35. As mudanças de um deus

Sei que estão passando raiva com Poseidon, mas uma hora melhora...
Porém esse dia não é hoje.
Pré -revisado, boa leitura.


As mudanças de um Deus



Por Poseidon,

Ter Sn tão perto está me deixando maluco, principalmente quando retribui a qualquer ato meu e me afasta. Entrei em minha sala respirando fundo para que não propagasse a raiva que está esvaindo pelos meus poros pela recente discursão e ao fechar a porta dei de cara com Perséfone sentada em meu trono com uma enorme quantidade de flores expostas em minha mesa.

-- O que é isso? -- Indaguei e ela sorriu se levantando e vindo até mim me dar um abraço como se fosse uma mãe a receber um filho.

-- São os meus métodos infalíveis pra você conquistar a sua futura esposa. 

-- Você só pode estar brincando Perséfone! 

Ela riu antes de me puxar pela mão até a mesa.

-- Deixe o tridente de lado. -- Apertei em minha mão e fiquei sério -- AGORA!

Respirei fundo. Deixando meu tridente sobre meu trono porque eu quero e não por uma ordem.

-- Quem te mandou? Zeus ou Hades?

Ela despetalava uma rosa cheirando no processo e me olhou de canto sorrindo antes de responder:

-- Ambos pediram por ajuda. Segundo eles você anda aprontando demais para um ser dado como perfeito. Briga no Olimpo com outro deus, discursão, ameaça ao seu irmão. O que aconteceu com você?

Passei a destra pelos meus fios, Perséfone é de confiança e talvez possa me ajudar. 

-- A Sn aconteceu. -- Ela parou tudo o que estava fazendo, nunca conversei a respeito de qualquer coisa relacionado a mim e agora minha cunhada me observava, respirei fundo assumindo que preciso entender essa humana -- Te contarei do começo... 

Passei praticamente meia hora falando e ela riu, antes de estapear meu braço. Nesse meio tempo vieram nos servir vinho e pães além de todas as que entraram aqui foram bem recebidas por ela.

-- Você se comportou como um ogro. Se eu fosse ela já teria enfiado esse tridente no seu estômago! 

-- Esta exagerando Perséfone, eu dei tudo a ela. Coloquei Atlântida literalmente nos pés dela. Se ela quiser pintar a porra do meu castelo de rosa eu não me importo, se quiser passar os dias lendo em cada canto desse mundo ou até mesmo degustar as melhores bebidas poderá, viajar todos os reinos, eu concederei. Tudo o que ela quer é dela então não seja tão dramática. -- Revirei meus olhos, essa é a primeira vez na minha vida que estou conversando a respeito de algo tão... Fútil.

-- Você a tratou como um objeto. Será que não consegue perceber que nós não gostamos disso?  Que talvez se começasse a demonstrar que se importa, ela não terá motivos para lhe recusar? Ou vai deixar que Thor fique com ela, por que eu aposto que ele sabe jogar melhor do que você.

Meu olhar mortal para com ela não fez efeito, a mesma apenas sorriu antes de voltar a me encarar.

-- Foi o que pensei. Você disse que ela gostou de ver as baleias e os golfinhos, assim como a cidade então por que não demonstra mais dessa generosidade e bom senso e começa a tratá-la da forma com a observa?

-- Não sei a que se refere.

-- Claro que não querido cunhado, só está perdidamente apaixonado e não sabe lidar com isso, essa é a primeira vez que ama tão intensamente não é? -- Me levantei pegando meu tridente e ela riu.

-- Tenho mais o que fazer Perséfone não posso passar meu dia com você!

-- Claro que não e deixarei esse palácio descente e ah propósito seus irmãos estarão no salão em algumas horas para a sua festinha! E lembre-se Sn é uma mulher doce e diferente do que você conhece, ela não vai aceitá-lo até sentir que se arrependeu e pedir desculpas, repita comigo Pose: DES-CUL-PAS.

A ignorei por completo. Um deus nunca se desculpa, somos perfeitos e que merda de festa é essa que eu não estou sabendo?

Retornei para o meu quarto encontrando Sn vestida com um belo vestido azul claro de mangas vazadas e decote, seus cabelos estão presos em uma trança que sei que acabou de fazer e ainda estão úmidos. A mesma parece perdida olhando para o bracelete em seu pulso sem sorriso algum, me aproximei tirando qualquer resquício de água de seus cabelos.

-- Precisamos conversar Sn... -- Ela não me olhou, então me sentei ao seu lado.

-- O que você quer dessa vez? -- Apesar de não gostar do tom, não irei rebater, tentarei seguir o conselho de Perséfone.

-- Quero saber por que está no quarto quando Atlântida te espera. -- Desconversei.

-- Estou cansada, meu corpo está pesado. -- Desviei meu olhar para ela.

-- Sente fome, dores nas costas e sono também?

Ela suspirou.

