Capítulo LXIII


KIM JIEUN

Já fazia horas que era guiada pelo San por todo o lugar, o mesmo me mostrava cada detalhe, dos animais até mesmo as flores, falando pausadamente o pouco que seus avós lhe ensinou em tão poucos dias com seus cabelos voando ao vento, sem conseguir esconder a felicidade refletida em seus olhos. Ao correr para trás da arvore, tentava se esconder de mim enquanto eu contava de um até dez, dando tempo para encobrir sua presença antes da contagem acabar.  Não deixei de pensar no que poderia estar acontecendo no exato segundo com o jungkook, o que poderiam dizer e como ele agiria perante a atitude de Luke. Tínhamos uma mesma certeza, não deixaríamos que ele saísse livre, não após invadir nossas vidas.

   Minutos antes, tranquilizei minha mãe por telefone, tendo mais uma vez o apoio dela e o seu otimismo para lembrar que até agora, tínhamos sido fortes por estarmos unidos, juntos, enfrentando o fruto do nosso elo.

— Te achei — Sorrateiramente me locomovi até a lateral da árvore, surpreendendo o menor e o levantando no ar, enchendo seu rosto de beijos.

— Me achou! — comemorou, entrelaçando seus braços em meu pescoço. No segundo seguinte, escutei o latido do cachorro que correu rumo aos portões de madeira, percebendo de primeira a chegada de um carro. — O papai? — perguntou e o botei no chão, observando acelerar o passo, ficando ao lado do animal.

Do automóvel, jungkook saía, pausando no meio do caminho para falar com o motorista, agradecendo e contornando seu corpo, vendo o pequeno e abrindo os braços para recebê-lo em um abraço apertado. Distante, olhava para ambos, sorrindo só de notar que os dois apontavam em minha direção, cochichando algo que não dava para ouvir. Com o passar dos instantes, ele se movia em minha direção.

— Olá senhorita — cumprimentou amistosamente. — desculpa atrapalhar, estou procurando uma jovem garota, minha esposa na verdade, ela é mais ou menos aqui — cruzei os braços, olhando-o com mais seriedade, querendo rir, vendo que indicava a altura abaixo do peitoral, em conjunto com sua expressão levemente ousada. — na verdade… — segurou o queixo, me avaliando de cima a baixo. — a senhorita até se parece com ela.

— Oh, eu acho que eu vi essa moça, estava aqui até alguns segundos atrás — Continuei sua brincadeira.

— Bom... — esticou o corpo, elevando as mãos para cima e depois abaixando. — vou procurar por ele — logo atrás de nós, San e o cãozinho se divertiam, correndo um atrás do outro. — agradeço sua gentileza — cintilou os cílios para mim, fazendo menção de ir embora, me alcançando e roubando um beijo. Não contive e nem queria, repousei as mãos em sua nuca, subindo alguns dedos por alguns fiozinhos, retribuindo, sentindo-o apertar minha cintura cuidadosamente, se afastando com um sorriso em seus lábios. — Achei — falou baixo.

— Eu te achei — toquei meu dedo em seu nariz.

— Nós nos achamos — pressionou o lábio inferior contra os dentes. — demorei um pouquinho mas eu estou aqui inteiramente pra você e para o San.

— Sentimos sua falta, e aproveitamos muito, o san me mostrou tudo.

— Eu sinto como se tivessem me clonado em uma versão criança — riu. — nosso garoto está cada dia mais esperto.

— Com certeza — nossos dedos se juntaram como imã, completando o espaço que faltava no outro. — Como foi lá?

— No começo eu tive que pensar muito antes de falar, depois, percebi que só tinha que dizer o que verdadeiramente estava no meu coração, em seguida fomos resolver as outras pendências, os sócios não hesitaram, vão entrar contra todos, principalmente em quem começou tudo isso — como o imaginado. Assentir, era o correto, o ponto final e o resultado para o que 'ele' causou. — os detalhes, cada passo que dermos, deixarei você ciente — fechei os olhos, tendo a sensação da boca macia sobre minha testa.

— E suas fãs? Acha que elas vão ficar chateadas?

— Não sei, de verdade, espero que não, eu amo cada uma delas e acredito que todas vão abrir um pequeno espaço para me entender.

— Se eu pudesse fazer algo…

— Você já tá fazendo Jieun — suspendeu minhas mãos até seu rosto, selando as duas em conjunto. — você faz tudo e nem percebe — seus olhos me encararam, tão profundo e hipnotizador, com um poder enorme sobre mim.

— Meus queridos — Da entrada da casa, a mãe do maior chamava. — Venham, eu fiz algo para nós — concordamos e junto com jeongsan e marcamos presença ao lado dos mais velhos.

  Ulteriormente a uma conversa, arrumei algumas coisas, entregando as malas para o pai de jungkook que levava até o quarto. A despedida foi difícil, a senhora jeon chorou ao abraçar o neto pela última vez naquele dia, tinham se acostumado com a presença contagiante, não existia tristeza, dia ruim, pensamento negativo com jeongsan fazendo companhia Prometemos retornar em uma próxima visita, entrando no carro e acenando, partindo de volta para onde morávamos.

