49.A mesquinharia de um Deus
Por Adamas,
-- Lorde Adamas que bom vê-lo.
-- Podemos conversar?-- Notei que Hermes ficou reticente sussurrando ao pé da orelha. -- Relaxe mensageiro, jamais farei mal a Sn. -- Ele arregalou os olhos.
-- Pelo visto querida, ainda tem muito a me contar -- Ela Assentiu e me aproximei, oferecendo meu braço, não sei por que ela sente que pode confiar em mim, porém, tornou-se uma verdadeira incógnita ao qual não me sinto mal em estar perto.
-- Onde vamos deus Adamas? -- As pessoas nos olhavam conforme passávamos pelo Olimpo e sei que não demorará muito para que Poseidon venha atrás de nós com seu ódio.
-- Gostaria de mostrar o meu palácio porém, ele não está apresentável então, se não for incomodo a levarei até o meu jardim pessoal. -- Ela sorriu.
-- Eu gosto bastante da calmaria que os jardins tendem a nós trazer.
-- Creio que o meu não seja tão... Assim, mas, você verá. -- No trajeto até o meu local Sn se manteve em silêncio creio que esteja com a mente ocupada demais em outras coisas e até imagino o que seja, afinal é impossível que o feitiço da deusa do amor não tenha feito efeito.
SN encarava o local em silêncio e é perceptível o brilho em seu olhar, esse lugar foi um presente de Persefone e Hades para mim, segundo minha cunhada e meu irmão eu ficaria mais leve se tivesse um lugar para sugar minha energia, o problema é que ele absorveu tais características e ficou assim:
-- Se não for confortável o suficiente para você podemos ir embora.
-- Está brincando não é deus Adamas? Esse lugar é simplesmente lindo! -- Sn parecia resplandecer enquanto rodava pelos meus corredores olhando as plantas até parar no gazebo. -- Você deveria trazer as suas pretendentes até aqui.
Arquei a sobrancelha.
-- Muito cedo?
-- Não sou meus irmãos Sn, não tenho pretendentes. -- Ela revirou os olhos.
-- Vocês são todos iguais. Olha se for assim Poseidon também não deveria ter já viu o gênio dele? -- Ela se sentou em uma das poltronas. -- Agora me diga o que você quer sendo tão gentil? Não me leve a mal está bem? -- Assenti. -- Você nunca foi cordial comigo e minha presença sempre pareceu te irritar nas poucas vezes que nos vimos.
-- Você quer a verdade? -- Ela concordou. -- Eu estou muito perdido, só sinto que devo fazer, por isso estamos aqui. Não quero o seu mal Sn e jamais tentarei algo contra você novamente isso aqui foi mais que um aviso. -- Levantei meu braço.
-- Então deseja me conhecer?
-- Talvez. No momento tenho que contar sobre você mesma, quando esteve naquela prisão não sentiu algo? -- Ela me encarou por alguns segundos.
-- Por que disso agora?
-- Sn você conhece o seu destino, sabe que é aquela que trará a destruição de tudo e para a sua sorte não há como ser morta, não depois de ter manifestado esse poder, do contrário Zeus já teria feito, mesmo que diga que preza o sentimento que Poseidon tem por você e eu detesto a enrolação dos deuses, odeio com todo o meu ser essa bajulação estúpida para tentar lhe conter quando é muito mais simples contar toda a verdade.
-- E que verdade seria essa? -- Ela ficou seria.
-- Pra começar se você teve contato com aqueles que aprisionamos e eu sei que teve os herdeiros de Adeiázo estão sedentos por seu poder e libertação, as ramificações dela simplesmente não morrem. -- Enchi uma taça de vinho, o bom de ser um deus é que temos álcool em todos os cantos de nossa moradia em ânforas perfeitas, ofereci e ela negou.
-- E o que espera que eu faça com essa informação?
-- Sinceramente, que tome o seu poder para si e reivindique tudo. -- Me sentei na poltrona e ela sorriu levemente.
-- Não almejo poder deus Adamas e sinceramente não me adequei a todas as escolhas de seu irmão, ainda procuro enquadrar o que eu gosto em cada pedacinho dessa minha nova vida.
-- Que mulher simplista. Como pode dizer que não almeja o poder, quando ele te precede? É seu para simplesmente por a todos de joelhos se quiser, será que não consegue entender?
Ela respirou fundo e fez uma leve caricia em meu rosto o que me deixou extremamente confortável e amplamente confuso, seu olhar é terno em uma mistura de pena e acalento.
