● Capítulo XIII - Florescida●


DEDICADO Á TODOS OS MEUS LEITORES AMADOS E FOFINHOS <3 

EM ESPECIAL AOS QUE COMENTARAM, VOTARAM E OS NOVOS LEITORES :3


O campo ainda parecia o mesmo desde que eu saíra daqui, é impressionante a maneira com a qual tudo parece nunca sair de seu devido lugar.

Hoje especialmente.

De longe assisti Genevieve sentada á sombra de uma árvore, algumas crianças estavam com ela, Gen sempre havia sido boa com crianças, mas eu não muito. Assisti quando Darin caminhou até ela com um lírio nas mãos, entregou a flor e saiu sem esperar ver sua reação.

— Darin — chamei-o ao me aproximar.

— Quem é viva sempre aparece — não havia muita animação em sua voz. Nem sempre havia sido assim.

— Sim — assenti — Esses são Olívia, Jace e Lincoln — apontei para casa um.

— Darin, Darin Powell — cumprimentou-os.

— Você é o famoso primo da Anne — Olívia sorriu e Jace rolou os olhos.

— ANNE — Gen gritou animada e veio acompanhada por uma das crianças — Estava tão preocupada com você — tocou meu rosto com cuidado, reconhecendo-me — Queria ter minha visão nesse momento para te ver vestida de princesinha — disse em tom de brincadeira.

— Também senti sua falta — abracei-a.

— Se me dão licença — Darin virou-se e saiu andando.

— Ele nunca vai me perdoar, vai? — perguntei.

— Ás vezes acho que ele nunca me perdoar — suspirou pesadamente e depois sorriu fraco — Mas não tivemos culpa, não sabíamos.

Não falei mais nada. Depois de fazer as apresentações vi quando Olívia, Jace e Gen começaram a caminhar e conversar como se já fossem velhos amigos. Sorri.

— Seria muito curioso se perguntasse por que seu primo a trata friamente? — Lincoln perguntou enquanto dava alguns passos incentivando-me a acompanha-lo.

— Coração partido.

— Claro que ele seria mais um pretendente... — entrelaçou suas mãos atrás de seu corpo.

— Não, não, não — neguei — Darin e eu somos como irmãos.

— Mas você disse "coração partido".

— É eu disse — assenti — Eu, Darin e Gen éramos inseparáveis desde crianças, não nos desgrudávamos por nada. Acontece que com o tempo Darin parou de ver uma irmã em Gen e viu uma mulher para casar, mas Gen não sabia disso e nem eu. Um dia vi Gen olhar demoradamente para o meu irmão, ele tinha acabado de voltar da primeira batalha e era como um herói na aldeia... Gen o admirava e não era de pouco tempo, mas nunca havia me dito nada porque ela sabia que Bash era meu irmão mais velho e o meu porto seguro, mas eu reparei naquela noite e reparei também que ele olhou diferente para ela quando ela dançou no meio da roda.

Lincoln prestava atenção em cada palavra que saia da minha boca e isso me deixava surpresa, ninguém jamais havia dado atenção a minha versão da história.

— Naquela noite pedi a Sebastian para que acompanhasse Gen até em casa, nunca soube muito bem o que aconteceu. Gen não fala sobre isso. Só sei que eles ficaram próximos e cada vez que ele ia para guerra Gen se sentia mais e mais apegada á ele, acontece que antes de Bash ir para sua última batalha eles foram pegos por Darin. Estavam no riacho e Darin ficou furioso — lembro-me do rosto vermelho, dos olhos arregalados, das lágrimas ameaçando escorrer — Acusou Gen de dar esperanças á ele e me acusou de ter entregado Genevieve nas mãos de um homem que dormia com todas as mulheres da aldeia. Ele não ficou tão cheio de marra quando Sebastian deu uma surra nele. Então depois disso Bash morreu, Gen praticamente perdeu toda a visão, — ela só vê vultos durante o dia e durante a noite só consegue enxergar escuridão — Darin me ignora e eu tento o que posso para fazê-lo me perdoar.

— Pelo que percebi você não sabia dos sentimentos dele.

— Eu não sabia, todos diziam para eu tomar cuidado com nossa proximidade porque poderia dar problema. Gen nunca imaginou que Darin fosse olhar para ela, uma vez que na cabeça dela eu sempre fui mais... Mais... — fiquei envergonhada de dizer.

— Bonita? — corei.

— Sim.

— E você é — Lincoln parou no meio dos lírios — Para mim você é a mulher mais linda do mundo.

— Obrigada — senti minhas bochechas arderem, meu corpo tremulava, meu coração parecia uma bala de canhão prestes a estourar meu peito.

— Deveríamos nos despedir e voltar para o castelo — eu sabia que ele estava mudando de assunto porque eu fiquei envergonhada.

— Lincoln... Eu... Eu... — suspirei — Eu não quero que você pense que eu estou...

— Dando-me esperanças? — estreitou os olhos.

Desviei o olhar e comecei a caminhar.

— Melhor irmos andando.

Acho que ele ficou levemente magoado comigo, não conversamos todo o caminho de volta, Olívia me olhava de soslaio tentando ler minha expressão facial, Jace ia calado como na maioria das vezes. Mamãe havia chorado na nossa saída, papai havia me abraçado com tanta ternura e vovó... Bem, me olhou com seu jeito amoroso e silenciosamente parecia me dizer "Tudo vai dar certo meu bem".

