Epilogue
The Confession
Uma semana havia passado desde o incidente no casamento e Tom e Josephine ainda estavam sem se falar. Não por falta de iniciativas do moreno, que tentou entrar em contato com a garota via ligações e mensagens, que sempre acabavam ignoradas.
Foi por isso que Harrison, que já estava cansado de ver a irmã daquele jeito, decidiu enfrenta-lá sobre o assunto. Eles sentavam no sofá da sala, assistindo á um programa, que nenhum deles prestava muita atenção, quando o celular de Jo tocou. Pegando o aparelho e vendo o nome de Tom como remetente, a loira encerrou a chamada, deixando o aparelho de lado, assim como havia feito a semana toda. Apenas segundos depois, o celular do loiro vibrou e mostrou novamente o nome de Tom na tela.
—Hey, mate! O que foi? — Harrison atendeu, chamando a atenção da irmã, que tinha a expressão preocupada. —Se a Jo está em casa? — o loiro questionou, vendo ela imediatamente balançar a cabeça, implorando para que ele negasse. —Uh, não! Ela... eu acho que ela me falou alguma coisa sobre sair com as amigas. — Haz respondeu, fazendo a mais nova soltar um suspiro aliviado. —Sim, eu passo o recado! Tchau! — disse o garoto, finalmente encerrando a chamada.
Depois de desligar o aparelho, Harrison virou para a irmã, dando toda sua atenção á ela.
—Bom, eu te ajudei! Agora vai me contar o que está acontecendo? — ele questionou.
—Não está acontecendo nada! — Jo rolou os olhos.
—Ah, é? Então porquê me fez mentir para o meu melhor amigo? — Harrison insistiu.
—Eu só não quero falar com ele agora, só isso! — ela exclamou.
—Jo, eu sou o seu irmão! Você pode falar comigo sobre qualquer coisa! — Haz novamente tentou.
—Haz, não! — Josephine avisou.
—Jo, por favor... — ele fez sua última tentativa.
—Harrison, eu disse que não quero falar! Me deixa sozinha! — a loira gritou, levantando do sofá onde estava e indo em direção ao quarto, onde bateu a porta com força.
Harrison ficou lá sentado, frustrado com a reação da irmã e depois de alguns minutos, percebeu que havia a forçado e que devia um pedido de desculpas á mais nova. Mas, o que ele viu ao entrar no quarto, mudou completamente sua reação. Jo deitava em sua cama, encolhida e abraçada á uma pelúcia de bailarina, que ela ironicamente havia ganhado de Tom, com os olhos vermelhos e inchados, de quem claramente estava tentando, e não conseguindo, conter o choro. Ele então decidiu não falar nada, escolhendo apenas deitar ao lado da irmã, que ao sentir os braços do garoto á envolvendo em um abraço, não aguentou segurar as lágrimas e as deixou rolar.
—Tá tudo bem, Jo! Tá tudo bem! — Haz acariciava os cabelos da mais nova, que balançava em seus braços á cada novo soluço. E assim eles ficaram, por um bom tempo, até Jo se acalmar, parar de chorar e acabar pegando no sono.
No dia seguinte, Harrison acordou decidido a descobrir o que havia acontecido entre Tom e a irmã, então, depois de vê-la sair para o estúdio de dança, o loiro foi até a casa do melhor amigo, pronto para conseguir respostas.
—Oh, hey mate! Entra! — Tom abriu a porta para que o amigo entrasse.
—Hey! — Harrison cumprimentou, o seguindo até a cozinha. —Então, tá tudo bem? — questionou ele.
—Huh?! Sim, porquê? — Tom respondeu, abrindo duas garrafas de cerveja e oferecendo uma ao amigo.
—Bom, ontem eu tive que acalmar minha irmã, que não conseguia para de chorar depois de ignorar uma ligação sua, então ela claramente não está bem e algo me diz que você também não, então... alguma coisa deve ter acontecido. — Harrison insistiu.
—Não foi nada, Haz! — Tom deu de ombros.
—Tom, chega disso! Kayla e eu vimos vocês dois se beijarem e saírem! O que aconteceu depois que fez vocês agirem assim? — o loiro exclamou.
—Nada aconteceu, Harrison! Nós só subimos pro quarto, nos beijamos e... nada aconteceu! Esse foi o problema! — afirmou Tom, praticamente gritando.
—E porquê nada aconteceu? — insistiu o loiro.
—Eu... eu não posso! — Tom suspirou.
—Porquê? — Harrison questionou, mas ficou sem resposta. —Tom, porque nada aconteceu? Você não gosta dela? — ele continuou.
—Não é isso! Eu... eu gosto muito dela! — o moreno finalmente admitiu, sentindo um grande peso sair de suas costas.
—Então, o que aconteceu naquele quarto? — Haz voltou a questionar.