-- É por isso que você está tão doente? A vontade pelo poder corrompeu seu coração não foi? Ou será a falta do amor daquele que sempre admirou? -- As palavras dela entraram em minha mente e segurei sua mão.
-- Somos diferentes mulher, em todos os quesitos. O que você ver de corrupção eu chamo de oportunidade.
-- E até quando pretende agir dessa forma, até que não reste mais nada para salvar? -- A encarei sem resposta. -- Bom foi o que pensei, se não tiver mais nada para falar eu vou acabar com essa situação de uma vez por todas.
-- A que se refere?
-- Quero que vá ao palácio de Poseidon para um chá daqui há dois dias.
-- Péssima ideia. -- Olhei em seus olhos cósmicos
-- Não no meu campo de visão. Farei vocês se entenderem de uma vez, ninguém aqui é criança!
-- Sn essa birra é mais antiga que você, tem o quê? Uns quinhentos anos ou mais.
-- Céus estou rodeada de idosos! -- Fiquei incrédulo, a observando rir, ela realmente fez uma piada das ruins.
-- Fora que Poseidon já me odeia sem motivos, imagina se souber que fui responsável por quebrar de vez aquele coração ridículo. -- Simplesmente proferi observando-a parar e me encarar, Sn voltou a sentar-se na poltrona e me olhava com afincou:
-- O que foi que você fez?
Agora não tinha mais volta e nada disso me aflige.
-- Fui eu quem impedi Anfitrite de chegar a Poseidon e aquela maldita me amaldiçoou.-- Sn parecia confusa e respire pesado. -- Deixe-me contar do começo:
Flashback de anos atrás
Eu e Poseidon havíamos brigado mais uma vez, na verde praticamente falei sozinho já que meu irmão se recursa a manter-se em minha presença e a raiva me corrói toda vez que eu penso que essa arrogância não tem limites e muito menos fundamento e mesmo que Hades me diga para aguardar e me distanciar não sou capaz de entender, hoje é o meu aniversário e Hera resolveu dar uma festa em Atlântida como uma forma de apaziguar os ânimos, uma festa infundada que apenas servia para os egos dos deuses, caminhei para fora de Atlântida extremamente puto, meu irmão mais novo é um desgraçado e eu estava tão alheio que nem percebi quando praticamente derrubei a nereida no chão.
-- Olha por onde anda.
-- Você é terrível quando está de mal humor. -- Foi assim que reconheci sua voz, a nereida que havia recusado meu irmão. O primeiro ser vivo a lhe dizer um não e arrancar uma reação daquela face dada como perfeita.
-- Desculpe. -- Pedi consciente de que deveria me afastar, afinal de contas Poseidon não gosta que sequer falem ou respirem perto dela.
-- Não se preocupe com essa formalidade. Como ele está? -- Cruzou os braços olhando para o palácio e deixei meu sorriso escapar.
-- Parece meio hipocrisia da sua parte perguntar isso, depois de ter negado o pedido de casamento dele.
Ela revirou os olhos e se virou de costas.
-- Sabe Adamas, a sua família é muito confusa e Poseidon não deixa de preceder os seus, eu não sou um passarinho que possa ser encarcerado, seu irmão não suporta o meu espírito livre e o fato que não me curvo as suas vontades, mas, apesar disso me importo com ele.
-- O nome disso é burrice Anfitrite, você sabe que ele vai tentar de novo, ele não aceita um não como resposta.
-- Eu conheço o lado ignorante dele Adamas e sei muito bem lidar com isso.
-- Claro que sabe, vai fazer o quê? Se esconder na caverna do Kraken? Faça-me o favor, se não estivesse tão apaixonadinha por ele eu mesmo lhe proporia a casar-se com outro Deus, parece que Poseidon vai destruir a porra do oceano simplesmente por não ter o que quer.
Ela riu de leve passando seus dedos por meu braço e o enlaçando.
-- Seja um cavalheiro e me acompanhe. -- Piscou antes de levantar a barra do vestido. Anfitrite me fez caminhar por meia Atlântida atraindo olhares que eu mesmo não gosto, até que paramos em sua casa e nos sentamos tranquilamente no recanto.
-- O que você quer nereida?-- Ela me serviu um vinho e neguei.
-- Está muito arisco, sabe dos irmãos dele você sempre foi o meu favorito.
-- Conta outra, vá direto ao ponto antes que eu perca a minha paciência.
