozinha e bar da embarcação, com várias mesas, um balcão enorme, uma cozinha grande e bem preparada.

Foi fácil imaginar isso aqui cheio de pessoas, bebendo, rindo e conversando alto. Fellius é um macho solitário, deu para perceber ao entrar nas cabines, algumas viraram depósitos de tralhas. Ao menos os banheiros são bem limpos e organizados. Ele me fez ficar na cabine maior, no segundo deque.

Mesmo dando a entender que iria levar apenas eu e mais uma fêmea, cuja a viagem havia sido marcada com antecedência, ao contrário de mim que caí em sua embarcação do nada. Limpamos e arrumamos no mínimo 8 cabines. Ele fez questão de me zoar sobre o fato de nunca ter pegado em um esfregão, me chamando de mimadinha.

- legumes cortados e indo para o fogo, carne já no forno, eu estou indo tomar um banho, tô quase desmaiando com meu próprio cheiro - digo franzindo o nariz enquanto tiro o avental que Fellius havia me dado. Me assustei ao ouvir a risada do macho.

- um gambá parece cheiroso do seu lado, um nagga então - joguei o avental nele enquanto o mesmo ria. Fiquei emburrada e saí resmungando da cozinha.

Renard não falou quase nada durante o dia, estava cansado e a magia havia acabado com ele. Peguei o mesmo no colo, agora em forma de gato. Fellius quase teve um ataque quando o viu, mas então expliquei que esse era meu gato e minha única companhia nos últimos anos. Claro que deixei de lado muita coisa, mas expliquei que era meu animalzinho e que não o deixaria.

Entrei em minha cabine e comecei a tirar as botas. Havia deixado as espadas aqui mais cedo, carregando apenas a adaga e as moedas, não se sabe quando precisaram fugir. Peguei a toalha que Fellius me entregou e fui para o banheiro do corredor. Subindo as escadas o capitão cantarolava alguma música animada, com um aceno de cabeça seguiu para o terceiro deque.

Terminei o banho e assim que abri a porta do banheiro fui empurrada de volta para dentro. Coloquei a cabeça para fora a tempo de ver duas fêmeas se empurrando na porta do meu quarto. A mais alta de pele negra pareceu perceber que já estava ocupado.

- mas que droga, aquele filho da mãe!

- com licença, poderiam sair da porta do meu quarto? - digo me encostando no batente da porta do banheiro. Renard havia conseguido roupas novas para mim, uma calça de botões cós alto e uma túnica branca de botões na frente. As duas se viraram e por um momento desejei ter meus cabelos longos de novo, as jóias e os vestidos.

As duas fêmeas são as mais bonitas que já vi. A pele escura da mais alta dando destaque aos olhos de ouro derretido, uma pequena argolinha em seu nariz, duas argolas douradas grandes com pingentes em suas orelhas, o vestido com duas alças finas de sustentação e duas caídas no ombro, várias pulseiras de ouro nós braços e um bracelete sob a manga caída.

A mais baixa de cabelos bicolores estava me olhando feio como se soubesse de todos os meus pecados. Longos cabelos cor de onix com mechas claras dando destaque para a pele bronzeada e morena, assim como os olhos incrivelmente castanhos. Não eram parecidas em nada comigo, ou até mesmo uma com a outra. Se acreditasse poderia dizer que duas deusas desceram dos seus e essa é sua forma. Diferente da mais alta, usava calça preta, uma camiseta bordô e um espartilho preto também, assim como as botas.

- você deve ser mais uma das companhias daquele vagabundo, olha queridinha pode pegar suas coisas e sair, não tem espaço pra você nessa tripulação - a mais baixa diz, recebendo uma cotovelada da outra. Ri com escárnio.

- não sei quem são, nem quero saber, pouco me importa, só saiam do meu quarto e fica tudo bem - digo em um rompante de coragem. Não sei da onde isso veio, mas com certeza me levará a morte. Constatei assim que os olhos da mesma pareceram soltar faíscas.

