31.Minha deusa
Eu estou tão confusa, tão... Perdida e talvez, só talvez por esse motivo eu tenha cogitado a hipótese de ficar aqui.
— Hermes podemos ficar? — Sussurrei.
— Sn você não é minha prisioneira.
— Mas não sei retornar. — O vermelho se aproximou.
— Não se preocupe levá-la-ei pessoalmente até o Olimpo, agora se puder me acompanhar. — Ele estendeu a mão e mesmo receosa aceitei.
— Hermes pode ficar com as nossas coisas? — Meu agora amigo concordou e Thor me guiou por um belo jardim até chegarmos á uma mesa repleta de comida e bebida.
— Onde estão os outros? — Ele riu de leve.
— Serei sincero com você, não há. Esse é um encontro particular, apenas para conversarmos um pouco. — Olhei para ele desconfiada. — Não pense mal de mim Sn, apenas não queria perder a oportunidade de conhecê-la melhor.
— E por que disso? — Sussurrei aceitando a cadeira que ele puxava para mim.
— Preciso de um motivo para simplesmente querer a sua companhia? — Desviei meu olhar envergonhado, depois que cheguei a Atlântida nunca tive tal experiência e com as recentes descobertas ainda acho estranho o fato desse deus querer algo comigo. — Gosta de bebidas?
— Sem álcool sim. E você? — Resolvi me abster de tal pensamento, realmente preciso me distrair.
— Cerveja e hidromel, mas lhe acompanharei no suco. Esse foi feito com as melhores laranjas que há aqui. — Me ofereceu um copo ao qual aceitei. — Vamos me conte um pouco sobre o que você gosta.
— Bem... Sou simples demais para um deus. — Respondi ainda na defensiva.
— Não precisa disso Sn. Eu por exemplo, gosto de um bom combate, uma boa bebida e comida, simples assim.
— E não tens um momento de lazer? — Fui levada pela minha curiosidade.
— Quer lazer maior do que comer e beber enquanto ouve uma boa música?
Tive que sorrir.
— Seu sorriso é muito bonito, deveria demonstrá-lo mais vezes.
— Tudo bem Thor você me encabulou, eu gosto de ler e trabalhar em meus mapas e livros. Se bem que a música também é um ótimo lazer. — Comentei.
— Interessante. Talvez você venha mais vezes e possa me fazer companhia com sua bela voz.
Respirei fundo e por um instante nos calamos se concentrando na comida.
— Quando estiver satisfeita me avise, quero levá-la para ver algo. — Concordei limpando meu lábios com o tecido e deixando-o na mesa. Thor me ofereceu seu braço e aceitei, assim andamos pelo restante do jardim, atravessamos a cidade sobre um clima descontraído onde ele me contava a respeito de seis afazeres e respondia as minhas perguntas sobre sua terra natal, até que notei um pequeno barco.
— Você quer que eu entre nesse barco? — Sussurrei.
— Sim um passeio que irá lhe mostrar toda a cidade. — Meus olhos chegaram a brilhar, Thor entrou primeiro e depois me ajudou, me acomodei ao seu lado sentindo uma brisa fria conforme o barco se afastava da costa. Thor não me olhou uma vez sequer com arrogância ou pena, seus olhos pareciam me analisar e foi então que me concentrei em seus longos e sedosos fios, minha mãe tinha os cabelos parecido em tamanho e ele deslisou sua mão por meu braço nesse momento me amaldiçoei por ter esquecido a capa e seu toque em minha pele arrepiada piorou o efeito.
— Por que tanto me olhas?
— Nada, só estava imaginando como faz para enxergar com esses fios cobrindo seus olhos. — Menti.
— Se queria um motivo para mexer em meus cabelos conseguiu. -- Riu de maneira descontraída.
— Você realmente não liga?
Thor pegou minhas mãos e as colocou em volta dos seus cabelos conforme me olhava, eu deslizei minhas mãos por seus fios até chegar na testa e tirar os fios que caiam por seu rosto os prendendo atrás da orelha, notei as marcas em seu rosto que desciam, um de seus olhos fora as da testa e bochecha e involuntariamente me peguei tocando nela, recuei com a mão e ele colocou-a de volta no lugar.
— Essas marcas doem?
— Não elas fazem parte de mim e se ligam ao mjolnir. Por que tem medo? — Apesar da pergunta não havia dúvida em sua voz.
— Não, você é muito bonito e tudo e você se torna interessante. Na verdade todos os deuses são. — Tentei deixar de lado o fato de que havia acabado de deixar claro que o acho belo.
O dedo indicador deslizou pelo meu rosto parando em meus fios, os tocando com calma e se aproximando dos meus lábios, quando os tocou eu fechei os olhos. O deus não tinha pressa ou sequer outras intenções se tivesse não as estava demonstrando novamente, sua destra deslizou por minha cintura me puxando para mais perto e de maneira confortável sentei em suas pernas sentindo seus fios encostarem em meu rosto, meus dedos apertavam de leve sua nuca, sua direita descansou em minha coxa a apertando de leve e ali esmoreci, sentindo meu corpo aquecer de leve enquanto ficava cada vez mais próxima do deus, seus lábios se arrastaram para o meu pescoço, antes de retornar aos meus lábios de maneira mãos ávida e intensa, sua destra apertou minha cintura e suspirei.
— Que bonito em Thor! Eu aqui com o dobro de trabalho e você ai namorando! — Aquela voz exagerada quebrou o encanto do momento e me fez olhar para os lados feito uma criminosa.
— Loki... — Thor revirou os olhos.
— Sn, quem sabe, agora aceite se divertir conosco. — Loki parecia flutuar no ar enquanto notei o semblante de Thor se fechar, antes de puxar o irmão pela gola da roupa:
— Saia antes que eu te mate.
— Tudo bem, nossa quanto estresse, até parece que interrompi algo. — Apesar das palavras, Loki sorria e levantava as mãos em falsa rendição.
— Acho que nosso passeio ficará para outro dia. — Afirmei.
— Certamente. Vou leva-la até o Olimpo.
Não dissemos mais nada, Thor me levou até a praça central do monte Olimpo e quando chegamos lá ele se aproximou.
— Sua companhia é muito agradável, espero tê-la mais vezes.
— Eu que agradeço, tudo estava uma delícia. — Céus onde eu estou com a cabeça para ser tão descarada?
O deus do trovão sorriu de lado antes de baixar e deixar um selar no canto da minha boca.
— Até a próxima Sn... — Observei Thor sair e fiquei por um tempo ali na praça acalmando minha mente confusa, mas não durou muito, pois, nos instantes seguintes senti uma sombra e a mesma pressão de sempre.
— Como ousa me trair?
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