-- Quero um aliado, não gosto do fato de Poseidon achar que sou sua posse.
-- Porra, mais você é! Literalmente fudeu com ele em todos os sentidos e sabia onde estava se metendo! O que eu ganho com isso? -- Ela se levantou e sentou ao meu lado.
-- A única coisa que tanto almeja e jamais vai ter. -- Um sorriso brincou em seus lábios e minha vontade é de enforcar essa mulher até que sua vida de esvaia diante dos meus olhos. -- O que me diz?
Eu poderia facilmente negar, amarrar ela e arremessa-la diante daquele loiro cretino, mas que graça isso teria?
-- Com uma condição.
-- Qual seria?
-- Que você não se case com ele. É muito fácil para meu irmão obter o que quer, não me leve a mal, eu quero a felicidade dele, mas também desejo vê-lo sofrer por todo o desprezo que me causou.
Ela Gargalhou.
-- Tenha cuidado deus Adamas, o desprezo e o ódio são ferramentas poderosas se postas em mãos erradas.
Aqui firmei meu contrato com a nereida sem imaginar os problemas que nos precederiam.
Fim do flashback
Encarei Sn que me olhava completamente confusa.
-- Adamas o que foi que você fez? -- A aura dela pesou de leve.
-- No início nada, apenas avisava de maneira sutil quando Poseidon praticamente colocava todo o mar a sua procura, afinal de contas ela se escondeu muito bem, porém um dos golfinhos dele conseguiu a encontrar, então eu agi. Quando ela foi convencida a se casar eu peguei emprestado com Zeus uma de suas tranqueiras e mandei um clone no lugar de Poseidon e claro fiz com que um Tubarão comesse o golfinho antes que ele alertasse a Poseidon sobre o paradeiro dela. Anfitrite não gostou muito de ser recusada pela cópia demorou acho que não fui nada sutil e resolveu viver sua vida, deixando para trás o nosso acordo, porém eu não o esqueci e cumpri com cada uma das minhas parte, lhe dei proteção e me mantive discreto para no fim ter nada como pagamento. As coisas não ficariam assim, o mal humor dele ressoava até mesmo nas águas puras do Olimpo, quando finalmente ela retornou após mais uma vez ser convencida eu a impedi, sequestrei a desgraçada e a prendi em meu castelo. Utilizei seu sangue para um clone perfeito e no fim das contas o casamento de ambos não aconteceu. -- Fui o mais simples possível deixei de lado o fato de que aquela nereida maldita me amaldiçoou desde o primeiro momento em que decidiu que eu seria o seu alvo, jamais esquecerei sua fala e seus olhos brilhantes :"Tenha cuidado deus Adamas, o desprezo e o ódio são ferramentas poderosas se postas em mãos erradas."
E com o tempo vim a sentir de fato o peso de suas palavras.
-- Deixe-me ver se eu entendi: em todo esse tempo Poseidon acha que foi rejeitado por Anfitrite quando na verdade você o enganou e manipulou toda a situação a seu favor e a troco de quê? -- Ela apertava o tecido do vestido.
-- No fim das contas foi a troco de nada, já que ele continua sendo o mesmo arrogante de sempre.
-- Céus Adamas! Consegue perceber o problema que você criou? Você simplesmente partiu o coração do seu irmão por nada.
-- Nesse caso estamos quites. -- Desdenhei e senti Sn puxar minha orelha. -- Ei!
-- Seu mesquinho desgraçado isso é completamente errado! Não é assim que conseguirá algo do seu irmão e com essa atitude só o ódio mesmo. Olha se ele te matar agora eu não vou impedir Adamas! -- Sn massageoou as têmporas e Suspirei.
-- Veja pelo lado bom, se não fosse por isso você e Poseidon não estariam juntos. -- Ela me olhou incrédula.
-- Isso não é hora para piadas, cadê Anfitrite?
-- O que te faz pensar que eu sei?
-- Adamas... -- Sn está pior do que Perséfone.
-- Francamente mulher, eu não sei, depois que a sequestrei e destruí a vida do meu irmão eu levei-a até seus pais que estavam desolados devido a proibição do meu irmão e eles mesmo deram um jeito nisso. Acredito que levaram-na para um lugar seguro ou deixaram-na no mar profundo onde nem mesmo Poseidon pode alcança-la por que dá pergunta? -- SN se levantou e ajeitou o vestido.