- quem você pensa que... - iria avançar para cima de mim se a outra não a tivesse segurado. No mesmo instante Fellius entrou no corredor. Pareceu analisar a cena e logo chegou em alguma conclusão.

- já vi que se conheceram, Alyn estas são Darren - disse apontando para a de vestido - e está é Ystria - apontou para a de cabelos bicolores. Sorri sem graça, obviamente não haviam gostado de mim. Ótimo.

- por que ela está na minha cabine? - a tal Ystria perguntou cruzando os braços. A Darren não tirava os olhos de mim, como se me reconhecesse de algum lugar.

- essa não é a sua cabine, é a minha e fica nela quem eu quiser - dei um passo para o lado quando Fellius também cruzou os braços e ergueu uma sobrancelha em desafio. Darren parecendo perceber também se afastou da morena.

- olha, se você quer tanto essa pode ficar, só deixa eu pegar minhas... - tentei resolver a situação quando os dois me lançaram olhares feios.

- não é bom suficiente, mimadinha? Sabe o caminho da porta - disse com ironia. Travei a mandíbula, não era justo, eu estava apenas tentando resolver.

- mimadinha? trouxe uma Lady para o Lex Talionis? isso é o que? uma peça? - disse Ystria com desdém. Não me importei em lhe olhar.

- errado, eu só estava tentando consertar o problema que ela criou, pode me chamar de mimadinha quantas vezes quiser já disse e repito, eu não ligo - respondo para ninguém em especial. - Fellius já lhe disse o porquê de estar aqui, se não me quer em sua embarcação, a última coisa que eu preciso é que fique fazendo esse joguinho.

Um silêncio desconfortável recaiu sobre nós quatro. Como ninguém disse nada passei por Fellius e Ystria e entrei no quarto, onde Darren ainda estava. Comecei a recolher minhas coisas e percebi que Renard não estava aqui.

- Renard, pspsps - faço um barulhinho para o chamar fingindo estar procurando meu gato.

- seu gato está comendo lá em cima - Fellius diz atraindo minha atenção. Assinto em lhe olhar, termino de pegar minhas coisas e quando passo por ele lhe entrego quatro. moedas de ouro.

- Renard vamos embora, se sairmos agora conseguimos chegar na fronteira com a Invernal antes do amanhecer - digo pelo laço.

Subi as escadas a tempo de o ver pular da mesa a céu aberto e vir até mim. Assim que descemos encontrei Fellius parado na frente da porta de saída.

- o que pensa que está fazendo? pra que é isso? tá tentando provar alguma coisa? por que se for só está provando que é burra.

- desculpa? - digo com raiva - lhe expliquei tudo sobre mim, lhe contei tudo que está acontecendo na Outonal e disse que me ajudaria, disse que me levaria até onde preciso, porém na primeira oportunidade me chuta, quer saber o que estou fazendo? estou indo embora, prefiro mil vezes ir andando até meu destino do que ter de aturar esse tipo de coisa, em nenhum momento eu desrespeitei ninguem, se o fiz foi pelo modo que fui tratada, como disse sou mimadinha mesmo, mas que culpa eu tenho se depois de 120 anos em uma cela eu gostaria de um pouco de conforto, para variar não é? - uma risada seca me escapa. Não gosto de usar esse tom, não gosto de agir dessa forma, porém se para ter respeito terei de agir como uma vadia, serei uma vadia.

- não ligue para o que aconteceu, Ystria me tira do sério e acabei descontando em você, me desculpe - diz enquanto massageia as temporas. - pode ficar na cabine, aquele dragão não vai fazer nada.

- me pareceu sincero, e pra você? - Renard manda pelo laço.

- tem certeza que posso ficar? - pergunto por fim.

- é claro, pegue seu ouro de volta, não preciso disso - disse estendendo a mão com as moedas para mim. Dispensei com um gesto.

