Capítulo LXI
KIM JIEUN
O carro fez um rápido contorno entre os enormes portões de madeira, encontrando uma maneira mais segura para estacionar o automóvel. Em seguida, abrir a porta, jungkook se retirou do carro, vindo até o meu lado e estendendo a mão, em resposta entrelaçei meus dedos aos seus, ganhando impulso para sair, observando a escuridão que anunciava a noite, baseando meus movimentos pela iluminação do farol e também pela fraca luz que vinha da residência logo a frente.
— Mamãe! Papai! — acomodado no colo de um dos mais velhos, San pedia para descer, sendo posto no chão, correndo em direção a nós com um sorriso enorme no rosto. Vê-lo me trouxe uma sensação de que nada no mundo poderia tirar a minha paz.
Tanto eu como jungkook, nos agachamos, aguardando o abraço e por pouco caindo no chão com o pulo dele, levantando em conjunto, firmando o equilíbrio que antes faltava.
— Oii meu filho — Emitiu, expondo seu lado paterno e amoroso.
— Estava com tanta saudades — falei, passando as mãos por seus longos cabelos, recebendo um beijo demorado na bochecha.
— Mamãe, papai, o vovô me ensinou a plantar uma árvore e disse que ela vai ficar grandona — levantou os braços, mostrando em gesto o que queria dizer.
— Sério? Isso é incrível San — Jungkook expressava sua surpresa, com certeza recordando quando o pai tinha feito a alguns anos o mesmo com ele.
— Depois podemos ver, tá bom? Aposto que vai ficar linda.
— Sim — sorriu. Caminhamos em direção aos pais do Jeon, cumprimentando educadamente cada um dos dois.
— mãe, pai — o Jeon se achegou, segurando a mão dos pais, saudando-os respeitosamente — desculpa pelo ocorrido e pela agonia que devem ter feito aqui — pude perceber na feição dele, a intensidade se sentia culpado pela invasão a propriedade da família. Era evidente o quanto meus sogros driblavam a mídia e qualquer tipo de exposição. — eu farei de tudo para que isso não ocorra mais.
— Não precisa se sentir culpado por algo que não foi culpa sua meu filho — o homem mais velho indagou, sorrindo timidamente para o filho. — estamos cientes dos detalhes, sua chefa nos deixou avisados e todos os procedimentos estão sendo tomados, e outra, sua mãe aqui — repousou a mão sobre o braço da esposa. — Fez um ótimo trabalho pondo todos para fora a base de vassourada.
— Mãe? A senhora? — se expressou atônito, sem crê no que o pai havia contado. Segurei o menor em meus braços, escondendo o riso ao ouvir o que foi dito, imaginando as pessoas saindo abruptamente, sem terem chances para pensar.
— eles estavam assustando meu neto e minhas vacas, não ia permitiria isso jamais. Eles queriam tirar foto e eu dei um álbum inteiro de vassoura na cabeça deles, pra aprenderem a respeitar a privacidade das pessoas — bufou entre as narinas e ao ao dizer uma das veias saltou da testa, precisando do marido e filho para mantê-la calma.
— Vovó foi ninja, yeah! — San falou e quem estivesse presente, não aguentou e deu uma risada, inclusive eu. Observava o quão crescido meu pequeno estava, e o quão esperto ele era e estava disposto a ser.
— Não é a senhora que diz que a agressividade não leva a nada? — jungkook questinou, recebendo um olhar de reprovação dela, não se importando e rindo. — ok, não está aqui quem falou.
— Cuidado filho, ou você será mais uma vítima dos golpes ninjas de vassoura da sua mãe — disse o pai, brincando com a situação ocorrida anteriormente.
— Acho bom todos nós entrarmos, já está noite e eu preparei algumas delícias para aliviar a tensão, acredito que a viagem cansou vocês dois — deitou sua mão em meu ombro, acariciando suavemente. — vamos — concordamos e adentramos a porta.
Depois de nos juntarmos a mesa, jungkook pediu licença, avisando que ligaria para Choi, deixando á par da nossa chegada e também, se preparando para o dia seguinte com representantes de mídia e fãs. O pouco que conhecia dele, pela convivência que sempre tivemos, dava para sentir seu desconforto em falar a respeito de algo que metade do país já tinha conhecimento, quebrando toda a animação de partilhar sem precisar de terceiros; sem ser diferente, o desconforto sufocava meus pulmões e apertava o peito, o medo do que as pessoas poderiam dizer ou até mesmo como iriam agir. Perpetuamente se mostrou orgulhoso dos fãs, tratava-os como parte da família, dando carinho e recebendo um enorme carinho de todos, e isso me alegrava de uma forma inacreditável, no tempo igual que me fazia ter medo de também desapontá-los.
Durante a ausência do Jeon, aproveitei os segundos para saber ainda mais do que San tinha feito enquanto não estávamos aqui. A noite deu espaço a madrugada, sentada em uma rede, em frente a casa, observava a venustidade das árvores ocultando as luzes que vinham de outros pontos dali mesmo, concebendo para mim a oportunidade de admirar o céu estrelado, de me atentar aos barulhos dos animais noturnos à medida que meu corpo oscilava de um lado para outro, aquietando a criança em meus braços, desviando o olhar para vê-lo dormir serenamente.
— Desculpa a demora — sentir a aproximação de jungkook e seu beijo em minha testa, fazendo-me dar um sorriso involuntário.
— Tudo bem — assim como nossos lábios, os olhos curvaram. O mesmo sentou em um banco ao lado, desviando o olhar para mim, piscando em minha direção, flertando diretamente sem que nada atrapalhasse, rindo da sua própria atitude e enviando um beijo a distância.
— Hoje pela manhã vou seguir para uma reunião com a imprensa e tentaremos resolver também o mal entendido — falou.
— Espero que tudo dê certo e que as coisas finalmente diminuam, por um ponto final no passado….
— e um ponto de continuação no nosso futuro — esticou a mão, levando o indicador até uma das minhas mechas de cabelo. — Depois eu vou voltar pra pegar você e o San, tenho uma surpresa pra vocês dois.
— Surpresa? — arqueei os cenhos. — não sei se fico com receio ou contente.
— Não fique nada agora, deixe para quando você ver a surpresa — Se colocou de pé — agora pense apenas em descansar, nós três merecemos ao menos algumas horas de sono.
— Tenho que concordar — Fez menção de pegar o filho no colo e me ajeitei, entregando e em seguida levantando. — mas… — dei uma longa pausa antes de prosseguir. — não pode me contar um spoiler da surpresa?
— Posso não — piscou para mim — na verdade, de poder, eu até posso, só não quero estragar a surpresa.
— Certeza? — franzir o cenho.
— Absoluta — Deixou um beijo em minha bochecha. — Essa surpresa é incrível.
— Você está me deixando ainda mais curiosa — mesmo que quisesse segurar o riso, não conseguia.
Fomos hospedados em um dos quarto, assim que já estávamos dentro, jungkook deitou o menor na cama, seguindo para o banheiro e com isso, fiz o companhia a ele. Depois do banho nos aconchegamos e em segundos o Jeon já tinha pego no sono; tentei de tudo para dormir, todavia, as horas seguintes vinham em minha mente como pesadelos lúcidos, várias possibilidades passavam em minha cabeça, o temor de que a ação de luke causasse ainda mais problemas não deixava meus devaneios.
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