-- Céus Poseidon! Eu não estou grávida!

Ainda não, foi o pensamento que me ocorreu.

-- E é tudo culpa dessa pulseira sua, depois dela foi que fiquei assim! -- Reclamou e puxei seu braço para o meu colo, coloquei um pouco de força para retirar a peça de ouro e quando finalmente o fiz ela me encarou confusa. -- Não pense que irei agradecer pelo mínimo.

Não contive meu sorriso, fechei o bracelete em minha mão e ao abrir ele era um anel fino...

-- Como...

-- Te avisei que tudo poderia mudar de acordo com sua vontade, mas você não pareceu entender, puxei seus dedos e coloquei o anel em seu anelar direito. -- Se a machucar novamente venha até mim, não vou mais lhe prender.

Ela piscou diversas vezes.

-- Espera Poseidon está dizendo que eu posso voltar para a terra a hora que eu quiser? 

-- Sn... Não abuse tanto. Todo e qualquer reino não humano está a sua disposição para ser visitado. -- Me levantei disposto a sair do quarto e ela segurou em meu pulso. 

-- Como farei isso?

-- Por enquanto posso levá-la, há Hermes também com quem adora escapar e pode pedir cartas de envio a ele. Assim conseguirá viajar sem problemas e o anel lhe fornecerá proteção.

Ela sorriu como se estivesse satisfeita com o fato de não estar presa aqui, se é que algum dia realmente esteve e vê-la desse jeito me deixou inerte, mal dei por mim e já havia pressionado os seus lábios, essa mulher está me matando. Ela correspondeu como sempre faz, creio que minha influência a respeito de seus desejos seja maior do que os sentimentos que ela externaliza quando me nega, sua esquerda estava em meus cabelos quando puxei-a para meus braços me sentando em meu trono, alisei sua coxa subindo seu vestido e apertando sua bunda.

-- Abre as pernas Sn... -- Sussurrei afastando nossas bocas e ela pareceu voltar a si, ficando de pé e olhando para o meio das minhas pernas, obvio que estou excitado. Essa humana está se tornando uma maldita e irreparável perdição e pelo menos para mim mesmo não consigo mais esconder tal detalhe. -- Por acaso vai sair assim? Está tão quente... -- Fiquei de pé e me aproximei notando que ela ia de encontro a parede onde seu corpo encostou, uma péssima escolha se queria escapar de mim ou se convencer disso.

-- Um banho vai resolver! -- Parecia estar tentando se convencer e resolvi me divertir. Não é que eu seja um tremendo de um filho da puta, mas, sou um deus e como tal devo ter o que EU quero, e no momento isso implica em levá-la ao seu próprio limite.
Pressionei seu corpo e ela se desesperou.

-- Quer que eu me afaste Sn? -- Ela não disse nada, olhando em seus olhos peguei-a nos braços e retornei para o trono da varanda na mesma posição de antes. -- Vamos tentar de novo: abre as pernas pra mim...

Ralhei meu nariz em seu pescoço enquanto minha mão levantava o seu vestido ouvindo-a gemer baixinho e respirar intensamente conforme suguei sua pele e rapidamente notei quando pulou do meu colo, olhou em meus olhos e saiu correndo, mas que porra foi essa?



Por Sn,

Eu quero chorar, me sinto frustrada por não resistir e meu corpo chega a doer por ter o impedido, essa vontade que queima dentro de mim está me fazendo mal.
Em dado momento respirei fundo pondo meus pensamentos em ordem, voltar para aquele quarto e me entregar para ele seria carnalmente satisfatório porém, minha consciência me mataria pela manhã e não faria com qualquer outro pois, realmente anseio que seja ele nesse momento, respirei fundo tomando minha decisão, entrei em um dos quartos e me deparei com muitas flores e um perfume intenso tão bom quanto inebriante.

-- Bom dia! -- Uma mulher usando um vestido preto apareceu, seus longos cabelos ruivos beiravam a perfeição quando me olhou sorrindo e reconheci quem é me curvando no processo.

-- Desculpe eu não sabia que estava ocupado. -- Ela sorriu se aproximando e me abraçando.

-- Sn eu que sou a visita em sua casa, se tem alguém que deve se curvar sou eu. -- Riu de leve. -- Parece suada e cansada, talvez um banho lhe faça bem. Estou indo as termas se quiser me acompanhar. -- Perséfone sorriu e me senti muito acolhida, respirei fundo, ando tão confusa que não sei mais em quem confiar. Concordando ela enlaçou o meu braço me puxando para fora do cômodo e ao passarmos pelo corredor demos de cara com Poseidon e obviamente eu desviei o olhar.

-- Onde vai levá-la?

-- Relaxe Pose. Não vou sequestrar sua rainha, vamos apenas ter um momento de meninas. Agora seja um bom cunhado e mande preparar algo pra nós e antes que eu me esqueça Hades e Zeus já estão a sua espera. -- Ela riu.

