65.Então isso é o amor por uma deusa?

Pré-revisado, boa leitura.

Então isso é o amor por uma deusa?


Por Hera,

-- Deixe-me trabalhar. -- Poseidon me olhava descrente e tive de respirar fundo enquanto ele se recusava a largar o corpo de Sn que jazia adormecido em seus braços, o corpo dele completamente manchado com o sangue de ambos.

-- No meu palácio agora. -- O deus falou, tem horas que esqueço esse arrogante é meu irmão. Respirei fundo deixando essas ideias de lado e olhei para Zeus.

-- VOCÊS precisam por ordem nessa situação ainda há feridos e desguarnecidos pelo caminho, então se apressem. -- Desviei meu olhar para Odin que não disse nada apenas mandou um corvo em minha direção assim que meu marido sumiu. O animal carregava um bilhete e dei apenas meio sorriso antes de sumir junto a Poseidon adentrando seu quarto.

Nunca fui muito de vi a Atlântida e principalmente ao palácio então tudo a respeito desse lugar é uma merda curiosidade para mim.

-- Preciso de uma superfície lisa e morna.

-- O corpo dela está frio Hera... -- O olhar dele estava espantado.

-- Agora não é hora pra isso Poseidon. Estabilize o local para que eu possa fazer minha parte.

Como uma deusa da fertilidade, do parto e entre tantos mais eu não deveria portar uma arma, mas mantenho uma comigo sempre que preciso. Poseidon fez sobre a cama uma superfície reta e morna o suficiente para manter a temperatura do corpo da garota normal.

-- Agora concentre outra sobre o ventre dela, essa deve ser quente, visto que a temperatura do útero é completamente diferente. -- Ele assentiu, eu envolvi minhas mãos nas águas puras antes de me aproximar e tirar os sapatos dos pés dela e notei que Poseidon estava ao meu lado e senti a presença de Hades também, não é nada agradável que eles estejam aqui em um momento como esse.

-- Hades leve o nosso irmão para fora desse quarto.

-- Porra nenhuma que eu vou sair!

-- Poseidon você precisa obedecer, Hera sabe o faz. -- Sorri para ele que enquanto o loiro revoltado saiu do quarto.

-- Obrigada irmão. -- Ele assentiu.

-- Só faça o seu melhor Seth e Grisha estão verificando todos os portões a alma dela não vai entrar no submundo de forma alguma e nem do meu sobrinho.

-- É uma menina. -- Afirmei alisando o ventre e Hades sorriu.

-- Poseidon ficará duplamente insuportável quando souber e não serei eu a contar pra ele. -- E assim meu irmão sumiu, eu levantei as vestes dela expondo todo o seu corpo e passei minha mão por cima sentindo que ainda já vida aqui, parece que Sn está se recuperando lentamente e direcionando toda a vida que tem para que o bebê não morra, respirei pesado andando de um lado para o outro, se continuar assim ela morrerá antes de despertar.

Alisei meus cabelos convicta de que preciso de mais energia, só o meu poder não será o suficiente. Mesmo que eu seja filha de Chronos assim como Zeus, o poder contido nessa deusa vai além. Matutacionando o que devo fazer enquanto ando de um lado para o outro, uma ideia me ocorreu, não será nada agradável mas surtirá efeito.

-- Essa criança não pode nascer antes do tempo, o corpo de sua mãe está muito fraco e não vai aguentar o parto e não há como extrair um ser de dentro dela sem ser por causas naturais e desejar que esteja vivo.
O que eu faço? Pensa Hera, pensa! Talvez um primordial seja a saída, talvez eu deva chamar por Odin.

Comentei para mim mesma e batidas de bico ecoaram pela janela me fazendo desviar o olhar alarmado apenas para ver o corvo branco e sorrir um pouco aliviada, andei até o local e antes que eu abrisse as portas senti uma presença atrás de mim.

-- Você veio.

-- Você me chamou. -- Senti sua presença emanar em mi, mesmo que ele não tenha sequer me tocado.

-- Eu preciso do seu sangue, mão posso deixar que essa criança nasça assim. -- Odin sequer olhou para a garota desmaiada e eu me apressei em pegar um lençol e cobrir seu corpo, depois retornei ao deus que já havia andado pelo quarto e tinha uma taça em mãos por onde seu sangue escorria e gotejava no fundo, quando chegou a metade ele parou e me entregou.

-- Dissolva no vinho para que ela não vomite. 

-- Acha mesmo que não pensei nisso? -- Ele me olhou antes de sorrir minimamente.

-- De fato és uma deusa extremamente inteligente. -- Odin pegou uma das mechas do meu cabelo e levou até o nariz sentindo o meu perfume depois me entregou a taça e assim como veio partiu.

