9.CADA ATO PARECE UM JOGO
Depois da refeição e de ter deixado a louça limpa, ela foi para o jardim externo esfriar a cabeça e respirou fundo. Quando ligou para Shisui para pedir ajuda, ouviu da boca do moreno que ele estava desligado da unidade de Danzou temporariamente, e na hora soube que o pai estava a punindo.
Miwa sempre gostou de Shisui desde que ele pisou na casa dela pela primeira vez. Ele era agradável, divertido, alguém com quem ela podia conversar, e as visitas passaram a ser mais frequentes quando ele se envolveu com Nomy, a prima de Miwa.
Estava bem, tinha bons aliados. Então, quando o próprio falou que estava em outra divisão, internamente, ela torceu para que ele não tivesse sido transferido permanentemente. No entanto, Shisui deixou Itachi a par de toda a situação, então foi fácil entrar em contato com o irmão de Sasuke. Agora, encarava a sala bonita e bem decorada, torcendo para que as coisas dessem certo.
Miwa estava ali divagando quando sentiu um toque familiar em seu ombro.
— Você é bem difícil, princesa. — Obito a encarou, e ela deu um tapinha na mão dele.
— E você esqueceu que também está na corrida. — Ele se sentou no sofá de frente para ela e sorriu, deixando os braços alinhados ao corpo, numa pose que, ao mesmo tempo em que deixava claro que estava relaxado, mostrava que permanecia no controle.
— Sejamos sinceros, meu bem, o seu pai não vai ganhar, e nem você quer isso. — Ele se levantou. — Por que não passa para o lado correto? — Tocou levemente o braço dela, sem saber que eram observados pelo Uchiha mais novo, que já tinha contado até trinta umas duas vezes. No entanto, a resposta de Miwa o fez ficar ainda mais atento.
— Ganhando ou não, eu jamais me envolveria com você. Não faz diferença nenhuma pra mim. — Obito sorriu, envolvido pela resposta que mais parecia seduzi-lo, principalmente porque já havia provado da garota e sabia exatamente do que ela era capaz.
— Quando mudar de ideia, e você vai, sabe exatamente onde me achar. — Piscou, deixando um leve carinho no rosto dela. Miwa simplesmente colocou as mãos nos bolsos, fingindo costume, e foi nesse momento que Sasuke desceu.
— Já vai, Obito? — Perguntou com desdém, levando o mais velho a sorrir.
— Eu tenho um compromisso, primo, mas não fique triste, eu volto no próximo fim de semana. Até breve, princesa. — Piscou para ela antes de partir, e Sasuke se manteve ali, analisando. Diferente das farpas que trocavam e de tudo que já ocorreu, Miwa estava realmente séria e até meio revoltada, e assim como ele, guardava cada uma dessas reações. A porta foi aberta mais uma vez, e por ela Itachi passou, encarando a ambos.
— E então? — Ela perguntou, apreensiva.
— Está feito. — A voz de Itachi a encheu de ansiedade, e ele percebeu. — Podemos falar amanhã, pode dormir tranquila que tudo vai ficar bem. Você foi sábia em me chamar, porque sabemos que Danzou jamais faria isso.
Ela concordou. Quando ligou para Itachi, adiantou toda a situação, e o moreno rapidamente conseguiu intervir, trazendo Obito, o concorrente de Danzou, que obviamente seria um dos mais interessados nessa confusão.
O restante foi apenas um efeito colateral ruim.
Miwa queria limpar sua própria bagunça, mesmo que não tivesse culpa, e agora se sentia um pouco mais aliviada. Sasuke a encarou, ainda com as mãos nos bolsos.
— Vou mostrar o seu quarto. — O Uchiha mais novo foi direto, e ela assentiu, seguindo-o até o andar de cima. Viraram à esquerda, e o corredor longo e belo, em tom claro, chamou atenção por haver apenas três portas. Sasuke parou ao lado esquerdo, encarando uma porta em tom marrom chocolate.
— Pode entrar, tem escova de dente lacrada na segunda gaveta do banheiro. — Os dedos de Miwa foram na maçaneta, e ela a abriu calmamente antes de observar o quarto, a cama king-size, com sua cabeceira estofada em veludo azul-marinho, está centralizada na parede oposta à porta, adornada com almofadas de diferentes texturas e tonalidades que variam entre cinza e azul. A colcha de linho branco contrasta de maneira elegante com o resto da decoração, conferindo um toque de suavidade e tranquilidade ao ambiente.
