Capitulo na visão de vários personagens

Os perigos em um país de um deus

Nunca em toda a minha vida imaginei que haveria outro tipo de existência, mal chegamos nesse país e já estou a cinco minutos parada na ponte contemplando sua beleza, Thor não disse nada apenas esperou que me levantasse para segurar em minha mão e de forma rápida me explicou como funcionava a tal ponte arco-íris, confesso que explicação não é o forte dele.

-- Terá bastante tempo para se habituar, por hora quero lhe mostrar onde vai ficar e claro Brunhilde vai adorar saber que está aqui. -- Meus olhos brilharam, eu não imaginei que a valquíria morasse aqui.

-- Fico feliz em saber. --  Thor me observou me guiando pelo reino é tudo tão bonito que não sei o que dizer, estou realmente maravilhada e diferente do Olimpo os seres que nos olham não expressam ódio ou raiva e sim admiração por parte dele provavelmente e curiosidade já que estou usando vestes gregas e isso me levou a questionar: -- Espero não lhe causar problemas. -- Sussurrei, por todos os lugares que fui, não houve uma boa recepção, exceto por parte de Hermes.

-- E por que causaria? -- Senti a vergonha se apossar do meu semblante não aguento mais mentir, porém é necessário.

-- Sou uma das sereias de Poseidon e não o avisei de minha ausência. -- Thor riu.

-- Sn não se preocupe com isso, o pouco que conheço daquele deus é o suficiente para saber que ele só se importa consigo mesmo e até onde lembro você está trabalhando para Hermes, então fique tranquila pois ele está louco para vir aqui. -- Piscou, algo dentro de mim ressoou não é como se não soubesse que Poseidon não se importa com ninguém, então por que isso me afeta? Ele percebeu o meu silêncio momentâneo e continuou me guiando até uma ponte em arco que passava por cima de um córrego limpo que parecia desaguar. -- Você veio para Asgard no frio mandarei que providenciem vestes mais adequadas. -- Comentou e resolvi interferir.

-- Se possível calças por favor. -- Ele sorriu.

-- O que você quiser, não vejo problemas. -- Senti meu rosto aquecer, não é que eu não goste de vestido, só que calças no frio tendem a esquentar mais. Andamos até  castelo bonito e em tons claros. Thor olhava pra mim de maneira seria e eu tive de olhar para ele, sua destra tocou em meu queixo aproximando nossos lábios, dessa vez fui eu a desviar e me afastar, estou muito confusa e não sei se esse é o caminho certo pra mim.

-- Desculpe...

-- Eu que deveria pedir. Veja bem não te trouxe aqui para isso, então relaxe. --  Ele abriu a porta e meus olhos brilharam diante de tanta beleza, toda vez que adentro a casa de um deus eu fico dessa forma. -- Seu quarto é no segundo andar, primeira porta a direita, pode deixar seus livros aqui ninguém vai lhe incomodar e sinta-se à-vontade para passear em meu reino. Você está livre Sn.

O deus deixou uma carícia em meus cabelos antes de sair e fiquei meio atônita, eu posso realmente não me preocupar em morrer? Uma sensação de alívio tão grande invadiu meu corpo que não sei se choro ou se comemoro e por via das dúvidas resolvi aproveitar, trancei meus cabelos rapidamente notando que já estão na altura exata da curva da minha cintura e posso afirmar que é culpa dessa boa vida, ganhei um pouco de peso também e sinceramente não costumo perder tempo com minha aparência ou em frente a um espelho, peguei meu livro e a pena e sai do castelo notando as ruas movimentadas e realmente ninguém parecia me olhar ou me questionar sobre a minha existência e o fato de eu estar aqui, meu primeiro movimento foi parar no meio da rua e olhar a bela arquitetura desse lugar e se eu pudesse pararia aqui mesmo para retrata-la.

-- Hei garota cuidado! -- Um homem montado em um tipo estranho de carroça desviou e ele aparentava estar... Flutuando, fiquei meio perdida, de bem que na cidade de Poseidon não notei tanta divergência já que ele não me permitia sair e parando para pensar será que ele estava tentando me privar de tudo aquilo que passei no Olimpo?  Se bem que dentro do palácio dele ocorreu a mesmíssima coisa... Fora que esse deus é incapaz de se preocupar com alguém, a única coisa que ele quer é me levar para cama e nem eu mesma entendo essa vontade visto que odeia humanos.

Segui atravessando a rua e parei sobre uma das pontes me surpreendendo pela altura. Esse lugar é tão perfeito.

Por Thor,

Sn não me via, mas eu a observava de longe, na verdade fui obrigado a deixá-la sozinha visto que meu pai queria conversar.

-- Thor preste atenção. -- Um dos corvos falou.

-- Claro meu pai estou atento. Diga de uma vez o que quer.

-- Adamas veio pessoalmente conversar comigo, Zeus está inerente aos problemas que a humanidade veem causando .

As palavras dele não me diziam nada, Sn atravessava a rua e parecia estar maravilhada com meu reino, talvez mais tarde eu a leve para a arena. Quero que ela me assista a lutar.

-- Modéstia parte meu pai sabemos que Adamas só esta com raiva por não ser o regente do Olimpo, na cabeça dele não entra que todos os irmãos tem um reino menos ele e sobre Zeus, o que esperar de um deus que se deita com humanos? -- Sorvi um pouco da cerveja notando que Sn conversava tranquilamente com alguns asgardianos que pareciam lhe indicar um caminho.