Eu pisquei diversas vezes antes de deixar a peça sobre a cômoda decanto e procurar alguma ânfora com vinho, no fim encontrei em um meio armário mais afastado próximo ao quarto de vestidos e quando abri o cheiro que subiu foi puramente de suco de amora. Me aproximei da cama e coloquei o sangue de Odin dentro da jarra e mexi lentamente para misturar depois voltei para a taça e elevei a cabeça de Sn com os travesseiros, passei a derramar aos poucos nos lábios dela enquanto minha outra mão os mantinha aberto.

-- O que você está fazendo? -- A voz veio de Perséfone que apesar de não me assustar quase me fez perder a concentração.

-- Estou tentando salvar a vida dela, a garota está desviando sua própria divindade e regeneração para o bebê por proteção, creio que seja involuntariamente, mas isso vai matá-la. 

-- E o que faço para ajudar?

-- Preciso que ela beba isto. 

-- Vinho? 

-- Uma pequena poção para ajudar na regeneração de seu corpo. -- Omiti o fato de que o sangue de Odin faria bem mais do que isso, afinal ele não é o pai da criação atoa.

-- Se esse é o caso deixa que eu faço.

-- Tente não perder muito. 

-- Relaxa Hera, eu sei o que estou fazendo.

Enquanto Perséfone assumiu o meu lugar eu fui para frente do corpo da garota, tirei a coberta de seu corpo e dobrei suas pernas como se ela fosse conceber tirei a última peça de seu corpo e aguardei observando a rainha do inferno colocar todo o conteúdo da taça na boca e depois invadir os lábios da imperatriz do mar, apenas uma gota escorreu pelo canto direito do lábio de Sn e agora a ruiva me encarava limpando os lábios.

-- Que gosto de ferro. 

-- Não saia daí, se ela acordar segure-a na cama. -- Novamente se posicionou e eu respirei fundo, afastei bem as pernas dela e comecei a emanar o meu poder por minha destra, apenas adentrei lentamente o interior do corpo de Sn sentindo o seu colo do útero muito dilatado, forcei mais a palma da minha mão tocando o local.

-- Vai com calma Hera. -- Não desviei meu olhar no entanto senti as pernas dela tremer. -- Ela está acordando.

-- Então é bom você usar a sua força para contê-la. 

Nesse momento o quarto se assemelhava a um clarão e sei que provavelmente os três reinos divinos sentiram isso, uma vez que tanto eu quanto Perséfone estamos nos mantendo com nossas energias e sinto que o corpo da garota está puxando de mim cada vez mais, porém, eu consegui diminuir cada sinal do que viria a ser um parto prematuro ou até mesmo um aborto e aos poucos retirei a parte de meu braço de dentro dela, havia sangue no comprimento, mas ao passara mão por sua barriga percebi que tudo esta completamente normal. 

Me levantei tremendo e segui para o banheiro, se isso tivesse demorado mais ficaríamos a beira da morte, lavei meu braço e retornei ao quarto encarando Perséfone que ainda mantinha-se com os braços nela e a expressão pálida. 

-- Oh não. -- Fui rapidamente até ela puxando-a e afastando a deusa.  -- Você está bem? 

Ela balançou a cabeça algumas vezes antes de me olhar.

-- Cansada, ela sugou muito da minha energia.

-- Temos conexões diretas com aqueles que pertenceram aquela deusa, provavelmente por isso se apossou de nós ou simplesmente nos entendeu como uma armadilha. Agora precisamos vesti-la. -- Me levantei meio tonta e Perséfone me ajudou, chega a ser estranho o fato de que eu nunca fiquei tão próxima dela.

-- Não caia ainda deusa da fertilidade. Temos um trabalho a fazer.

Assenti e olhei para ela. 

-- Perséfone oculte sua presença, precisamos  limpar e vesti-la. -- A deusa me obedeceu e seguimos até até a fonte, ela por estar mais forte que eu segurou Sn nos braços e aproveitei para separar uma peça de roupa. No fim do nosso trabalho deixamos a imperatriz do mar sobre as águas  que a manteria quente sobrea cama e agora  basta apenas esperar.


[...]


Por Poseidon,

Se passaram trinta e seus dias, quatro horas, vinte e sete minuto e seis segundos desde que Sn dormiu e tudo ao meu redor parece um verdadeiro inferno, pois, mesmo que a deusa durma a sensação de que ela nunca mais vai acorda permanece comigo.

-- Imperador todas as cidades próxima as encostas ou ilhas foram reconstruídas. -- A voz de Grisha me despertou dos meus pensamentos a respeito de Sn, para completar essa sequência maldita de desgraças sou obrigado a manter-me longe dela, como se eu fosse obedecer quaisquer tentativa de afastamento da minha mulher.

