28. Talvez seja uma deusa

Pré-revisado, boa leitura.


Talvez seja uma deusa


Isso é bem ruim, a última coisa que percebi foi o chão cedendo...


Por Thor,

Meu pai só pode querer me tirar do sério, simplesmente perdi o rastro de Sn e sinto que ela corre perigo, caminhei pela cidade sendo cumprimentado por muitos e sem condição alguma de lhes dar um pingo sequer da minha atenção.

-- Onde você foi Sn? -- Sussurrei parando na ponte senti a presença de Loki e suspirei.

-- Você já perdeu a deusinha? -- Flutuou sorrindo antes de parar ao meu lado -- Eu posso até ter visto mais não sei o que ganho se lhe contar.

Trinquei meu maxilar olhando em sua direção de maneira intensa, mais que o suficiente para perceber que não estou para brincadeira.

-- Ok-ok. Seu insuportável, ela está lá. -- Apontou para o leste. -- Se é que não se afogou injustamente, se bem que uma semideusa tem que saber se virar.

Meu olhar foi do local para Loki que sorria vitorioso, esse filho da puta. Sem esperar por mais palavras do meu irmão parti em direção ao local em que Sn estava e espero para o bem de Loki que essa brincadeira não a mate...

Eu revirava a floresta em busca da semideusa, pelas palavras de Loki ela deveria estar no lago congelado, porém a paisagem ao redor estava intacta como se ela nunca tivesse pisado aqui. Em Asgard é fácil achá-la pois o tom de seus cabelos são únicos e agora no escuro não facilitava, olhei ao redor diversas vezes e nada, estava disposto a ir embora crente que Sn já estava no palácio devido ao silêncio que se apresentava nesse local, porém pude ouvir uma leve batida, tentei me guiar pelo som e notei que ao som vinha do outro lado do lago, me apressei em atravessa-lo notando finalmente a movimentação turquesa abaixo d'água demorei cerca de quinze minutos para encontrá-la e quando fiz calculei onde o exato movimento que poderia fazer para quebrar e lhe extender a mão, soquei o gelo enfiando a mão na água fria notando meu braço ser agarrado quebrei o gelo ao redor e assim puxei seu corpo notando que os fios dela estavam mais acesos que o normal e sua respiração ofegante enquanto ela tremia de frio.

-- Para uma sereia você sofreu bastante as reações do gelo. -- Ela estava tão encolhida que peguei-a no colo.

-- N-não es-es-estou a...

-- Eu entendi, não se esforce.-- Caminhei até seu livro que havia caído aberto em uma fotografia da cidade com a descrição curta e olhando a distância percebi que ela passou bastante tempo dentro d'água se for considerar a distância do livro até a fonte ao qual a resgatei e não esperava menos de uma sereia. -- Estamos muito longe do palácio até chegarmos irá morrer congelada.

-- Caminhei com ela até a pequena estalagem que fica na entrada direita da área de caça, por ser um local reservado a mim e aos meus familiares está sempre limpo e vazio, coloquei o livro sobre a mesa e me apressei em acender a lareira percebendo que o corpo dela não esquentava por nada precisaria ficar perto do fogo. Tirei a parte de cima do meu traje e olhei-a de esguelha em frente a lareira levantando as mãos.

-- Precisa tirar essas roupas... -- Ela me olhou de lado.

-- Eu sei, só que...

-- Vou pegar algo pra você comer antes que morra nesse frio. -- Deixei meu traje ao seu lado e saí, preciso mesmo pensar a respeito do que vi.



Por Sn,

Quando fiquei sozinha desabei, minhas  lágrimas eram involuntárias e eu estou tão confusa, passei tanto tempo embaixo daquela água que deveria estar morta, fosse pelo frio ou pela falta de oxigênio, por que não morri? Meu corpo é humano então como posso ter sobrevivido a isso? Me lembro que só fui até aquele lago por ouvir vozes me chamando, como se alguém estivesse a me procurar, balancei minha cabeça tentando deixar de lado tais pensamentos e tirei o vestido ensopado e frio colocando as vestes do deus do Trovão que em mim pareciam mais um vestido enorme, tentei torcer meus cabelos para tirar o excesso e nada, como se os fios estivesse complemente secos e fiquei ali me esquentando tentando compreender o incompreensível eu não tentei me levantar para folear meu livro visto que meu corpo ainda dói e o sinto muito gelado, pelo menos não há mais lágrimas e agora só preciso ir até uma biblioteca para entender o que está acontecendo.

A porta novamente foi aberta e o deus veio até mim se sentando ao meu lado.

-- Lhe trouxe frutas e legumes, essas aqui são salgadas e essas são doces. Geralmente usamos para temperar um cordeiro antes de assar, mas não sei se você gostaria de vê-lo abatido em sua frente e ainda ser limpo. -- Thor colocou a minha frente a comida e agradeci ele se levantou e foi até a mesma, no canto havia um barril que provavelmente deveria ser de cerveja e no outro canecas de madeira e mais um barril. -- Temos água e cerveja deseja beber?