—Nós... nós nos beijamos e ela... ela queria... mais, mas eu... eu não podia! — Tom murmurou, sem conseguir olhar para o amigo á sua frente.
—For fucks sake, porque não?! — o loiro questionou, se sentindo frustrado.
—Por causa da promessa!!! — o moreno admitiu, deixando o amigo confuso.
—Promessa?! Que promessa?! — Haz indagou, com as sobrancelhas levantadas.
—A promessa, Harrison! Aquela que você me fez fazer na casa da árvore, de que eu nunca mais iria tentar nada com a sua irmã! — disse Tom, sentindo um aperto no peito com a lembrança, enquanto Haz parecia ainda mais confuso.
—O que?! Tá brincando, né?! Por favor, me fala que você está brincando! — o loiro riu.
—Parece que eu estou brincando, Harrison?! E não me olha com essa cara, foi você que me fez fazer essa promessa! — o moreno exclamou.
—Sim, Tom! Quando tínhamos doze anos, éramos crianças! Você não pode estar falando sério! Foi isso que te impediu?! — ele questionou incrédulo, ao ver o amigo assentir. —Tom, há quanto tempo você... gosta dela? — ele continuou, tentando se acalmar.
—Eu... eu não sei! Desde o dia na casa da árvore, talvez?! — disse Tom, com o olhar machucado.
—Fuck! Eu não acredito nisso! — Haz exclamou.
—O que você queria que eu fizesse, Harrison? Ela é sua irmã! — Tom voltou a exclamar.
—Eu queria que você tivesse agido como um adulto e conversado comigo, Tom! Ou com ela! Mas não... isso! Você tem ideia de como ela está?! — o loiro indagou, aumentando seu tom de voz.
—Fuck! Eu sei, tá bom? Eu sei que eu estraguei tudo com ela!!! — Tom respondeu, mas dessa vez, ele tinha lágrimas nos olhos.
—Merda! Tom, eu... eu sinto muito! Como seu amigo, eu... eu deveria ter percebido que tinha algumas coisa errada. Eu sinto muito! — Harrison levantou de onde estava e foi abraçar o amigo, que chorou em seu ombro.
—Eu estraguei tudo, Haz! — Tom soluçou.
—Tom, você... você ama a minha irmã? — o mais velho questionou, pegando o amigo de surpresa.
—Haz, eu... — o moreno se enrolou, tentando secar as lágrimas do rosto.
—Tom, eu sou seu melhor amigo, você pode falar comigo! — Haz o assegurou.
—Sim, eu... eu amo! — ele admitiu, com um sorriso, também arrancando um do amigo.
—Então você não estragou tudo! Você só precisa falar com ela, porque eu tenho certeza de que ela sente o mesmo! — o loiro afirmou.
—Você acha? — Tom pediu, se sentindo inseguro.
—Sim! Vem cá, mate! - Haz afirmou, puxando o amigo para mais um abraço.
—E agora?! — ele questionou, ao se separarem.
—Você vai falar com ela! — o loiro exclamou.
—Tipo... agora?! — Tom voltou a questionar.
—Sim, agora! Ou quer perder mais tempo? — Haz questionou, vendo o amigo negar. —Ela está no estúdio de dança! Vem, eu te levo! — disse Haz, apontando para a porta e pegando suas chaves.
No estúdio, Jo observava atentamente os passos de suas alunas, fazendo algumas correções, somente quando necessárias. Elas estavam indo muito bem, até se distraírem e começarem a cochichar sobre algo que Jo não sabia, até olhar para a janela e ver a última pessoa que ela esperava. Com um balanço de sua cabeça, a loira entendeu que ele queria conversar e que ela não tinha como fugir.
—Meninas, continuem ensaiando! Do começo outra vez! Eu já volto! — Jo exclamou, se retirando da sala.
Do lado de fora, ela se afastou da janela, fazendo-o a seguir, antes de cruzar os braços e esperar.
—O que está fazendo aqui?! Você sabe que não gosto que venha ao estúdio quando estou dando aula, elas se distraem fácil. — a loira exclamou.
—Jo, eu... eu falei com o seu irmão... — Tom dizia, antes de ser interrompido.
—É claro que sim, é por isso que está aqui! — disse a garota dando as costas e voltando para a sala.
—Não, Jo! — o moreno exclamou, tentando fazê-la parar. —Fuck! Eu estou aqui porque eu te amo! — ele admitiu, chamando a atenção da garota o suficiente para fazê-la parar.
—Tom, por favor, não! — Jo suspirou, já cansada de se magoar com esse assunto.