-- Vai continuar contra os interesses daquele que é obstinado a conquistar? -- Meu pai através de um dos corvos mencionou e eu o olhei completamente entediado.

-- Vou, se Adamas quiser me convencer que venha pessoalmente, agora se não tiver mais nada a me dizer estou ocupado. — Terminei minha cerveja notando que os fios turquesas iam em uma direção nada agradável.

-- Tomo cuidado filho. Essa displicência te deixa parecido com o seu irmão e aquela mulher humana não ficará com você. -- O olhei desconfiado afinal a que humana ele se refere? -- Essa garota vai congelar de frio se você não for rápido o suficiente.

Deixei meu sorriso escapar e não disse mais nada, se meu pai estar a me por a prova é bom que ele dificulte as coisas.

...

Por Sn,

O povo daqui é realmente amigável. Um dos asgardianos como disseram que poderia lhe chamar me mostrou o caminho para a biblioteca e outra me explicou que o melhor ponto para se desenhar essa parte da cidade é ao leste onde devo tomar cuidado e volta antes do anoitecer, também consegui uma carona para esse ponto principal e agora estou na carroça mágica.

-- Desculpa incomodar mais o que é isso? -- Apontei para a peça ao qual estou sentada.

-- Um carro, esse é um modelo meio antigo eu sei, mas assim que possível vou comprar outro e pode me chamar de Elana. -- continuei sem entender, é tanto conhecimento que terei que priorizar o que vai ser relevante ao livro. -- Ah tome cuidado e não vá para além dos portais, lá é uma área de caça. Entendeu?

Assenti.

-- Muito obrigada Senhorita Elana e meu nome é Sn. -- Sorri e ela parou para que eu descesse, me entregou uma capa meio surrada caso eu sinta frio e partiu, me deixando um pouco confusa, afinal de que portais ela está falando?

Por Poseidon,

Demorei mais do que o esperado para resolver os problemas de Atlântida, ao que parece algumas baleias sumiram, no início pensei que fosse um problema com a praga conhecida como humanidade, mas pelo visto não. Kraken que até então estava em seu descanso centenário foi por mim acordado:

-- Cace qualquer um quê estiver envolvido e acha que pode se esconder nas profundezas dos meus mares. -- Após a reverência ele saiu e e retornei ao meu lar, terei que passar o dia inteiro aqui e espero que Sn não apronte, essa mulher tem o péssimo hábito de me desobedecer, adentrei meu quarto notando seu livro sobre a cômoda ao seu lado correspondente na cama, fui até o armário olhando seus vestidos bem organizados e a nota de todas as peças pagas com meu dinheiro, me olhei no espelho constatando algo que me desagradou: eu estou sorrindo por pensar nessa maldita e preciso acabar com isso de uma vez.

Já estava anoitecendo quando resolvi ir buscá-la, meu palácio na morada dos deuses estava escuro, fui até o quarto notando que haviam papéis espalhados por todo lugar, desenhos feitos por ela e até mesmo a varanda e a fonte não havia ninguém. Nem precisei que os animais marinhos me respondessem é óbvio que Sn sumiu!
Apertei meu tridente em mãos com a vontade de puni-la por tanta desobediência, sai do meu palácio pisando firme, só existe um lugar que ela pode estar, a companhia de um único deus dessa droga de lugar que a manteria satisfeita enquanto me ocupo.
Estou a caminho do palácio de Hermes quando algumas ninfas bloquearam meu caminho.

-- A sua meretriz não está lá. -- Minha aura pesou e as ninfas se afastaram, se Sn não está aqui, provavelmente algum deus lhe fez algo, sem que eu me desse conta, meu tridente já estava na direção dela assim como as águas que vinham diretamente do mar á inúmeros metros de distância para segurar seu corpo. -- Se acalme Poseidon, sua adorável Sn não está no Olimpo.

Se Aphrodite queria a minha atenção agora a tem, mas não desfiz minha ameaça e sinceramente estou pouco me fodendo para quem é.

-- Ela está em Asgard e duvido muito que você vá até lá, afinal seria assumir que o deus dos deuses, aquele que se autoproclamou como perfeito tem um ponto fraco.

Aphrodite saiu de perto carregando consigo uma ânfora e eu vou acabar matando aquela mulher.

Por Sn,

Eu nem percebi que havia anoitecido, devido ao meu trabalho. Consegui fazer a cidade toda do ângulo que estou, até mesmo a ponte foi desenhada de leve, eu estou tão feliz, porém conforme foi ficando escuro achei melhor ir embora pois essa capa não me impede de ficar com frio.
Elana havia me dito para não ir além dos portais e que quando quisesse ir embora era do andar no sentido oposto fosse da lua ou do sol, uma explicação confusa, mas entendi da minha maneira que quanto mais me afastasse daquele que está iluminando o céu eu estaria na posição correta. Fui tomando meu rumo aos poucos já que aqui é muito escuro, caminhei por bastante tempo sentido o ar da minha boca sair tão gelado ao ponto de fumaçar.
Céus! Thor me avisou que era frio, mas aonde eu fui me meter? Ouvi uma voz me guiando como se me encantasse e nem dei por mim, senti o gelo trincando sobre os meus pés.

Isso vai ser ruim...