● Capítulo XIX - Vingada ●

CHEGAMOS AOS 3K GENTE, OBRIGADA SEUS LINDOS  💜💜💜💜💜💜💜

Capítulo dedicado á todos os meus leitores, em especial aos que comentam, votam e aos novos leitores <3 Capítulo especialmente dedicado á alguém muito importante pra mim minha vovó que eu sempre amarei por toda a eternidade mesmo que não esteja mais aqui comigo :'(


James gemia de dor quando entramos no estábulo, abaixo da baia de seu cavalo havia uma espécie de sótão, empurrei James pela entrada secreta que dava em seu quarto, ele se contorceu quando repuxou o ferimento, passei pela passagem e colocando força nos braços e pernas consegui puxar a porta pesada que estava acima de nós.

— Não tinha outra passagem mais fácil? — reclamei.

— Essa é a mais fácil — ele me assegurou — Existe uma nos aposentos de minha mãe e outra na sala do trono que é a maior. Essas duas são difíceis para sair, impossíveis para entrar.

Enquanto ele me falava o rebocava escada acima. Eu odiava passar por aquele lugar, era úmido, frio, tinha cheiro de mofo e era muito apertado. Apoiei James na parede, abri a porta, puxei o brasão e a última porta se abriu.

Ajudei-o a se sentar na cama enorme e James me fitou como se esperasse alguma coisa de mim.

— Está me olhando assim por quê? — perguntei enquanto desamarrava as amarrações de sua camisa.

— Não pensei que teria que ser esfaqueado para te ter assim tão perto — abriu um sorriso mínimo.

— Não vou comentar essa asneira — puxei o tecido.

— Você ficou vermelha — notou.

— Se deite que eu vou pegar água para lavar esse ferimento — tentei o ignorar.

— Sim senhora.

Limpei o ferimento e fiz um curativo – dei o melhor de mim, mas nunca fui boa pra cuidar dos ferimentos de outra pessoa –.

— Artemis...

— Se for para falar coisas bobas é melhor ficar calado — cortei.

— Eu só ia agradecer — segurou minha mão — Obrigado.

— Isso não faz de nós amigos — avisei.

— Não quero ser só seu amigo.

Não falei mais nada. Eu sabia que ele estava falando a verdade, eu gostava disso, mas não demonstraria de maneira alguma. Não posso e não vou me dar ao luxo de ter uma responsabilidade dessas. Seria loucura.

— Quem é Wren? — pegou-me despercebida.

— Do que você está a falar?

— Ouvi quando o Lobo falou algo sobre esse tal Wren — encarou-me exigindo uma resposta.

— Ele era alguém importante.

— Seu noivo fantasma? — cobriu minha mão com a sua.

— Meu melhor amigo — as lágrimas vieram.

— Você não quer falar sobre ele?

— Eu quero, mas essa seria a primeira vez então é muito difícil — sentei ao seu lado e desviei meu olhar — Eu e Wren nascemos na mesma noite, logo após ele chorar eu chorei. Foi algo como uma ligação. Na mesma época meu avô era o líder da aldeia e estava morrendo, a aldeia e ele queriam que o pai de Wren ficasse em seu lugar, mas meu pai queria ser o líder por seu herdeiro legitimo, para acalmar os ânimos vovô chamou os dois e então os convenceu e eles fizeram uma aliança, o pai de Wren lideraria a aldeia até que eu me tornasse moça e casasse com Wren — percebi o olhar de James mudar de hora para outra — Nossas mães nos criaram juntos, ele era muito importante para mim. Passávamos o dia juntos, caçávamos juntos, conversamos por horas. Ele era minha alma gêmea — James soltou minha mão — Mas um dia tudo mudou quando fomos caçar, naquela noite conhecemos Eros e então toda confusão aconteceu.

— Eros quis roubar você do seu noivo? — parecia estar chateado pelo tom de sua voz.

— Não — sorri ao lembrar — Eu e Wren nos apaixonamos pelo mesmo homem — James arregalou os olhos — Ele agia diferente demais depois de conhecermos Eros e no dia que contei que eu e ele estávamos tendo um romance, Wren ficou transtornado e foi aí que percebi o que estava acontecendo, perguntei e ele confirmou. Contei a Eros no dia seguinte e ele entendeu, Wren era um ótimo amigo para ele e para mim. Nós três combinamos de manter segredo e mantivemos até aquela noite.

