Os sol entrou por uma pequena abertura na Janela. Iluminando o olho esquerdo de Derek. Ele acordou incomodado e não acreditando no que aconteceu na noite passada. Ela vai se casar... Pensou ele com amargura. Isis estava dormindo tranquilamente ao seu lado, com uma mecha do cabelo sobre o rosto. E não vai ser comigo. Ele suspirou e se levantou.

A casa era bem pequena, mas tinha um sótão no segundo andar. Se Derek, com 1,70 de altura, esticasse a mão conseguia tocar o teto. Uma cozinha pequena ocupava os fundos da casa. E um quarto no lado esquerdo da casa. Isis parecia ter trabalhado muito tempo na casa, todos os cômodos estavam imobiliados.

— O que está fazendo? — disse uma voz suave e rouca atrás do jovem.

Ela estava linda usando a minha camisa branca.

— Eu estou admirando o que você fez nessa casa.

Ela abriu um sorriso sapeca e disse.

— Da pra você olhar pro meu rosto?

As pernas dela aram lindas, bem torneadas, lisinhas, sem pelos, e com tornozelos e coxas não muito grossos. Era quase impossível não ficar olhando.

— Me desculpe... — Olhando para ela agora Derek não via uma caçadora. Ele via uma mulher linda de seios fartos e magrinha de estatura média. E que vai se casar com outra pessoa. - Dormiu bem?

— Dormi... — disse ela se espreguiçando. — O que acha de tomarmos o café da manhã?

— É uma ótima idéia. Mas você sabe que temos que voltar alguma hora.

Isis suspirou e voltou para sala.

— É sei... — disse ela trocando de roupa. — Prometo que volto depois da hora do almoço. Afinal tenho que me desculpar com a baronesa e o meu "noivo". Agora vamos pegar alguma coisa pra comer. Eu estou faminta.

Por sorte tinha várias árvores frutíferas perto da casa. Então não demoraram muito para conseguir o que comer. Depois de alguns minutos eles já estavam de volta na sala tomando café.

— Quando você vai me falar como descobriu que aquele lobisomem era do sul?

— Já disse... Eu chutei.

Ela encarou ele enquanto comia uma das fruta.

— Se não vai fala esta bem...

Derek respirou fundo e resolveu falar.

— Meu pai me contou. Ele mora aqui desde da época da caçadora da capa branca. Ele foi salvo por ela. Desde então não parou de pesquisar sobre essas criaturas e como saber a diferença entre elas.

— Por que você não queria me falar?

— Ele pediu. Olha, meu pai tem vários segredos que você nem imagina. Ele me contou que certa vez ele quase morreu. O idiota quis ver onde os lobisomens estavam, seguiu vários rastros diferentes até encontrar. Ele achou, mas acabou sendo descoberto e foi atacado. Por sorte tinha alguns caçadores por perto. Se não fosse por isso ele não teria sobrevivido.

— Nossa. Ele é tão curioso assim?

— Eu também tenho esse problema. E se nós colocarmos alguma coisa na cabeça ninguém tira.

Os dois continuaram a conversa o resto da manhã. Na hora do almoço saíram e caçaram um coelho. Se eles pudessem continuariam ali para sempre. Só os dois conversando em um lugar calmo e aconchegante. Nós poderíamos viver aqui? Derek pensou algumas vezes enquanto ouvia a risada doce de Isis. Mas se eles ficassem, tanto Johan quanto Jasmine ficariam preocupados. Se os dois jovens escolhessem ficar naquela casa, causariam problemas aos pais. Isis realmente não tinha nenhuma opção. Ela teria que se casar com o babaca do Harold. Desse jeito sua família sobreviveria. Um jovem carniceiro não tinha o que oferecer. Mas um filho de banqueiro sim.

— Vamos voltar? — perguntou Derek. Assim que terminaram de lavar os pratos. — Eu sei que não devia...