—Que droga, Jo! É a verdade! Eu... eu sei que o que fiz foi errado mas, por favor, me escuta! — Tom praticamente implorou, fazendo a loira se virar e voltar a cruzar os braços. —Eu... eu falava pra mim mesmo, tentava me fazer acreditar que... que todas aquelas vezes que nós ficamos juntos haviam sido um erro, quando... quando na verdade, meu maior erro foi não perceber o quão apaixonado por você eu estava. — Tom desabafou. —Eu sempre te amei, Jo! Desde o primeiro momento que eu te vi, eu só... eu só era jovem demais pra entender o que era que eu estava sentindo, mas agora eu entendo. Eu entendo a falta de fôlego que sinto toda vez que te vejo, as borboletas que aparecerem no meu estômago quando estamos juntos, a vontade... a necessidade de estar próximo de você, de te abraçar e nunca mais te soltar. Eu entendo tudo isso porquê eu te amo! Eu te amo e não importa quantas vezes eu tenha que repetir isso, até você acreditar em mim! — o moreno suspirou, se aproximando de Jo, que parecia estar petrificada á sua frente. —Eu sinto muito pelo que fiz naquele casamento e pelo que vim fazendo todos esses anos! Agora... agora eu entendo o quão errado foi! Eu estava... eu estava usando você e... Deus, como eu queria poder voltar no tempo e fazer tudo certo. Voltar para aquele dia na casa da árvore, quando ainda éramos crianças e confessar que eu estava apaixonado por você e ter passado cada minuto da minha vida ao seu lado, porque, pra ser sincero, não tem nada no mundo que eu queira mais do que isso, Jo! — Tom afirmou, tentando segurar as mãos da loira, que recuou, rapidamente enxugando o rosto, onde algumas lágrimas haviam rolado.
—Então, é isso? Você achou que vir aqui e fazer um discurso seria o suficiente? Depois de tudo o que você me fez passar, você acha que merece o meu perdão, Tom? — Jo indagou, lutando contra suas lágrimas e seu coração, que implorava para que ela o perdoasse e corresse para seus braços.
—Não, Jo! Eu não acho que eu mereço e essa a pior parte! Essa é a pior parte! — disse o moreno, com os olhos marejados e a expressão mais sincera que ela já havia visto.
—Você realmente me machucou, Tom! — a loira sussurrou, perdendo a batalha contra as lágrimas.
—Eu sei, darling! Eu sei e eu também sei que não tenho direito nenhum de pedir algo nesse momento, mas... por favor, me perdoa, Jo! Eu... eu prometo que você nunca mais sentir nada, além do meu amor! Por favor, me perdoa! — Tom implorou, com suas próprias lágrimas correndo pelo seu rosto.
Jo o encarou e foi nesse momento que ela percebeu a presença do irmão mais velho, que observava a cena de longe, mas decidiu interferir.
—Vamos lá, Jo! Não seja teimosa uma vez na vida e faça o que o seu coração manda! — Harrison piscou, encorajando a mais nova.
Jo então sorriu e olhou para o irmão uma última vez, antes de respirar fundo e fazer a escolha, que na verdade, seu coração já havia feito há muito tempo.
—Você tem muita sorte... que eu também te amo, Holland! — ela finalmente admitiu, colapsando nos braços de Tom, que plantou um beijo firme em seus lábios. E no momento que isso aconteceu, palmas e assobios foram ouvidos, fazendo Jo olhar para a sala e ver suas alunas comemorando.
—Meninas! — ela exclamou sorrindo, antes de rolar os olhos e voltar a atenção ao garoto á sua frente.
—Eu te amo! Eu te amo! — Tom continuava repetindo entre beijos.
—Eu também te amo! — Jo sorriu. —Mas, se quebrar meu coração outra vez, eu corto suas bolas! — ela afirmou, arrancando uma risada de Tom.
—Eu prometo que nunca mais vai acontecer! — ele afirmou sorrindo, antes de voltar a beija-lá. —Eu te amo! É tão bom falar isso, eu deveria mesmo ter tentado antes! — brincou Tom, recebendo um tapa no peito de Jo.
—Deveria mesmo! — ela concordou sorrindo e novamente o beijando.
Alguns minutos, sem que eles se separassem depois, Harrison os interrompeu.
—Bom, eu não preciso ficar vendo isso, então... Tom, será que você pode tirar a sua língua da garganta da minha irmã e responder se vai querer uma carona? — ele questionou, arrancando risos do casal.
—Você é tão dramático! — Jo exclamou, indo até o irmão e o abraçando.
—Eu? Foi ele quem acabou de causar uma cena no corredor! — Haz sorriu, apontando para Tom.
—Cala a boca! — disse Tom, envergonhado.
—Então, você vem? — ele insistiu, só então vendo o amigo assentir.
—Te vejo... depois? — pediu o moreno.
—Sim! Talvez eu termine a aula mais cedo! — ela respondeu piscando, antes de voltar a beija-lo.
—Eu vou esperar no carro! — o loiro exclamou, os deixando.
—Pub mais tarde? — Tom questionou, vendo Jo abrir um enorme sorriso.
—Com certeza! — a loira piscou, dando um último beijo no garoto, antes de deixá-lo ir embora.
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