60.A desolação dos Deuses

Pra  quem está reclamando da falta de espaço entre as linhas, peço que espere pela revisão definitiva, pois, no momento eu escrevo pelo telefone e isso é um saco. 

Agora aqueles que simplesmente não querem ler pelo texto ser grande, talvez a fanfic não seja pra você e basta apenas procurar fic's curtas e se divertir com elas. 

Enfim capítulo pré-revisado na visão de vários personagens  e tem muita coisa acontecendo ao mesmo tempo então ficará indo e voltando nas situações desse e do próximo capítulo. Boa leitura.


A desolação dos Deuses


Por Grisha,

Tudo tem estado tão instável é como se eu estivesse lutando sozinha, já perdi a conta de quantas prisões reforcei e quantos de poder tive de usar e por mais que Zeus tenha me dado uma carga extra parece não ser suficiente.

Ofeguei fortemente ao sentir meus joelhos dobrarem na areia do fundo do mar morto e ao me levantar senti um vulto passar por mim, meus olhos se arregalaram e meu coração acelerou e em minha única tentativa tentei prever o que aconteceria com ela.

Isso é um erro.

Meu pensamento decorreu enquanto eu mesmo me levantei e utilizando o que restava do meu poder fui parar no Olimpo mas precisamente na sala de Zeus, entretanto foi o deus de olhos negros que me recebeu constatando que tudo ao meu redor está afetado e que se não fizermos alguma coisa vamos todos morrer.

Por Poseidon,

Se eu soubesse que casamento seria algo tão difícil não teria proposto! Sn está cada vez mais difícil de lidar, principalmente agora que está grávida e se recusa a obedecer uma simples ordem.
Andei pelos corredores do palácio extremamente puto, depois de uma boa transa tudo parecia estar resolvido, mas nada é tão fácil assim quando se trata dela e esse sentimento que tanto me estressa também me cega, pois, adora eu —DEUS POSEIDON— estou aqui para satisfazer aquele maldito pedido mudo que veio da minha mulher.

Abri as portas do salão dando de cara com Adamas, ele parecia frustrado me encarando.

-- Não tenho tempo pra você. -- Afirmei o ignorando?

-- E pra Camilla você tem? -- Na mesma hora travei.

-- O que você fez com ela?

Adamas riu de escárnio:

-- Eu? Foi a maldita consequência daquele poder ruim que habita dentro de Sn! -- Pelo timbre de voz percebi que estava bêbado e  jogado sobre o meu trono. Mas que porra! É hoje que eu mato alguém.

-- Adamas fique longe de Camilla até estar sóbrio.

-- Vou ficar longe do que deu pra salvar não é? -- A voz jazia entristecida enquanto ele se virava de costa e pude ouvi-lo fungar. -- Sabe no fim das contas eu continuo sendo o único a me foder pelas péssimas escolhas de vocês e no final estarei sozinho mais uma vez.

Sussurrou antes de desaparecer e agora sinto que preciso me concentrar em mais de um problema.


Por Sn,

A sensação de tirar uma vida percorria por todo o meu corpo, eu me sinto instável e com dores de cabeça que não param. Um verdadeira vontade de acabar com tudo parece emanar de mim e eu não compreendo, isso não sou eu. Sinto meu rosto queimar e minhas lágrimas cada vez mais intensa, o que está acontecendo comigo? Por que eu estou ruindo?

Sem entender mais nada eu segui até a porta daquele que por muitas vezes foi o único a estar comigo e bati diversas vezes, quando foi aberta tudo o que fiz foi sentir seu olhar cada vez alarmado.

-- Hermes por favor, me ajuda. 


Por Hermes,

O rosto de Sn estava alarmado, seus fios tão vibrantes que eu não sei dizer se teremos como reverter o que fizemos. A deusa está completamente desolada e eu só consigo pensar em como tudo ao nosso redor parece estar instável.

-- Se acalme Sn, o bebê não deve nascer antes do tempo e atualmente não sabemos a sua situação. -- Peguei-a nos braços e a trouxe para dentro da minha casa, coloquei-a sentada na poltrona enquanto me abaixei e puxei seus pés tirando as sandálias para que o sangue circulasse melhor.

-- Agora me conte por que está assim.

-- Primeiro me diga o que aconteceu com Camilla. -- Desviei meu olhar com sua afirmação e ela respirou pesado tampando os lábios e sentindo as lágrimas fluírem por sua face. -- Eu a matei Hermes? É por isso que não me respondem?

-- Céus o que foi que eu fiz?!

Respirei pesado me apressando em levantar e olhando para ela com uma leve tristeza. Ver Sn desse jeito me deixa incomodado.

