Prólogo

A densa floresta de carvalhos escondia segredos que jamais deveriam ser revelados, se você andasse muito perto poderia ouvir o trote de unicórnios, misturados com uivos de criaturas desconhecidas, fadas e elfos sorrateiros que se escondiam atrás das enormes árvores para pregar peças em pessoas maldosas.

Todos sabiam que aquele lugar não pertencia aos humanos, porque quem ali adentrava jamais retornava, a floresta era um antro sagrado, reservado apenas para criaturas mágicas. Quem ali pisasse teria de sofrer a maldição de nunca mais habitar este mundo na forma humana.

Em uma clareira a oeste, depois dos campos de petúnias roxas semeados pelas fadas ouvia-se o choro de um bebê que acabará de nascer. Uma gota serena desceu pelo orvalho molhando o rosto suado da mulher que gerara aquela doce criatura, tão pura, a pele da recém nascida reluzia como bronze recém polido.

Sua progenitora olhou nos olhos cor de âmbar da menina, ela parecia estranhamente esperta para um bebê humano.

Sua visão estava ficando embaçada, era chegada a sua hora de partir, lamentou não poder ver sua filha crescer, seu coração apertou, tentou gritar por ajuda mas ninguém a ouviria ali, então como em um último pedido de socorro a mulher ofereceu a vida de sua filha em troca da salvação, sabia que a pequena nunca sobreviveria ali sozinha.

- Ofereço a ti, aos teus pés uma criatura pura, sopre a vida sobre meus cabelos, ô Mãe Natureza eu te invoco, com toda minha gratidão e coragem, sob a mão solene da sua justiça, entrego o destino em teu seio faça a tua vontade daquilo que te entrego, a minha vida.

Um cântico antigo começou a ser entoado, cada vez mais as folhas se agitavam e pareciam dançar junto com a mulher que cantava.

O vento frio soprou a leste, os pelos da mulher se arrepiaram, em sua mente uma voz acalente e incisiva soou alta e claramente.

"Vem até mim filha de Eva e oferece do teu único fruto. O que queres com isto?"

- Salve-a, Mãe Natureza é tudo o que te peço, salve a vida de minha filha.

"Suas lágrimas me comovem, a criatura em seus braços é pura e de beleza exorbitante, mas não posso toca-la."

- Eu... eu lhe imploro, salve minha pequena.

Um vento mais forte veio, levantando os cabelos negros da mulher.

"Há porém uma condição, se essa criatura for minha eu a transformarei e vou molda-la sob minha vontade, ela deixara de ser sua filha e se tornará minha e somente minha."

A mulher tornou olhar para a sua filha, a neném estava calma, parecia que já sabia o que estava por vim e já tinha aceitado seu destino.

- Posso...ao menos es...escolher seu nome?

"Que assim seja"

- Belinda.- a mulher pronunciou antes de apagar, ali, em uma noite que gotas frias desciam do céu, uma simples humana tinha colocado no mundo aquela que poderia ser a salvação ou a destruição de tudo.


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