33.Me recuso a ser uma deusa

Eu finalmente terminei minhas pinturas, estou no mesmo ponto de antes e as sereias estão comigo, olhando o meu quadro de Atlântida, geralmente demoro meses para terminar uma composição, mas Poseidon me fez passar tanta raiva que acabei em instantes.

-- Sn você é muito talentosa. -- Uma delas falou e olhei para a pintura que fazia estava belíssima.

-- Assim como você, essa árvore está sublime, se por mais verde no topo ficará ainda mais real. -- Os orbes azuis dela brilharam.

-- Você conseguiu enxergar o que fiz?  Como soube que era uma árvore.

Ela parecia emocionada.

-- Pois foi o que você desenhou. -- Ela me olhou mais uma vez antes de retornar a pintura, havia outra sereia a minha direita, essa estava trançando o meu cabelo que agora bate abaixo do quadril e mais uma deitada a frente lendo um livro de romance.

-- Então isso é o comportamento humano? -- Questionou a que estava com o livro.

-- Não esse é o comportamento de dois seres apaixonados, esse livro não é de meu mundo. -- Sorri.

-- Ah então podemos dizer que a forma como o imperador te trata é igual, ele deve estar completamente apaixonado.

-- Na terra eles falam que ele foi encoleirado. -- A sereia que terminava meu cabelo riu e achei desnecessário explicar minha situação com Poseidon então apenas revirei os olhos.

-- É sério Sn pode não acreditar em nós, mas você pode exigir tudo o que quiser de um homem apaixonado e ele te dará, agora imagine de um deus. É capaz dele por o mundo aos seus pés. -- Tentei não me importar com isso, já que essa definição em nada se aplica no amor. Nunca me apaixonei antes, mas sei que amor não se trata dessa condição.

-- A Sn ele te ama muito. Nunca vimos o Imperador dos mares ameaçar afundar o próprio reino por tentarem contra a vida de alguém. Nem mesmo quando Anfitrite o deixou isso ocorreu e olha que nossa nereida favorita é tão bonita quanto você.

Tal informação me deixou abismada.

-- Está exagerando Liza, a Sn tem uma beleza única. Anfitrite é linda, mas a Sn consegue prender o Imperador sem esforço e sabemos como ele se apegou... -- Senti meu rosto se consumir em vergonha e tentei não demonstrar

-- Poderia me explicar melhor? O caso da cidade é claro.

-- Claro. -- A sereia que estava lendo deixou o livro. -- Os golfinhos que se encantaram por você adoram ficar em nosso reino nos mares do Atlântico então meio que nos informaram quando Poseidon puniu Grisha, na verdade ainda está punindo por tentar te matar, mas antes disso ele desceu com tanta raiva do Olimpo que parecia estar possuído, ao levantar ondas tão grandes capazes de afundar Atlântida.

-- E não para por aí. Sabemos que ele te levou para ver as baleias e para dentro do oceano para que ficasse com os golfinhos e por aí vai, fora todo o apreço que ele demonstra. Nenhuma outra deusa pode morar no palácio, dormir em sua cama, desfrutar de tudo o que quiser além do próprio Poseidon, ou seja, você é muito especial e na minha opinião é mulher demais para ele.

As outras riram.

-- Todas nos achamos isso, o imperador é meio estressado e arrogante. Você é doce demais e frágil, além de ser humilde o que não condiz em nada com aquele deus e se quer lidar com ele precisará entrar em seu jogo.

-- Será que podemos mudar de assunto? -- Absorvi suas palavras com clareza, mas não quero levar isso a frente, só quero minha vida de volta e após esse quadro não tem mais nada em Atlântida para documentar além das espécies.

-- Sn você já pensou em ter filhos?

-- Mas que tipo de pergunta é essa? -- Sussurrou.

-- Rola boatos de que a mulher do Imperador está grávida então estamos curiosas. -- Céus! Em um movimento rápido acabei sujando meu rosto e vestes de tinta, que droga, detesto esse tipo de pergunta.

-- Os deuses são todos fofoqueiros! E não sou a mulher dele. -- Sussurrei e todas gargalharam.

