01| The Lost Kingdon Of Whitches

A BRISA SALGADA BEIJAVA A AREIA E AS ONDAS QUEBRAVAM-SE FURIOSAMENTE pela costa. Azriel podia afirmar que a Corte Estival era um lugar muito agradável, o som do mar e o aroma salgado salpicado pelo cheiro de peixe fresco eram de fato reconfortantes para o Illyriano. No início daquela semana, Rhysand havia comunicado a exigência que Beron fizera de uma reunião urgente com os Grãos-Senhores, nenhum dos cinco ficara lá muito contente com o recebido, mas Tarquin, o belo e jovem Grão-Senhor da Estival ── de forma muito desgostosa ── oferecera sua Corte para situar a reunião. Nos três anos que se passaram após a guerra e a queda de Hybern e das Rainhas Humanas, não houvera nenhuma reunirão e os Grãos-Senhores pouco se importaram em convoca-las, cada Corte se recuperando da melhor maneira possível, cada uma tentado recuperar os danos causados, os que foram perdidos. Então, quando os céus se pintaram de laranja e dourado eles partiram em direção a esbelta Corte das Marés, deixando para traz um Cassian muito desgostoso e uma Morrigan plena e contente pela tarde que arrastaria o amigo por todas lojas de roupas e sapatos de Velaris.

Azriel não se incomodara de vir, pelo menos teria algo com que se distrair e, a propósito, as fêmeas da Corte Estival pareciam muito interessantes ao seu ver. Eles haviam sido os terceiros a chegar, logos após de Beron, que zanzava com sua pequena trupe de filhos imbecís pelas ruas movimentadas; e também haviam Kallias e Viviane com sua barriga enorme dado ao sexto mês de gestação, que reclamava a todos instante de como parecia uma bola de neve gorducha, o parceiro, no entanto, a consolava dizendo que ela era a bola de neve mais perfeita e graciosa que ele conhecera. No segundo dia o exuberante Helion, Grão-Senhor da Corte Diurna chegara, ele não havia mudado nada, constatara Azriel, continuava flertando com tudo o que tinha vida e o Illyriano não duvidaria se alguém o contasse que vira Helion dando em cima se um poste. Thesan e Tamlin chegaram não muito tempo depois e nenhum dos dois parecia muito contente em estar ali.

   Agora, na grande e arejada sala de estar de Tarquin, todos cochichavam com sigo mesmos, reclamando internamente. As paredes brancas e os quadros e ornamentações de cor azulada formavam uma bela decoração. E então, quando ninguém mais aguentava mais esperar, Viviane ergueu a sobrancelha branca na direção de Beron.

── Você nos chamou aqui e vai ficar parado aí vegetando ou pretende dizer algo de útil? ── a voz dela era claramente impaciente, e Azriel pode ver Kallias lançar um olhar que misturava agradecimento e repreensão.

Beron lançara um olhar negligente a fêmea, que agora era Grã-Senhora da Invernal, recebendo em troca um rosnado baixo se Kallias. Ele, então, limpou a garganta, erguendo o queixo arrogantemente.

── Presumo que nenhum de vocês esteja satisfeito de estar aqui, então irei direto ao ponto ── disse com sua voz macilenta, estendendo a mão para Eris, que entregou-lhe um mapa. ── Meus espiões descobriram recentemente um grande problema para nosso povo. ── ele estendeu o mapa pela mesa, que continha nada mais que uma ilha, dividida em três partes. Azriel não reconhecera o lugar. Beron apontou o dedo calejado para o pequeno continente ── Esta daqui é Ketter, a ilha das bruxas.

  Murmúrios corroeram a sala. As bruxas. Azriel não ouvira falar delas há séculos, as fêmeas que roubavam poder de objetos e ervas, insatisfeitas com aquele lhe dado pelo Caldeirão. Todos sabiam que não haviam mais bruxas em Prythian; nem em qualquer outro lugar. Elas haviam sido dizimadas por feéricos e sua inveja tola. Tolos, tolos machistas e imbecís. Azriel respirou fundo, sentindo a fúria gélida subir por sua espinha, sussurrando em seus ouvidos. Só de imaginar o que aquelas fêmeas sofreram seu estômago dava um nó.

── Não seja idiota, Beron ── explodiu Tamlin, como sempre ──  As bruxas foram extintas a séculos.

   Tamlin tinha razão dessa vez, um milagre. Mas se não tivesse... Se as bruxas realmente houvessem sobrevivido e reuniam forças para atacar. Não. Uma guerra de novo não, não quando estavam começando a se recuperar, pela Mãe, agora não. Azriel viu de relance Viviane passar a mão sobre a barriga, direcionado um olhar preocupado ao parceiro, que a encarou tristemente; compartilhando do mesmo pensamento que o Encantador, muito provavelmente. As sombras não o disseram nada, se mantinham em um silêncio absinto, que se tornava cada vez mais comum, elas pareciam tão quietas, que beirava o assustador. Como se esperassem, sentissem. Ele passou os olhos pela mesa, vendo Thesan olhar para o namorado, suplicando qualquer tipo de conforto; Tarquin que encarava o mapa seriamente. E Helion, que não parecia sequer estar prestando atenção. Beron limpou a garganta novamente, ignorando o Senhor da Primaveril.