Já subíamos a escada principal do castelo, Jace havia ficado no estábulo para alimentar os cavalos, eu ia com os outros dois.

— Olívia você pode ir à frente? — perguntei e ela pegou a barra do vestido assentindo e saiu.

— Tenha uma boa noite Lady Annelise — Lincoln reverenciou e virou as costas.

— Espera aí — segurei-o pela manga — "Lady Annelise"? Você está magoado comigo?

— Não sei — desviou o olhar e eu senti falta daqueles olhos azuis a me encarar — Só estou tentando não ter esperanças.

— Eu não quis ser rude — toquei seu rosto com ambas as mãos fazendo-o me encarar e Céus! Como amo esses olhos — Eu apenas não pesei as palavras.

— Annelise eu vou te perguntar isso mais uma vez — disse firme — Você tem sentimentos por James?

Meu coração disparou de uma maneira quase violenta, eu queria correr dali, não queria responder, não queria magoá-lo e também nem sabia mais se ainda estava apaixonada por James.

— Não.

Neguei novamente. Menti novamente.

— Você está me confundindo — delicadamente tirou minhas mãos de seu rosto — Eu tenho muitos sentimentos por você Anne, muitos. Não sei muito bem como lidar com isso e te imploro que tenha misericórdia de mim e, por favor, não me dê esperanças em um momento para tirar n'outro.

— Eu não...

— É como se você me colocasse em pé no alto da torre, fizesse menção de me segurar e ao invés me atirasse lá de cima. Toca-me, mas não deixa que eu a beije. Olha-me, mas parece desconfortável quando te olho. Está me enlouquecendo. Eu estou tentando ser paciente e os Céus sabem que eu estou, mas ainda sou homem Annelise.

— Não sei o que dizer — eu disse e ele pareceu ficar decepcionado com minha falta de aptidão com as palavras.

— Tenha uma boa noite Lady Annelise — dessa vez virou-se para não voltar.

Partiu-me o coração vê-lo desaparecer no corredor oposto ao meu, partiu-me o coração vê-lo me ignorar e deixar-me para trás como algo que não deseja mais. Partiu-me o coração partir-lhe o coração.

Já deitada em minha cama fechei os olhos na tentativa de conter as lágrimas teimosas que ameaçavam cair. Não iria chorar por ele.

— Anne — Olívia sentou na cama — Talvez devesse ser sincera com ele.

— Eu estou tentando. Eu quero falar com ele sobre James e sobre mim, mas sei que no momento que falar ele vai me rejeitar e isso é ruim.

— Não quer perdê-lo? — neguei com a cabeça — Então quer ganhá-lo? — neguei com a cabeça — Estás a me confundir.

— Eu não sei o que quero e isso me enlouquece — suspirei e imitei Olívia me sentando na cama.

— Perdoe-me discordar, mas o que te enlouquece é exatamente o contrário.

— Estás tentando dizer-me que nunca fui realmente apaixonada por James, apenas me encantei por seu jeito e por ele ser impossível para mim. Estás tentando dizer-me que estou possivelmente apaixonada por Lincoln e que tenho medo de perdê-lo e exatamente por isso que faço tudo errado?

— Bem, não fui eu que disse e sim... — apontou para mim — Seu coração sabe a resposta Anne.

— Mas eu não sei.

— Sabe e está com medo disso — se levantou — Agora venha e deixe de besteiras — estendeu a mão — Vou te arrumar para o jantar.

— Não quero ir — fiz bico de criança cheia de birra.

— O Príncipe estará lá — lembrou-me.

Queria vê-lo sorrir para mim novamente, queria aqueles olhos azuis a me encarar como se eu fosse uma obra prima, queria ouvir sua voz me dizendo coisas que sempre me fazem bem, queria sua atenção voltada para mim, queria vê-lo.

— Qual dos dois? — perguntei tentando fazer-me de desentendida.

— Aquele que faz seu coração acelerar de verdade e não por nervosismo e sim por felicidade — foi na direção do guarda roupas.

— Esse azul, combina com os olhos dele — apontei.

— Assim que se fala — deu pulinhos — Essa é minha garota.

Mas ele não foi. Lincoln não apareceu para jantar, apenas mandou um bilhete á Rainha desculpando-se e dizendo que estava indisposto.

Senti uma tristeza estranha, uma dor quase incomoda.

Se isso é o que chamam de coração partido, não quero sentir outra vez. 


NOTA DA AUTORA:

CAPÍTULO NOVO DE NOVO, ESTOU INSPIRADA ESSA SEMANA E TEM UNS CAPÍTULOS Á FRENTE QUE ESTOU LOUCA PARA POSTAR. 

O QUE ACHARAM DO DARIN? ALGUÉM SHIPPOU GEN/DARIN OU GEN/BASH? 

SE TUDO DER CERTO E VOCÊS COMENTAREM E VOTAREM EU POSTAREI UM CAPÍTULO NOVO AMANHÃ E PARA DEIXAR O GOSTINHO VOU DEIXAR UM TRECHINHO:

"— Mas você o ama?

— Não. Mas eu aprenderia a o amar do jeito que ele me ama.

— Minha querida — aproximou-se — Amor não se aprende, se sente."

Espero que tenham gostado do capítulo e não hesitem em aparecer nos comentários, eu não mordo e respondo os comentários <3

XOXO, LADY ALLEN.

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