-- Todos são extremamente entediados, a fofoca é algo comum. E esse bracelete em seu pulso diz o contrário. -- Continuamos a  pintar e devo admitir que até dei boas risadas quando me contaram de umas peripécias que fizeram quando estavam na superfície.
Céus! Essas meninas são muito divertidas. Por volta da hora do almoço duas criaturas se aproximaram e percebi que nos livros são chamados de cavalos marinhos e são muito fofos e bonitos, a diferença é que são enormes. Não entendi nada do que tentavam dizer, mas para a minha sorte as sereias sabiam exatamente o que estava acontecendo.

-- Eles estão aqui para levá-la ao palácio. Há uma carruagem lhe esperando e não precisa se preocupar com suas coisas, pois serão entregues no vosso quarto. -- Pisquei diversas vezes, não há necessidade de uma carruagem, mesmo que o palácio seja bem distante afinal é no anel superior ou seja, três acima deste, mas vim até aqui tão rápido que nem percebi, na verdade não me lembro de ter sequer me cansado ou dados mais do que quinze passos.

-- Eles estão perguntando se podem ir. -- Assenti me despedindo delas que sorriam e me agradeciam além de me convidarem para tomar um chá na biblioteca central da cidade algo que me deixou extremamente feliz, principalmente por saber que há uma área externa para comer enquanto se lê.
Segui os cavalos marinhos até a  carruagem e ao adentrar notei o quão confortável é e que havia uma carta sobre um dos assentos:

Em breve nos
Veremos, trouxe
Um souvenir que te
Deixará tão feliz.
Com carinho,
Hermes.

Li suas curtas palavras e fiquei feliz, Hermes tem sido um bom amigo, mesmo com toda aquela certeza de que sou uma deusa e agora só quero deixar esses assuntos de lado, talvez se eu fosse uma deusa, Poseidon não estaria tão interessado. Ao chegarmos no palácio havia uma mulher de cabelos castanhos e sorriso singelo.

-- Bem vinda senhora. -- Se curvou me deixando confusa. -- Sou Camilla sua nova ajudante, a senhorita já conheceu minhas irmãs, Ariana, Helena e Liza.

Por um instante senti meu corpo relaxar afinal tais sereias são as que estou ensinando a pintar e conto histórias e, em contrapartida aprendo sobre a diversidade entre os seres do mar e mais coisas que prefiro não relevar pelo teor leviano. 

-- Elas são ótimas. -- Perguntei.

-- Assim como a senhora. O Imperador me pediu para auxilia-la com as funções do palácio.

Fiquei confusa.

-- Que funções?

-- O palácio inteiro. Como futura soberana as funções principais são suas enquanto o Imperador fica responsável pela política dos deuses e de Atlântida.

Esse loiro só pode estar brincando comigo, respirei fundo e fui até ela.

-- Eu preciso de um banho.

-- Calma senhora antes disso o Imperador queria lhe encontrar pessoalmente.

Tive de rir.

-- Pois ele que espere. -- Comecei a andar em direção ao meu quarto, ao melhor nosso.

-- Senhorita o que deseja comer em seu almoço?

-- Tanto faz, não me importo muito. A comida de Grisha era uma delícia, mas se eu puder pedir, será que há uma sobremesa?

-- Será feita da forma que a senhorita pedir.

-- Então uma torta de amora por-favor. Comi na casa Hermes e fiquei maravilhada.

-- Mandarei que apronte e se me permite sugerir um sorvete de creme cairia bem para acompanhar. -- Bom, nunca comi isso então, por que não?

-- Por mim tudo bem. -- Sorri antes de me despedi dela e adentrei o quarto me olhei no espelho notando como a trança estava bonita e minhas roupas sujas de tinta assim como meu rosto, aproveitei que Poseidon deve estar bem ocupado para não me importunar e segui para a terma tirei minhas roupas e deixei sobre uma das banquetas dobradas, adentrei a fonte de água quente sentindo meus pés relaxarem. Realmente as roupas gregas são mais confortáveis, fechei meus olhos sentindo meus cabelos molharem levemente e meu corpo relaxar, talvez tenha passado tempo demais ali pois meu corpo foi tomado de forma leve como se água me abraçasse e senti minhas pernas serem massageada o que me fez abrir os olhos.

-- O que pensa que está fazendo? -- Observei Poseidon tirar as roupas e adentrar a terma, céus que vergonha! Nunca vou me acostumar com isso.

-- Parece cansada sua insolente. -- Se aproximou, me puxando em sua direção.