── Meus homens são de confiança e perdi muitos dos quais tentaram entrar nesta maldita ilha. Não haveria motivos para que mentisse sobre isso.

── E o que exatamente seus homens faziam naquela ilha, Beron? ── Helion, que agora estava inclinado para frente, ronronou agilmente. Ótimo. Além comer moscas quase toda reunião, ele coloca lenha na fogueira. Mais trabalho para Azriel, pensou desgostoso. Beron semicerrou os olhos para Helion, um ódio remanescente faiscou ali e fumaça serpenteou pela madeira onde as mãos do Grão-Senhor estavam.

── O que, Helion, não é de sua conta. E o que devem saber é que essas bruxas não são o tipo que contam em histórias para assustar crianças, são perigosas e tem um exército.

Tarquin ergueu os olhos, as mechas claras tremeluzindo pela luz fraca que se estendia preguiçosamente pelas janelas.

── Por acaso já tentaram ser diplomatas? Talvez não queiram uma guerra ── o Senhor da Estival sugerira, e Beron bufou revirando olhos.

── Diplomatas? ── riu enojado ── Somos Grão-Senhores, não cachorrinhos que irão se curvar ao primeiro sinal de perigo. Temos que retaliar.

── Retaliar pelo quê? ── retrucou Thesan, sabiamente ── Até onde sei, foi nosso povo que caçou e massacrou o povo delas.

── Ah, pela Mãe, não posso acreditar no que estou ouvindo ──

── Chega ── a voz de Rhysand preencheu o salão, poderosamente ── Não hajam como duas crianças, Tarquin tem razão. Não podemos crucifica-las sem saber suas intenções.

Ah, não.

── Meu Mestre Espião pode ir fazer uma vistoria, e veremos o que fazer ── continuou, lançando um olhar de esgueira para Azriel em busca de confirmação. O Encantador assentiu.

Que ótimo. Mais trabalho para ele.

A reunião se estendera por horas, com Beron explicando suas descobertas sobre a ilha. Aparentemente, o local tinha três divisões: Agapanthus, o lugar governado pelas sacerdotisas e irmãs de Dauhra, em sua maioria, do clã Coroas De Ouro; Erythrina, tomado de alquimistas e floreiras, do clã Pétalas De Sangue; e Amoena, governada bravamente pelas guerreira e generais mais cruéis e perversas do clã Garras Prateadas. Todas letais e nebulosas de seu próprio modo.

Azriel, agora sentado em uma poltrona confortável na Casa Dos Ventos, escutava Mor tagarelar sobre todos os vestidos que havia comprado, e Cassian, que resmungava algo sobre Rhysand e ele serem traidores imbecís. Ele não prestava atenção, mas a feérica não parecia sequer notar.

A cabeça do Encantador de Sombras girava com as informações recebidas a curta viajem para a Corte Estival: as bruxas, poderosas, mortalmente letais, guerra. Ele suspirou, passando a mão no cabelo escuro, sentindo a preocupação corroer seus ossos. Bruxas jamais foram fáceis de conter, mas antes andavam escondidas sob capas pesadas e feitiços baratos, agora governavam um exercício que poderia dizimar Prythian em poucos dias. Ele deveria tirar férias.

── Az? ── a voz melodiosa de Morrigan encheu seus ouvidos ── Está me ouvindo?

Não. Ele não estava. Mas se limitou a sorrir.

── Sim. É claro que estou.

Mor suspirou, deslizando a mão pelo braço de Azriel, lançando-lhe um olhar preocupado.

── Sabe que pode me dizer o que está acontecendo, não sabe? ── não, ele não podia. Não podia dizer nem metade das coisas que estavam acontecendo para a amiga.

── Não há nada acontecendo, Mor.

  A fêmea lhe lançou um olhar incrédulo, mas antes que pudesse retrucar a voz gélida de Amren deslizou pelo ambiente.

── Você salva a todos ── ronronou, como se recitasse um poema arcaico ── Mas que quem salva você, Azriel?

   Seu corpo ficou estático, um nó deu a volta em seu estômago. Ela sabia. Ela sempre sabia, afinal. Morrigan encarou os dois, com a sobrancelha arqueada. Azriel deu um salto da poltrona, sem dar atenção a Amren ou a qualquer outro.

── Preciso me preparar para a missão. ── disse por fim, correndo até a porta.

E, sem querer mais pensar em nada, quando as estrelas pintaram o céu e o vento gelado açoitou as casas, Azriel voou pelo céu noturno o mais rápido que pode, sentindo a brisa cortar seu rosto. Voou em direção do Reino das Bruxas.

༄ ── Nem acredito que o primeiro capítulo de Acobas foi realmente lançado, por mais que eu não ache esse capítulo a coisa mais maravilhosa do mundo, eu estou MUITO feliz.

༄ ──  Mas acreditem, as coisas vão melhorar muito, e no próximo capítulo Arabella e Azriel vão se conhecer ;)

༄ ── E aí, quais são suas teorias para os próximos capítulos, e o que será que Azriel está escondendo? Hihihihi

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