-- Sn, ela não está morta, mas também não está viva. A alma dela não foi para o submundo e não retornou para o corpo nem mesmo as moiras sabem onde ela está.

Sn fungou ao me ouvir e senti seus olhos brilharem as cores menos acesas e o cabelo voltando a ficar intacto.

-- Então ainda há esperança! Hermes me diga o que fazer e eu farei! Não quero ser a responsável por matar uma amiga e muito menos por trazer a destruição a todo ser vivo existente e quero que minha filha seja feliz! -- Me levantei um pouco extasiado com o que ela propôs, pois, diferente de Perséfone eu não vou atacá-la.

-- Nesse caso me acompanhe até o salão, acho que vai gostar já que nunca  o viu.

Ela não hesitou apenas me seguiu com graça andando lentamente enquanto eu abria as portas ao meu redor e quando viu o local ficou maravilhada com todas as nuances e o fato dele ser completamente suspenso lhe possibilitando ver todas as nuvens como se estivesse caminhando sobre elas.   

-- O que devemos fazer?

-- Você vai se concentrar ao máximo enquanto eu preparo uma bebida para você, fique aqui Sn é seguro e pode pensar bem a respeito do universo.


Saí do local e assim que fiquei sozinho fui ao encontro de Perséfone, chamei por Seth e depois pelos outros que estavam na casa no dia da nossa tentativa falha, relatei o ocorrido até o momento de vir para cá e os encarei.

-- Essa ideia é estúpida Hermes! -- Perséfone afirmou e eu simplesmente enchi uma taça de vinho, há sempre bebida alcoólica e de boa qualidade no lar de um deus.

-- Ah claro irmã... E atacá-la e pressioná-la por todos os lados foi uma ideia genial não é mesmo? -- Respirei fundo.

-- Sabe que se isso não der certo vamos despertar Adeiázo.

-- Como se aquele ser dominante já não estivesse desperto. Sn estava aos prantos em minha porta essa ideia não a machucará como você fez e sabe que tenho razão.

A aura de Perséfone mudou e então Seth entrou na frente ao vê-la se aproximar de mim.

-- Não é hora para isso rainha.

-- Não se meta. -- A lança dela já estava em meu pescoço. -- Sabe o grande mal dos deuses é presumir que eu faria mal aquela a quem desejei proteger desde que descobrir sua importância para o meu cunhado. Sn acabou se tornando mais do que isso, ela é uma mulher incrível a quem respeito como igual então Hermes tome cuidado se não quiser perder a língua por sugerir que eu Perséfone feri minha cunhada de propósito.

Revirei meus olhos, ela é tão orgulhosa quanto qualquer outro e isso me inclui.

-- Peço perdão pela ofensa e o fato de que vocês despertaram a deusa mais forte que tem não muda. Então o que podemos fazer para mudar isso é simplesmente ajudá-la a aceitar esse poder. 

-- Sabe que se isso não der certo eu vou te matar Hermes.

Ameaçou e simplesmente peguei uma taça limpa e servi entregando.

-- Nem precisará ter esse trabalho, pois se meu plano falhar todos nós morremos.


...


Ao voltar para meu palácio nos deparamos com Sn ainda sentada na poltrona do salão e eu suspirei me aproximando e quando nos viu a reação dela não foi das melhores.

Os cabelos logo ficaram mais vivos assim como os olhos acesos.

-- Sn se acalme ninguém vai te atacar. 

Ela respirou fundo nos olhando, nesse momento é como se toda a confiança que construímos escorresse por nossas mãos.


Por Sn, 


Desde que fiquei sozinha que sinto minha cabeça doer e meu corpo fraquejar. Eu não estou em meu estado normal e depois de andar de um lado para o outro pensando no que fazer e tentando me acalmar eu respirei fundo e me sentei alisando minha barriga imaginando como minha filha será e se vai herdar minha paciência ou a arrogância de Poseidon, por um momento sorrir com esse pequeno pensamento e então eu senti tudo regressar ao normal conforme meu corpo parecia renovado.

E aquela voz:

"O que você quer de mim criança? Basta pedir."

Eu quero que me deixe em paz, se esse poder é meu ficarei com ele e não permitirei que isso continue.

Ela ria de mim, como se eu estive louca e falando sozinha, sua aparência singular tomou minha forma e fiquei completamente confusa.

"Que poder você tem para deter a mim?" 

Eu não quero deter você, só não quero machucar ninguém e  viver a minha vida. Só que se você acordar tudo o que vive vai morrer inclusive a minha filha. 

A mão dela tocou a minha barriga e eu queria mas não recuei.