-- E você está me atrapalhando. -- Virei o rosto e ele riu passando o dedão na minha bochecha tirando a tinta, depois desceu para o meu torso removendo todo o resquício.

-- Só quero que você relaxe Sn, mais tarde iremos ao Olimpo e acho bom você se comportar.

-- Não sou um bichinho Poseidon e o único que deu vexame foi você. -- Senti as águas massagearem minhas coxas e revirei os olhos estava tão bom e realmente andar até o topo para ter uma vista melhor da cidade foi uma péssima ideia, meus cabelos foram postos de lado e novamente beijos foram dados no meu ombro.

-- Você está sensível Sn, está me deixando louco e não vai gostar quando eu for matar essa vontade.

-- E quem te garante que vai matar? -- O corpo nu dele encostou no meu e senti sua ereção bater na minha bunda. -- Você não merece sequer a minha presença Poseidon quem dirá estar entre minhas pernas. -- Senti meu rosto aquecer e ele riu.

-- Humana, não me provoque agora terminemos esse banho, a comida já está na mesa. -- Olhei para ele descrente e assim terminamos o nosso que deveria ser meu banho, Poseidon vestiu-se rapidamente enquanto eu me enrolei na toalha e fui até o armário ao chegar lá senti a água do meu cabelo ser puxada e retornar a terma enquanto olhava para as opções a minha frente, peguei um conjunto íntimo que Hrist e Randgriz me explicaram ser calcinha e sutiã e vesti apenas a calcinha depois optei por um vestido visto que Hermes muitas vezes me avisou sobre estar vestida a rigor quando caminhasse entre os deuses, optei por um verde claro com feixo simples e depois calcei minhas sandálias saindo do quarto e dando de cara com Camilla.

-- O Imperador pediu para que verificasse se precisa de algo.

Não estou gostando de toda essa atenção, mas por hora não há o que dizer.

-- Não preciso, mas obrigada. Está dispensada de suas funções por hoje. -- Sorri e ela me olhou com carinho, segui até a sala de jantar sentindo novamente meu rosto aquecer, toda vez que adentro esse local me lembro de estar sobre a mesa com ele entre minhas pernas e a vergonha me consome. Me sentei ao seu lado observando-o Poseidon estava com alguns papéis em mãos e após lê-los obviamente em silêncio me olhou:

-- Você gosta de gastar o meu ouro não é mesmo humana? -- Serviu uma taça e me entregou. -- Aquelas valquírias mercenárias! -- Sussurrou. -- Não vai dizer nada?

Respirei fundo, fiz as contas de propósito, pois estava com raiva dele. Na verdade ainda estou.

-- Não há muito o que dizer, eu precisei de roupas, Asgard é bem fria e você não liga de pagar. -- Afirmei.

-- Não ligo mesmo. Gosto quando está bem vestida, se bem que a prefiro sem nada. -- Revirei meus olhos. -- E antes que reclame não é vinho em seu copo, é suco de maçã.

Eu até acredito nele, mas não consegui beber. Não quando da última vez praticamente morri, ele pareceu entender o meu receio pois, pegou o copo de minhas mãos e levou até os lábios desgustando.

-- Agora beba, o único erro nesse suco foi o excesso de fruta. -- Reclamou e por um lado me senti aliviada e quando ele me devolveu a taça tomei um gole sentindo levemente azedo e apesar do néctar doce da maçã, colocamos nossas comidas nos pratos e passamos a comer em um silêncio confortável e no fim da refeição trouxeram minha torta de amora e o tal do sorvete. Poseidon quis me servir e deixei, é no mínimo engraçado que esse deus queira fazer tanto por um ser humano. -- Prove com o sorvete em cima, eu prefiro a torta de banana, mas a de amora também ficará boa.

Segui sua recomendação e me surpreendi, isso é uma delícia.

-- Pelo visto você gostou. Termine de comer e iremos ao Olimpo. -- Ele cortou um pedaço da minha torta e comeu olhando para os meus lábios e assim despertei, não posso ficar tão pensativa com tanto a se fazer.

-- Não. Espera Poseidon, precisamos conversar. -- Por impulso segurei em seu pulso e seus olhos se prenderam nos meus. -- Aquela sereia, a senhorita Camilla me informou que devo cuidar desse palácio e se eu não quiser isso? Futura soberana, é um título ao qual não pretendo ocupar.

