CAPÍTULO 05

Boa leitura>>>

Acordei com vários hematomas e dores pelo corpo, levantei da cama e andei até o banheiro, me olhei no espelho e percebi um corte do lado direito do meu rosto, não era um corte grande e nem grave, mas estava ali, aquele espírito está me machucando a troco de que? Porque ele faria algo assim? Balanço a cabeça para afastar todos os meus pensamentos e retiro as minhas roupas para poder tomar um banho relaxante.

Após o banho decido conhecer mais a casa, caminho por cada canto dela mas é apenas uma casa normal, abri uma porta que dava ao porão, desci as escadas e comecei a olhar o que havia ali. Livros, fotos, roupas, jornais, tudo velho e empoeirado, peguei alguns jornais e comecei a ler, mas nenhum deles prendiam a minha atenção de fato, até, eu encontrar uma notícia sobre a casa em que estou morando e sobre seus últimos compradores.

"Na noite da última sexta feira, foram encontrados os corpos dos novos moradores da residência Uchiha, vizinhos contam que ouviram gritos de desespero antes de entrarem no local e encontrarem os novos moradores mortos, em frente ao espelho, próximos ao pé da cama, o mesmo cenário da última morte que aconteceu naquela casa. As pessoas acreditam que foi o espírito do jovem que morreu no imóvel, mas, os familiares e até amigos mais próximos dos moradores, afirmaram que eles haviam aparecido com vários hematomas pelo corpo, cortes, e até sinais de espancamento e tortura. Os paranormais acreditam que o espírito não mata com as próprias mãos, ele tortura as pessoas até elas mesmas tirarem o própria vida. O corpo da filha do casal não foi encontrado, os policiais acreditam que ela tenha fugido por medo, mas não sabemos se isso é verdade. Eu, acredito que sendo verdade ou não, é melhor você ficar longe daquele lugar."

O jornal era de 2003, então já faz 19 anos, as últimas pessoas que compraram essa casa se mataram por não suportarem mais as torturas que aquele espírito fazia, o mesmo que ele está fazendo comigo.

Suspirei e deixei o jornal no mesmo lugar onde o encontrei, voltei para a sala e sentei no sofá, liguei a TV mas nada me interessava, ouvi um barulho no andar de cima e me assustei por ter sido inesperado, não liguei para isso e só continuei assistindo o que passava na televisão.

Outro barulho, dessa vez mais alto, aumentei o volume da TV para tentar abafar os constantes barulhos que aumentavam a cada segundo, eu não estava mais aguentando aquele som todo, minha cabeça já estava começando a doer. Levantei e fui até a fonte dos barulhos, era o meu quarto, eu já deveria imaginar, entrei no cômodo esperando encontrar o tal espírito, mas não era ela que estava lá.

Uma garota de cabelos longos e escuros, parecia ser uma criança pois sua aparência não era de uma adolescente ou algo do tipo, ela estava parada em frente ao espelho passando as mãos pelo longo vestido vermelho, sujo e molhado.

Eu fiquei parado na porta olhando para a menina parada no meio do meu quarto, ela se virou pra mim depois de exatos um minuto, ela sorria, mas seu sorriso se desmanchou quando olhou algo atrás de mim, ela me olhou com olhos em suplica andou em minha direção e segurou minhas mãos, seu toque era gelado mas não me trazia sensações de medo ou algo assim.

- Vá embora, vá enquanto é tempo, não deixe ele fazer o mesmo com você.- a voz doce da garota soou pelo quarto escuro e frio.

- Do que você está falando? Quem é você?- perguntei, sei que pode ser as perguntas mais estúpidas no momento, mas perguntei mesmo assim.

- Saia daqui, vai embora, por favor, não seja igual aos meus pais, não faça o mesmo que eles.

- Seus pais? Você é a filha do casal que morreu aqui?

- Eles nunca encontraram meu corpo, eu pulei no poço que existe nos fundos da casa, para mim era um lugar seguro, mas... Ele havia me levado para a morte. Eu morri depois de quatro horas lá dentro, no escuro, no frio, afogada. Ele não é uma boa pessoa, ele fingiu ser meu amigo, mas me levou para a morte. Não acredite em nada do que ele diz.

- Eu...

- Por favor saia dessa casa! Agora!

Eu estava tentando raciocinar tudo que ela havia falado, milhões de pensamentos rodavam a minha mente, porque eu não percebi que tinha um poço aqui antes? Talvez eu tenha sido desatento ou talvez tenha sido lerdeza mesmo.

A garotinha ainda olhava para mim, seus olhos se encheram de água no momento em que abri minha boca para falar algo, parecia até que ela já sabia o que iria dizer.

- Eu não posso ir embora, entendo a sua preocupação, mas não posso ir agora.- ela ainda segurava minhas mãos enquanto lágrimas desciam pelo seu rosto pálido e sem vida. Ela olhou para algo atrás de mim e suas lágrimas se intensificaram.

- Ele já tomou conta de você, por isso não quer ir embora, ele não te deixa ir... Ele virou a sua sombra.

- Minha sombra?- do que ela estava falando? Eu realmente estou ficando confuso e com medo.

- Onde você estiver, ele estará junto, aonde você for, ele irá com você. Ele agora é seu encosto, assim como foi o meu a anos atrás... Eu tentei te ajudar, mas pelo visto cheguei tarde de mais... Agora o que eu posso dizer é... Que você tenha uma boa morte.

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