Teremos mais de uma visão no capítulo.

A humana e o deus

Olimpo

Por Zeus,

Eu estou intrigado, Adamas está indo longe demais, me levantei da cama ouvindo Hera reclamar:

-- Se você for ver uma de suas amantes, saiba que jogarei uma praga tão grande na família dela que os filhos que vocês tiveram rastejaram como vermes e isso passará por toda linhagem, não pense que a praga de uma deusa é fraca Zeus!

Desdenhou e revirei meus olhos, nosso aniversário já passou e ela acha que esqueci, mas a festa de amanhã compensará fora que estou a vinte e quatro dias sem ver minhas mulheres e me pinto não é caseiro.

-- Irei ver Adamas.

-- Ah se é assim manda um beijinho para ele. -- Essa mudança de humor constante é terrível e costuma acontecer quando ela está com fome, irritada ou grávida.

Me vesti e com apenas um estalar de dedos apareci na frente de meu irmão levemente abatido se raso no trono segurando o braço enfaixado. Respirei aliviado por ele estar vivo, apensar de todos os problemas e picuinhas eu não desejo a morte de meus irmãos, sendo assim fiz um leve barulho apenas para que ele me olhasse.

-- O que faz aqui Zeus? -- Claramente estava em surto interno.

-- Você realmente quer o meu lugar irmão?

Ele me olhou assustado.

-- Achou mesmo que todas as suas reuniões escondidas passaram batidas por mime cada deus que se aliou a você?

Adamas me olhou descrente e sorriu de leve.

-- As vezes esqueço que seu hobby é a fofoca mitológica. -- Ironizou. -- Então não mentirei, eu quero o seu lugar, você governou por tantos milênios e ultimamente vem caducando! Traindo Lady Hera e infestando a terra de semideuses, tratando o Olimpo como se fosse a porra de um parquinho para adolescentes. Você não possui seriedade e suas escolhas são vagas!

Gargalhei alto, ele estava com a razão em praticamente tudo, exceto pelas escolhas, porém, não há motivos para me preocupar.

-- Acha que pode fazer melhor? -- Dei alguns passos em sua direção. -- Você foi amaldiçoado por uma Nereida e acha mesmo que serve para governar esse mundo? -- Levantei um dedo. -- Isso será o suficiente para acabar com você e diferente do que imagina não lhe manterei, apenas vou te mostrar por que eu Zeus , o pai do cosmos sou o líder supremo dentre todas as mitologias. Agora irmão pegue o seu cetro e vamos por um fim nessa loucura de uma vez por todas.

Adamas se sentiu menosprezado e assim pegou o cetro e veio com tudo para cima de mim, pelo visto meu irmão nunca aprenderá.

...

A luta acabou tão rápida e agora eu estou sentado nos escombros do palácio rindo, acho que usei um mais força do que deveria e Adamas estava jogando no que restou do trono, seu cetro quebrado e seu semblante mórbido, me aproximei e ofereci a mão, ele desviou o olhar antes de aceitar.

-- Não há mal em portar orgulho, porém, saiba o seu lugar. Você é o deus grego da conquista e eu sou o seu irmão mais novo e líder desse mundo, o que foi que deu em você? -- Ele me encarou com raiva, antes de sorrir.

-- Seu puto desgraçado. -- A aura confusa e caótica se dissipou como se fosse isso que ele estava precisando, um bom combate.

-- Sempre que precisar de uma boa luta me chame agora vamos mandar o arquiteto reformular esse castelo e deixa essas lado grotesco de lado, o seu outro era bem melhor.

-- Deve ser porque minha aparência não era tão estranha!

-- Adamas você sempre foi verde, qual é o problema? -- Ele não me respondeu apenas desviou o olhar e agora preciso entender de onde veio essa ideia.  -- Já que estou aqui vamos conversar a respeito do casamento de Poseidon. 

Ele arqueou a sobrancelha.

-- Não me olhe assim, sabe muito bem que essa manifestação no seu braço não é comum. -- Adamas cruzou os braços feito uma criança e aos poucos lhe contei o que achei necessário. 

-- Poseidon vai te odiar por isso. -- Comentou.