Ele respirou fundo antes de apoiar o braço no encosto.

-- E o que você quer humana, trabalhar na biblioteca? -- Concordei de imediato. -- Mas não vai, suas funções serão de regência e aposto que aprenderá facilmente. -- Pisquei desacreditada. Ele está ignorando o fato de que eu não vou aceitá-lo tão facilmente, foi então que me lembrei das sereias falando que eu deveria entrar no jogo dele, mesmo que não seja uma característica minha ser assim.

-- Agora que terminamos podemos ir. -- Afirmei e ele não demonstrou nada além de uma satisfação enorme. Esse deus acha mesmo que vou ficar quieta.

-- Conforme andávamos pelos corredores Poseidon me manteve ao seu lado sem qualquer tipo de contato físico como se quisesse afirmar que lhe pertenço, mas ao mesmo tempo demonstrar que não sou tão importante assim.

...

Mal chegamos no Olimpo quando alguns deuses nos encaravam.

-- Irei ver Hermes. -- Avisei, deixando claro que não serei obrigada a assistir suas reuniões.

-- Faça como quiser. -- E ali estava o verdadeiro deus dos mares, enquanto ele virou a esquerda a caminho do palácio central, eu fui em direção a casa de Hermes precisaria passar pela praça central e o jardim que hoje sei a quem pertence, por isso é tão bonito. No entanto, uma voz familiar fez com que travasse meus passos:

-- Não pensei vê-la nesse reunião Sn. -- Thor estava apoiado em uma das colunas do jardim comendo uvas.

-- E realmente não comparecerei. -- Levantei a barra do vestido para andar melhor e sentei em um dos bancos. -- E você não vai?

Ele se aproximou sentando ao meu lado deixando o cálice de frutas no chão.

-- Eu vim como representante de Odin, mas ele decidiu comparecer de última hora, não é uma reunião para decidir o destino dos humanos ou qualquer coisa do tipo, então não há a necessidade de ficar. Agora -- puxou minha mão em direção ao seus lábios vendo o bracelete e sorrindo. -- Pelo visto há mais sobre você do que realmente sei.

-- Isso não significa nada. -- Fui sincera.

-- Pertence a Poseidon. -- Leu com desdém.

-- Não sou um bichinho ou um objeto para pertencer a alguém e se o deus dos mares não compreende isso, não serei eu a explicar. -- Tentei puxar meu braço e ele me impediu analisando o bracelete.

-- Não é tão simples assim de tirá-lo não é? -- Concordei -- Mas se não é dele, o que acha de ler para mim, estou profundamente entediado.

Deixei um riso escapar.

-- Deus Thor você é um homem que em nada condiz com sua aparência. -- Dessa vez foi ele a rir, antes de se levantar, pegar o cálice com uvas e me oferecer o braço ao qual aceitei, ergui meu vestido e atravessamos o jardim de Aphrodite enquanto ele me contava sobre uma de suas lutas desmotivantes, fiz até algumas perguntas e ele me revelou que uma única vez exterminou um exército de gigantes com um só golpe por acharem que os deuses estavam fracos e atentarem contra Asgard, isso é realmente impressionante. O deus nórdico me guiou para longe até um castelo enorme e com traços Argardianos.

-- Deixe-me adivinhar, essa é a sua morada quando precisa passar a noite aqui?

-- Quase. Ela tá mais para a casa de todos os deuses nórdicos que vem até o Olimpo, mas não é aqui que entraremos e sim ali. -- Desviei meu olhar para um jardim lateral tão belo e imponente que me deixou boquiaberta, mal entramos e notei as almofadas no chão além de um tecido grosso, ele se afastou repousando ali e eu fui em sua direção me sentando com as pernas dobradas para o lado direito, além de ser confortável batia sol na medida certa, como se ele soubesse exatamente o que eu gosto.

-- E o que viemos fazer aqui? -- Ele não me respondeu ao invés disso puxou um livro da pilha que havia ao lado ao qual pela primeira vez não dei importância.

-- Preciso que leia, me parece mais interessante que descubra com seus próprios olhos e assim deitou na almofada enquanto eu abri o livro.

-- "A história não contada de Sn a herdeira do vazio." Deus Thor o que significa isso?

Deixei o livro de lado enquanto ele apoiava o cotovelo direito no acolchoado e me olhava.