As lágrimas começaram a escorrer.

— Wren pulou minha janela e conversamos muito sobre como ele se sentia, sobre as coisas que ele queria.

— Ele queria ser uma mulher — James me interrompeu.

— Ele queria ser ele mesmo — corrigi — Wren contou que tinha uma vontade enorme de vestir um vestido meu, eu achei que todos estivessem dormindo e então entreguei o vestido para ele. Só que meu pai ouviu a voz masculina em meu quarto e arrombou a porta, papai pensava que Wren havia me desonrado, mas o que ele viu o deixou ainda mais irado. A partir daí tudo pareceu um pesadelo. Papai arrastou Wren até o meio da aldeia, gritou até que todos estivessem lá, então deu uma surra no meu melhor amigo e o deixou no chão, foi até mim e bateu-me na frente de todos, ele colocou minha cabeça na berlinda e mandou que o ferreiro trouxesse a marca de minha família — virei de costas e puxei a manga do vestido abaixando-o e mostrando a marca em minhas costas — Ele disse que era para eu me lembrar para sempre daquela noite — ajeitei a roupa.

— Aquele...

— Depois ele caminhou até Wren e cortou sua garganta enquanto gritava que ele merecia ser o líder e não o pai de Wren que havia criado aquela aberração — contei entre soluços — Wren morreu olhando para mim, eu o assisti sangrar até a morte James e eu não fiz nada.

— Não pôde fazer, você estava machucada e presa.

— Quando papai me soltou eu caí de joelhos, mas quando consegui me levantar fui até o corpo dele e o arrastei para a floresta. O pai dele proibiu que a mãe dele fosse comigo. Eu enterrei meu melhor amigo vestindo meu vestido verde favorito e senti como se tivesse enterrado junto com ele os meus sentimentos.

— E por isso que se arriscou para me proteger? Porque não queria mais ver ninguém sangrar até a morte? — eu sabia que em parte essa era sim a verdade, mas havia algo mais.

— Eu não posso perder mais ninguém — antes que eu terminasse a frase James se esforçou e mesmo que meu corpo estivesse machucando seu ferimento, abraçou-me.

— Você nunca vai me perder.

— James você está quente — constatei — Você está muito quente.

Ele olhou-me confuso e eu me levantei e enchi uma bacia de água fria e pegou uma toalha e depois coloquei em sua testa.

— Por que isso aconteceu? — perguntou.

— Tenho ideia — senti uma raiva enorme tomar conta de mim — Você precisa dormir para que a temperatura do seu corpo abaixe.

— Você vai ficar não vai?

— Vou — assenti e ele sorriu.

— Não quero que fique sozinha depois do que me contou.

James fechou os olhos entregando-se ao cansaço e ao esmorecimento de seu corpo.

"Eu ainda preciso de você Wren"

Depois de trocar muitas vezes a compressa me senti esgotada e deitei ao seu lado, tomei bastante cuidado pra não acordá-lo.

James parecia ainda mais bonito enquanto dormia suas feições ficavam pacificas muito longe de quando está acordado e parece estar o tempo inteiro em uma guerra interior.

E só ali naquele momento deitada ao seu lado eu pude perceber que estou com um enorme problema. Quando casarmos terei que dormir e acordar todos os dias ao lado dele, mas esse não é problema. O problema é quanto tempo eu vou conseguir manter essa barreira que ele faz questão de querer derrubar.

— Annie... — o ouvi sussurrar enquanto dormia e me levantei.

Arrependi-me do momento que o ajudei, deveria ter deixado morrer. Eu que tenho o trabalho de salvá-lo e é pelo nome dela que ele chama enquanto dorme.

— Annie me perdoe — eu queria asfixiá-lo naquele momento, mas então ele começou a ficar agitado — Artemis, Artemis — chamou meu nome várias vezes e parecia estar preso dentro dele mesmo — Artemis, Artemis, Artemis...

— Estou aqui — fui até ele novamente e segurei sua mão — Estou aqui.