— Jieun, lembra da surpresa? — Franzi os cenhos, procurando em minha memória, lembrando do que ele tinha dito.

— Lembro sim

— Então... — virou os ombros, pegando algo atrás do corpo. — você vai precisar usar essas vendas, não poderá ver até o momento certo — esticou a palma, com o tecido em suas mãos.

— Certeza? — sua cabeça afirmava minha pergunta. — T-Tudo bem — com a voz praticamente falhando, cedir, permitindo que a surpresa fosse surpresa até o segundo que se revelasse. — Precisa mesmo usar a venda?

— Vou usar venda também papai? — o menor indagou.

— Precisa sim — sentada no banco de trás, dei um jeito de mudar minha posição, ficando de costas, deixando-o colocar o pano sobre meus olhos. — Não filho, você vai ajudar o papai a fazer a surpresa pra mamãe.

— Yeah — se animou.

— Estou curiosa e vocês fazem isso comigo — disse, pondo a mão em meu coração, tendo a sensação dos batimentos ficarem mais fortes. Não tinha qualquer noção do que poderia ser, vindo do meu amado marido, tudo era inesperado.

A saliva deslizou pela garganta com certa dificuldade, com o pano cobrindo minha vista, não conseguia ver absolutamente nada, me posicionando pelo que ouvia.

— Tudo é por amor a você — sua mão pousou na minha, a coloquei para cima, em contato palma com palma. — Daqui a alguns minutos vamos chegar.

Puxei o ar, enchendo o peito, soltando enquanto relaxava os ombros, esperando ansiosa o que deveria ser. A viagem pareceu longa, entretanto, íamos conversando, o que consequentemente passava os minutos sem que perceberssemos.

[ ••• ]

— Chegamos — avisou e conseguir escutar a porta ser aberta e posteriormente, a mão servir de apoio para mim. — Pode sair — disse e assim fiz, me mantendo abaixada por alguns minutos até sentir que já estava por completo do lado de fora. — San — o chamou. A pequena mãozinha segurou minha outra mão.

Os dois caminhavam ao meu lado, bem no fundo ouvir os pássaros cantarem, sentindo a brisa amaciar meu rosto.

— Posso tirar? — o silêncio ao redor incomodou, alimentando ainda mais a curiosidade, criando um suspense sem expressar muitas palavras.

— Só mais um pouquinho e... — andamos mais alguns passos, parando. Jungkook soltou minha mão, indo para algum lugar. — continue com os olhos fechados.

— Jungkook! — proferir manhosa, não conseguindo mais aguentar todo aquele mistério.

— Prometo que vai valer a pena — progredir de olhos ainda fechados, sentindo o pano escorregar pelo meu rosto.

— A mamãe tá muito, muito curiosa — San disse tudo e um pouco mais.

— Eu vou contar de um até três… — Deitou seu queixo em meu ombro, deixando um beijo em minha bochecha. — Um, dois...

— Três! — o pequeno gritou, no exato segundo abrir os olhos, vizualizando uma construção, uma casa, iluminada por pequenas luzes que decorava a entrada de pedras, deixando visível as rosas que faziam parte de cada detalhe. A claridade dava visibilidade não só os dois primeiros andares, como também uma segunda elevação logo atrás que também vazia parte de tudo.

— Bem-vinda ao nosso lar, apelidei de Jeon's House, o que achou? — sua voz ecoava bem baixinho em meus ouvidos, mas não conseguir responde-lo. — Jieun?

— O-Oi? Desculpa, é que eu fiquei… — deu a volta, ficando em minha frente. — É linda jungkook.

— Daqui para frente ela será onde iremos ficar para sempre juntos, onde vamos criar o nosso filho e formar nossa família — concordei, inclinando meu rosto ao seu, roçando nossos narizes em um gesto amoroso.

— Papai, o Koya tá fazendo xixi tá planta — San avisou, mas era tarde de mais, o cachorrinho já estava marcando seu território.

— aí não é lugar de marcar território — o maior exclamou, jogando a cabeça para trás. — Koya?

A minha reação foi rir da maneira como o destino utilizava dos acontecimentos para que fizesse os momentos ainda mais memoráveis, mesmo que fosse por conta do número um de um cachorro.

— A vovó me ajudou a escolher o nome dele.

— Koya é um nome bonito querido — inquirir, vendo-o sorrir com os olhos.

— Ô Koya, aí não é lugar de marcar território — Se virou, indo até o cachorro que ao vê-lo, saiu correndo para dentro da casa, o que resultou ao Jeon sair em desparada atrás do animal.

— Acho que o Koya gostou da casa — comentei.

— Eu acho que o papai não gostou do que o Koya fez — respondeu, negando com a cabeça rindo do desespero do maior para evitar que o cão terminasse de fazer o que queria dentro da casa. — vamos entrar mamãe — agarrou minha mão, me guiando para dentro da residência.





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