● Capítulo XVIII │ Os mortos podem ressurgir? ●

Respirei fundo. Meu maior sonho se realizando tão rápido quanto imaginei. Encontrei amor em um momento tão sombrio e tão rapidamente quanto um raio rasgando o céu.

— Eu estou tão orgulhosa de você — Mabelle me abraçou — Quem diria que você iria se casar tão breve?

— Ninguém — respondi e a abracei de volta — Tenho certeza que em breve encontrará o amor também, irmã.

— Eu já encontrei — ela se afastou e sorriu triste — Mas não é para ser.

— Está falando dele?

— Você sempre soube Liv que eu tinha uma paixão reprimida e platônica pelo soldado mais desejado de Aquila.

— Só não sabia que era de Sebastian Green que você estava falando.

— É o seu dia, vamos falar de você — segurou minhas mãos.

— Eu estou preocupada com você Mabelle e...

— Amanhã você pensa em mim, mas agora pense em Eros.

— Mudando de assunto, não é espertinha?

— Não estou mudando de assunto Liv, estou fazendo você focar no que vale a pena.

— Sebastian e você não valem a pena?

— Não falei isso.

— Estou interrompendo? — a voz de Annelise soou na porta.

— Jamais — Mabelle respondeu corando as bochechas, certamente se lembrou que Sebastian era nossa pauta.

— Você está tão linda Olívia — Annelise encheu os olhos d'água — Estou tão feliz por você.

— Eu estou feliz por mim também — dei alguns pulinhos e Annelise me imitou.

— Eros é um homem de sorte — Artemis entrou no quarto sorrindo — E você também é.

— Não é estranho, é? — perguntei e ela me olhou confusa — É que vocês dois...

— Oh Olívia, não relembre isso — riu — Foi uma aventura passageira e sempre soubemos que encontraríamos o amor em outros braços, na verdade eu não acreditava que encontraria o amor, mas James aconteceu.

— E Lincoln aconteceu para mim — Annelise sorriu apaixonada.

— E Eros para mim.

Mabelle suspiro em um misto de romantismo e tristeza.

— Não fique assim menina — Artemis sentou ao lado dela na cama — O amor chega para todos, eu descobri isso e você descobrirá também.

— E se Sebastian for sua alma predestinada voltará para você — Annelise sentou do outro lado dela e segurou sua mão — Eu adoraria ter você como cunhada.

Mabelle riu meio envergonhada.

— Deixe o tempo guiar seus passos e em breve verá que o amor acontece de uma hora para outra — Annelise aconselhou.

— Eu quero atenção também — levantei a mão e todas riram — Eu sou a noiva aqui pessoal.

As três me abraçaram e foi incrivelmente assustador ter Lady Artemis tão perto de mim e tão meiga. É, o amor nos muda.

— Que cena mais linda — Kendra se fez presente — A bastardinha, a queridinha, a rainha e a gravidinha.

— Hoje não Kendra — Annelise ralhou.

— Ninguém me chamou para a comemoração antes do casório, estou me sentindo traída — ela cuspia ironia — Mas ninguém se esquece dela — apontou para Mabelle — A pobre garota apaixonada por um traidor.

— Ele não é um traidor — Mabelle enfrentou.

— Ele nunca iria olhar para uma garotinha como você Mabelle — cuspiu as palavras — Principalmente depois de ter tido uma mulher como eu.

— Fora Kendra — Artemis segurou minha irmã pelo braço — Na minha frente você não vai tratá-la assim.

— Você sempre consegue cativar todo mundo não é Mínima? — Kendra havia apelidado Mabelle assim por ela ser baixinha e magrinha, enquanto minha irmã mais velha é totalmente o contrário.

— Escute com atenção Kendra — Annelise parou em frente á ela — Meu irmão pode ter dormido com você, mas tenho certeza de que se fosse para ele ter entregado o coração dele para alguém, teria entregado para ela — apontou para a mais nova — E sabe por que digo isso? Porque meu informante no castelo confidenciou que foi por ela que aguentou — Kendra cerrou os punhos — E com certeza é por Mabelle que o coração dele chama todas as noites.

— Nossa estou tremendo — Kendra ironizou — O ciúme me comendo por dentro.

— Não tem que sentir ciúmes — Annelise afirmou — Porque não existe páreo entre você e Mabelle, meu bem.

— Realmente eu sou muito melhor que a Mínima.