Ele não abriu os olhos, mas parou de se mexer e de me chamar. Pareceu dormir novamente. Toquei seu rosto e James me pareceu ainda mais frágil que uma criança naquele estado. Tudo nele é tão incerto, tudo parece tão maior.

Deitei novamente e dormi até o dia começar a clarear e então me levantei rápido.

— James você está dormindo? — cutuquei e nada, verifiquei e seu corpo estava morno, estava melhor — Está dormindo? — ele não respondeu e eu me abaixei depositando um beijo rápido em sua testa.

Obriguei-me a deixá-lo sozinho, não podia ser vista ali e tinha uma coisa para fazer e era urgente demais. Abri a porta.

— Vou fingir que estou dormindo todas as manhãs para ganhar um beijo seu — ouvi sua voz, mas não virei para olhá-lo, segui adiante tentando conter o nervosismo de saber que ele havia sentido meu beijo. Fazia-me parecer tão frágil.

Abri a porta e vi Astrid terminando de se vestir, Lady Olívia olhou-me confusa.

— Poderia nos dar um minuto? — ela nada respondeu, apenas sorriu com jeito dócil e saiu.

— O que está fazendo aqui? — Astrid arqueou a maldita sobrancelha.

— Onde arrumou o veneno que banhou sua adaga? — enfrentei — Foi na cama do meu pai?

— Talvez — respondeu cínica — James está morrendo?

Fechei o punho e a atingi, a tão poderosa guerreira sanguinária caiu sentada no chão, montei em cima dela e olhei bem dentro daqueles malditos olhos.

— Vou ser boazinha para não deixar nada mais que sua boca sangrando — desferi o primeiro tapa — Esse aqui é por me olhar como se fosse superior — outro tapa — Esse é por ser tão prepotente — revezei os tapas um de cada lado — Esse é por usar Annelise como um animal indo para o matadouro — outro — Esse é por ter tocado suas mãos sujas no meu homem — ela me olhou e o sangue escorria — Esse é por ter machucado ele — seu rosto estava vermelho — Esse é por ter dormido com meu pai — o canto de sua boca sangrava contrastando com a pele vermelha — E esse é porque eu quero — um último tapa e levantei me sentindo vingada.

— Você vai me pagar Artemis — disse sentada no chão.

— Torça para eu nunca te encontrar em um campo de batalhas, porque se isso acontecer eu te parto em mil pedaços — ajeitei o vestido.

— Eu vou acabar com você — ameaçou.

Pode vir — cuspi na cara dela — Tenha um bom dia Lady Astrid.

— Vá para o inferno!

— Pode ir à frente já que sabe o caminho — fechei a porta.

Encarei uma Olívia assustada.

— Você ouviu alguma coisa? — negou com a cabeça, mas eu sabia que estava mentindo — Posso pedir-lhe uma coisa?

— Não me peça para não contar a Anne porque eu vou contar — pareceu temerosa, mas foi sincera.

— Eu ia pedir-lhe que contasse e dissesse para ela abrir o olho com essa serpente aí dentro — ela assentiu meio atônita e passei por ela.

— Lady Artemis — ela chamou e eu me virei — Obrigada por ter batido nela — agradeceu e eu sorri assentindo.

Se minhas mãos estavam ardendo daquela maneira imagine a cara de Astrid.


NOTINHA DA AUTORA: NÃO ESQUEÇAM DE ADICIONAR "MAKING OFF" NA BIBLIOTECA DE VOCÊS. LEITORES FANTASMINHAS PODEM DIZER "OI" NÃO VOU MORDER <3 QUERO CONHECER VOCÊS SAIAM DAS SOMBRAS :3 COMO SOU BOAZINHA VOU DEIXAR UM TRECHINHO LINCANNE DO PRÓXIMO CAPÍTULO:

"E, por favor, me prometa que não vai... Você sabe... Tem muitas garotas lá?

Ele riu.

— A única garota que quero está aqui."

MUITO "awwwwwwn" ESSES DOIS. UM OTP É UM OTP NÉ MORES?

ATÉ LOGUINHO...

XOXO, Lady Allen. 

Teaser de Jartemis pra vocês:

https://youtu.be/c_clfglwBoE

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