-- Não quero que tenha mais trabalho comigo. Já basta o desastre que cometi hoje. -- Esfreguei meu corpo tentando o aquecer e o deus voltou a mim com dois canecos em mãos me entregou um ouvindo meu agradecimento e se sentando atrás envolvendo meu corpo..

-- Ainda está com frio, vou te aquecer. -- Ele me envolveu e não protestei, pelo contrário o calor de um corpo alheio faria tudo ir mais rápido. Eu não estou com fome somente frio, me virei sentando melhor e passando meus braços por seu tronco forte e senti sua respiração em meus cabelos. -- Seus cabelos estão secos e seu cheiro forte, mais forte do que antes -- Afundei meu rosto em seu peito, sentindo sua quentura.

-- Uma características das sereias. -- Menti.

-- O fato do seu cabelo estar seco pode até ser, mas esse cheiro é único. Nunca houve uma como você não é mesmo? -- Ele riu.

-- Assim me deixa encabulada de.. Thor, principalmente pela atual situação que estamos. -- Não desgrudei de seu peito, me sinto bem na verdade. Senti nossos corpos tombando no chão e fiquei por cima de seu corpo largo.

-- É mais fácil para lhe aquecer desse jeito. -- Sua mão foi em meu quadril deslizando e respirei pesado, não é desejo o que passar por mim nesse momento, mas não deixa de ser bom.

-- Eu posso acabar dormindo assim. -- Ironizei e ele me pôs ao seu lado me envolvendo novamente.

-- Pois durma, está completamente segura aqui. -- Apesar de tais palavras eu não me sentia livre, na verdade estou tão confusa que minhas reações estão imprevisíveis e por isso me calei. Não queria falar demais ou pensar também e quando finalmente peguei no sono foi sentindo os dedos firmes dele tencionando minha cintura em um carinho agradável.

...


Por Poseidon,

São mais de vinte e quatro horas sem a presença da humana insolente no Olimpo e o desgraçado do Hermes após voltar não veio me ver, mesmo tendo ciência de que eu o espero. Apertei meu tridente em mãos olhando para baixo, os mares de todos os cantos do planeta estão revoltos e não faço questão alguma de os suavizar mesmo que rezem ou implorem, afinal de contas esses humanos merecem tal sofrimento.

-- O que a Sn diria se visse isso, acho que ela não gostaria... -- Hermes criticou.

-- Acho que você deveria se preocupar com a sua jurisdição e deixar que dá minha eu tomo conta.

Ele sorriu ao me olhar.

-- Certamente você está morrendo por dentro não é mesmo? Já parou para pensar que ela pode não voltar? -- Direcionei meu tridente para ele.

-- A última deusa que me desafiou está em uma punição de quarenta dias. Quer mesmo fazer o teste? -- Hermes me olhou contente.

-- Poseidon, a Sn não é sua. Ela foi ao reino de Asgard por que quis, o que eu ganho se for atrás dela?

Esse filho da puta. Um deus não precisa de ninguém... Eu poderia ir até lá buscá-la, porém acabaria desencadeando um dilúvio e um tsunami grande o suficiente para varrer aquele mundo no momento em que pisasse nele e Sn estivesse segura.

-- O que você quer? -- Apertei meu tridente acalmando as águas da terra.

-- Que tal... Deixar a garota livre? Tenho muito trabalho pela frente.

-- Peça outra coisa. Essa mulher me pertence e creio que tenha deixado bem claro.

Ele riu de afastando, como se essa conversa tivesse virado uma grande piada.

-- Para um deus que não se importa com nada, está muito voltado há alguém que é justamente da natureza que você tanto odeia...

Olhei para ele de cima decidindo que vou matá-lo agora, foda-se se vão precisar de outro mensageiro. Hermes ergueu as mãos em rendição.

-- Francamente ela nunca vai te aceitar desse jeito e de qualquer forma tenho uma reunião em Asgard, mas quero que Sn venha me visitar livremente sem que você tente matar alguém só por olhar para ela. Se puder concordar com esse simples termo trarei sua mulher de volta.

Não precisei responder, o simples fato de meu tridente ter sido baixado é o suficiente para que ele entenda.

-- Excelente e se quer uma dica, faça as coisas direito. Sn é uma mulher muito bonita e interessante e você não foi o único que percebeu tais qualidades nela. -- Hermes sumiu antes que meu tridente o perfurasse e agora só preciso aguardar que aquela insolente retorne, aquela humana insolente não perde por esperar! Teremos uma bela conversinha a respeito de suas escapadas e é bom que ela seja bem agradecida.

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top