-- Perséfone sua desgraçada.

-- Também te amo Pose agora leva essa bundinha pro salão, anda e vá conversar com seus irmãos. -- O Imperador do mar não a respondeu, mas era possível sentir as paredes tremerem deixando claro que estava revoltado. -- Deuses. -- Ela revirou os olhos.

-- Como você consegue? -- Sussurrei.

-- Consigo o quê?

-- Ser assim, sem sentir medo ou possuir ressalvas? Afinal Poseidon não parece ter muito juízo.

-- E não tem, mas o medo não nos leva a lugar algum e eu sou praticamente a mãe que esse idiota não teve.  -- Revirou os olhos. -- Hades mimou muito os irmãos então já sabe por que são assim.

-- Mas deusa Perséfone a senhora é filha de Zeus, as idades não batem e...

-- Não fique confusa, quando me casei com Hades, Poseidon já era um deus completo de opiniões formadas, porém parecia cada vez mais distante. Hades era o único que conseguia conversar com ele e com o tempo nos aproximamos e mesmo que ele não pedisse ou fingisse me escutar eu lhe dava conselhos e hoje somos uma boa família.

Compreendi suas palavras e sorri. Não faria mais perguntas.

-- Agora vamos comer, preciso de um bom chá e doces. -- Meus olhos se alarmaram e soltei o braço dela.

-- Céus! Eu esqueci de Hermes. Senhora Perséfone podemos nos ver daqui a pouco? Preciso pedir para Camilla preparar um chá e organizar um certo local. -- Ela sorriu me encarando.

-- Estarei na fonte e mesmo que não queira já está se portando como a regente de Atlântida. -- Quando ela se afastou pisquei diversas vezes, não concordo com isso. Ergui a barra do meu vestido e corri até a cozinha, esbaforida me apoiei no arco da porta e respirei profundamente.

-- Minha senhora deseja algo?

-- Camilla por favor, você consegue preparar um chá da tarde e uma tenda confortável no ponto mais alto de Atlântida? -- Ela assentiu.

-- Devo mandar que preparem a Carruagem? -- Por um momento pensei e decidi aceitar do contrário ficarei muito cansada até lá.

-- E convide suas irmãs. Você irá comigo, afinal é uma tarde das sereias com a visita de um bom amigo. -- Sorri e ela assentiu. -- Quer dizer, você quer ir?

-- Me sinto honrada pelo convite. Irei sim. -- Sorrimos uma para outra.

-- Agora preciso que faça bolos, chás e torta, além de sucos, prepare em larga escala e separe um pouco acima da metade para o palácio e o restante para a nossa tarde. Agora preciso encontrar Perséfone...

-- Se me permite ela está na fonte pérola é a favorita dela, tanto que o deus dos mares quase mudou o nome para fonte Perséfone.

Fiquei confusa, nunca imaginei que Poseidon fosse capaz disso.

-- Trabalha para ele a muito tempo não é? -- Ela sorriu.

-- Se fosse em anos humanos, trabalho para o imperador desde os meus quinze e sou muito feliz aqui.

-- E por que nunca te vi antes? Quer dizer estou nesse mundo há muito tempo. -- Indaguei.

-- Raramente fico no castelo. Diferente de muitas que trabalharam aqui nunca almejei estar com o imperador física ou sexualmente e sim servir ao deus dos deuses. -- O sorriso de Camilla é doce e me lembra muito de mim mesmo quando eu o servia tão fielmente.

-- Então deve ser a primeira. -- Rir do meu comentário infame levando-a rir também, jamais atentarei contra sua fé ou vertentes pelo que passei com Poseidon e tudo nesse palácio está mais leve depois que Grisha e as outras foram embora, ouso dizer que estou me sentindo mais segura.

-- Quer que te guie até lá senhorita Sn? -- Camilla sugeriu.

-- Não, você tem muito o que fazer, pode deixar que eu me viro. Fora que moro aqui então preciso conhecer o meu lar e antes que me esqueça prepare o que você gosta de comer também, afinal fará parte dessa tarde.

Me despedi de Camilla e levantei a barra do meu vestido vagando pelos corredores até me deparar com o nada, eu não faço ideia de onde estou só há uma porta aqui e por que essa ala é tão escura? Tentei abrir a porta e ela não cedeu, forcei novamente mesmo que  eu saiba que estou errada em invadir um espaço como esse, mas no fim a porta abriu sozinha e notei o anel em meu dedo brilhar, adentrei o espaço notando como parecia estar em uma prisão todas as muralhas de pedra tão altas que o sol não adentrava esse lugar, as águas em volta são tão escuras que parecem ser a noite e pela passagem de pedra que estou sinto frio, muito frio. E a minha frente a visão que fez meu corpo paralisar de medo.


Isso Perséfone e se preparem, pois, essa maravilhosa ainda tem mais coisa pra falar...

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