6.ATRITO

A estrada nunca pareceu tão interessante, Miwa e Sasuke pareciam descrentes com o próprio silêncio, para uma dupla que se pegou intensamente e dividiu a cama, estavam se tornando experts em fingir.

A todo momento, o moreno desviava o olhar para as coxas nuas da castanha, uma vez que a Shimura optou por um short de tecido confortável e molinho.

— Vai acabar babando, Uchiha.— Miwa nunca foi desatenta, apenas fingia ser e como resposta, Sasuke continuou dirigindo em silêncio.

— Já vi melhores. — Ele ironizou e ela riu.

— Demorou todo esse tempo para mandar algo tão ruim? Se tivesse realmente visto melhores, não estaria quase me comendo nesse banco.

— É isso que você quer, Shimura? Eu posso estacionar no acostamento, te colocar de quatro e te fazer gritar, mas sabemos que não tem culhão para isso.

Eles adoram essa dinâmica, não importa o que aconteça, sempre acharam tempo para arrancar a paciência um do outro.

— Ah, Sasuke, você é Hilário. Obrigada, mas não estou afim de ensinar hoje, agora só dirige esse carro e cala essa boca.

— Tá bravinha, então é porque quer. — Riu de leve e ela fechou os olhos. Uchiha Sasuke tem uma voz gostosa à qual ela não poderia negar que a afetava, mas a dignidade falava mais alto antes de pensar em transar com ele e as picuinhas teriam continuado se o carro não começasse a apresentar engasgo. O olhar alarmado do moreno fez com que ela endireitasse a postura.

— Não, não, não, mas que porra! — Sasuke bateu no volante claramente estressado ao encostar o carro no acostamento e Miwa respirou pesado.

— Vem cá, você é tão sovina que não encheu o tanque? — Ela arqueou a sobrancelha, o encarando.

— Eu tinha gasolina de sobra! — O moreno saiu do carro revoltado e foi até a parte detrás, inspecionar o tanque de combustível. Antes, olhou pelo medidor do painel interno do carro se algo estava errado. 

— Puta que pariu, algum amigo daquele seu namorado sem noção deve ter roubado! — Afirmou e ela revirou os olhos saindo do carro.

— Que namorado, Sasuke? Até onde eu me lembro, estou solteira, fora que pode muito bem ter sido o povo que VOCÊ e o Naruto convidaram.

— Eu não convidei ninguém, nem queria ir naquela porcaria de festa.

Ela revirou os olhos pela declaração.

— Bom, convidado você não foi mesmo, então foda-se. — Deu de ombros enquanto ele puxava um celular do bolso e se afastava ligando para alguém.

Miwa somente revirou os olhos e resolveu chamar um carro particular, porém Sasuke retornou abrindo a porta do SUV.

— Pega a sua mala, princesa. O serviço de seguro já mandou outro carro. — Revirou os olhos.

— Quanto tempo teremos que aguardar? — Questionou, observando ao redor.

— Um prazo de até duas horas. — Ele colocou os óculos escuros e notou que mais à frente havia um posto com hotel de estrada. — Vamos esperar ali. — Meneou com a cabeça e ela pegou a bolsa respirando fundo.

— Aquilo parece um pulgueiro!

— Eu sei que é baixo demais para os seus padrões princesescos, mas é o que tem. — Ela revirou os olhos.

— Vai à merda, Sasuke! — E assim passou a andar na frente.

A dupla chegou ao local rapidamente e ela simplesmente pediu o melhor quarto. Ele sorriu ácido sabendo que ia pagar. Não ligava de gastar dinheiro, mas aquilo chegou a ser ridículo. Se passassem mais de duas horas ali, seria muito. Sentia que Miwa estava fazendo isso de propósito como uma punição, ainda assim aceitou. Quando adentraram o quarto no segundo e último andar, ela sorriu. O hotel até que não era ruim, parecia com aquele dos filmes estrangeiros onde vários há apartamentos com cozinha, quarto, copa e banheiro, portas com a numeração da chave e, para finalizar, uma escada que dava acesso ao andar onde estavam. A decoração é básica e o ambiente parece limpo o suficiente para que ela pudesse ficar.

Miwa deixou a bolsa sob a cadeira e Sasuke trancou a porta.

— Satisfeita pela escolha?

— É... Até que dá para o gasto. — Ele riu, cheio de vontade de mandá-la se calar. — Afinal, quem não verificou o nível da gasolina antes foi você! — Sorriu de forma vitoriosa.

— A culpa não é minha se você convidou vândalos e ladrões. — Provocou e ela respirou calmamente, soltando os cabelos e tirando a sobreposição, ficando só com a blusinha regata.

