006
Eu acordei já faz algumas horas por conta de que perdi o sono. Ragna continua dormindo abraçada com uma coruja branca de pelúcia e um tapa olho.
Me vesti com uma calça jeans clara, uma blusa azul de manga curta e calcei um coturno preto sem salto. Nos meus cabelos, eu fiz uma trança e em minhas orelhas, um pequeno brinco dourado brilha.
Saí do quarto delicadamente e fechei a porta. Algumas pessoas circulam pelo corredor conversando e outras somente passam de cabeça baixa.
O primeiro lugar que irei hoje é o campo, quero começar a treinar algo novo. Patrick diz que o clube de arco e flecha é o melhor, então está sendo o meu foco.
Desci as enormes escadas e parei de frente ao campo, onde está repleto de pessoas conversando com um arco na mão. Um pouco mais à frente está um homem de cabelos vermelhos bem escuros, uma pele morena, olhos castanhos com pequenas cicatrizes em cima das pálpebras. Ele usa um casaco de linho preto e uma blusa de gola alta por baixo.
Entrei no local e caminhei até ele, sendo recebida com um sorriso ladino e um abraço amigável.
— Você deve ser Bexley. Estou certo? — o homem diz e eu assinto — Me chamo Zadkiel, mas pode me chamar somente de Zad.
— Tá bom, Zad. — falei entre um sorriso.
— Sou eu quem vai te ajudar a manusear um arco e flecha. Tenho muitos anos de prática e confesso que não é fácil de primeiro. — ele cruzou os braços — Pegue um arco e se junte aos colegas, vamos começar agora.
Assenti e peguei um arco de madeira junto de uma flecha que estava no chão. Me juntei ao restante das pessoas e ninguém conhecido está aqui.
Há muitos alvos e cada um foi colado de frente a eles. Fiquei de frente ao terceiro alvo, a alguns metros de distância.
— A primeira parte para atirar uma flecha é descobrir o olho dominante. — Zad começou a falar — A dominância ocular é mais importante do que a dominância da mão. Para saber qual é o dominante, aponte o dedo para o alvo e feche um de seus olhos. Quando o dedo estiver tampando o alvo, você vai saber que é ele o olho dominante.
Fechei o meu olho esquerdo e coloquei o dedo na frente do alvo, mas ele não o tampou. Fiz o mesmo com o olho direito e agora o alvo está tampando pelo meu dedo.
— Agora, alinhem o corpo de forma perpendicular ao alvo. — fiz o que ele pediu — Caso o seu olho dominante seja o esquerdo, use a mão direita para segurar o alvo, caso o contrário, use a mão esquerda. Manejem à corda e a flecha com a mão do lado do olho dominante.
Segurei o arco com a mão esquerda e manejei a flecha junto da corda com a mão direita.
— Fiquem retos e deixem os pés afastados na largura dos ombros. Mantenham as costas retas para que os braços e ombros formem um “T” ao puxar a corda. — ele disse — Use três dedos para segurar de leve a flecha na corda. — ajeitei os meus dedos em cima da flecha — Apontem o arco na direção do alvo. O ombro que está, por dentro deve ficar paralelo ao chão e o arco sempre na vertical.
Todos nós fizemos o que ele mandou e eu engoli em seco, sentindo medo de não conseguir e acabar errando a mira.
— Agora, atirem a flecha aliviando a força dos dedos na corda. — ele falou e eu soltei a corda, vendo a flecha ir rapidamente.
A flecha não foi para o alvo certo e acabou o ultrapassando, mas logo ela voltou para mim. Olhei para o lado e vi Zad controlar ela, logo ele a deixou na minha frente no chão.
— Controle de objetos é a minha área. — ele disse, se aproximando.
— Eu amei. — respondi, colocando uma mecha que escapuliu de minha trança — Errei o alvo, acho que não prestei muita atenção.
— No começo é assim mesmo, mas com o tempo você vai pegando prática. — ele colocou uma de suas mãos sobre meu ombro — Tenta mirar mais no local onde deseja e colocar menos força na hora de soltar a corda.
Peguei o arco novamente e posicionei a flecha. Encarei o alvo e mirei bem no centro, logo soltando a corda de um jeito mais fraco.
O barulho da flecha entrando em contato com o alvo me faz dar um sorriso largo, mas ele sumiu quando vi que havia acertado na beirada, quase do lado de fora.
— Cadê o sorriso? Você foi incrível. — Zad riu, batendo palmas — Acertar um local do alvo já é algo espetacular para alguém que está começando agora.
— Espero que, na próxima aula, eu consiga acertar pelo menos mais para o meio. — falei e ele concordou.
— Tenho certeza de que irá conseguir.
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