- lembra que amanhã é dia de comprar os suprimentos? então, já está com a minha parte pelo menos - sorri amigável. Eu queria fazer um amigo, se eu sei fazer um amigo? pergunte para algum deles, ah é não tenho.

Ele acenou e revirou os olhos. Caminhei de volta pelo corredor das cabines com Renard em meu encalço cantarolando alguma musiquinha irritante sobre matar alguém e usar seus membros para fazer coisas.

Abri a porta devagar encontrando o mesmo vazio, um suspiro me escapou e fechei a porta com pressa. Joguei minhas coisas novamente sobre a mesa e depois me joguei na cama. Estava exausta.

[...]

Acordei com batidas na porta do quarto, demorei alguns minutos para lembrar onde estava. Abri a porta dando de cara com as duas fêmeas de ontem.

- então, gostaríamos de nos desculpar por ontem, fomos rudes e ignorantes, sentimos muito - Darren, se não me engano, disse. Diferente da noite anterior usava calça marrom e uma túnica azul turquesa, com botas até o tornozelo de salto grosso.

- diga por você - Ystria resmungou em resposta. Contive um sorriso, parecem ser boas, apenas não me conhecem.

- tudo bem, eu também não fui a mais agradável ontem - respondo. Renard começa a tossir pelo laço, sabia que estava encobrindo a risada.

- sendo assim, quer ir às compras? - Darren pergunta. Olho para Ystria que dá de ombros como se dissesse "tanto faz".

- não quero atrapalhar, vocês claramente não precisam de uma intrusa - digo sem graça. Darren revira os olhos com tédio e me empurra levemente entrando na cabine. Ystria a segue sentando em uma das cadeiras da mesa logo em seguida.

- pelo amor da Mãe, estou tentando ser gentil, pode colaborar comigo? - arqueio uma sobrancelha para a mesma em questionamento silencioso "do que está falando?". - vamos às compras e você vem conosco.

- não se incomodem...- começo, mas logo Ystria me interrompe.

- não está aberto a discussões, temos que ir comprar os suprimentos com o Fellius, esqueceu? - quis me bater por ter esquecido desse fato. Assenti meio contrariada e corri para o banheiro, fiz minhas higienes e logo saí. Estava descalça ainda. Calcei minha bota até às coxas e coloquei meu cinto.

- pega, seu cabelo solto está me incomodando - Darren disse me estendendo um lenço. Olhei para o lenço sem saber o que fazer. - ok, como você não sabe fazer isso? - a mesma dobrou o lenço e me virou de costas, passou o lenço por minha cabeça começando a amarrar na parte de baixo. Vi pelo pequeno espelho do quarto que ficou parecido com uma tiara.

- obrigada - agradeço timidamente, a mesma dá um beijo em minha bochecha. Me viro vendo seu sorriso.

- sempre quis ter uma filha - lhe olho estranho pela fala, mas não questiono - posso adotar ela? - pergunta para Ystria que dá de ombros e se levanta.

- meus pêsames queridinha, Darren não é do tipo que desiste - diz passando por nós duas. Darren bate na bunda de Ystria que finge gemer alto, me assusto com a ação inusitada.

- vamos às compras!!

☀︎︎

quem amou a Ystria e a Darren? sei q o começo delas não foi essas coisas todas, mas elas são amorzinhos eu juro.

Fellius é um puta de um gostoso, mas é amargurado e tem um senso de humor duvidoso.

não vou detalhar os poderes de ninguém, irão descobrir mais pra frente.

personagens novos a seguir. (fanarts tiradas do Pinterest)

imaginem ela com os olhos dourados, ok? Ok

sim, a Ystria foi inspirada na aparência da Mare Barrow

o Fellius eu não achei fanart de rosto, então ele é assim oh

espero que tenham gostado do capítulo, pq a amizade deles vai ser importante pra Alyn ok??

próximo capítulo teremos a entrada do Manch

see u later
xx

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top