— Meu Deus, por que eu não fui embora com o Shisui?! Fui aceitar a sua carona e olha só no que deu. — Afirmou, encarando a vista da estrada.

— Por que o Shisui? — Sasuke a encarou e ela se virou, correspondendo ao olhar — Minha família não é rodízio, garota!

Ela riu, se aproximando minimamente.

— Cala a boca, Sasuke, pra ser rodízio, eu teria que passar o rodo em geral e pelo visto comecei com o Uchiha errado, tinha que ter pegado o seu irmão, aquele sim valia a pena. — Ironizou. Ele a encarou puto, segurando nos braços dela e colidindo os corpos.

— Fica quieta Miwa! 

— Ou vai fazer o quê? — Ela o desafiou, o olhar fugaz que se perdia na mesma complexidade de quem não queria ceder em momento algum e então, sem que esperasse, Sasuke a beijou, tão intenso, roubando todo o ar que podia e quando se afastou, ela não teve nem tempo de respirar corretamente, pois a boca dele ia no pescoço, a destra já arrancando a blusinha junto ao sutiã, nenhum dos dois conseguia se segurar mais, enfiando a língua na boca da castanha com vontade, a mão dentro da calcinha, causando um leve susto pelo contato direto, massageando em movimentos circulares o clitóris e obviamente que ela não poderia ficar para trás, utilizando as próprias mãos para abrir a calça dele e massagear o comprimento por cima da peça íntima. Ambos arfaram entre lábios, era uma bagunça caótica entre beijos e toques onde ninguém queria ceder.

Para ela, beijar Sasuke Uchiha poderia ser viciante e para ele já beirava a obsessão.

O moreno a empurrou até que caísse sentada na cama e ele mesmo arrancou a camisa antes de a encarar tão fixo e cruel que parecia uma ordem.

— Tira esse short de uma vez. — Exigiu e ela riu, abrindo lentamente o botão e ele tratou de puxar para longe com pressa. Nem se deu ao trabalho de tirar a calcinha, só a pôs pro lado.

— Isso tudo é fome reprimida, Uchiha? — Ironizou, se apoiando nos cotovelos e sentindo a mordida que veio na parte interna da coxa. Sasuke já havia avisado que não seria gentil, principalmente com ela. A boca do moreno foi de encontro a feminilidade da mesma maneira faminta e ela arfou.

— Droga, Uchiha! — Revirou os olhos e ele a empurrou para que se deitasse.

— Vai dizer que não aguenta? — Ironizou.

— Espera só na sua vez... — Precisou morder o lábio ao sentir os dedos dele se juntarem a provocando antes de a invadir. Sasuke começou a descer pesado até sentir os dedos serem apertados assim como o corpo dela se remexer na cama. O olhar queimava sem desviar dos dela, se contorcendo lindamente para ele até que gozou, apertando a cama e xingando o moreno.

Ele riu, limpando os dedos com a língua, sugando lentamente notando o olhar dela brilhar enquanto encarava a cena promiscua, ao se erguer e sentir a garota tremer antes de se sentar e de uma vez puxar a calça dele junto com a cueca. O membro levemente melado com a glande rosadinha foi ao encontro da face certinha. Miwa procurou manter o olhar comum, não diria nada, mesmo que tenha gostado do que viu.

— Se apaixonou Shimura? — O olhar vitorioso de Sasuke a deixava com raiva e, sem pensar muito, o colocou na boca, indo de uma vez até onde aguentou e voltando. A boca molhada na medida certa, deslizando pelo comprimento, sentindo perfeitamente a textura macia e o sabor do Uchiha que segurou firme nos cabelos dela. Ele não queria dar o gostinho a ela, mas ao sentir os lábios carnudos se fechando e comprimindo o sugando, foi impossível.

-- Maldita... -- Ele sussurrou, revirando os olhos, enquanto ela agarrou as coxas dele, indo mais fundo ainda. O pau começou a pulsar na garganta e ele travou os cabelos dela. Cada pulsação era sentida intensamente enquanto Miwa se afastava, engolindo tudo e ainda passando a língua na ponta, colhendo até a última gosta.

— Nada mal, Uchiha.

— Digo o mesmo, Shimura. — Sasuke ajudou-a a se levantar, o olhar fugaz preso ao dela enquanto encarou o corpo seminu e por um momento tocou o foda-se, puxando-a e a beijando intensamente, sentindo o próprio gosto. Quando se afastaram, Sasuke já estava com a mão na calcinha dela pronto para puxar de vez daquele corpo e continuar de onde pararam, porém, o celular do moreno tocou e ambos respiraram frustrados:

— Diga — O moreno sussurrou.