— Se Sebastian tiver que escolher entre uma das duas eu tenho certeza de que ele escolherá á ela, não perca seu tempo sentindo ciúmes, você não tem chance alguma contra ela — Annelise "pisoteou" minha irmã que olhou feio para Mabelle e depois para a Anne e saiu pisando duro.

— Ela tem razão — Mabelle lamentou — Eu nunca seria o suficiente perto dela, ela é alta, linda, guerreira e...

— Você é muito mais que isso Mabelle — Annelise segurou o rosto de minha irmã entre suas mãos — Você é a mulher da vida do meu irmão e isso é o suficiente.

— Agora vamos á noiva — Artemis veio até mim e tirou um lindo colocar de seu pescoço — É a única joia que mamãe teve em toda sua vida e foi a única coisa que consegui pegar no castelo — Artemis rodeou e colocou o colar em meu pescoço — É uma safira — tocou o pingente azul — É o símbolo da união perfeita e do amor, acho que agora ele terá ainda mais significado.

— Obrigada Lady Artemis — abracei-a.

— Me chame só de Artemis — ela pediu.

— Acho que estou perdendo minha melhor amiga — Annelise pigarreou em seguida rindo.

— Eu te amo Anne você sabe que eu não trocaria você por ninguém — garanti.

— Eu sei — ela veio e me abraçou.

— Boa sorte nesse casamento, que o amor de vocês seja eterno e que teu ventre seja abençoado — Artemis desejou se juntando ao abraço.

— Que todos os obstáculos caiam e que todo amor do mundo recaia sobre vocês — Annelise completou.

— E que depois de você seja eu — Mabelle desejou e todas rimos com ela — Escapuliu.

TERCEIRA PESSOA

Gaia havia saio com Métis para checar a guarda dos arredores da cachoeira para depois voltarem ao vilarejo e assim acompanharem o casamento de Olívia e Eros.

A Tenerfill ouviu um gemido agonizante e depois um cavalo fugindo rapidamente, com seu arco e flecha empunhados Gaia seguiu em frente e viu um homem ensanguentado caído no meio da mata gemendo de dor.

— Ajuda — pela voz não era um homem velho.

Ela não resistiu, não deixaria alguém ferido no meio do nada para ser devorado por animais ou morrer lentamente daquele maneira.

— Quem é você? — ela perguntou ainda armada.

— Você conhece Olívia? — ela se sobressaltou com sua pergunta.

— Olívia? Existem muitas Olívias no mundo, seja mais especifico.

Mosart. Olívia Mosart. — sua voz falha.

— Conheço — afirmou — O que quer com ela?

— Preciso dela, preciso da ajuda dela.

— E quem diabos é você?

— Eu sou Jace, Jace Ravaner — o chão pareceu se abrir debaixo dos pés de Gaia.

— Oh não — logo hoje?

— Preciso vê-la.

— Você verá, mas não hoje — colocou o arco e flecha nas costas e se abaixou colocando o braço dele ao redor de seu pescoço — Métis me ajuda aqui.

— Por que hoje não? — Jace perguntou confuso.

— Quem é esse homem Gaia? — Métis olhou desconfiada.

Jace — Métis arregalou os olhos — Pois é.

— Ravaner? Jace Ravaner? Jace. Jace. Jace... O Jace da Olívia?

— Não é o Jace da Olívia — Gaia revirou os olhos — Ela é uma mulher comprometida.

— Como? — Jace se assustou — E como sabem quem sou eu?

— O herói que morreu para salvar seu povo — Métis revirou os olhos — Olívia ficou fazendo a boba aí se sentindo culpada por ter se apaixonado por outro homem.

— Apaixonada? Olívia está apaixonada?

— Ela está se casando meu bem — Gaia respondeu — E é por isso que não irá vê-la hoje.

— Tem medo que ela desista de casar?

— Não me leve a mal, você é bem bonitinho, mas meu irmão é maravilhoso.

— Se for como você então é páreo perdido — disse galanteador.

— Ele é meu irmão gêmeo.

— Então já perdi essa.

— Nunca teve chance de ganhar — Métis riu.

— Métis — Gaia repreendeu.

— Ela está certa — Jace concordou.

— Vamos por trás das casas e ele fica na minha casa até amanhã — Gaia disse.

— E você não vai ao casamento? — Métis questionou.

— Vou cuidar dos ferimentos dele e vou.

Jace estava com o coração partido pela milésima vez.

Olívia estava se casando.

E não era com ele.

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