As paredes são pintadas em um tom suave de bege, criando uma atmosfera acolhedora, enquanto detalhes em molduras brancas e discretos quadros de arte moderna adicionam um toque de sofisticação. Dois abajures de design minimalista com bases de cerâmica branca e cúpulas de linho bege estão posicionados nas mesas de cabeceira, proporcionando uma iluminação suave e agradável.
Um luxuoso tapete persa em tons de azul e prata cobre o piso de madeira escura, adicionando um toque de opulência e conforto. Em uma das paredes laterais, uma grande janela com cortinas blackout de veludo azul-marinho garante privacidade e controle total da luminosidade, além de uma vista encantadora para o jardim da mansão.
O quarto possui uma área de estar com uma poltrona reclinável de couro marrom e uma pequena mesa de centro, ideal para momentos de leitura ou relaxamento. Próximo a esta área, há uma escrivaninha de madeira nobre equipada com uma moderna cadeira ergonômica, perfeita para trabalho ou estudos em um ambiente tranquilo.
A suíte do quarto é um verdadeiro oásis de luxo. O banheiro é revestido de mármore branco com veios cinza, equipado com uma ampla banheira de hidromassagem, uma ducha com box de vidro temperado e acessórios de metal cromado. O lavatório duplo possui armários embutidos em madeira escura e espelhos com iluminação LED, proporcionando um ambiente funcional e elegante.
O isolamento de som do quarto garante total privacidade e silêncio, permitindo que os ocupantes desfrutem de um descanso tranquilo, sem interrupções do exterior. Este quarto, localizado ao lado do quarto de Sasuke e de frente para o de Itachi e não precisava pensar muito para descobrir a quem o ambiente pertencia. Cada canto daquele lugar gritava o nome dele.
Sasuke bateu na porta calmamente e ela desviou o olhar.
— Uma camisa, já que você não trouxe nada. — Ela encarou a peça dobrada, uma composição de duas peças: uma samba-canção preta e uma camisa pesada com o logo do clã.
— Obrigada.
— Pare de agradecer, já falei que é estranho. E sei que gosta de dormir praticamente nua, então... — Ele deu de ombros, e ela sentiu o rosto ferver.
Ele havia prestado atenção naquilo?
— Você também não curte muito ficar vestido. Só dorme de cueca pra não deixar o júnior exposto. — Ela cruzou os braços, e o rosto de Sasuke ficou extremamente vermelho nas maçãs do rosto. O sorriso de Miwa era de uma vencedora nata pela vergonha provocada.
— Você não vale nada, Shimura.
— E você menos ainda, Uchiha, mas devo admitir que é um bom anfitrião. — Sasuke respirou fundo. Estava se segurando ao máximo, mas ela o tirava do sério com tanta facilidade que deveria questionar as prioridades.
— Eu te levo para casa depois do almoço. — Notou-a observar a cama um pouco contrariada.
— Não tem um quartinho mais simples, não?
E bingo. Sasuke conteve a expressão irônica antes de ir até ela e enfiar a mão nos bolsos. O moreno não dava passos sem pensar.
— Se quiser, pode dormir no quarto da empregada. Ela não está na casa essa semana. — O olhar desafiante e o semblante de quem esperava uma resposta afiada. Miwa apenas ficou séria.
— Me mostre o caminho. — Toda a postura de Sasuke tremeu. Como assim, ela estava falando sério?
O Uchiha bagunçou os cabelos e seguiu para a porta. Estava irritado por ela preferir dormir no andar dos empregados do que assumir que teve algo com Obito, sendo que isso nem era da conta dele, e tinha plena ciência dessa pequena situação.
Miwa era esperta demais para lidar com esse tipo de situação e não ficaria desconfortável em um ambiente de onde não poderia sair. Assim, seguiu o Uchiha mais novo, achando um absurdo quando ele simplesmente abriu a porta ao lado e adentrou, deixando-a aberta.
Sasuke nem fez questão de explicar ou falar alguma coisa. Simplesmente tirou a camisa e a encarou por cima dos ombros com um sorrisinho presunçoso de quem dizia: "Ainda está aqui?" Ela respirou fundo. Se estava no inferno, abraçaria o capeta.
A porta foi fechada, e a castanha simplesmente o encarou antes de pegar aquela mesma camisa que ele tirou e seguir para a suíte do quarto. Definitivamente, a Shimura não estava pensando.
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