— Senhor, o seu transporte chegou. — Ele simplesmente desligou o telefone e respirou fundo. Depois, pegou a camisa no chão e a encarou.

— O nosso transporte chegou. — Ela notou o pequeno revirar de olhos dele, mas não comentou nada, se sentia da mesma forma, entretanto, não poderia revelar que queria mais, muito mais.

— Beleza, vou me arrumar. — Desconversou, estalando a língua no céu da boca, indo na direção do banheiro, depois pegou o short e arrumou os cabelos. Quando retornou, Sasuke estava encostado na parede com o celular em mãos, uma visão e tanto para a garota que só queria sentir o Uchiha em si.

O não casal estava dentro do carro, Sasuke dirigia, o silêncio reinava entre eles, nem parecia que a meia hora atrás estavam se comendo dentro do quarto e agora fingiam indiferença. A verdade é que o Uchiha estava irritado por terem atrapalhado sua transa e Miwa também, porém, ambos eram orgulhosos demais para conversar e se resolver como os adultos que eram.

O Uchiha, no entanto, pensou em algo que poderia fazer com que tivessem outra oportunidade. Sim, Sasuke estava se movendo puramente pela tensão sexual que há entre eles.

— O aniversário do Gaara será daqui a duas semanas, Ino e Naruto conseguiram persuadir a fechar o resort de Suna. — Ele afirmou, fazendo a curva calmamente e ela não pode deixar de observar, braço muito bem rígido, com a mão no volante e a outra no câmbio sem desviar atenção da estrada, óculos escuros e a seriedade que ela queria ver desmoronar, nem que fosse por um segundo.

— E por que está me contando isso? — Indagou olhando para a janela, fingindo que não estava praticamente secando ele.

Ele sorriu de lado tão bonito e perigoso. Havia percebido que Miwa entrou na defensiva e então resolveu provocar.

— Deixa de ser mal-educada, Shimura. Do jeito que as coisas estão, parece até que não te fiz relaxar. — Ironizou. Sasuke odiava isso, achava a coisa mais escrota do mundo esse tipo de fala e conceito, no entanto, estava ali usando contra ela. Eis a hipocrisia. No fundo, valia de tudo para tirar a castanha do sério.

— Chama aquilo de relaxar? Fala sério, até o meu ex faz melhor. — Sasuke só não freou o carro para não sofrerem um acidente, mas apertou o volante com vontade e uma coisa ecoou pela mente dela.

Estava ferrada, tinha certeza de que da próxima vez seria um perigo lidar com Sasuke.

Aos poucos, o carro foi parando e ela achou que estavam com problemas, mas tudo o que sentiu foi a blusa ser puxada e o Uchiha agarrar o pescoço, invadindo a boca com gosto. Ela levou alguns segundos para se acostumar, mas adorava aquela intensidade e quando o correspondeu devidamente, ele a soltou e voltou a dirigir.

— Da próxima vez que me comparar com o Deidara, eu te faço gritar nesse banco mesmo e foda-se se seremos pegos.

Aqui ela riu.

— E quem te garante que eu vou querer? — Sasuke manteve a visão não pista, mas não deixou de respondê-la.

— Você corresponde a cada um dos meus toques, Shimura. Pode negar a vontade, mas você quer tanto quanto eu.

E assim o assunto se encerrou. O orgulho imperou mais uma vez diante deles e foi por esse simples motivo que não conseguiram manter uma conversa por mais de dez minutos.


[...]


Sasuke estacionou o carro em frente à entrada da mansão, Miwa virou-se para trás, pegou a bolsa que havia levado e o encarou mais uma vez. Não queria agradecer pela carona, mas ele ofereceu, então era o mínimo a se fazer.

— Espero não viajar com você nunca mais. — Sorriu de canto sendo correspondida.

— De nada, Shimura, e vê se melhora esse humor.

Ela abriu a porta do carro e o encarou mais uma vez:

— Até que sua presença não foi tão ruim, obrigada pela carona, Sasuke.

O Uchiha levou algum tempo para processar e, antes que pudesse responder, a garota já se encontrava na porta de casa, abrindo calmamente e sendo recebida pelo mais profundo nada. Miwa desviou o olhar lentamente apenas para ver Sasuke partindo e depois adentrou. Agora que estava em casa, não teria que se dar ao trabalho de esconder o que realmente tinha sentido quando ele a tocou de forma tão íntima. O sorrisinho de satisfação contraditório imperava no rosto quando a garota seguiu para o hall de entrada, estava prestes a subir as escadas quando as luzes que davam para a sala onde recebiam as visitas foram acesas.

— Então, como foi a festa?

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