-- Não vai não, ele vai é me agradecer e você vai me ajudar já que me deve por essa tentativa escabrosa e estúpida. 

Apesar de revirar os olhos meu irmão sabia que não teria escapatória e espero que Hera não me dê mais trabalho ao longo do dia. 

Atlântida

Por Sn,

Eu estou muito constrangida, todos nos olham como se fôssemos o centro das atenções e com isso estagnei no local apertando o braço de Poseidon:

-- Poseidon eu não estou gostando disso... -- Sussurrei, a mão dele foi até minha cintura segurando-a e me trazendo para mais perto.

-- Se acalme Sn e apenas confie no seu deus. -- Revirei meus olhos, não é hora para brincadeira, ele se inclinou levemente:  -- Vamos seguir com o que querem e na hora certa eu mesmo acabarei com isso.

-- A sua hora pode ser muito tarde, isso está parecendo um casamento e pelo andar da situação nós seriamos os noivos! -- Ele fechou a porta a nossa frente com uma muralha de água nos separando de qualquer um e impedindo que nos ouvissem.

-- Então essa é a sua preocupação? -- Seu olhar possuía uma leve arrogância ao me observar de cima.

-- Sim. Pode parecer frívolo aos olhos de um deus com milênios de vida, mas para nós humanos o casamento é uma união séria e movida por interesse de ambas as partes.-- Desviei meu olhar. --- Fora todo o sentimento envolvido e eu me recuso a ser usada desse jeito como um instrumento dos deuses para apaziguar seja lá o que for que querem. -- Cruzei meus braços e Poseidon fechou os olhos senti meu corpo ser direcionado para o seu peito e entendi que eram as águas assim como a destra dele que tocava em meu rosto.

-- Então não tem sentimentos por esse deus?

-- Poseidon isso não é hora para esse tipo de conversa. -- Senti meu corpo todo aquecer.

-- É sim humana, ninguém há de invadir meus domínios e essa sala particular, assim como não questionaram a nossa demora.

Desviei meu olhar o sentindo afagar minhas costas.

-- Então podemos conversar em outro lugar? -- ele não concordou com meu pedido, porém, em questões de segundos estávamos em seu palácio no Olimpo. 

Arfei meio sem fôlego pelo movimento que nos trouxe até aqui.

-- Sn...

-- O que eu sou pra você Poseidon? -- O interrompi.--  Eu quero que seja sincero comigo pelo menos uma vez em sua existência. -- Ele riu antes de se sentar na poltrona.

--  A pergunta correta é o que você quer ser.

-- Não mude de assunto.

-- Eu não preciso mentir humana, em toda a minha vida nunca encontrei uma mulher tão desatenta quanto você! Não importa o que eu faça ou a quantidade de provas que eu lhe dê nunca são o suficiente. -- Poseidon se levantou e segurou em meu braço, puxou minha mão direita mostrando o anel em meu dedo. -- Não ache que um casamento é algo frívolo para este deus se para vocês humanos a união dura até que a morte os separe para nós é eterno e não planejo me casar para conceder um divórcio a frente, então eu não serei recusado por que você está na dúvida! 

-- Mas quem disse que eu estou? --  Ele passou a mão pelos cabelos antes de se aproximar mais me fazendo chegar para trás, da forma como ele está sempre que ocorre acabo sem meus vestidos.

-- Ah não? Então vamos voltar lá e não farei nada a respeito dessa palhaçada que nos propuseram.

-- Também não é assim Poseidon.  

-- Francamente humana você é inacreditável! -- Agora ele olhava em meus olhos.

-- Eu? Poseidon você consegue perceber que em nenhum momento deixou claro o que sente? As vezes parece que só quer a minha devoção fora nosso atos carnais. -- O deus passou a mão pelo rosto.

-- Quer saber foda-se,  essa conversa não vai nos levar a lugar nenhum, vamos para aquele inferno de uma vez. -- E assim nos levou de volta. -- E quer saber não precisa voltar pro meu quarto, pode ficar no seu ou aonde quiser! -- A muralha de água cedeu e o deus entrou sozinho no salão, estava visivelmente emburrado com o semblante mais fechado do que o comum e a primeira coisa que fez foi usar praticamente um tsunami dentro daquele local dispersando os convidados para todos os lados antes de se juntar a Hades que deu algumas batidinhas em suas costas, a festa voltou ao normal como se ele não tivesse literalmente explodido e eu adentrei o salão completamente confusa, essa é a primeira vez que vejo Poseidon frustrado.