"Sn neta de Thálassa, filha de Potámia e esposa de Poseidon, em todos os séculos em que meus herdeiros residiram você foi a única a me despertar e conversar comigo plenamente, então por que não me faz uma pergunta mais interessante?" -- A deusa que agora se parece comigo vogou ao meu redor e eu apertei as mãos no tecido do meu vestido, fechei os olhos por um segundo e respirei fundo me lembrando de uma parte de minha conversa com Hermes quando ele leu o meu livro:

"-- Claro que tem, minha querida e doce Sn. Sua mãe é Potámia a reencarnação de um fruto proibido cometido através do pecado, em suas veias corre o sangue de um deus primordial, um titã e a deusa dos mares, afinal Thálassa sua avó foi aquela que gerou as águas a partir de suas lágrimas e sua dor, aquela que ao estar com Odin lhe ensinou da pior forma possível que amor não é algo que valha a pena guardar já que Adeiázo estava em sua consciência, agora tudo faz sentindo Sn não consegue ver? A cor de seus cabelos, os seus olhos diferentes e..."

'-- Não Hermes nada disso faz sentido, céus! Eu sou apenas eu. -- Ela se Afastou ainda aturdida com a quantidade de informações que despejei em seu colo. -- Não posso ter algo haver com seres tão cruéis! -- O semblante dela estava choroso enquanto andava de um lado para o outro confusa.

-- Sn isso não muda nada em quem você é. Zeus ficaria extremamente preocupado se descobrisse a sua natureza e Poseidon deveria baixar a cabeça para você, já que Thálassa gerou o mar isso lhe faz governante, talvez seja por isso que você sempre se sentiu atraída pelas águas, só não consigo entender o que está bloqueando os seus dons.

-- Eu não os tenho. Sou só uma humana Hermes aceite isso e essa história não faz sentido. -- Se encolheu. Sn ainda está chateada com tudo o que tem ocorrido e o desgraçado do Poseidon não coopera.

-- Claro que faz minha cara, veja bem, ninguém sabe ao certo como o universo foi fundado apenas aquilo que lhe foi contado nem mesmo os deuses podem atestar com cem por cento de certeza já que foram gerados aos poucos e não estavam todos lá quando só havia o vazio. -- Alisei o seu rosto.

-- Isso mistura realidades...'


Ao abrir os meus olhos eu finalmente tinha a minha pergunta, o medo que me tomou desde que soube que Camilla não estava bem e que a culpa era minha havia desaparecido assim como a raiva e qualquer outro sentimento que não fosse a mais profunda e completa compreensão e assim finalmente tomei coragem para perguntar:

-- O que você deseja Divindade Adeiázo? 

Ela parou de vogar, me olhou nos olhos e se manteve em silêncio de repente sua presença ficou muito maior antes assumir sua verdadeira e bela forma.

"Em todos esses sáculos, ninguém nunca me perguntou sobre isso. Sabe Sn" -- Ela afagou meu rosto -- "Você é realmente especial, se quer tanto saber eu quero que parem de manter meus filhos aprisionados."

Por um instante eu parei e fiquei sem entender, todos os filhos dela estão mortos pelo tempo de vida na terra. A deusa se afastou e eu me aproximei mais uma vez:

-- E como farei isso? 

Adeiázo não me respondeu apenas começou a desaparecer 

"É sua função descobrir e quando o fizer fundirei meu poder ao seu corpo, você será a minha última descendente viva."

A voz desapareceu da deusa desapareceu. E no mesmo instante os deuses adentraram o salão, meu corpo automaticamente reagiu e senti meu coração palpitar forte. 

-- SN não vamos te machucar. -- Perséfone respondeu, mas já era tarde eu mesma estava indo em direção atacá-los.

-- Por favor saiam do meu caminho, eu não me controlo mais. 

Meu medo de feri-los é grande e meu remorso irá me consumir tão rápido quanto eu jamais pensei Perséfone apenas empunhou a lança dizendo para Seth se por de guarda enquanto a ideia era me proteger e eu senti minhas lágrimas quentes como se queimassem a minha pele. 

Eu não quero mais machucar ninguém, eu olhei para os lados pensando em uma solução rápida quando avistei o violino de Hermes e utilizei o pouco do controle que ainda tenho para puxar o arco o direcionando ao meu braço direito, uma ideia em meio a um devaneio que me parecia mais lúdica do que qualquer outra e foi nesse momento desesperador que Poseidon e Zeus apareceram...


Thálassa = mar
Potámia = Rio
Adeiázo= Vazio

As moiras na mitologia grega são as três irmãs que determinavam o destino, tanto dos deuses, quanto dos seres humanos.

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