5.TODA AJUDA É BEM VINDA

O cenário estava caótico, jovens ainda se acostumando com a luz do dia recolhendo alguns sapatos/peças de roupa e saindo, outros dormindo pelo jardim, garrafas de bebidas largadas pelo local. Quanto mais o Uchiha andava, fazia questão de se questionar se a casa foi vandalizada ou se Danzou esqueceu de avisar sobre uma farra. Mas, ao cruzar o jardim e encarar a cozinha, soube que o chefe teria problemas. A porta de vidro deslizou com calma, e Miwa respirou pesado ao ver o Uchiha encarando a situação: óbvio que todos estão vestidos, mas, ainda assim, a situação não era boa. Diversas pessoas naquele lugar que pertencem ao homem que está concorrendo ao governo, e para completar, todos jovens e visivelmente alterados. Para coroar o bolo com perfeição, a própria filha do futuro governador estava se esbaldando, ou seja, a festa era dela.

— O que está acontecendo aqui? — A voz de Shisui atraiu todos os olhares, e o semblante de Miwa, que antes já estava confuso por causa das palavras de Ino e Naruto, acabava de piorar. Sentia o coração bater forte e a garganta seca, além da tensão por todo o corpo.

— Shisui... — Ela respirou pesado. — Eu posso explicar. — Já caminhando até ele, o puxou para dentro, atraindo olhares desconfiados, principalmente de Sasuke, que observava tudo seriamente.

— Miwa, o seu pai não vai gostar nada disso.

— É só você não contar, Sui, por favor. — Pediu, deixando o moreno em uma situação péssima. Shisui fora até ali para pegar documentos importantíssimos que poderiam comprometer o concorrente de Danzou e, agora, com aquela casa totalmente em caos, que garantia tinha de que esses documentos estão a salvo? De que Miwa e seus amigos não haviam quebrado as dependências da casa e ferrado com tudo?

Enquanto seguiam pelo corredor até o fim do primeiro andar, onde a porta estava claramente trancada, o militar e agente pegou o celular no bolso, deixando-a ainda mais apreensiva enquanto seus amigos bisbilhotavam de longe:

— Sui, não faz isso comigo. — Ela pediu mais uma vez, e ele respirou pesado, levando o indicador aos lábios:

— Hanna, consegue agilizar uma equipe de limpeza pra mim? — A voz de Shisui chamou a atenção de Miwa, que, por um lado, estava mais relaxada; por outro, estava extremamente irritada.

Quando ele desligou o aparelho, ela simplesmente o encarou.

— Eu não vou contar pro seu pai, Miwa, mas a limpeza chega em seis horas. Até lá, todo mundo tem que estar fora dessa casa, isso inclui você e os seus amigos. E me diz logo se vou precisar acionar os advogados do seu pai. — Ele cruzou os braços.

— Claro que não! Não aconteceu nada aqui que precise desse tipo de atenção. Não tem crianças aqui, Shisui! — Ele massageou as têmporas antes de afagar os fios dela e sorrir.

— Avise aos seus amigos que dá para vê-los daqui. — Acenou antes de pegar a chave do escritório e abrir a porta, e quando Miwa olhou, todos saíram do arco do corredor e começaram a conversar na cozinha.

Miwa seguiu para onde os amigos estavam e pegou uma fatia de pizza, encarando Deidara mortalmente pelo mesmo passar a mão nas costas dela.

— E aí? Ele vai chamar a polícia? — Ino indagou.

— Claro que não, Sui é gente boa.

— Hum... Sui? Que intimidade toda é essa, hein Miwa? Tem algo que não nos contou? — A loira sorriu ironicamente.

— É princesa, tem algo pra falar? — O tom de exigência de Deidara fez com que ela revirasse os olhos.

— Você não tem esse direito, e podem tirar o cavalinho da chuva. Shisui tem idade para ser meu irmão mais velho e, por mais perfeito que ele seja, não faz o meu tipo. — Afirmou.

— Óbvio, ela acaba preferindo os loiros de caráter duvidoso. — A voz veio de Sakura.

— Creio que ele só seja o Uchiha errado. — Ino voltou a falar, e antes que o caos se instaurasse com as brincadeiras idiotas, Miwa se levantou do banquinho e foi até o lado externo. Pegou a mangueira de cinco metros de extensão e abriu, despejando água em todos que estavam dormindo no quintal. Nenhum deles eram seus amigos.

— Beleza, cambada, acabou a farra. FORA! JÁ CHAMARAM A POLÍCIA! — Ao ouvir a última palavra, não demorou para aqueles que estavam ali saírem correndo. Miwa nem havia percebido a quantidade de carros parada ao longo da entrada da casa de praia, talvez pela distância ou pela confusão alcoólica em que se encontrou.

Depois de espantar todo mundo, ela respirou fundo, ligando o autolimpante da piscina e a aquecendo. Ficou ali fora por alguns minutos, esperando que toda a sujeira fosse sugada e, então, adentrou a piscina, de roupa e tudo. Submergindo e molhando os cabelos, prendeu um pouco a respiração e continuou ali, pensando no ocorrido:

"Eu não preciso de advogados. Se meu pai sonhar com o que aconteceu aqui, vai tentar me trancar num convento. Se as filmagens que o Deidara fez forem parar em mãos erradas..."