-- Todos temos nossas histórias contadas em livros, a biblioteca de Asgard é infinita desde que você seja de suma relevância para a mitologia e pelo visto Hermes não encontrou essa peça, também essa parte do livro estava servindo de apoio a uma das estantes então resolvi lhe dar a verdade.

-- Mas eu não quero. -- Ele riu servindo um pouco de vinho.

-- Uma mulher aventureira que pensa ser humana, uma deusa aprisionada em um corpo frágil, uma mulher curiosa que não quer conhecer a si mesma? Não parece um pouco controverso pra você?

Respirei fundo fechando o livro, essa não sou eu, não pode ser.

-- Façamos o seguinte. Leia mais tarde quando estiver sozinha em seus aposentos, agora que tal me acompanhar em uma disputa?

-- Se concordar em deixar essas sensações esquisitas a meu respeito de lado ficarei feliz. -- Thor se aproximou alisando meu rosto e contornando minha boca.

-- Dessa vez estamos sozinhos e a disputa pode esperar. -- Os lábios dele se aproximaram dos meus e quando os tocou fechei meus olhos, me deixando levar por aquele momento, as mãos de Thor me puxaram para seu colo tornando a posição mais confortável enquanto eu segurei em seus cabelos pela nuca sentindo a maciez de seus fios, sua boca desceu pelo meu pescoço enquanto sua mão subiu por minha coxa levantando o vestido de leve a apertando no processo lhe dei mais espaço e senti sua destra apalpar de leve o meu seio coberto, antes de voltar a me beijar intensamente e de repente meu braço começou a esquentar o que me fez interromper o beijo e me afastar.

-- Acho que devemos ir. -- Algo dentro de mim ressoou conforme ele pegou meu livro, meu braço ainda está quente e Thor percebeu o receio ao me entregar o livro e analisar meu braço. -- Posso lhe perguntar algo?

-- Pelo visto o rei dos mares está te punindo, que ridículo. -- Riu sem humor. -- Faça a sua pergunta.

-- Você sempre suspeitou não é? Que eu sou humana? -- Comentei desviando meu olhar e ele ergueu meu queixo com a ponta de seus dedos.

-- Você parece portar o mistério do universo no seu olhar, não há como ser humana e sobre o fato de suspeitar, bom... Digamos que quando lhe conheci ficou implícito, seu olhar te entrega Sn, tente bancar um ser arrogante se quiser passar no teste. -- Ironizou.

-- E você não os odeia?

-- Não me fizeram nada para isso. Apenas ajo de acordo com os deuses, talvez um dia haja um ser que possa me enfrentar de frente.  -- Comentou.

-- E pensas em um ser humano quando menciona a respeito?

Ele riu de leve.

-- No momento não direi que não, mas é pouco provável que um ser humano aguente minha força.

-- Pode até ser, mas nunca duvide da força da humanidade ou ficará surpreso em como podemos raciocinar em momentos de perigo. -- Ele se aproximou novamente e nossos lábios se tocaram, mas eu me afastei não quero meu braço queimando por contar disso. -- Ainda desejo ver Hermes, preciso ler esse livro com ele. -- Afirmei e Thor suspirou.

-- Te acompanharei até lá, mas que fique claro que não gosto de ter o meu descanso ou minha tarde interrompida por um simples deus.

Senti meu rosto aquecer, afinal Thor tinha planejado passar a tarde comigo no jardim e eu adoraria ter esse momento, poderíamos conversar e nos conhecer mais. Saímos do Jardim da mesma forma que entramos, ele segurando meu livro e eu a barra do vestido com minha outra mão em seu braço cavalheiro numa conversa amigável a respeito das águas de Asgard e de quando seria o próximo torneio ao qual quero presenciar, ao me deixar na porta da casa de Hermes, Thor se aproximou deixando um selar no canto dos meus lábios, porém eu virei meu rosto fazendo com que nossos lábios se tocassem e com um sorriso de lado se despediu.

-- Hermes -- entrei sem bater -- Está aqui?

O barulho de passos se fez presente e dessa vez fiquei ansiosa para vê-lo, queria mostrar o livro para que pudéssemos conversar a respeito, mas ao invés dele o deus em questão que apareceu me deixou apreensiva.

Vestido usado por vocês na capa do capítulo.

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