Ela o beijou com os olhos lacrimejando, pegou a espada do lado da mesa e saiu.

A floresta tinha perdido aquele aspecto sombrio que tinha no dia do ataque. Uma brisa leve soprava, deixando o clima refrescante mesmo com o sol radiante. Pequenos animais corriam de um lado para o outro. Os jovens pararam diversas vezes para admirar o cenário, ouvir o som dos pássaros e pegar uma flor. Andaram de mãos dadas por alguns trechos do caminho, e riram disso. Contemplaram um pássaro azul lindo cortando os céus num vôo incrível. Foi quando perceberam. Uma coluna de fumaça na direção da vila manchava o céu. Tinha alguma coisa errada.

Não tinha ninguém vijiando a entrada da vila e o portão foi derrubado. Haviam diversas marcas de arranhões e sangue na muralha.

— Essas marcas... São de lobisomens... — concluiu Isis visivelmente surpresa. — Mas ainda esta de dia.

— Três para ser exato... — E eles só atacam de manhã quando tem um bom motivo. pensou ele.

— Como você sabe?

— As marcas são diferentes. — respondeu Derek, olhando para frente sem piscar.

— Preciso ver se...

— Espera... — disse ele segurando o braço dela.

— O que?

Antes que ele pudesse responder um lobisomem grande de olhos amarelos pulou na frente deles. O pelo negro manchado de sangue, e uma cicatriz horrível no rosto. Isis começou a desembrulhou a espada, mas não precisou terminar. Um lobo com pelo cinza e preto acertou o outro. Eles começaram uma luta selvagem.

— Obrigado... Mas a gente dava conta desse. — gritou Derek, com um sorriso no rosto, para o lobisomem de pelo acinzentado. Ele nos olhou e voltou a atenção para o outro lobo.

— Você conhece aquele lobisomem?

— Te explico depois. Vamos! Ele conseguiu tempo pra nós.

Ela queria fazer varias perguntas. Mas precisava saber se a familia estava bem. Os dois encontram diversos corpos no chão enquanto corriam. Alguns conhecidos outros não. A vila inteira estava manchada de sangue. Varias casas tinham sido destruídas. A vila agora parecia um vilarejo fantasma.

— O que ta acontecendo Derek? Como você conhece aquele lobo e como você sabia que um deles ia nos atacar?
— perguntou ela sem fôlego.

— Eu senti o cheiro dele. Sabia que ele estava por perto.

Isis parou de correr na mesma hora e olhou para o amigo. Como assim?

— Você...?

Um lobisomem machucado de pelo castanho estava comendo um dos vigias a alguns metros a frente deles. Uma cena que fez o estômago de Isis embrulhar. A jovem colocou a mão na espada, mas Derek a deteve.

— Continue e leve a sua familia para um lugar seguro. — sussurrou ele.

— O que você vai fazer?

O lobo na frente deles começou a farejar o ar. Ele tinha percebido que tinha novas presas por perto. Isis ia desembrulhar novamente a espada quando Derek falou.

— Vai agora! Você precisa saber se sua familia ainda esta viva. E se estiver, você é a única que pode salva-los.

— Eu não vou te deixar. Preciso de você.

O lobisomem virou para eles com um sorriso estampado no rosto. Se aquilo pudesse ser chamado de sorriso.

Droga! pensou Derek, ele não queria que ela descobrisse assim, devia ter contado quando eles estavam na floresta. Teve diversas oportunidades para contar. Mas por causa de tudo que aconteceu ele acabou esquecendo.

— Isis, eu vou ficar bem. Agora vai.

— Não... Se lutarmos nós podemos...

— Sabe porque eu conhecia aquele lobisomem? — ele a interrompeu dando alguns passos para frente. — Naquele ataque os caçadores não chegaram a tempo. Ele foi mordido. Na primeira noite de lua cheia se transformou e me arranhou.

— Do que você esta falando?

— Aquele lobisomem de pelo cinzento é o meu pai...