"Porra." Miwa emergiu, jogando os fios molhados para trás e os soltando. Depois, nadou até a borda da piscina e se apoiou ali. Ao olhar para cima, deu de cara com belas pernas brancas e coxas torneadas. Evitou olhar demais para o short preto e subiu o olhar pela camisa regata branca com o símbolo minimalista do clã, assim como os cabelos escuros em comprimento curto, na altura do pescoço, e a caneca de algo fumegante em mãos. No pulso, o relógio caro e o olhar atento a ela.

"Desde quando Sasuke ficou tão bonito pela manhã?" Esse era mais um pensamento traidor da garota que só queria sair dali o mais rápido possível.

— O que faz aqui, Uchiha? — Ela desdenhou, sentindo o rosto quente.

— Por algum motivo, os nossos amigos infelizes acharam uma boa ideia eu vir até aqui te chamar. — Ela deitou a cabeça sobre os braços, ainda na beirada da piscina.

— Eu estou bem, mas obrigada. — Se impulsionou um pouco e saiu da água mais calma do que antes. Os olhos de Sasuke travaram no corpo feminino tão belo e marcado pela regata que estava grudada e meio transparente no corpo.

Ele deu de ombros após observá-la mais uma vez. Era discreto o suficiente para que Miwa não percebesse, e ambos observaram ao longe Shisui se aproximar com uma maleta. Ela prontamente sorriu.

— Você sabe o que fazer, querida. Não demore. — O Uchiha mais velho falou ao se aproximar, e o semblante sisudo de Sasuke não passou despercebido.

— Sairemos daqui depois do almoço, assim dá tempo de todo mundo se recuperar. — Ela afirmou.

— Ótimo, vou mandar um carro pra você. — Shisui deixou claro que aquilo não era uma opção.

— Não precisa... Ela volta comigo, Shisui. Eu vim em um utilitário, escuro o suficiente por causa das coisas do Naruto. — Sasuke interrompeu a conversa.

Por um momento, Shisui ponderou as palavras do mais novo. Sasuke não costumava se oferecer para isso, porém era de confiança, e de certa forma o moreno sabia que Miwa estaria fora de confusão se retornasse com ele.

— Tudo bem, mas lembrem-se: estejam fora da casa antes da equipe de limpeza chegar e não aprontem mais. — Com esse último aviso, ele se despediu, deixando o local. Shisui estava um pouco estressado, não pela farra dos jovens, mas pela situação em que se encontravam. Até mesmo o futuro Kazekage de Sunagakure estava ali participando, e aquilo era um prato cheio para qualquer opositor e concorrente ao governo de Danzou, que escolheu pregar tradicionalismo e família como vertentes em sua candidatura.

De certa forma, Shisui sabia que era só uma questão de tempo até aquela bomba estourar e todos descobrirem que suas escolhas não passavam de uma mentira.

O casamento era falso, mesmo que amasse a esposa com todo o coração;

A filha era extremamente livre e fazia o que queria por baixo dos panos;

E o próprio Danzou era um viciado em charutos caros e whiskys que pagam inúmeras parcelas de uma casa alugada;

A hipocrisia reinava e no fim sobrava para a comitiva contornar toda essa situação, maquiando a imagem perfeita. E Shisui apenas se submetia a fazer parte disso porque conhecia o Shimura o suficiente para saber que, apesar desses erros, ele realmente amava o que fazia e seria um bom governante, desde que ficasse na linha. Também tinha o lado dos Uchihas, uma das famílias fundadoras do país que estava sempre em alta junto aos Senjus. Para Shisui, estar por dentro daquele governo, além de alinhar com seus princípios de um bom governo e apenas isso, também se tratava de uma questão de sobrevivência de seu próprio clã, pois ele era o único Uchiha próximo o suficiente dentro da polícia que seus antepassados ajudaram a fundar.


[...]


O pessoal havia optado por um churrasco. Não foi difícil pedir um delivery depois que toda aquela tensão passou. Miwa agora ria ao lado de Sakura, ambas estavam com as pernas dentro da piscina observando os outros jogando bola na água.

Hinata estava nos ombros de Naruto e Tenten nos de Neji, Temari nos de Shikamaru, Ino nos de Gaara, e Lee e Kankuro conversavam afastados, assim como o resto.

Todos estavam se divertindo, enquanto Kiba ficou de churrasqueiro ao lado de Sasuke, que vez ou outra desviava o olhar para Miwa discretamente. Porém, quando Deidara se aproximou sentando ao lado dela e falando algo no ouvido, Sakura levantou sorrindo e se afastou.

— Parece que você perdeu, Uchiha. — Kiba ironizou, levando Sasuke a revirar os olhos.

— Não há como perder aquilo que não é meu, idiota. Isso é lógico.

Kiba riu das palavras dele, estava acostumado com o silêncio de Sasuke e não com uma afirmação tão estúpida.

— Continua assim e vai ficar que nem eu. — Piscou e voltou a fazer o churrasco enquanto os olhos do moreno acompanhavam a castanha adentrando a casa acompanhada do loiro de sorriso cafajeste.

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top