Por Poseidon,

Eu estou tão puto que sou capaz de matar todos os meus irmãos para que parem de me olhar come esse semblante de pena, Adamas não ousou se aproximar e Zeus estava com ele, já que Hades deixou claro que iria me acalmar e quando olhei para trás Perséfone e Hermes estavam com Sn, essa mulher...

-- Poderiam ter brigado depois da festa. -- Hades me entregou uma taça de vinho.

-- Irmão não comece. -- Ele me olhou com um sorriso de lado. 

-- Eu não sei o que ela fez com você, mas está mais maleável. -- Revirei os olhos. 

Essa humana parece que sofreu amnésia, todos de Atlântida já a tratam como a porra da imperatriz do mar será que ela não vê onde quero chegar? Meu pensamento foi interrompido por Hades que me olhou de lado.

-- Você a ama e não está sabendo lidar. -- Só pelo meu olhar de ódio meu irmão gargalhou é inacreditável o quanto ele me desteme. -- Não fique com essa cara, parece aquela criança emburrada que sempre perdia pra mim no xadrez, mudarei de assunto por respeito a Sn. -- Implicou. -- Grisha está nos meus mares fazendo um belo trabalho, parece que aquela bela deusa está tentando lhe compensar.

Respirei pesado.

-- Mande-a retornar para o Palácio eu fui claro sobre o que ocorreria caso sobrevivesse. Agora preciso descobrir quem foi que aprontou essa merda. -- Revirei meus olhos, como se eu não soubesse que isso tudo é armação de Zeus. 

-- Pelo que entendo Perséfone ficou revoltada com essa ideia do nosso irmão mais novo e pelo visto Adamas está junto, acho que ele quer se desculpar pelo que fez. -- Hades sempre pensa na família, mesmo quando sabemos que eles devem ser punidos.

-- Adamas não é capaz de algo tão penoso e eu não o perdoarei, ele é indigno. Sei que Perséfone não está envolvida nessa merda e  pode deixar que cuidarei disso pessoalmente. -- Respondi calmamente bebendo mais.

-- Só não vá matar seus irmãos. -- Hades me encarou e olhei em direção a Sn, tão bela e rindo ao lado de Hermes e por um momento me recordei de que preciso terminar de ler seu livro.

.

..

...

Eu estou inegavelmente bêbado, com o passar das horas a festa so me serviu para isso, beber e remoer o que essa mulher desperta em mim e agora estou aqui andando pelos corredores em direção ao meu quarto, ultimamente Sn possui um cheiro tão forte que não preciso me aproximar muito para sentir, como por exemplo agora que sei que está por perto e murmurando sozinha, mudei o curso do meu caminho indo até ela. Notei-a encostada na parede alisando o próprio tornozelo, deve está bem cansada dessa festa, ocultei minha presença me aproximando apenas para notar Perséfone se aproximar:

-- Cansou da festa? -- Minha cunhada perguntou.

-- Sim, só estou um pouco confusa com certos sentimentos. -- Ela sussurrou e a ruiva olhou em minha direção afinal sabe que estou aqui. Perséfone tomou as mãos de Sn e sorriu amavelmente.

-- Sabe querida, há muitas formas diferentes de demonstrar amor. Poseidon é um turrão, as vezes um zé ruela de cabeça vazia, mas eu nunca o vi tão apaixonado em toda a minha vida. -- Essa desgraçada... Não sei se agradeço ou mando-a para onde o sol não bate.

-- Perséfone podemos conversar sobre isso depois, eu realmente preciso dormir. Creio que bebi algo alcoólico por acidente. -- Sn se afastou depois que minha cunhada assentiu lhe dando o braço e por um segundo me questionei a respeito do que ela bebeu.

Lembrando que a visão da Sn  sobre a festa ainda não foi contada, volto quando der. 

Até a próxima 😘