-- E o resto?

-- As prisões de todos os quatro planos foram reconstruídas e as fortifiquei ao máximo aumentando a passagem das almas por decreto de vosso irmão erei do submundo, o Imperador Hades e lady Camilla assim como a Imperatriz do mar continua dormindo.

-- Se é só isso está dispensada. -- Afirmei e ela continuou parada. 

-- Quero pedir-lhe algo. 

-- Diga de uma vez, não estou com paciência. 

-- Quero uma folga, pelos cálculos de seu planejador eu estarei livre pela próxima semana e gostaria de me ausentar do mar. -- Respirei pesado, não preciso de ninguém para isso, eu mesmo poderia ter feito todo esse serviço, mas Sn... Não sai da minha cabeça então preferir me ater apenas ao mar e suas criaturas, deixando outros por menores para aqueles que me servem.

-- Tire o tempo que precisar e Grisha. -- Ela me encarou -- Se eu vir aquele bastardo por aqui vou empalá-lo junto com você. 

Diferente dos outros que demonstraria medo ela apenas sorriu, creio que essa seja a primeira vez que vejo esse afeto em seus semblante. 

-- Tente descansar Poseidon, a Imperatriz não vai gostar de vê-lo assim. -- E assim sumiu e eu apenas me levantei do meu trono com meu tridente em mãos, ainda preciso verificar o restante dos mares, mas antes passarei em meu quarto como sempre faço.

O ambiente frio do local em nada se assemelha a aura que Sn transmite quando está acordada, seu rosto se mantém sereno conforme me aproximo e faço um carinho em sua face adormecida, depois fiz o mesmo em sua barriga que cresceu bastante e enquanto tocava sua pele senti o relevo abaixo de minha mão notando que meu filho se mexeu e não pude deixar de sorrir, apoiei o tridente na parede da cama e me ajoelhei desfazendo parte do escudo apenas para beijar sua barriga e colar meu ouvido ali ouvindo os batimentos de ambos os corações o que realmente me acalmava e por esse motivo eu perdia muitas das minhas horas contemplando esse pequeno desejo. Jamais imaginei que um dia eu POSEIDON desejaria alguém ou faria de tudo para a proteger como Hades uma vez proclamou por nós — seus irmãos, um sentimento inquestionável que eu nunca almejei e agora o possuo. 

Por um momento fechei meus olhos e respirei fundo lembrando que ainda tenho uma reunião para comparecer no salão dos deuses, ao que parece iremos suspender o extermínio dos humanos visto que Adeiázo e o meu poder quando Sn sumiu fizeram estrago mais que o suficiente pelos próximos mil anos. Respirei fundo ainda de olhos fechados imaginando como ela reagirá ao saber de todo esse conflito, é capaz dela me obrigar a trabalhar duplamente e fazer uma puta greve, essa mulher se pudesse me mataria com essas ideias e ainda assim preferia que estivesse acordada batendo de frente comigo me chamado de ignorante, arrogante ou me dando uma bofetada que nem ocorreu em uma das nossas muitas discursões e cada vez mais me deixando levar pela certeza de que estou enlouquecendo ao ponto de sentir um afago em meus cabelos, nunca pensei que poderia praticamente me tornar dependente desse sentimento que sinto por ela ao ponto dele me afetar e no momento me recuso a sair daqui, tenho meu filho mexendo de leve e afagos inexistentes em meu cabelo. No entanto, um curto riso me deixou em alerta e ao levantar rapidamente meu olhar e ainda permanecer de joelho senti sua mão quente em meus rosto.

-- Eu ainda estou aqui Deus dos mares. -- O som de sua voz dissipou o peso de meus ombros, aumentando meu sorriso e tudo o que fiz foi levantar e estender a mão do contrário me deixaria levar pelas minhas vontades por essa deusa.


-- Por quanto tempo eu... -- Sn não conseguiu terminar de falar, pois ao aceitar a minha ajuda calei seus lábios com o meus sentindo seus dedo deslizar por meus cabelos soltando-a para que respirasse e a mantendo em meus braços.

-- Você dormiu por tempo demais mulher e agora passará o dia inteiro ao meu lado, mas antes -- Tomei-a nos braços -- Vamos comer alguma coisa. 

Nem esperei que ela se manifestasse, ao invés disso apenas deitou a cabeça em meu peito e agora que a reunião dos deuses se foda. Eu ainda vou escutar muito por ter deixado parte da terra em desordem.

Teve alguém que acertou um dos amantes de Hera. Vocês são d+, eu fico muito feliz em saber que estão realmente prestando atenção na história, muito obrigada por isso
Só pra avisar que vou escrever um spin-off para Hera porque ela merece e eu preciso narrar o chifre de Zeus.



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