-- Pois vamos agora até os pais dela e não me olhe assim e outra: Poseidon disse ter visto a nereida com outro homem e com um filho, sabe algo sobre isso? -- Ela suspendeu a barra do vestido.
-- Digamos que Aphrodite me devia, mas, eu não esperava que fosse algo desse nível, mas em breve saberemos com precisão, não é? -- Lhe ofereci meu braço e ela aceitou e apesar de estranho eu me sinto tão bem ao lado dela que não sei como explicar. -- Se Poseidon nos matar, a culpa é sua.
Ela sorriu de maneira apaixonada, pelo visto as armações de Aphrodite fizeram efeito.
-- Ele não vai. -- E assim utilizei meu cetro para levá-la Até o local onde os pais da nereida estão vivendo no momento.
Por Sn,
É inacreditável como os deuses se comportam e eu não sei por que estou atrás de concertar esse erro que nem mesmo é meu, porém sinto que devo.
Adamas me levou até uma praia muito bonita de areia branca e nela só há uma casa mediana o deus Intensificou sua presença e o olhei confusa.
-- Eu gosto que saibam que estou aqui. -- Revirei os olhos.
-- São todos infantis, só pode!
Adamas riu de leve.
-- Sn minha existência assim como a dos outros é amplamente tediosa, então não seja chata está parecendo uma mãe emburrada e não duvido nada que esteja buchuda do jeito que você e meu irmão se comem. -- Céus onde eu posso me enfiar e me esconder eternamente? Dei um beliscão no braço dele.
-- Ei!
-- Ei digo eu, seu ignorante e bocudo! Da pra você não falar essas coisas? Meu deus que vergonha!
Adamas gargalhou.
-- Você é uma raridade mulher, além de uma gracinha, nem Grisha ou Anfitrite ficavam com vergonha das brincadeiras dos deuses no máximo que ganhei foi um vai se foder da boca da nereida. -- Ele informou e um homem de aproximou:
-- Que bom vê-lo deus Adamas. -- Se curvou moderadamente.
-- Nereu pelo visto não envelheceu nada depois da minha última visita. -- Sorri. -- Essa aqui é Sn a...
-- Imperatriz do mar. -- Uma mulher bonita de aparência serena se aproximou. -- Sou Dóris e é um prazer conhecê-la. -- Curvou-se moderadamente. Céus! Eu vou matar Poseidon por deixar todos acharem que sou sua esposa!
-- Igualmente. -- Meneei. -- E sua filha onde está? -- Fui direta, afinal não sei quanto tempo Poseidon vai levar pra chegar até aqui depois de Adamas praticamente gritar que está no mar ou se virá.
-- Não sabemos alteza. -- A mulher informou.
-- Ah Dóris não seja mentirosa. -- Adamas sorriu. -- Você é a única que sabe, mas como estamos sem tempo não a pressionarei.
-- Bom diga a ela que seu exílio terminou, não vejo motivos para isso. -- Espero que Poseidon não me mate por isso, ambos me olharam calmamente antes de entender o teor das minhas palavras e a mulher possuía lágrimas nos olhos ao vir a mim e segurar em minhas mãos me agradecendo, pelo seu olhar imagino a tristeza que sente em seu coração não podendo conviver com a filha de maneira pacífica, me despedi os observando se unir em um abraço e Adamas novamente me ofereceu o braço.
-- Por que não contou o que eu fiz? -- Sussurrou enquanto nos aproximarmos da água.
-- Isso não é função minha uma hora esse seu coração cheio de ódio vai ver que está errado e você mesmo pedirá perdão. Agora preciso ir até Atlântida, quero conversar com seu irmão. -- Adamas abriu um portal e nos levou tão rápido que assim que pisamos no palácio praticamente reconstruído eu tapei minha boca. -- Não vá embora ainda, se puder procure por Camilla. Céus eu vou vomitar! -- E assim sai correndo até o banheiro mais próximo deixando o deus da conquista sozinho, entrei em um dos quartos e me tranquei no banheiro colocando tudo o que comi para fora e quando levantei estava tonta, lavei minha boca e respirei fundo, sai do quarto arrumando meus cabelos agora estou sentindo muito calor e no caminho pelos corredores encontrei com alguém que não esperava.
-- Grisha.
Gente saiu capítulo novo da fanfic do Beelzebub e outra, querem um capítulo alternativo com o Hermes maravilhoso?
A arrogância de um deus está chegando ao fim e estou pensando nessa possibilidade, já que Sn e Hermes tinham uma química excelente.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top