38.O amor por uma deusa
Por Hermes,
As portas de minha casa foram abertas e por ela uma das deusas mais belas do Olimpo desfilou, seu traje escuro parecia venerar seu corpo quando ela se aproximou espalmando a mesa.
-- Me dê um bom motivo para não brigar com você. -- Seus fios ruivos caiam pelo ombro e sorri, Persefone com raiva aparenta ser Hades de vestido. Suspirei tranquilamente antes de me recostar e olhar em seus olhos:
-- Sn é motivo o suficiente para você? -- A aura dela voltou a ser praticamente angelical enquanto se sentou na cadeira a minha frente. -- Mandarei que sirvam o almoço e depois podemos conversar?
Ela sorriu.
-- Hermes meu bem. Somos deuses não me enrole, sabe que detesto essa situação, estou em um trabalho maravilhoso bancando a cupido do ingrato do Poseidon. -- Ela Sussurrou como se não quisesse que o cupido escutasse e meu sorriso involuntário deixou claro que sua ideia parecia fofa. -- Ande Hermes! Não me faça esperar.
Dei um breve suspiro antes de lhe olhar:
-- Ok, Lady. Leia isso por favor. -- Entreguei os livros, Perséfone com a deusa que é leu cada página rapidamente e depois emudeceu, como se pensasse a respeito. Seu semblante se amorteceu quando leu a carta de Seth e depois mencionei sobre o que os deuses me contaram e pude sentir a aura dela pesar. -- E então o que acha disso tudo?
Perséfone suspirou.
-- Não é óbvio caro Hermes? Somos o vínculo dessa destruição toda, Adeiázo deseja recolher os sentimentos que deixou, através da dor, mágoa e sofrimento e para isso precisará ter contato com aquelas mitologias que favoreceu, seria como despertar em meio a fúria. Sn teve contato com o Olimpo através de você, fez com que um Deus grego se apaixonasse perdidamente por ela, teve contato com Asgard através de Thor que também se interessou e com o submundo através de mim, quais faltam? -- Pareceu pensar.
-- Se as palavras daquele livro estiverem certas faltam os egípcios e os hindus.
-- Então não há motivos para se preocupar, por mais que Sn tenha contato com eles eu duvido que criará um vínculo tão forte quanto o que possui conosco e mesmo que crie não ficarei distante, você mesmo entende que há mais de uma forma de se interpretar uma maldição, despertar ou seja lá a forma como costuma chamar, agora vai se afastar dela simplesmente para protegê-la? Me parece uma ideia muito idiota já que Poseidon não fará isso de forma alguma. Deixe que Sn decida e sei que ela será perfeitamente capaz de lidar com seus poderes, só precisamos instruí-la melhor e outra -- Perséfone pegou o livro -- Vou entregar esse livro a Poseidon e obrigá-lo a ler se for necessário, ele precisa saber com o que está lidando.
Ela se levantou e apenas arfei, Perséfone teria que enfiar o livro goela abaixo para que Poseidon o lê-se, porém só de afirmar que há uma forma de conter isso me sinto culpado. Realmente gosto de Sn, ela se tornou uma boa amiga e seria triste vê-la se consumir sem poder fazer nada.
Por Sn,
Poseidon estava a me encantar, ao ponto de eu não ligar para sua destra em minha cintura e em seu corpo próximo ao meu, estamos no fundo do mar onde alguma sereias estão nadando, vi também os polvos e alguns peixes diferentes, tubarões e até mesmo águas-vivas, esse deus realmente não se dá conta do quanto me afeta quando age dessa maneira.
-- Não toque neles, diferente dos outros eles irão se defender, mesmo com a minha interferência não posso afirmar que lhe reconhecerão.
-- E por que o fariam?
-- O anel em seu dedo Sn, ele tem bem mais do que ouro. --Sua mão deslizou pela minha cintura e me afastei levemente:
-- Podemos subir? -- Após afirmar Poseidon me levou para a biblioteca central, aparentemente haviam mini deuses e deusas que queria vê-lo, ou seja crianças eufóricas que se mantinham em silêncio conforme ele passava por elas e encarava a bibliotecária e eu bem... Fiquei ali observando, o deus dos deuses como se intitulou, aquele que mais parece que vai matar qualquer um que não faz o que ele quer, se sentou em um trono e pegou um livro o lendo enquanto as crianças se sentavam e o observavam com os olhos brilhando. Céus se tivessem me contado que um dia eu veria esse momento desde que cheguei aqui, jamais acreditaria, peguei um livro qualquer e fui até a mesa mais próxima queria assistir á esse feito.
O deus dos mares, o temido Poseidon lia para as crianças e quando acabou o capítulo ele me olhou seriamente antes de entregar o livro na mão de uma delas e vir ao meu encontro.
-- O quê eu em você? -- sussurrei deixando meu livro de lado.
-- Se refere as crianças? -- Confirmei. -- Culpa de Perséfone, minha cunhada bocuda deu sua palavra em meu lugar afirmando que eu, o todo poderoso Poseidon leria para as crianças que tanto me admiram e sinceramente eu gosto de crianças então não vi problema algum.
Novamente me espantei. Em nenhum momento ele olhou nos olhos dos pequenos, mas sua costumeira aura ameaçadora não estava presente, passamos um tempo na ala da biblioteca enquanto eu lia um livro ele me observava em silêncio, quando cheguei na metade desisti, a situação já estava desconfortável já que Poseidon passou a ser rodeado de deusas e deuses menores.
-- Será que podemos voltar? -- Sussurrei.
-- Quer ir para casa? Ou prefere um lugar mais reservado?
-- Poseidon não pense besteiras. -- Sussurrei.
-- A única que está com a mente suja é você. Quero levá-la para conhecer o restante da cidade já foi no primeiro anel? -- Neguei. -- Então iremos. -- Ele me estendeu a mão ao qual aceitei, essa é a primeira vez que esse deus faz questão de ser visto comigo. Poseidon não nos teleportou, pelo contrário, andamos até eu me cansar e então paramos para beber algo, quer dizer, eu bebi, já que a cede não lhe afeta e agora voltamos a andar, pude sentir um leque frio me refrescando e um sombra pairando acima da minha cabeça só para notar que se tratava de borbulhas de água. -- Está bem quente e você está se cansando fácil, talvez eu deva levá-la para casa.
-- Não. -- Segurei em seu tridente retirando minha mão em seguida, notando tudo ao meu redor cada vez mais belo, voltamos a andar em um silêncio confortável. Como se pela primeira vez eu realmente me sentisse completamente feliz ao lado dele, sem toda a confusão que geralmente nos rodeia pelo gênio impossível que possui, talvez leveza defina o que sinto no momento.
Poseidon segurou em minha cintura me fazendo parar e encarar a paisagem a frente.
-- Eu não sabia que existia algo assim em Atlântida.
Ele riu.
-- Temos comércio Sn, acha mesmo que não teríamos um porto? Vamos? -- Poseidon me ofereceu o braço e mesmo relutante eu aceitei, ainda custo a acreditar que esse deus está fazendo algo de forma tão espontânea, porém, quando eu vi as colunas de mármore e os navios tão bem estruturados que deixavam qualquer um de meu país para trás, soube que meu dia seria magnífico e com isso não parei de sorrir.
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